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sábado, 10 de outubro de 2015

DIA DE CATEQUESE: Dúvidas...

Hoje tive encontro de catequese... E eu gostaria de saber onde foi que perdi a magia desses momentos.

Falamos hoje sobre a Eucaristia. Lemos Lucas 22, 14-20, a instituição da Eucaristia. E as crianças sabem responder na ponta da língua o que isso significa. Sabem as respostas sem piscar...

Mas, sinto que elas o fazem mais na "decoreba" do que no coração. Perguntei de um por um se eles realmente acreditavam que a hóstia consagrada era o Corpo e Sangue de Jesus. E na hora, do meu menino mais velho, que daqui uns dias vai fazer 14 anos, veio o titubeio: "Não Tia, não acredito!"... 

É, quem pergunta quer resposta, né? .... Aí eu lhe disse com o maior carinho possível: "Se você não tem certeza, não o faça, não receba a comunhão enquanto ela não tiver significado para você." Ele então parou um instante e quase com lágrimas nos olhos me disse: "É que vem tanta coisa ruim na cabeça da gente..." E como eu queria ter tempo para descobrir essas "coisas ruins" e acabar com elas! Mas só pude dizer: "É para isso que Deus existe, para tirar essas coisas ruins da vida da gente!".

Nesta hora me senti fracassando... Sei que não sou infalível e que nem todos a gente resgata e coloca no caminho, mas dá uma tristeza enorme saber que os adolescentes estão tão longe de saber o que é a verdadeira "comunhão". Claro que eu seria uma tola se imaginasse que todas as crianças que passam pela catequese se transformam em "católicos-modelo". Sei muito bem que a adolescência é a época "das dúvidas" na vida da gente. É mudança física demais e exigências do "crescer" que a gente não quer e ao mesmo tempo anseia.

Lembro ainda do quanto xinguei Deus nos meus catorze anos. Não me conformava com as atrocidades do mundo e culpava a Ele por tudo. Mas, eu acreditava NELE! Nos meus momentos de angústia pedia ajuda e proteção a Ele. E hoje as crianças sequer sentem que ele existe. Estão assim descrentes de tudo...

Pior, também não se importam com muita coisa também.... Na semana passada, uma de minhas catequizandas apareceu pela primeira vez no semestre, em pleno mês de setembro. Veio com a mãe. E quis justificar o fato de ter ficado quase dois meses de "férias". Falei que precisávamos conversar muito, colocar as coisas “em dia”, porque ela já tinha faltado muitas vezes no semestre anterior. E ela simplesmente não apareceu hoje. E as outras crianças me disseram que ela comentou na escola que não tem o menor problema: Ano que vem ela faz tudo de novo...

Ângela Rocha

08/set/2010

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