CONHEÇA!

domingo, 24 de dezembro de 2017

AMANHÃ É NATAL. HOJE É NATAL. SEMPRE É NATAL!


Amanhã é Natal. Aliás, hoje à noite já é Natal. Ou melhor, Sempre é Natal! Neste ano, o calendário litúrgico nos coloca na mesma data, o 4º Domingo do Advento e a Véspera de Natal: dia 24 de dezembro. À noite já se celebra a Missa do Galo, que anuncia a aurora da Humanidade no Sol do alto que nos vem visitar na singeleza da criança.

A coincidência de datas vem nos revelar que também a matemática do tempo pode nos trazer uma lição. Natal é toda ocasião em que a esperança renasce no coração de alguém. Natal se faz quando nos permitimos sonhar com um mundo onde a paz, a harmonia e o respeito sejam as bases de nossa convivência. Natal se faz quando uma vida nasce, cresce e se desenvolve com dignidade e sob os merecidos e devidos cuidados.

Como cristão, somos sempre convocados a sermos facilitadores do Nascimento de Jesus na vida das pessoas. Se o nosso Salvador não vem para julgar, mas para servir e libertar, não temos o direito de nos acharmos superiores a ninguém. No Menino da Manjedoura, Deus nos coloca todos em pé de igualdade. Com toda certeza, Maria, José, pastores e magos saíram da presença do Menino melhor do que chegaram. Que também nós, plenos da Graça de Deus, saibamos ser esta presença que promove, transforma e restaura vidas. Que todos que vêm ao nosso encontro saiam de nossa presença melhores do que vieram, não por nossa causa, mas pela graça que o Senhor derrama sobre nós. Feliz Natal: hoje, amanhã, sempre!

(Frei Gustavo Medella)


FONTE: http://www.franciscanos.org.br


domingo, 17 de dezembro de 2017

TESTEMUNHAS DE JESUS: 3º DOMINGO DO ADVENTO


Em meio à escuridão de nossos tempos, necessitamos de “testemunhas” da luz que nos chega a partir de Jesus.

A fé cristã nasceu do encontro surpreendente vivido por um grupo de homens e mulheres com Jesus. Tudo começa quando estes discípulos e discípulas se põem em contato com Ele e experimentam “a proximidade salvadora de Deus”. É essa experiência libertadora, transformadora e humanizadora que eles vivem com Jesus que desencadeou tudo.

Sua fé foi despertada no meio de dúvidas, incertezas e mal-entendidos, enquanto o seguem pelos caminhos da Galileia. Foi ferida pela covardia e negação quando Jesus foi executado na cruz. Reafirma-se e torna-se contagiosa quando o experimentam cheio de vida depois de sua morte.

Se ao longo dos anos esta experiência não se transmite e se contagia de uma geração a outra, introduz-se uma ruptura trágica na história do cristianismo. Os bispos e presbíteros continuam pregando a mensagem cristã. Os teólogos escrevem estudos teológicos. Os pastores administram os sacramentos. Mas, se não há testemunhas capazes de transmitir algo do que se viveu no começo com Jesus, falta o essencial, o único que pode manter viva a fé nele.

Em nossas comunidades precisamos dessas testemunhas de Jesus. A figura do Batista, abrindo-lhe caminho no meio do povo judeu, nos anima a despertar hoje na Igreja esta vocação tão necessária. Em meio à escuridão de nossos tempos, necessitamos de “testemunhas” da luz que nos chega a partir de Jesus.

Crentes que despertam o desejo de Jesus e tornam crível sua mensagem. Cristãos que, com sua experiência pessoal, seu espírito e sua palavra, facilitem o encontro com Ele. Seguidores que o resgatem do esquecimento para torná-lo mais visível entre nós.

Testemunhas humildes que, a exemplo do Batista, não se atribuem nenhuma função que concentre a atenção em sua pessoa, roubando protagonismo a Jesus. Seguidores que não o suplantem nem o eclipsem. Cristãos sustentados e animados por Ele que deixem entrever, por trás de seus gestos e suas palavras, a presença inconfundível de Jesus vivo no meio de nós.

As testemunhas de Jesus não falam de si mesmas. Sua palavra mais importante é sempre aquela que deixam Jesus falar. Na realidade, a testemunha não tem a palavra. É só “uma voz” que anima todos a “aplainar” o caminho que pode levar-nos a Jesus. A fé de nossas comunidades também hoje se sustenta na experiência dessas testemunhas humildes e simples que, no meio de tanto desalento e desconcerto, irradiam luz, pois nos ajudam com sua vida a sentir a proximidade de Jesus.

Jose Antonio Pagola

Trecho do livro “O Caminho Aberto por Jesus”, de José Antonio Pagola, Editora Vozes.

quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

É SEMPRE TEMPO DE ADVENTO!


Esperar não é sonhar: é o meio de transformar o sonho em realidade. Felizes os que têm a coragem de sonhar, os que estão  dispostos a pagar seu preço, para que o sonho ganhe corpo  na história dos homens!  (Cardeal Suenens)
tique-20Quando falamos em Advento certamente pensamos mais no período antes do Natal, pensamos mais na vinda, no Advento do Senhor. Os autores espirituais falam de três vindas:  a primeira  na pobreza de Belém, a segunda no fim dos tempos e a terceira, discreta, em nosso dia a dia. Sabemos que sempre é tempo de vigilância, de ter velas acesas nas mãos esperando a chegada do Senhor e a irrupção do cortejo do esposo que chega para a festa da intimidade.
tique-20Desnecessário ficar repetindo que vivemos na agitação, na superficialidade. Disto temos plena consciência. Isso nos incomoda. Com atividades febris, correria, tarefas urgentes ou inventadas, nossas horas parecem curtas e mal começamos a percorrer o mês de janeiro temos a impressão de que o tempo escapa de nossas mãos. Não temos tempo.  Há solicitações e urgências. Temos tanto que fazer que o tempo nos falta.
 tique-20Tudo se precipita. Não temos mais tempo de visitar o coração. Nossa vida é como essa mania de comida rápida, sempre rápida (fast food). Será que esperamos? O que esperamos? Na verdade não temos tempo de ver crescer nossos amores, nossas crianças, nossas competências, simplesmente nossa vida.  Repetimos ideias.  Somos sonâmbulos no trânsito, no trabalho, no metrô, na família.  Um autor assim se exprime: “Vivemos o tempo da recusa do tempo; os mostradores de nossos relógios  não têm mais os ponteiros  que iam pulando de segundo em segundo, na direção da hora seguinte.  Acabou-se o  tempo  em que o tempo era um espaço a ser percorrido. Por medo do futuro e esquecimento do passado  fomos nos tornando  zelosos turiferários da religião do instante” (Bertrand  Révillion, Revista Panorama  (Paris),   2002, p. 3). Religião do instante… como isso é verdade.
tique-20Faz muito bem viver o tempo do Advento. Reencontrar as passagens de Isaías, ver o Batista apontando para aquele que vem, estar perto de Maria grávida de Deus. Há qualquer coisa de novo no ar. Vamos, pois, nos revestindo de esperança.
tique-20O futuro não nasce inopinadamente. Ele é resultado de fecundações lentas  que deixamos germinar no ventre da  Natal nada mais é do que um fabuloso dom feito ao homem: o tempo longe de ser uma prisão que acorrenta e  que leva ao nada, é chance de vida. Natal que dizer que Deus se fez tempo, nasceu no tempo, que a eternidade está no tempo.
tique-20Celebrar o Advento é ousar viver o tempo das lentas maturações, reaprender a caminhar lentamente, passo a passo, para nossa mais densa e profunda humanidade.  É quebrar essa cadeia frenética do tempo vazio demais  porque cheio de  coisas sem valor, é fazer em si, em seu mistério de homem, lugar para a chegada do Inesperado.
tique-20Viver o Advento é dizer a todos os desesperados que a terra tem um amanhã desde que deixemos esse futuro nascer. E o futuro é sempre esse Deus que vem. Ele, o Inesperado, vem.
tique-20… “Os satisfeitos não buscam nada realmente novo.  Não trabalham para mudar o mundo.  Não lhes interessa um futuro melhor. Não se revoltam diante das injustiças,  dos absurdos do mundo presente. Na realidade, este mundo é para eles o céu ao qual se candidatariam para sempre. Podem permitir-se ao luxo de não esperar nada melhor.  Como é tentador adaptar-se sempre  à situação,  instalar-nos confortavelmente em nosso pequeno mundo. Mas não esqueçamos:  somente aqueles que fecham os olhos e os ouvidos, somente aqueles que se tornaram insensíveis, podem sentir-se à vontade num mundo como este( R.A.Alves)  (Pagola,  Lucas, p 337).
tique-20Até o fim da vida, o homem está sob o regime do Advento: “O ‘agora’ eterno  já está em teu interior, esse ‘agora’ que ninguém pode encurtar, nem para atrás, nem para frente e que já começou a arrumar em ti o buquê de todos os instantes terrenos. Até o dia em que ouvirás: “Entra na alegria de teu Senhor” (Mt 25,21), estarás no regime do Advento. Deus, no momento, não espera de ti uma alegria exuberante, porque são pesadas as correntes que te prendem no tempo, mesmo que elas tenham começado a cair.  A única coisa que te é pedida é de alimentar esta alegria humilde e discreta da fé  que vive na ardorosa espera do mundo que está para vir, tão firme que faz com as coisas que caem sob nossos sentidos  não constituem a totalidade da realidade; a alegria humilde do presidiário  ainda encarcerado mas que sabe que está  para ser libertado”  (Karl Rahner).
FONTE: http://www.franciscanos.org.br/ 

domingo, 10 de dezembro de 2017

CONHECENDO O TEMPO DO ADVENTO


Alegrai-vos! Alegremo-nos! O Senhor está perto! Está próximo o Natal; está próxima a Vinda do Senhor!

Introdução

A palavra “advento” quer dizer “que está para vir”. O tempo do Advento é para toda a Igreja, momento de forte mergulho na liturgia e na mística cristã. É tempo de espera e esperança, de estarmos atentos e vigilantes, preparando-nos alegremente para a vinda do Senhor.

O Advento começa às vésperas do Domingo mais próximo do dia 30 de novembro e vai até as primeiras vésperas do Natal de Jesus contando quatro domingos.
Esse Tempo possui duas características: As duas últimas semanas, dos dias 17 a 24 de dezembro, visam em especial, a preparação para a celebração do Natal, a primeira vinda de Jesus entre nós. Nas duas primeiras semanas, a nossa expectativa se volta para a segunda vinda definitiva e gloriosa de Jesus Cristo, Salvador e Senhor da história, no final dos tempos. Por isto, o Tempo do Advento é um tempo de piedosa e alegre expectativa.

Origem

Há relatos de que o Advento começou a ser vivido entre os séculos IV e VII em vários lugares do mundo, como preparação para a festa do Natal. No final do século IV na Gália (atual França) e na Espanha tinha caráter espiritual, com jejum e abstinência e duração de 6 semanas como na Quaresma (quaresma de S. Martinho). Este caráter ascético para a preparação do Natal se devia à preparação dos catecúmenos para o batismo na festa da Epifania. Somente no final do século VII, em Roma, é acrescentado o aspecto escatológico do Advento, recordando a segunda vinda do Senhor e passou a ser celebrado durante 5 domingos.

Só após a reforma litúrgica é que o Advento passou a ser celebrado nos seus dois aspectos: a vinda definitiva do Senhor e a preparação para o Natal, mantendo a tradição das 4 semanas. A Igreja entendeu que não podia celebrar a liturgia, sem levar em consideração a sua essencial dimensão escatológica.

Teologia do Advento

O Advento recorda a dimensão histórica da salvação, evidencia a dimensão escatológica do mistério cristão e nos insere no caráter missionário da vinda de Cristo. Ao serem aprofundados os textos litúrgicos desse tempo, constata-se na história da humanidade o mistério da vinda do Senhor. Jesus que de fato se encarna e se torna presença salvífica na história, confirmando a promessa e a aliança feita ao povo de Israel. Deus que, ao se fazer carne, plenifica o tempo (Gl 4,4) e torna próximo o Reino (Mc 1,15). O Advento recorda também o Deus da revelação, Aquele que é, que era e que vem (Ap 1, 4-8), que está sempre realizando a salvação, mas, cuja consumação se cumprirá no “dia do Senhor”, no final dos tempos.

O caráter missionário do Advento se manifesta na Igreja pelo anúncio do Reino e a sua acolhida pelo coração do homem até a manifestação gloriosa de Cristo. As figuras de João Batista e Maria são exemplos concretos da missionariedade de cada cristão, quer preparando o caminho do Senhor, quer levando o Cristo ao irmão para o santificar. Não se pode esquecer que toda a humanidade e a criação vivem em clima de advento, de ansiosa espera da manifestação cada vez mais visível do Reino de Deus.

A celebração do Advento é, portanto, um meio precioso e indispensável para nos ensinar sobre o mistério da salvação e assim termos a Jesus como referência e fundamento, dispondo-nos a “perder” a vida em favor do anúncio e instalação do Reino.

Espiritualidade do advento


A liturgia do Advento nos impulsiona a reviver alguns dos valores essenciais cristãos, como a alegria expectante e vigilante, a esperança, a pobreza, a conversão.

Deus é fiel a suas promessas: o Salvador virá; daí a alegre expectativa, que deve nesse tempo, não só ser lembrada, mas vivida, pois aquilo que se espera acontecerá com certeza. Portanto, não se está diante de algo irreal, fictício, passado, mas diante de uma realidade concreta e atual. A esperança da Igreja é a esperança de Israel já realizada em Cristo, mas que só se consumará definitivamente na parusia do Senhor. Por isso, o brado da Igreja característico nesse tempo é “Marana tha”! Vem Senhor Jesus!

O tempo do Advento é tempo de esperança porque Cristo é a nossa esperança (I Tm 1, 1); esperança na renovação de todas as coisas, na libertação das nossas misérias, pecados, fraquezas, na vida eterna, esperança que nos forma na paciência diante das dificuldades e tribulações da vida, diante das perseguições, etc.

O Advento também é tempo propício à conversão. Sem um retorno de todo o ser a Cristo não há como viver a alegria e a esperança na expectativa da Sua vinda. É necessário que “preparemos o caminho do Senhor” nas nossas próprias vidas, “lutando até o sangue” contra o pecado, através de uma maior disposição para a oração e mergulho na Palavra.

No Advento, precisamos nos questionar e aprofundar a vivência da pobreza. Não pobreza econômica, mas principalmente aquela que leva a confiar, se abandonar e depender inteiramente de Deus (e não dos bens terrenos), que tem n’Ele a única riqueza, a única esperança e que conduz à verdadeira humildade, mansidão e posse do Reino.

As Figuras do Advento:

PROFETA ISAIAS: É o profeta que, durante os tempos difíceis do exílio do povo eleito, levava a consolação e a esperança. Na segunda parte do seu livro, dos capítulos 40 – 55 (Livro da Consolação), anuncia a libertação, fala de um novo e glorioso êxodo e da criação de uma nova Jerusalém, reanimando assim, os exilados. As principais passagens deste livro são proclamadas durante o tempo do Advento num anúncio perene de esperança para os homens de todos os tempos.

JOÃO BATISTA: É o último dos profetas e segundo o próprio Jesus, “mais que um profeta”, “o maior entre os que nasceram de mulher”, o mensageiro que veio diante d’Ele a fim de lhe preparar o caminho, anunciando a sua vinda (conf. Lc 7, 26 – 28), pregando aos povos a conversão, pelo conhecimento da salvação e perdão dos pecados (Lc 1, 76s). A figura de João Batista ao ser o precursor do Senhor e aponta-Lo como presença já estabelecida no meio do povo, encarna todo o espírito do Advento; por isso ele ocupa um grande espaço na liturgia desse tempo, em especial no segundo e no terceiro domingo. João Batista é o modelo dos que são consagrados a Deus e que, no mundo de hoje, são chamados a também ser profetas e profecias do reino, vozes no deserto e caminho que sinaliza para o Senhor, permitindo, na própria vida, o crescimento de Jesus e a diminuição de si mesmo, levando, por sua vez os homens a despertar do torpor do pecado.

MARIA: Não há melhor maneira de se viver o Advento que unindo-se a Maria como mãe, grávida de Jesus, esperando o seu nascimento. Assim como Deus precisou do sim de Maria, hoje, Ele também precisa do nosso sim para poder nascer e se manifestar no mundo; assim como Maria se “preparou” para o nascimento de Jesus, a começar pele renúncia e mudança de seus planos pessoais para sua vida inteira, nós precisamos nos preparar para vivenciar o Seu nascimento em nós mesmos e no mundo, também numa disposição de “Faça-se em mim segundo a sua Palavra” (Lc 1, 38), permitindo uma conversão do nosso modo de pensar, da nossa mentalidade, do nosso modo de viver, agir etc. Em Maria encontramos se realizando, a expectativa messiânica de todo o Antigo Testamento.

JOSÉ: Nos textos bíblicos do Advento, se destaca José, esposo de Maria, o homem justo e humilde que aceita a missão de ser o pai adotivo de Jesus. Ao ser da descendência de Davi e pai legal de Jesus, José tem um lugar especial na encarnação, permitindo que se cumpra em Jesus o título messiânico de “Filho de Davi”. José é justo por causa de sua fé, modelo de fé dos que querem entrar em diálogo e comunhão com Deus.







A Celebração do Advento

O Advento deve ser celebrado com sobriedade e com discreta alegria. Não se canta o Glória, para que na festa do Natal, nos unamos aos anjos e entoemos este hino como algo novo, dando glória a Deus pela salvação que realiza no meio de nós. Pelo mesmo motivo, o diretório litúrgico da CNBB orienta que flores e instrumentos sejam usados com moderação, para que não seja antecipada a plena alegria do Natal de Jesus.

As vestes litúrgicas (casula, estola, etc.) são de cor roxa, bem como o pano que recobre o ambão, como sinal de conversão em preparação para a festa do Natal com exceção do terceiro domingo do Advento, Domingo da Alegria ou Domingo Gaudete, cuja cor tradicionalmente usada é a rósea, em substituição ao roxo, para revelar a alegria da vinda do libertador que está bem próxima e se refere a segunda leitura que diz: Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito, alegrai-vos, pois, o Senhor está perto. (Fl 4, 4).

SÍMBOLOS DO ADVENTO

Vários símbolos do Advento nos ajudam a mergulhar no mistério da encarnação e a vivenciar melhor este tempo. Entre eles há a coroa ou grinalda do Advento.

Ela é feita de galhos sempre verdes entrelaçados, formando um círculo, no qual são colocadas 4 grandes velas representando as 4 semanas do Advento. A coroa pode ser pendurada no presbitério, colocada no canto do altar ou em qualquer outro lugar visível.

A cada domingo uma vela é acesa; no 1° domingo uma, no segundo duas e assim por diante até serem acesas as 4 velas no 4° domingo.

A luz nascente indica a proximidade do Natal, quando Cristo salvador e luz do mundo brilhará para toda a humanidade, e representa também, nossa fé e nossa alegria pelo Deus que vem. O círculo sem começo e sem fim simboliza a eternidade; os ramos sempre verdes são sinais de esperança e da vida nova que Cristo trará e que não passa. A fita vermelha que enfeita a coroa representa o amor de Deus que nos envolve e a manifestação do nosso amor que espera ansioso o nascimento do Filho de Deus. A cor roxa das velas nos convida a purificar nossos corações em preparação para acolher o Cristo que vem. A vela de cor rosa, nos chama a alegria, pois o Senhor está próximo. Os detalhes dourados prefiguram a glória do Reino que virá.

Podemos também, em nossas casas, com as nossas famílias, mergulhar no espírito do Advento celebrando-o com a ajuda da coroa do Advento que pode ser colocada ao lado da mesa de refeição.

Fontes:
- Província Franciscana da Imaculada Conceição – São Paulo:
- BECKHÄUSER, Frei Alberto, Coroa de Advento – história, simbolismo e celebrações, Ed. Vozes, 2006.


E QUANDO A CATEQUESE É SÓ MAIS UMA ATIVIDADE...


"Não tenho mais tempo para conversar com meus colegas catequistas para saber o que acontece na catequese. Não tenho tido tempo para preparar os encontros. Não posso frequentar reuniões e formações. Planejamento? Nem pensar. Meus afazeres e meus encargos com a família não permitem participar de mais nada. E também participo de mais uma dúzia de pastorais. Frequentemente acontecem coisas na minha vida que fazem com que eu falte aos encontros. Tenho faltado a Missa da Catequese porque tenho passeios ou tenho que fazer o almoço de domingo...”

Aí eu me pergunto: Será que essa uma hora e meia (menos uns 20 minutos porque chega atrasada), que essa pessoa dedica à catequese por semana, faz dela uma CATEQUISTA? O que ela está fazendo lá (ou “não fazendo”), em uma hora por semana, vai fazer alguma diferença na vida das crianças que estão lá para serem educadas na FÉ? Aliás, será que ela está educada na fé?

E se formos olhar a catequese nas diversas paróquias, vemos que as coisas não mudam muito de um lugar para o outro. E o triste é que, se não bastassem todas as dificuldades que enfrentamos, neste mundo tão plural; ainda temos que nos deparar com a péssima formação de alguns catequistas e a total falta de comprometimento. E olha que não estou usando a palavra "tempo" e sim "comprometimento". Comprometer-se “sem” tempo, é meio complicado.

Isso porque acho que esse negócio de tempo, ou melhor, a falta dele, é pura desculpa de quem, na verdade, não quer fazer. Vejam só, se você trabalha oito horas por dia, estuda a noite, tem marido e filhos, tem que cuidar da casa, tem ocupações e compromissos diversos no fim de semana.... Como é que vai ser catequista?? Quando? Aliás, nem sei que tipo de mãe e esposa, alguém consegue ser desse jeito.

E se você ainda consegue ser da Pastoral do dízimo, Pastoral da família, Pastoral da acolhida, ministro(a) da eucaristia, da liturgia, do ECC, coordena grupo de reflexão e ainda é Catequista... Desculpe revelar seu segredo mas, você é um SUPER HERÓI (NA) disfarçado(a)!

A catequese é, antes de tudo, uma MISSÃO! Não é só uma participação esporádica numa pastoral. Claro que dá para fazer outras coisas na Igreja também. Desde que a catequese e tudo que vêm agregado (encontros, reuniões, missas, formações, eventos) a ela, esteja sempre em PRIMEIRO LUGAR!

Uma orientação que dou aos coordenadores, que são os "recrutadores" de catequistas na paróquia: quando aparecer alguém querendo ser catequista e que já participe de mais "umas duas" outras pastorais, não se engane achando que a pessoa será "ótima" porque já tem "experiência". Ela vai ser uma pedra no seu sapato! Nunca vai ter tempo de ir a reuniões e encontros de catequistas (sempre tem outra reunião para ir, mais importante que a sua), e sempre vai achar que "não precisa" de formação porque já "sabe tudo"! Está na Igreja há milênios e em tudo quanto é lugar.

Outra coisa são aqueles que acham que ser catequista é a mesma coisa que ser professor. Normalmente, um professor vai se dar bem na catequese porque tem experiência com crianças. Um professor (a) já tem formação pedagógica, entende de psicopedagogia, tem didática, metodologia, etc. e tal... E de fato, já tem meio caminho andado para ser um bom catequista. Mas, catequese NÃO É ESCOLA e NÃO É AULA! Se esse professor (a) não tiver formação CATEQUÉTICA, vai ser sempre um “professor de religião”. E sem nem sequer ser “formado” nessa disciplina. E também vai ter inúmeras atividades na escola onde trabalha. Um professor que se dispõe a ser catequista é duplamente vocacionado! Mas, precisa ter tempo para se dedicar à catequese.

Mais uma coisa que não se deveria fazer NUNCA: botar catequista que nunca leu uma linha sobre catequese ou fez qualquer tipo de encontro ou formação, responsável direto numa turma de catequese. Salvo exceções, isso está fadado ao fracasso. Eu já vi meninas de 14, 15 anos, que fizeram a crisma "ontem", sendo catequistas. Isso é pedir para que aconteçam essas "coisinhas" que estamos falando aí. Já começam achando que não precisa “saber” muita coisa. Por que ir às formações?

Bom, eu acabei de sintetizar, na verdade, algumas “causas” da falta de comprometimento dos catequistas. E não dei solução nenhuma. As soluções existem? Claro que sim. Mas elas podem ser sintetizadas numa só palavra. Que até parece “repeteco”, mas... é a tal FORMAÇÃO!

Tem padre que não entende o alcance da catequese, catequista que caiu de para quedas, coordenador que não tem liderança e conhecimento, gente ocupada demais com outras coisas...  Isso precisa acabar! E só vai acabar com formação. E voltamos lá no começo: Ninguém tem tempo para formação! Bom, aqui está a solução mágica para tudo: O TEMPO!

Então, por mais duro que pareça ser, quem não tem tempo deve ser gentilmente aconselhado a buscar outro meio de servir. Reuniões, encontros e formações SÃO OBRIGATÓRIOS para quem quer ser catequista. Escolas catequéticas deveriam existir em todos os níveis, começando pela paróquia. E sérias, não de faz-de-conta.

E COMPROMETIMENTO e RESPONSABILIDADE, fazem parte do SER CATEQUISTA.

E assim como ninguém nasce cristão, cristão forma-se; catequista também forma-se, não nasce pronto! Ser “chamado” deve ser considerado, em primeiro lugar, “formar-se”. Os discípulos não ficaram acompanhando Jesus, por três anos, porque não tinham o que fazer. O espírito Santo só veio depois que eles estavam preparados. Jesus os preparou. Não queiramos nós acreditar que não precisamos de preparação.

Abraço

Ângela Rocha

quinta-feira, 30 de novembro de 2017

A CELEBRAÇÃO DO ADVENTO

Tudo que você precisa saber sobre o ADVENTO e a COROA!

O Tempo do Advento, (quatro semanas que antecedem o Natal), é oportunidade para um mergulho na liturgia e na mística cristã. É tempo de esperança, preparação alegre para a vinda do Senhor, meio precioso de recordar o mistério da salvação e reavivar os valores cristãos. Começa às vésperas do domingo mais próximo do dia 30 de novembro.
Tempo de esperança na renovação de todas as coisas, na libertação das nossas misérias, na vida eterna; esperança que nos forma na paciência diante das dificuldades e tribulações da vida. É tempo propício à conversão, a "preparar o caminho do Senhor", vencendo o pecado, com uma disposição maior para a Oração e mergulho na Palavra.
O Advento, deve ser celebrado com sobriedade e com discreta alegria. Não se canta o Glória, para que na festa do Natal, nos unamos aos anjos e entoemos este hino como algo novo, dando glória a Deus pela Salvação que se realiza no meio de nós. Pelo mesmo motivo, o diretório litúrgico da CNBB orienta que flores e instrumentos sejam usados com moderação, para que não seja antecipada a plena alegria do Natal de Jesus. 
As vestes litúrgicas (casula, estola, etc.) são de cor roxa, bem como o pano que recobre o ambão, como sinal de conversão em preparação para a festa do Natal, com exceção do terceiro domingo do Advento, Domingo da Alegria ou Domingo Gaudete, cuja cor tradicionalmente usada é a rósea, em substituição ao roxo, para revelar a alegria da vinda do libertador que está bem próxima e se refere a segunda leitura que diz: Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito, alegrai-vos, pois, o Senhor está perto. (Fl 4, 4). 

A COROA DO ADVENTO


Vários símbolos do Advento nos ajudam a mergulhar no mistério da encarnação e a vivenciar melhor este tempo. Entre eles há a Coroa ou Grinalda do Advento. A coroa pode ser pendurada no presbitério, colocada no canto do altar ou em qualquer outro lugar visível. A luz nascente indica a proximidade do Natal, quando Cristo salvador e luz do mundo brilhará para toda a humanidade, e representa também, nossa fé e nossa alegria pelo Deus que vem.

O círculo da coroa é símbolo do amor de Deus que é eterno, sem princípio, sem fim; também do nosso amor a Deus e ao próximo que nunca deve terminar. Além disso, o círculo dá uma ideia de união entre Deus e as pessoas, como uma grande Aliança.

Os ramos sempre verdes são sinais de esperança e da vida nova que Cristo trará e que não passa. Deus quer que esperemos a sua graça, o seu perdão misericordioso e a glória da vida eterna.

 A fita vermelha que enfeita a coroa representa o amor de Deus que nos envolve e a manifestação do nosso amor que espera ansioso o nascimento do Filho de Deus.
As quatro velas simbolizam as quatro semanas do Advento. No início, a coroa sem luz recorda-nos a experiência de escuridão do pecado. Na medida em que se aproxima o Natal, vamos acendendo uma a uma as quatro velas, representando assim a chegada, entre nós, do Senhor Jesus, luz do mundo, que dissipa a escuridão.
A cor roxa das velas nos convida a purificar nossos corações em preparação para acolher o Cristo que vem. A vela de cor rosa, nos chama a alegria, pois o Senhor está próximo. Os detalhes dourados prefiguram a glória do Reino que virá. 

Quanto à cor das velas, ainda podemos usar:

a) Três roxas e uma rosa: a cor roxa é um convite a purificar os nossos corações, para acolher o Cristo que vem. A cor rosa, no terceiro domingo, é um chamado à alegria, pois o Senhor está próximo. Detalhes dourados prefiguram a glória do Reino que virá.
b) Quatro velas nas cores litúrgicas:
Roxa - cor penitencial que lembra o perdão concedido a Adão e Eva.
Vermelha - expressa a fé de Abraão e demais Patriarcas.
Branca - simboliza a alegria do rei Davi que recebeu de Deus a promessa de uma aliança.
Verde - recorda os Profetas que anunciaram a chegada do Salvador.

c) Na falta de velas coloridas, podemos usar velas brancas ou amarelas, decorando-as com as cores das opções anteriores.
d) E elas podem ainda ser todas roxas, todas vermelhas, todas verdes ou em tons degradê.




O ato de acender as velas pode ser colocado no início da celebração eucarística, no início da liturgia da palavra ou em qualquer outro momento desde que se harmonize com a celebração. Em qualquer caso deve ser um momento que celebra o caminho de espera do Senhor. O acender das velas deve ser acompanhado de uma oração própria e de um canto, o mesmo para os quatro domingos. 

No primeiro domingo deste tempo litúrgico, acende-se a primeira vela que simboliza o perdão a Adão e a Eva. No segundo domingo, a segunda vela acesa representa a fé dos patriarcas. Eles creram no dom da terra prometida. A terceira vela simboliza a alegria do rei David, que celebrou a aliança e sua continuidade. A última vela acesa no último domingo, ou seja, que antecede o Natal, representa o ensinamento dos profetas que anunciaram um reino de paz e de justiça. 

ORIGEM DA COROA DO ADVENTO



A origem da coroa do Advento remete-nos aos povos da Alemanha, que durante a escuridão do inverno faziam a união de luzes ao redor das folhas verdes na expectativa da primavera que renovaria a natureza. A origem deste costume é pagã. Os cristãos assimilaram estas tradições, marcando a espera do natal (nascimento de Jesus, luz do mundo) com a confecção de uma coroa luminosa, nos mesmos moldes das antigas tradições germânicas. 

Entre as famílias protestantes, a coroa é originalmente feita com galhos de pinheiro enfeitado com fitas vermelhas. As velas eram roxas ou púrpuras, a cor da realeza. A quarta vela era rosa e expressava alegria. A vela do meio, incluída somente na noite do Natal, era branca e simbolizava o Cristo. Em casa cada família colocará a Coroa do Advento num lugar apropriado, num lugar de encontro da família. 

Também cabe ressaltar a importância das cores das velas. Se você adotar, por exemplo, a cor vermelha para a primeira vela, utilize matizes mais claras para as outras duas, sendo a última sempre tem que ser branca. O mesmo serve para a cor verde ou azul. As cores escuras no início representam o início de tudo, o pecado de Adão e Eva, o início da humanidade à busca da evolução através dos tempos. Sucessivamente as outras duas velas de tons mais claros (em degradê), representam a esperança e a fé. Por último a vela branca está a luz Divina enviada através de Jesus, traduzindo a pureza e a união.

Esquema dos textos da liturgia

Nas duas primeiras semanas do Advento, a liturgia expressa o aspecto escatológico do Advento, colocando nos corações a alegre expectativa pela segunda vinda de Cristo. Nas semanas seguintes, a Igreja nos prepara diretamente para a celebração do Natal do Senhor. 
O 1º domingo é a da espera vigilante do Senhor. Preparar os caminhos é o tema específico do 2º domingo do Advento. O 3º domingo apresenta os tempos messiânicos, quando Deus vem salvar-nos e a sua vinda está próxima. O 4º domingo do Advento anuncia a vinda iminente do Messias. 

TRADIÇÕES DIVERSAS A RESPEITO DAS VELAS DO ADVENTO:

Pesquisando aqui e ali, observamos que as velas mudam de cor e até de “posição” (1ª, 2ª, 3ª, 4ª), dependendo da “tradição”. Pudemos apurar basicamente quatro tradições diferentes:

PRIMEIRA:
1ª - Vela do profeta - vermelha
2ª - Vela de João Batista - Roxa
3ª Vela de Maria ou anjos - Rosa
4ª Vela de Jesus Cristo - branca.
SEGUNDA:
A primeira vela é do profeta;
A segunda vela é de Belém;
A terceira vela é dos pastores;
A quarta vela é dos anjos.
TERCEIRA
- A primeira é a vela do perdão concedido a Adão e Eva, que de mortais se tornarão seres viventes em Deus;
- A segunda é a vela da fé dos patriarcas que creem na promessa da Terra Prometida;
- A terceira é a vela da alegria de Davi pela sua descendência;
- A quarta é a vela do ensinamento dos profetas que anunciam a justiça e a paz.
QUARTA:
As quatro velas as vindas ou visitas de Deus na história, preparando sua visita ou vinda definitiva no seu Filho Encarnado, nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, representam:
- O tempo da criação: de Adão e Eva até Noé;
- O tempo dos patriarcas;
- O tempo dos reis;
- O tempo dos profetas.


FAZENDO A COROA DO ADVENTO NA CATEQUESE OU EM FAMÍLIA

Alguns modelos utilizados pelos catequistas e pelas famílias:

SIMPLES E BONITO:


- Prato descartável
- Festão
- Forma descartável de docinho de festa
- Velas (dividida ao meio)
- Fitilho paro o lacinho
- Cola quente
Acender uma vela em cada domingo do advento, junto com a família e fazer a leitura do evangelho.

COROA DO ADVENTO FEITA COM AS “MÃOS” DAS CRIANÇAS

Uma atividade interessante para se fazer: Desenhar as mãos dos catequizados num papel cartão/colorset verde e recortar, formar uma coroa imitando as folhas (que significa vida). Confeccionar a coroa emendando as mãozinhas, enfeitar com flores e fitas vermelhas e no centro colocar pequenas velinhas, vermelhas ou com as cores litúrgicas da Coroa do Advento.















ORAÇÃO DO ADVENTO: para rezar enquanto se acende cada vela...









FONTE: 
Acervo Catequistas em Formação e imagens Google.
BECKHÄUSER, Frei Alberto. Coroa de Advento: História, simbolismo e celebrações, Petrópolis, RJ: Vozes, 2006.