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terça-feira, 17 de janeiro de 2017

O SABER DO CATEQUISTA: PREPARAR PARA SERVIR






O Diretório Nacional de Catequese(DNC) cita estas palavras do DGC quando fala da importância da formação inicial e permanente de catequistas, tendo em vista o exercício de sua missão (ver DNC, nº 252). 

A formação de catequistas é um instrumento valioso na preparação de pessoas para o ministério catequético, pois lhes dá segurança no anúncio do Evangelho. Além disso, o/a catequista cresce e se realiza como pessoa, assumindo sua missão com alegria e satisfação. A qualidade de sua ação pastoral também é aprimorada, dinamizando suas atividades.

É por isso que muitos estão participando das Escolas Bíblico-Catequéticas regionais, diocesanas e paroquiais. Também temos cursos de pós graduação na área catequética em algumas partes de nosso país, onde várias pessoas aprofundam seus conhecimentos. Isto revela o amor e a dedicação de milhares de catequistas que generosamente investem tempo e dinheiro para melhor servir o Povo de Deus.

O DGC insiste em três aspectos do conhecimento que são importantes no exercício do ministério catequético:

- A mensagem a ser transmitida;
- O interlocutor que recebe esta mensagem;
- O contexto social em que vivemos.



A MENSAGEM

“A mensagem é mais que doutrina, pois ela não se limita a propor ideias. A mensagem é vida” (João Paulo no DNC 97). A mensagem catequética faz ecoar a mensagem de Jesus, que nos comunicou o mistério da Santíssima Trindade, Deus-Comunhão (ver DNC 100). O centro da mensagem catequética é anunciar que “a salvação é oferecida a todas as pessoas, como dom da graça e da misericórdia de Deus” (Paulo VI, Evangelii Nuntiadi 27ª).


O DNC nos apresenta alguns critérios para anunciar esta mensagem: Em primeiro lugar está a centralidade da pessoa de Jesus Cristo, depois vem a valorização da dignidade humana, o anúncio da Boa Nova do Reino de Deus, o caráter eclesial da mensagem, a exigência da enculturação e, por fim, a hierarquia das verdades da fé (ver DNC 105). Importante ressaltar que a fonte da mensagem a ser anunciada encontra-se na Palavra de Deus transmitida na Tradição e na Escritura tenha uma posição pró-eminente” (DGC 127).

O INTERLOCUTOR

Em vez de falar de “destinatário”, o DNC prefere usar “interlocutor”, já que o catequizando interage no processo catequético (ver DNC, cap. 6). Além de levar em consideração as diferentes etapas da vida humana (idosa, adulta, juvenil, adolescente, infantil), faz-se necessário não esquecera catequese na diversidade, que inclui os grupos indígenas, afro-brasileiros, as pessoas com deficiência, os marginalizados e excluídos, as pessoas em situações canonicamente irregulares. Ainda devem ser tidos em conta os grupos diferenciados (profissionais liberais, artistas, universitários, migrantes...), os diversos ambientes (rural e urbano), contexto sócio-religioso (pluralismo cultural e religioso, a religiosidade popular, o ecumenismo, o diálogo inter-religioso, os recentes movimentos religiosos), e o contexto sócio-cultural (inculturação, comunicação e linguagem) para que possamos alcançar a todos.

O CONTEXTO SOCIAL

O parágrafo 86 do DNC cita a Constituição do Vaticano ll, Gaudim et Spes 1: “as  alegrias e esperanças, as tristezas e  angustias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem, são  também as alegrias e as esperanças, as tristezas e as angustias dos discípulos de Cristo.” Portanto, a vida humana e tudo aquilo que a envolve faz parte do anúncio catequético, que não pode ignorar o mundo em que vivemos.
                           


O QUE UM CATEQUISTA PRECISA CONHECER?

 Levando em consideração a mensagem, o interlocutor e o contexto social, o (DNC nº269) apresenta os conteúdos que um catequista precisa conhecer para desempenhar com qualidade e segurança seu ministério:



- A Palavra de Deus, fonte da catequese: “A Sagrada Escritura deverá ser a alma da formação”;

- o núcleo básico da nossa fé: as quatro colunas (Credo, Sacramentos, Mandamentos/Bem-aventuranças, Pai-Nosso);

- as ciências humanas, de modo especial um pouco de pedagogia e psicologia;

- o Catecismo da Igreja Católica e os documentos catequéticos ( Catequese Renovada, Catechesi Tradendae, DGC, DNC...);

- a pluralidade cultural e religiosa: educação para o diálogo com o diferente;

- os acontecimentos da história: descoberta dos sinais e dos desígnios de Deus;

- a realidade local: história, festas e desafios do lugar em que se vive;

- os fundamentos teológicos da ação pastoral: rosto misericordioso, profético, ministerial, comunitário, ecumênico, celebrativo e missionário.


O saber não é algo isolado, mas está em conexão com o ser (pessoa) e o saber fazer (metodologia) do catequista. Um catequista bem preparado será capaz de formar discípulos de Jesus comprometidos com a causa do Evangelho e do Reino: vida plena para todos. Isto inclui todas as dimensões da vida humana, que precisam ser fecundadas pela semente do Evangelho. A formação é o espaço que temos para nos tornar “adultos na fé rumo à maturidade em Cristo.”



Pe. Videlson Teles de Meneses

Fonte: CNBB




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