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terça-feira, 8 de setembro de 2015

BÍBLIA E CATEQUESE: REFLEXÕES


Muito se fala sobre Bíblia na Catequese. O grande jargão catequético é que não se faz catequese sem Bíblia ou ainda, a Bíblia é o Manual da Catequese por excelência. Verdade? Conceito? A realidade é que muitos catequistas ainda tem uma grande dificuldade em interpretar a Bíblia... e não seriam capazes disso, se os manuais de catequese não os ajudasse.

Sendo a Bíblia, o livro que contem a Revelação que Deus fez aos homens através de ações e palavras e, a Catequese, atividade que a Igreja utiliza para a transmissão dessa revelação, é imprescindível a união das duas. Muitas são as passagens bíblicas utilizadas na catequese de crianças e jovens. E elas exigem um verdadeiro entendimento por parte do catequista, caso contrário, a palavra não será revelada e muito menos a mensagem compreendida. 

O catequista que encontramos em nossas paróquias, pouco ou nada faz de estudo bíblico. Vai aos encontros com a Fé e a Coragem, sem, no entanto, poder prová-las se for questionado pelos seus conhecimentos e interpretação da palavra. É fato que, numa discussão sobre bíblia entre católico e evangélico, este último vai ganhar, e “de lavada”, dos parcos conhecimentos que o católico tem da Palavra de Deus.

Claro que, até bem pouco tempo, o povo sequer tinha acesso a Bíblia como linguagem escrita. Mas isso vem mudando, e hoje se sabe que a Bíblia é o livro mais editado no mundo. Então, por que, ainda é tão difícil o seu entendimento e interpretação?

Temos hoje edições revisadas e editadas em linguagem atual. Temos bíblias, como a do Peregrino, onde as citações, com interpretações detalhadas, são maiores até do que o próprio texto. Temos inúmeros livros de interpretações dos evangelhos. Diversos autores se dispõem a ajudar e esclarecer tópicos obscuros na interpretação desta ou daquela passagem. Escolas e formações sobre Bíblia são oferecidas aos agentes de pastoral. E ainda assim encontramos muitos catequistas completamente leigos no assunto. Catequistas que não sabem dizer aos seus catequizandos “o que Jesus quis dizer com isso”, isso qunado não fazem uma interpretação “própria” bem longe da realidade. Isso porque Jesus falava por parábolas. Um recurso de comunicação da época que pode, muitas vezes, levar a interpretações errôneas da mensagem que Ele quis transmitir.

Sabemos que a Catequese Católica, apesar de toda a tecnologia de comunicação existente, prescinde ainda de pessoas, de locutores que saibam fazer ecoar a palavra. Para se encontrar o caminho, o primeiro passo é a escuta. Assim como Jesus no caminho de Emaús, que primeiro escutou os anseios de seus companheiros de caminhada e só depois iluminou com palavras as incompreensões e injustiças, repartindo com estes o pão; precisamos agir. Escutar os anseios dos nossos catequizandos e saber interpretar a Palavra que dá alento e alimento à caminhada. Só assim seremos verdadeiros catequistas. E isso não se faz exclusivamente por ação do Espírito Santo. Faz-se com esforço, leitura, discussões, reflexões. Só conhecendo e estudando as Escrituras sagradas é que faremos “eco” da mesma.


Ângela Rocha

Catequista 

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