Se houve diaconisas (Febe, nossa irmã, diaconisa, citada por Paulo em sua carta aos Romanos 16,1.2) por que não haveria novamente? Se a partir do século XII o número de mulheres canonizadas supera o de homens, quais as lições que devemos tirar para a estrutura concreta da Igreja no século XXI?
Se houve mulheres chamadas apóstolas como Júnia (Rm
16,7) por que não outra vez? Se houve profetisas, como Miriam, Ana, Noadias, e
matriarcas como Sara, Rebeca, Raquel, e líderes guerreiras como Débora, Jael, Dalila, Rute,
a mãe dos Macabeus, e tantas mártires de nossa América Latina por
que não reconhece-las formalmente na Igreja?
Se houve coordenadoras de Igrejas domésticas, como Priscila (1 Cor 16,19), Lídia em Filipos (At.16,15), Júlia (Rm 6,15), Ninfa em Laodiceia (Cl 4,15) e as coordenadoras de grupos de famílias nas ruas, bairros e pastorais diversas, por que não mulheres nas coordenações e na Cúria Romana? As mulheres são ministras da palavra e da coordenação de grande habilidade e compaixão.
Sobre o diaconato feminino, há a opinião
favorável do eminente teólogo Monsenhor Dr. Roberto Mascarenhas
Roxo: “Se a revelação
permite o diaconato feminino e a história o comprova, a cultura moderna o exige
como resposta coerente da Igreja aos movimentos de valorização da mulher; a
pastoral pede o diaconato feminino (ROXO, 1993, p.23-24)”.
* Fernando Altemeyer Jr., teólogo
leigo, graduado em Filosofia e em Teologia, mestre em Teologia e Ciências
da Religião pela Universidade Católica de Louvain-La-Neuve, na Bélgica, e
doutorado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo - PUC. Atualmente é professor e integra o Departamento de Ciência da
Religião, da Faculdade de Ciências Sociais da PUC-SP.
FONTE:
ALTEMEYER, Fernando Jr. Ministérios participativos em
Igreja Sinodal. Letra i) Ministérios Femininos. 13 de janeiro de 2021, Disponível em https://www.ihu.unisinos.br/78-noticias/606079-ministerios-participativos-em-igreja-sinodal-artigo-de-fernando-altemeyer-jr . Acesso em 12 abr 2022.
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