Hoje
tive encontro de catequese... E eu gostaria de saber onde foi que perdi a magia
desses momentos.
Falamos
hoje sobre a Eucaristia. Lemos Lucas 22, 14-20, a instituição da Eucaristia. E
as crianças sabem responder na ponta da língua o que isso significa. Sabem as
respostas sem piscar...
Mas,
sinto que elas o fazem mais na "decoreba" do que no coração.
Perguntei de um por um se eles realmente acreditavam que a hóstia consagrada
era o Corpo e Sangue de Jesus. E na hora, do meu menino mais velho, que daqui
uns dias vai fazer 14 anos, veio o titubeio: "Não Tia, não acredito!"...
É,
quem pergunta quer resposta, né? .... Aí eu lhe disse com o maior carinho
possível: "Se você não tem certeza,
não o faça, não receba a comunhão enquanto ela não tiver significado para você." Ele
então parou um instante e quase com lágrimas nos olhos me disse: "É que vem tanta coisa ruim na cabeça da
gente..." E como eu queria ter tempo para descobrir essas "coisas
ruins" e acabar com elas! Mas só pude dizer: "É para isso que Deus existe, para tirar essas coisas ruins da vida da
gente!".
Nesta
hora me senti fracassando... Sei que não sou infalível e que nem todos a gente
resgata e coloca no caminho, mas dá uma tristeza enorme saber que os
adolescentes estão tão longe de saber o que é a verdadeira
"comunhão". Claro que eu seria uma tola se imaginasse que todas as
crianças que passam pela catequese se transformam em
"católicos-modelo". Sei muito bem que a adolescência é a época "das
dúvidas" na vida da gente. É mudança física demais e exigências do
"crescer" que a gente não quer e ao mesmo tempo anseia.
Lembro
ainda do quanto xinguei Deus nos meus catorze anos. Não me conformava com as
atrocidades do mundo e culpava a Ele por tudo. Mas, eu acreditava NELE! Nos
meus momentos de angústia pedia ajuda e proteção a Ele. E hoje as crianças
sequer sentem que ele existe. Estão assim descrentes de tudo...
Pior,
também não se importam com muita coisa também.... Na semana passada, uma de
minhas catequizandas apareceu pela primeira vez no semestre, em pleno mês de
setembro. Veio com a mãe. E quis justificar o fato de ter ficado quase dois
meses de "férias". Falei que precisávamos conversar muito, colocar as
coisas “em dia”, porque ela já tinha faltado muitas vezes no semestre anterior.
E ela simplesmente não apareceu hoje. E as outras crianças me disseram que ela
comentou na escola que não tem o menor problema: Ano que vem ela faz tudo de
novo...
Ângela Rocha
08/set/2010
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