O Diretório Nacional de Catequese(DNC) cita estas palavras do DGC
quando fala da importância da formação inicial e permanente de catequistas,
tendo em vista o exercício de sua missão (ver DNC, nº 252).
A formação de catequistas é um instrumento valioso na preparação de
pessoas para o ministério catequético, pois lhes dá segurança no anúncio do
Evangelho. Além disso, o/a catequista cresce e se realiza como pessoa,
assumindo sua missão com alegria e satisfação. A qualidade de sua ação
pastoral também é aprimorada, dinamizando suas atividades.
É por isso que muitos estão participando das Escolas
Bíblico-Catequéticas regionais, diocesanas e paroquiais. Também temos cursos
de pós graduação na área catequética em algumas partes de nosso país, onde
várias pessoas aprofundam seus conhecimentos. Isto revela o amor e a
dedicação de milhares de catequistas que generosamente investem tempo e
dinheiro para melhor servir o Povo de Deus.
O DGC insiste em
três aspectos do conhecimento que são importantes no exercício do ministério
catequético:
- A mensagem a ser transmitida;
- O interlocutor que recebe esta mensagem;
- O contexto social em que vivemos.
A MENSAGEM
“A
mensagem é mais que doutrina, pois ela não se limita a propor ideias. A
mensagem é vida” (João Paulo no DNC 97). A mensagem catequética faz ecoar a
mensagem de Jesus, que nos comunicou o mistério da Santíssima Trindade,
Deus-Comunhão (ver DNC 100). O centro da mensagem catequética é anunciar que
“a salvação é oferecida a todas as pessoas, como dom da graça e da
misericórdia de Deus” (Paulo VI, Evangelii Nuntiadi 27ª).
O DNC nos apresenta alguns critérios para anunciar esta mensagem: Em
primeiro lugar está a centralidade da pessoa de Jesus Cristo, depois vem a
valorização da dignidade humana, o anúncio da Boa Nova do Reino de Deus, o
caráter eclesial da mensagem, a exigência da enculturação e, por fim, a
hierarquia das verdades da fé (ver DNC 105). Importante ressaltar que a fonte
da mensagem a ser anunciada encontra-se na Palavra de Deus transmitida na
Tradição e na Escritura tenha uma posição pró-eminente” (DGC 127).
O INTERLOCUTOR
Em vez de falar de “destinatário”, o DNC prefere usar “interlocutor”,
já que o catequizando interage no processo catequético (ver DNC, cap. 6).
Além de levar em consideração as diferentes etapas da vida humana (idosa,
adulta, juvenil, adolescente, infantil), faz-se necessário não esquecera
catequese na diversidade, que inclui os grupos indígenas, afro-brasileiros,
as pessoas com deficiência, os marginalizados e excluídos, as pessoas em
situações canonicamente irregulares. Ainda devem ser tidos em conta os grupos
diferenciados (profissionais liberais, artistas, universitários, migrantes...),
os diversos ambientes (rural e urbano), contexto sócio-religioso (pluralismo
cultural e religioso, a religiosidade popular, o ecumenismo, o diálogo
inter-religioso, os recentes movimentos religiosos), e o contexto
sócio-cultural (inculturação, comunicação e linguagem) para que possamos
alcançar a todos.
O CONTEXTO SOCIAL
O parágrafo 86 do DNC cita a Constituição do Vaticano ll, Gaudim
et Spes 1: “as alegrias e
esperanças, as tristezas e angustias
dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem, são também as alegrias e as esperanças, as
tristezas e as angustias dos discípulos de Cristo.” Portanto, a vida humana e
tudo aquilo que a envolve faz parte do anúncio catequético, que não pode ignorar
o mundo em que vivemos.
Levando em consideração a mensagem, o interlocutor e o contexto
social, o (DNC nº269) apresenta os conteúdos que um catequista precisa
conhecer para desempenhar com qualidade e segurança seu ministério:
- A Palavra de Deus, fonte da catequese: “A Sagrada Escritura deverá
ser a alma da formação”;
- o núcleo básico da nossa fé: as quatro colunas (Credo, Sacramentos,
Mandamentos/Bem-aventuranças, Pai-Nosso);
- as ciências humanas, de modo especial um pouco de pedagogia e
psicologia;
- o Catecismo da Igreja Católica e os documentos catequéticos (
Catequese Renovada, Catechesi Tradendae, DGC, DNC...);
- a pluralidade cultural e religiosa: educação para o diálogo com o
diferente;
- os acontecimentos da história: descoberta dos sinais e dos desígnios
de Deus;
- a realidade local: história, festas e desafios do lugar em que se
vive;
- os fundamentos teológicos da ação pastoral: rosto misericordioso,
profético, ministerial, comunitário, ecumênico, celebrativo e missionário.
O saber não é algo isolado, mas está em conexão com o ser (pessoa) e o
saber fazer (metodologia) do catequista. Um catequista bem preparado será capaz de formar discípulos de Jesus
comprometidos com a causa do Evangelho e do Reino: vida plena para todos.
Isto inclui todas as dimensões da vida humana, que precisam ser fecundadas
pela semente do Evangelho. A formação é o espaço que temos para nos tornar
“adultos na fé rumo à maturidade em Cristo.”
Pe. Videlson Teles de Meneses
Fonte: CNBB
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