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segunda-feira, 30 de junho de 2025

EVANGELII NUNTIANDI (1975): 50 ANOS DE UM DOCUMENTO QUE É LUZ PARA A IGREJA

                      

EVANGELII NUNTIANDI (1975)

📘 Sobre a Evangelização no Mundo Contemporâneo

Este ano o Documento do Papa Paulo VI completa 50 anos. A Evangelii Nuntiandi continua sendo uma luz para a missão da Igreja no mundo de hoje, especialmente para nós catequistas. É tempo de redescobrir sua riqueza e renovar nosso compromisso com o anúncio do Evangelho.


✍️ Autor: O autor é o Papa Paulo VI (Giovanni Battista Montini), que foi papa de 1963 a 1978. Ele deu continuidade ao Concílio Vaticano II e teve um papel essencial na renovação da Igreja no diálogo com o mundo moderno. Paulo VI tinha uma forte preocupação com a missão da Igreja de ser presença viva de Jesus entre as pessoas, especialmente os pobres, os que sofrem e os que estão longe da fé.

Publicada em 8 de dezembro de 1975, a Evangelii Nuntiandi é uma exortação apostólica escrita pelo Papa Paulo VI, fruto das reflexões do Sínodo dos Bispos sobre a Evangelização realizado em 1974. O documento é considerado até hoje um marco na reflexão sobre a missão evangelizadora da Igreja, com grande influência em documentos posteriores, como a Evangelii Gaudium do Papa Francisco.

🎯 O objetivo do documento 

O Papa Paulo VI quis responder à pergunta: “O que significa evangelizar hoje?”. Diante dos desafios do mundo moderno – marcado por mudanças culturais, crises de fé, secularização e injustiças sociais – o documento afirma com força que evangelizar é a missão essencial da Igreja. A Igreja existe para anunciar Jesus Cristo, e isso deve acontecer em todos os lugares: nas famílias, nas ruas, nas escolas, no ambiente de trabalho, nos meios de comunicação e na própria comunidade cristã.

Nesse documento, a Igreja reforça que evangelizar é a missão essencial da comunidade cristã e que todos os batizados são chamados a ser discípulos missionários, ou seja, a viver e anunciar o Evangelho com a própria vida. 

🧩 O que é evangelizar? 


No número 22, o Papa afirma: “Evangelizar não é somente pregar uma doutrina, mas sim anunciar Jesus Cristo com palavras e com a vida.”

Ou seja, evangelizar envolve:
  • A transformação interior das pessoas e das comunidades;
  • O testemunho da vida cristã;
  • O anúncio explícito de Jesus, do seu amor e da sua salvação;
  • A adesão do coração à fé;
  • A entrada na vida da comunidade eclesial (Igreja);
  • A participação nos sacramentos e nas obras de caridade;
  • A ação missionária, que se expande para alcançar os mais distantes.
Essa definição é justamente a que aparece no número 24. Em linguagem simples: evangelizar é convidar as pessoas a encontrarem-se com Jesus e a viverem como Ele viveu.

Por que a Evangelii Nuntiandi é importante para os catequistas?

Porque mostra que a evangelização não é só falar de Jesus, mas viver como Ele viveu, dar testemunho, criar comunhão e tocar os corações. A catequese é uma forma de evangelização, e os catequistas são peças fundamentais nesse processo, ajudando a formar cristãos conscientes, comprometidos e missionários. 

🧑‍🏫 E o papel do catequista? 

A Evangelii Nuntiandi também fala da importância dos leigos na evangelização. E isso inclui de forma especial os catequistas.

O catequista:

  • Evangeliza evangelizando-se: precisa estar em constante conversão e formação.
  • É chamado a ser testemunha viva da fé, mais do que apenas um “professor” de religião.
  • Precisa comunicar a alegria do Evangelho, adaptando a linguagem aos tempos atuais, sem perder a essência da fé.
  • Deve formar discípulos missionários, ou seja, cristãos que também evangelizam outros. 

Uma evangelização que transforma 

Outro ponto central do documento é a ligação entre evangelização e promoção humana. O Papa Paulo VI afirma que: “Não há evangelização verdadeira se não houver também uma libertação do ser humano em todas as suas dimensões.” Isso significa que evangelizar também é lutar contra a pobreza, a injustiça, o racismo, a exclusão e toda forma de desumanização. O anúncio do Evangelho deve estar sempre ligado à promoção da dignidade de cada pessoa.

 📣 Relevância atual

Mesmo tendo sido escrito há 50 anos, a Evangelii Nuntiandi continua extremamente atual. Muitos dos desafios que ela aponta ainda estão presentes hoje: o enfraquecimento da fé, a indiferença religiosa, o individualismo, as desigualdades sociais e a busca por sentido.

Papa Francisco, inclusive, chamou esse documento de “o maior texto pastoral da história da Igreja” e o usou como inspiração direta para sua própria exortação Evangelii Gaudium, publicada em 2013. 

Para nós, catequistas, a Evangelii Nuntiandi é um chamado à missão com alegria, coragem e esperança. Evangelizar é mais do que ensinar conteúdos: é compartilhar a vida de Jesus, é caminhar com as pessoas, é fazer ecoar o amor de Deus no mundo concreto. 

Frases Evangelii Nuntiandi 

A evangelização, por tudo o que dissemos é uma diligência complexa, em que há variados elementos: renovação da humanidade, testemunho, anúncio explícito, adesão do coração, entrada na comunidade, aceitação dos sinais e iniciativas de apostolado. (EN 24) 

A libertação que a evangelização proclama e prepara é aquela mesma que o próprio Jesus Cristo anunciou e proporcionou aos homens pelo seu sacrifício. (38) 

Dar a conhecer Jesus Cristo e o seu Evangelho àqueles que não os conhecem, é precisamente, a partir da manhã do Pentecostes, o programa fundamental que a Igreja assumiu como algo recebido do seu Fundador. Todo o Novo Testamento, e duma maneira especial os Atos dos Apóstolos, dão testemunho de um momento privilegiado e, de algum modo, exemplar, desse esforço missionário, que viria em seguida a assinalar toda a história da Igreja. (EN 51) 

Se é verdade que este primeiro anúncio se destina especialmente àqueles que nunca ouviram a Boa Nova de Jesus e às crianças, é verdade também que ele se demonstra cada dia mais necessário, e isto por causa das situações de descristianização frequentes nos nossos dias, igualmente para multidões de homens que receberam o batismo, mas vivem fora de toda a vida cristã, para as pessoas simples que, tendo embora uma certa fé, conhecem mal os fundamentos dessa mesma fé, para intelectuais que sentem a falta de um conhecimento de Jesus Cristo sob uma luz diversa da dos ensinamentos recebidos na sua infância, e para muitos outros ainda. (EN 52)

 É um sinal de amor a preocupação de comunicar a verdade e de introduzir na unidade. Será igualmente um sinal de amor devotar-se sem reservas e sem subterfúgios ao anúncio de Jesus Cristo.(EN 79).

 

Para ler o documento na íntegra, clique no link abaixo: 

https://www.vatican.va/content/paul-vi/pt/apost_exhortations/documents/hf_p-vi_exh_19751208_evangelii-nuntiandi.html


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quinta-feira, 19 de junho de 2025

ACESSIBILIDADE, INCLUSÃO E BÍBLIA


Acessibilidade é um termo bastante utilizado hoje em dia, especialmente quando se refere a pessoas com deficiência. Porém, nos remete a outro, que é Inclusão. Podemos definir Inclusão como ação de incluir, compreender, envolver, fazer tomar parte de ações que construam cidadania. Cidadania, entendida como medida de qualidade de vida humana. A acessibilidade é a derrubada das diversas barreiras que impedem que as pessoas desfrutem plenamente da vida, como: atitudinais, arquitetônicas, culturais.

Ao longo da história podemos notar diferenças de comportamento em relação às pessoas com deficiência. Isto pode ser observado na própria Bíblia. Partindo do AT é fácil perceber que a mentalidade estava muito distante dessa temática, pois, ao contrário do que buscamos hoje, toda doença era tida como castigo de Deus, consequência do pecado. A concepção de dignidade estava ligada a exterioridades, seja de aparências ou de riquezas. E esses mesmos fatores davam acesso ou exclusão na religião e na sociedade.

De fato, podemos comungar com o que dizia o teólogo Dietrich Bonhöffen em seu convite a viver em Deus sem Deus, pois considera que nossa concepção de Deus, ao menos para muitos, é semelhante à imagem e ao ser e fazer dos poderosos deste mundo que controlam tudo dentro de seus interesses e que têm seus comparsas para manter o controle das gentes sem dar acesso ao seu ser e fazer. Embora a própria Bíblia em Gênesis 1, aponte a dignidade humana em ser criado/a à imagem e semelhança de Deus.

Já no Novo Testamento com a encarnação de Deus na pessoa de Jesus Cristo, muda o foco, colocando Deus como fonte que está presente, porém, deu todas as condições, a capacidade e a liberdade ao ser humano para se autogerenciar, e, na unidade e diversidade, organizar este mundo. À semelhança do rio que não é mais fonte e procura livremente o seu leito.

Jesus veio restaurar o reconhecimento dos seres humanos como presença, imagem viva do Pai. Toda sua ação esteve e está voltada para recuperar a dignidade de cada ser e sua participação no processo da sociedade. Como nos diz o teólogo espanhol Antonio Pagola, Jesus não veio para ver se estamos mais ou menos fiéis a Deus, mas sim para inaugurar um novo projeto de relações entre os seres humanos, sua base são as relações entre nós. Sua proposta de construir o Reino de Deus aqui é a base de seu projeto.

E por esta razão, toda a ação de Jesus se baseia na recuperação da imagem do Pai que se encontrava ferida e denegrida na pessoa marginalizada, doente, com deficiência, que já não era aceita na religião e na sociedade da época. Sua ação foi de reabilitar a todos e todas para reintegrar-se na sociedade (“vai apresentar-te no templo”…). Para que o Pai volte a ser reconhecido e amado na sua imagem viva.

Nos relatos de Seus encontros com as pessoas, há ênfase na devolução da dignidade da vida; Jesus as acolhe, é solidário com elas, coloca-as no convívio social e respeita-as nas suas potencialidades (João 5.6-7, 8-9; João 9.1, 3,7; Lucas 18.35, 40; Marcos 8.23; 46-47; João 9.9; João 5.14; Lucas 17.14). Sua dinâmica era de cercania, de proximidade, de tocar a pessoa, de senti-la no toque de pele, de solidariedade concreta e de convite “Levanta-te e anda”.

Diríamos hoje, recuperava a autoestima, devolvia a cada um/a seu valor, por reconhecer em cada pessoa a presença de Deus (tudo o que fizerdes ao menor dos meus irmãos e irmãs estarão fazendo a mim…). Ele não quer ser buscado nas alturas, mas ao nosso lado. Por isso podemos afirmar que todo amor a Deus passa pelo amor aos irmãos e irmãs que estão ao nosso lado. Deus se fez real, humano, em Jesus, e é real nas pessoas que estão a caminho conosco, assim como se faz real e presente em toda a criação também nos deixou a eucaristia onde Ele deu o seu corpo como alimento para nossa caminhada, deixando presente seu gesto máximo do amor que foi sua entrega por nós na cruz.

A terminologia utilizada hoje nem existia naquele tempo, mas, a ação de Jesus era clara e transparente. Se nos consideramos seguidores de Jesus pautaremos nossa vida por aquilo que Ele foi e ainda quer ser em nós.

Somamos a isto o que constitui o foco central do Seu projeto, ou seja, sua única ordem, seu único mandamento: “O que vos mando é que vos ameis uns aos outros” (João 15,17; João 13,34).

Em nossa compreensão toda ação que visa à inclusão e à acessibilidade real e concreta passa pela superação das barreiras físicas e, mais ainda, pela superação das barreiras, a começar pelas atitudinais que nos pedem uma mudança no modo de pensar, conviver e de acolher as diferenças mais ou menos profundas que caracterizam, não só a natureza, mas toda a realidade dos seres humanos. Acolher e amar esta diversidade é enriquecer e possibilitar nossas convivências e a inclusão de todos e todas na vida eclesial e social.

Neste espírito ousamos reconvidar-nos para a dinâmica da Samaritana que não teve medo de seus limites e se dispôs a buscar o Novo que permitiu novas perspectivas de vida. E lembramos do papa Francisco que nos convidou à humildade e a exercitar em nós um coração misericordioso, capaz de sentir a realidade do próximo e dar-nos o ânimo e a coragem de ir ao seu encontro e fazer caminho juntos.

Fr. Nelson Junges ofm (Com a colaboração de Pra Vera Lucy Prates) 

MANUAL DE CATEQUESE INCLUSIVA


 📘LANÇAMENTO ESPECIAL!

IGREJA DE TODOS, CATEQUESE PARA CADA UM
Manual de Catequese Inclusiva – por Ângela Rocha

O manual que faltava para transformar sua catequese em um espaço verdadeiramente inclusivo e evangelizador!


São 132 páginas divididas em três partes:
✅ Fundamentação teórica
✅ Caminhos e propostas para a inclusão
✅ Atividades práticas acessíveis e adaptadas

👉 Compartilhe com sua paróquia, grupo de catequistas e comunidade!

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🚀 Vamos juntos construir uma catequese onde todos têm lugar e cada um é respeitado em sua singularidade.





segunda-feira, 16 de junho de 2025

RECURSOS PEDAGÓGICOS PARA A CATEQUESE INCLUSIVA



Ícone “Inclusão” por Freepik, disponível em Flaticon, licenciado sob Free License (with attribution).
 
Para que a catequese seja verdadeiramente acolhedora e eficaz, é essencial o uso de recursos pedagógicos inclusivos que respeitem a diversidade dos catequizandos. A Igreja, por meio do Diretório Nacional de Catequese e documentos específicos como “Pessoas com deficiência, interlocutoras da catequese” (CNBB, 2008), destaca a importância de adaptar métodos e linguagens para facilitar a comunicação, a compreensão e a participação ativa de todos, especialmente das pessoas com deficiência. Ferramentas como os pictogramas, a linguagem simbólica, o uso de recursos visuais e tecnológicos, entre outros, são fundamentais para promover uma catequese acessível, sensível às necessidades individuais e que favoreça a autonomia e o protagonismo de cada pessoa na vida da comunidade e na vivência da fé.

📌 O que é um pictograma?

Um pictograma é uma imagem simples e clara que representa uma palavra, ideia ou ação por meio de símbolos visuais. Ele é uma forma de comunicação visual não verbal muito utilizada para facilitar a compreensão de conteúdos por pessoas com dificuldades de leitura, deficiência intelectual, autismo, dislexia, entre outras condições.

Os pictogramas ajudam na inclusão, pois tornam a informação mais acessível. São utilizados em placas de sinalização, materiais escolares, rotinas visuais, manuais e também na catequese inclusiva para reforçar conceitos e auxiliar na comunicação.

📘 Exemplos de pictogramas para usar na Catequese Inclusiva:

🕊️ Elementos da fé cristã

🖼️ Pictograma

📝 Significado

🖼️ Pictograma

📝 Significado

📖

Bíblia

🙏

Oração

Jesus / Fé

🕊️

Espírito Santo

Igreja

🍞

Pão

Eucaristia / Missa

🍷

Cálice / Sangue de Cristo

🔥

Fogo do Espírito Santo / Pentecostes

👑

Jesus (Rei / Senhor)

🌹

Maria (Pureza / Amor Materno)

👨‍👩‍👧‍👦

Família

🧑‍🤝‍🧑

Amigos

  

🧠 Apoio a compreensão e rotina

🖼️ Pictograma

📝 Significado

🖼️ Pictograma

📝 Significado

👂

Ouvir

👀

Olhar / Observar

🧍‍♂️

Levantar / Ficar de pé

🪑

Sentar-se

Esperar / Pausa

❤️

Ajudar/ cooperar

(Amor / Caridade)

🤝

Ajudar / Cooperar

🚶

Andar/ caminhar

📌

Fixar (tachinha)

💡

Ideia/ Dica

 

📆 Organização do encontro

🖼️ Pictograma

📝 Significado

🖼️ Pictograma

📝 Significado

Hora do encontro

📅

Data do encontro

📘

Leitura (Livro)

🎵

Música / Louvor

📒

Caderno

🧸

Brincar/ brincadeira

🎨

Atividade artística (pincel ou lápis de cor)

Compromisso / Tarefa / Lembrete (ícone de check ou caderno)

📷

Dinâmica (ícone de grupo ou câmera para registrar)

🍎🥤🥪

Lanche

💧

Água / Beber água

🚻

Banheiro

⏸️

Intervalo / Pausa

🛠️ 

 Ferramentas/construir

 💡 Dica extra:

Se quiser usar pictogramas reais e visuais (desenhos) em vez de emojis, recomendo:

🔗 ARASAAC – Banco de Pictogramas Gratuitos em Português - oferece pictogramas gratuitos e em português para uso educacional e catequético. Eles são muito utilizados na educação inclusiva e são bem aceitos visualmente por crianças e adolescentes.

Lá você pode:

  • Baixar imagens com fundo branco ou transparente.
  • Criar rotinas visuais com pictogramas.
  • Traduzir palavras e frases automaticamente com imagens.

💡 DICA DE LEITURA

"Pessoas com deficiência, interlocutoras da catequese", publicado em 2008. Este é um dos raros documentos que orientam a inclusão das pessoas com deficiência na catequese. Ele aborda desde a fundamentação teológica e pastoral da inclusão, até propostas práticas para garantir acesso, participação e protagonismo dessas pessoas na vida eclesial, destacando a importância de recursos pedagógicos diferenciados, como símbolos, gestos, apoio visual e linguagem adaptada.

O documento “Pessoas com deficiência, interlocutoras da catequese” (2008) foi elaborado a partir do Encontro Nacional de Catequistas e Assessores da Catequese com Pessoas com Deficiência, promovido pela CNBB, que reuniu especialistas, catequistas e representantes de várias dioceses para discutir e construir orientações pastorais e pedagógicas voltadas à evangelização inclusiva.

*Ícone “Inclusão” por Freepik, disponível em Flaticon, licenciado sob Free License (with attribution).


Ângela Rocha - Catequista e Formadora

Graduada em Teologia pela PUCPR.


Em breve LANÇAMENTO 

CONTATO WHATSAPP 41 99747-0348






quarta-feira, 11 de junho de 2025

IGREJA DE TODOS: CATEQUESE PARA CADA UM (MANUAL DE CATEQUESE INCLUSIVA)


PRÉ LANÇAMENTO!!

É cada vez mais comum ouvirmos catequistas que recebem em suas turmas crianças com alguma deficiência. Parece que de repente, há mais crianças com síndrome de Down, autismo, TDAH ou outros transtornos, participando da catequese e da vida comunitária. No entanto, é importante compreender que essas crianças sempre existiram, o que mudou foi a forma como a ciência, a sociedade e a Igreja passaram a enxergá-las.

Antigamente, a falta de conhecimento científico levava à invisibilidade dessas crianças. Muitas delas, especialmente aquelas com deficiências intelectuais, síndromes genéticas ou transtornos de desenvolvimento, não eram diagnosticadas corretamente. Aquelas com autismo, por exemplo, eram muitas vezes consideradas apenas “diferentes” ou “problemáticas”, sem que houvesse uma explicação. Crianças com TDAH eram rotuladas como “malcriadas”, “preguiçosas” ou “indisciplinadas”, e muitas com síndrome de Down eram protegidas em excesso ou mesmo escondidas pela família, tanto por medo de preconceito quanto por vergonha, fruto de uma sociedade que não sabia acolher a diversidade.

Hoje, graças ao avanço da ciência, temos diagnósticos mais precisos e em idades mais precoces. A inclusão escolar e social também avançou: leis como a Lei Brasileira de Inclusão (Estatuto da Pessoa com Deficiência - Lei 13.146/2015) garantem o direito dessas crianças de participarem da escola, da catequese e da vida comunitária. A própria Igreja tem crescido na consciência do seu papel acolhedor, reconhecendo que a presença dessas crianças não é um "problema", mas uma riqueza para toda a comunidade.

Portanto, não é que haja mais crianças com transtornos e síndromes. O que temos é uma sociedade mais consciente, famílias mais acolhedoras e uma catequese mais aberta à diversidade, como deve ser.

É papel da catequese acolher todas as crianças! A catequese, como parte da missão evangelizadora da Igreja, tem o dever de acolher, respeitar e adaptar suas práticas para incluir todas as crianças, respeitando suas necessidades e limites. O amor de Deus é para todos, e nenhuma criança deve ser deixada de fora por ser diferente.

No entanto, a boa vontade da Igreja e dos catequistas, por si só, não é suficiente. Para que haja uma verdadeira inclusão, é essencial que os catequistas tenham Formação adequada, conhecendo os diferentes tipos de transtornos e síndromes, e aprendendo formas concretas de acolher, adaptar e acompanhar cada criança. É necessário superar o medo, o despreparo e até mesmo o julgamento inconsciente.

A catequese não é uma escola, embora se relacione com a doutrina e a formação na fé. Ela é, sobretudo, um espaço de acolhida, escuta, convivência fraterna e vivência da fé. Nesse ambiente, cada criança é chamada a experimentar o amor de Deus de forma concreta. Por isso, a catequese inclusiva não deve ser uma exceção, mas a regra de uma pastoral coerente com o Evangelho.

Portanto, não é que haja mais crianças com transtornos e síndromes nos dias de hoje. O que temos é uma sociedade mais consciente, famílias mais abertas, e uma catequese desafiada a ser cada vez mais humana, atenta e inclusiva, como o coração de Jesus.


Ângela Rocha
Catequista - Graduada em Teologia pela PUCPR

Fontes e fundamentação:

1.   Organização Mundial da Saúde (OMS) — estima-se que o transtorno do espectro autista afete cerca de 1 a 2% da população mundial. O número de diagnósticos tem aumentado, não por aumento real de casos, mas por melhoras nos critérios diagnósticos e maior acesso aos serviços de saúde.

2.   DSM-5 (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) — a padronização dos critérios diagnósticos permitiu a identificação mais precoce e precisa de transtornos como TDAH e autismo.

3.   Lei Brasileira de Inclusão (LBI) - Lei 13.146/2015 — garante o direito à educação inclusiva e ao acesso a espaços de formação religiosa.

4.   Diretório para a Catequese (2020) — afirma que "a catequese é chamada a reconhecer e a valorizar as pessoas com deficiência, promovendo a sua plena participação na vida da comunidade cristã" (§ 269-272).

5.   CNBB – Documento 107: Iniciação à Vida Cristã — destaca que a catequese deve se abrir à diversidade das crianças, adolescentes e jovens, reconhecendo suas realidades e desafios.


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domingo, 1 de junho de 2025

CATEQUISTA AMADORA: UM APELO

 


Uma leitura leve, cheia de partilhas, experiências reais e reflexões sobre o caminho, dúvidas e descobertas da catequese, vividas ao longo de 18 anos.

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E o que há por detrás disso...

Há quase três anos meu irmão teve um AVC, aos 52 anos. E por saber que ele estava desempregado, divorciado e com uma filha de oito anos para cuidar, eu me preocupei. A ponto de sair de Curitiba e ir a Apucarana. E graças a Deus por isso! Ele estava largado num sofá, com sabe lá quantos AVC isquêmicos, só com a filha de oito anos.

E o que eu trouxe para minha vida eu não podia imaginar naquele domingo. E nem queria pensar. Só sei que encontrei uma pessoa que, além de meu irmão, é meu amigo. Doente, mal podendo falar, todo mijado... Tudo que eu e o Paulo pudemos pensar era em levar ele para Curitiba, porque Apucarana não é o melhor lugar do mundo para precisar do SUS.

E foi assim, dia 17 de julho de 2022, num domingo, chegamos ao Hospital Cajuru em Curitiba quase meia-noite. E ele levou quase 5 horas para ser atendido. O resultado é que ele sofreu vários AVCs isquêmicos, sem ter tido qualquer tratamento. O SAMU de Apucarana o atendeu, caído na rua, e mandou ele voltar pra casa.  Aqui em Curitiba ele ficou sete dias na UTI. E Depois, nestes dois anos e meio, a luta tem sido árdua, as sequelas deixaram uma demência precoce,  Alzheimer, e o fato de não poder mais se cuidar sozinho.

Ele tem feito tratamento pelo SUS, eu o levo a neurologista e ao cardiologista (sempre que tem agenda), levo para fazer os exames necessários, fico no hospital com ele quando necessário (4 vezes nestes 2 anos). Solicitamos auxílio doença, mas, na primeira perícia ele foi declarado que: “não apresenta incapacidade para o trabalho”. O fato dele ter a mobilidade reduzida, esquecer as coisas do momento (Alzheimer precoce) e ter incontinência urinária, parece que não incapacita para o trabalho.

E eu ganhei um “filho” de 53 anos. Que tentei cuidar em minha casa e não consegui. E em dezembro de 2022 ele foi para uma casa de apoio. Casa de apoio essa que aos poucos foi ficando sob a minha responsabilidade, com ajuda inconstante dos outros irmãos. O custo disso tudo é algo que eu não gosto de “pesar”.He ain’t heavy, he’s may brother... (Ele não é um fardo, ele é meu irmão). Da primeira vez que ficamos no hospital,  várias vezes os olhos dele se enchiam de lágrimas. Porque, por mais debilitado, ele sabia que as coisas nunca mais seriam as mesmas. Que a filha que ele ama muito, não estaria mais com ele. Ali no hospital eu prometi a ele: “Eu nunca vou te abandonar”.

E, só Deus sabe como tem sido difícil cumprir esta promessa! Não porque eu não queira, mas, porque com quase 60 anos, dependendo do meu marido, eu não tenho como, fisicamente e nem financeiramente , cuidar dele. A casa de apoio custa 2.200,00 por mês. E temos que comprar fraldas geriátricas produtos de higiene e alguns remédios que o SUS não fornece. A ajuda da família nem chega perto da metade.

E parece que o INSS tem muito mais coisas agora pra resolver, do que o nosso pedido de Auxílio. Estamos há 1 ano e meio aguardando uma segunda perícia.

E por isso estou contanto esta história a vocês.  Porque preciso de ajuda. E por isso estou pedindo que comprem meu E-Book, porque toda a renda dele vai me ajudar a por em dia as muitas contas que já fiz pra ajudar meu irmão.

Do fundo do meu coração, eu agradeço!

Ângela Rocha

Ângela, Josimar e Ana Lúcia
Josimar 2025