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segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Aprendendo com os outros...


Foi em Guarapuava, na Catedral de Nossa Senhora de Belém que comecei meu aprendizado na catequese. Se é que, ser catequista, é uma questão de aprendizado. Se for, com certeza, é eterno. Aprendemos junto com nossos catequizandos a cada ano que passa. Isso casa bem com o fato de eu me achar amadora.

Uma das coisas que fez parte do meu "aprendizado" e que me chamou a atenção lá, é que a (o) catequista inicia a caminhada com as crianças na primeira etapa da catequese, ou seja, no primeiro ano, e acompanha a criança até ela receber o sacramento, no terceiro ano de caminhada. Acontece a mesma coisa com a  catequese de Crisma, que é de dois anos. Claro que nem sempre a gente começa e termina com as mesmas crianças. Muitos mudam de horário, de dia, de período; por conta da escola e de outros compromissos. Mas a maioria fica com a gente. A não ser que nos odeiem, aí... rsrsrsr.

Bom, o fato é que assisti outro dia na TV, uma reportagem sobre a educação na Finlândia, país nórdico europeu. E achei interessante as escolas de lá. Os professores fazem algo como a catequese da Catedral. Acompanham as crianças por todo ensino fundamental. Se fosse por aqui, seria desde o jardim de infância até a quarta série mais ou menos. A justificativa para isso é a seguinte: Interagir com a  criança, estabelecer laços de amizade e companheirismo com elas e com os pais. Interessante, não?

Outra coisa é que a escola é uma "extensão" de suas casas. Eles têm tarefas diárias que não tem nada a ver com a escola, como cuidar das plantas, supervisionar a coleta de lixo, ajudar a cuidar dos mais novos, etc. E tiram os sapatos para entrar nas salas para não sujar o chão! Participam também de oficinas de arte e de pequenos ofícios. Aprendem a pregar um quadro na parede e a apertar parafusos. Elas gostam verdadeiramente de ir à escola. Isso faz com que muitas crianças fiquem com saudade da escola nas férias. Lá, férias é uma "chatice".

Guardadas as devidas proporções, - afinal não podemos fazer uma comparação justa entre um país de primeiro mundo e o Brasil - acredito que se pode aprender muito com isso. Da experiência que tive ao acompanhar os mesmos catequizandos por três anos, posso dizer com certeza, que foi absolutamente válido do ponto de vista do que deve ser a Igreja, ou seja, uma "comunidade". Aprendi as conhecer as crianças, suas realidades, seus hábitos e suas famílias. Coisa que é praticamente impossível em oito meses (quando chega a isso), de catequese no ano. E pensemos que nesses oito meses, nos encontramos com nossos catequizados, quatro vezes por mês. Que conhecimento e que profundidade pode ter um relacionamento de 32 encontros? Isso se não tiver feriados e recessos pelo meio.

Um outro benefício disso tudo: nossos encontros não se tornam rotinas de conteúdos e nem viramos "especialistas" numa determinada etapa. Isso gera crescimento. E o relacionar-se, gera amadurecimento e afinidade. Quer motivos melhores?

E vamos lembrar que Jesus ficou em torno de três anos com seus discípulos... até que eles estivessem prontos para pregar a sua palavra. E o catecumenato, a catequese dos primeiros tempos da igreja, também era assim. Um tempo onde se aprendia junto, um processo de crescimento contínuo e não um processo seriado e fragmentado como temos hoje.

Quem sabe não cheguemos há isso um dia... ejaculacao precoce


Ângela Rocha

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