Como fazer um bom "Encontro com os pais"?
Os
“Encontro de Pais” precisam acontecer. Mesmo que seja uma vez só no ano... E aqui
vão algumas dicas de como conduzi-los.
Todo e qualquer encontro
precisa de OBJETIVO.
Realizar
encontro para cumprir calendário e cronograma, ou mesmo porque “está no
planejamento”, é pura perda de tempo. Todos os encontros e reuniões precisam
ter um “motivo” válido. É preciso analisar o grupo que você quer envolver.
- Afinal, qual a realidade destes
pais?
- Estes pais já não têm uma agenda
cheia com trabalho, estudo e um monte de outras coisas?
- Qual a real necessidade da reunião
ou encontro para o grupo de pais?
- Esta reunião precisa ser feita?
- Avisos e informativos podem ser
feitos por escrito ou mesmo através do e-mail.
- Os encontros e reuniões de pais
jamais devem ser um “incômodo” na vida deles.
E se o problema detectado
é a falta de envolvimento com os pais na catequese dos filhos? O que fazer?
Infelizmente
essa é uma realidade de quase todas as paróquias e pastorais catequéticas. É
fruto da própria realidade sócio-cultural em que vivemos. A catequese é tratada
como se fosse uma “aula de religião” ou uma obrigação social. Necessária para
adquirir certo conhecimento “religioso” para “adquirir” os sacramentos da
Eucaristia e Crisma, essa é a visão da maioria dos pais.
Vocês
já foram às reuniões de pais de uma escola? A presença só é maciça se for por
alguma obrigatoriedade como: pegar boletim, justificar faltas das crianças,
notas baixas, etc. Como na catequese não tem nada disso, a maioria dos pais
pensa duas vezes antes de ir. Por que ficar sentado lá, uma hora ou mais, se
depois posso pegar a coisa por escrito?
A
verdade é que “Encontros de pais”, precisam ser encarados como “formação” ou catequese mesmo! Ou seja, é preciso por
no planejamento anual a catequese para
os pais. Sente-se a necessidade de oração, espiritualidade, partilha,
solidariedade na vida das famílias. Todos os problemas que temos, envolvendo
comportamento, falta de assiduidade, desinteresse e a própria falta de vivência
de Igreja, deve-se a falta de
evangelização das famílias. Essa nossa catolicidade “herdada” já não
funciona mais. Ser cristão não é fator genético.
Que tipo de “formação” os
pais necessitam? O que tratar nos encontros de catequese com os pais?
Normalmente
os pais passaram por algum tipo de catequese ao longo da vida, seja na infância
ou nos cursos de noivos, batismo, encontros de casais, etc. Espera-se, portanto,
que eles tenham algum conhecimento da doutrina religiosa e dos pilares da nossa
fé: Orações, sacramentos, Credo, Mandamentos, história da salvação, vida de
Jesus e história da Igreja.
Espera-se... no entanto, o que percebemos é que a
catequese que eles tiveram é, na maioria das vezes, muito superficial. Como
precisamos trabalhar com a premissa de que precisamos
deles para nos ajudar na catequese dos filhos, recomenda-se que os
conteúdos abordados com a família sejam os mesmos abordados com as crianças,
claro que, numa linguagem adulta e mais dinâmica.
Exemplos:
- Conhecimento da Bíblia, os pais precisam saber
manusear a Bíblia para junto com os filhos, fazer leituras. Nada como um
encontro para “relembrar” isso dando pequenas dicas sobre ela;
- A cada etapa da catequese
reforça-se um conjunto de orações católicas: Santo Anjo, Ave Maria. Pai
Nosso. Ideal é que se faça um encontro sobre “Orações” onde se reforce a necessidade dos pais orarem com os
filhos e os incentivarem também a fazer orações espontâneas, a participar
dos momentos de oração com a comunidade, terços, novenas, grupos de
oração, etc.
- Assim como é necessário relembrar
os grandes pilares da fé como o Credo,
os Mandamentos e Bem-aventuranças;
- Recordar os sacramentos,
principalmente dos da Iniciação: Batismo,
Eucaristia e Confirmação juntamente com a Reconciliação.
- Outro tema importante é o “Ser Igreja”, e aqui se inclui a
Liturgia (Missa), Ano litúrgico, os atos de caridade e fraternidade
(dízimo e outras contribuições), etc.
Quando fazer o encontro é encarado
como uma “obrigação” e não uma necessidade
Um
grande equívoco acontece quando as coordenações se vêem na “obrigação” de fazer
os ditos “encontros”... Que acabam virando “reunião”. E muito maçantes por
sinal. Como ele está lá, no planejamento anual e “tem que” acontecer, o
encontro vira um "atropelo" e não se prepara uma pauta com objetivo
ou uma razão específica para reunir os pais. Aí, aproveita-se a presença
destes, para despejar tudo que se tem a fazer no ano e perde-se totalmente o
foco do que é a “catequese” com os pais.
Fazer encontro com todos
os pais da catequese ou dividir por etapas?
Uma
coisa que acontece, para poupar “tempo” são os encontros de pais envolvendo
multidões, ou seja, envolvendo todos os pais, independente da etapa em que
estão os filhos. Isso não traz bons resultados. Um auditório cheio não
proporciona o clima de acolhimento e “intimidade” que se precisa criar. Afinal
estamos falando de “encontro” e não de reunião. Interessante é que se reúnam
pequenos grupos.
Apesar
disso, reuniões se fazem necessárias na catequese. Reuniões mesmo, onde se
passe o cronograma do ano, as normas gerais da paróquia/diocese para a catequese,
o que se espera dos pais e o que se espera das crianças (número de encontros,
freqüência, etc.), qual o conteúdo da catequese, enfim. Temos também as
reuniões para se organizar os grandes eventos como a celebrações do sacramento
e as entregas. Mas estas reuniões devem ser feitas separadamente, somente para
os pais das turmas interessadas.
Mas,
atenção! Nunca misture as coisas. Fazer uma “reunião”, cheia de avisos e
informações, junto com um “encontro”, com oração, espiritualidade e reflexão; é
um erro enorme. No mínimo, uma das duas coisas, vai ser encarada pelos pais
como “cansativo” e “desnecessário”.
Como então, “administrar”
os encontros de pais?
Essa
é uma coisa que se pode copiar das ciências sociais, como a administração por
exemplo:
- A
primeira coisa, claro, é que a reunião ou encontro tem que ter um objetivo
que deve ter sido pensado antecipadamente.
- Depois
precisa ter uma pauta e um cronograma do tempo necessário.
- Cada
pessoa que se pretenda envolver precisa ser “convidada” ou “participada” da
reunião ou encontro.
- Quando
se trata de encontro, é um convite. Afinal se você convida alguém para um
encontro, essa pessoa tem o direito de se recusar a ir.
- Quando
é uma reunião, é uma convocação. Trata-se da necessidade de resolver algum
assunto. Se os pais precisam decidir algo ou precisam ser informados sobre
o andamento da catequese, precisam estar lá. E para isso se faz ata e
lista de presença.
É
preciso diferenciar uma coisa da outra. Assim como é preciso PLANEJAR. E
planejar com carinho! Discutir com o grupo, ver as reais necessidades com
relação aos conteúdos abordados. Muitas vezes um simples café da manhã com os
pais, sem discutir assunto algum, é muito mais frutífero do que um encontro com
palestra e reflexão. Estes encontros “informais” proporcionam um conhecimento mais
“íntimo” entre catequista e família.
Vamos
pensar nisso!
Ângela Rocha
Catequistas em Formação
2 comentários:
Muito boa a colocação do tema, realmente muito esclarecedora, como catequista e mãe de catequizandos, muitas vezes sinto vergonha de algumas reuniões, encontros ou retiro dos quais participo, fazem apenas porque está previsto no calendário. Da para perceber claramente o tédio dos pais.
Parabéns catequista pelas colocações, sou catequista a mais de 50 anos e vou morrer não concordando com muitas atitudes e decisões por parte de alguns catequstas
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