O que é, afinal, ser comunidade?
Fui ao dicionário buscar as várias definições de
comunidade. Desde a definição da Biologia que diz que comunidade é o conjunto de todos os organismos vivos, de todos os
tipos, que habitam um dado ecossistema, até a simples definição de que comunidade é qualidade do que é comum;
congregação, comunhão; agremiação; sociedade. E achei também uma definição
muito “chique” de um escritor: “É uma
aglomeração de pessoas relacionadas entre si, que contam com recursos físicos,
de pessoas, de conhecimento, de vontade, de instituições, de tradições, etc.” Cheguei
até a aprender também uma nova
palavra: Biocenose, que é: O Conjunto de todas as populações
(microorganismos, animais e vegetais) que coexistem em um determinado lugar
(região) e que mantém relações entre si, isso quem diz é a ecologia. A sociologia
define como o: Agrupamento que se
caracteriza por forte coesão baseada no consenso espontâneo dos indivíduos. E a
Política considera o Grupo social
cujos membros ocupam uma área geopolítica determinada e compartilha interesses,
valores e aspirações.
Não encontrei lá, no dicionário, nenhuma definição
dada pela nossa Igreja ou pela religião. Lendo aqui e ali achei uma informação
que diz que a palavra comunidade,
referindo-se à religião ou a igrejas, surgiu nos Estados Unidos no movimento
neo-pentecostal. Mais nada. Podemos claro, encontrar documentos preciosos como
a Constituição Dogmática “Lumien Gentium” (LG) que trata sobre a Igreja e ensina que ela é “sinal e instrumento, da união íntima com
Deus e da unidade de todo o gênero humano”. A Constituição pronuncia que a
Igreja é o reino de Cristo sem, no entanto, referir-se a ela como comunidade.
Mas acho que não é bem isso que significa SER
COMUNIDADE...
E eu digo que não é fácil ser comunidade. Muitas vezes, tratando-se de nossa
igreja, eu não me sinto comunidade.
Porque, para mim, ser comunidade está intrinsecamente ligado a ser Igreja. E essa Igreja é aquela com
letra maiúscula. È a grande construção formada por pedras vivas e como diz tão
poeticamente um dos nossos mestres catequetas, “ligados pela argamassa da
catequese”. Ser comunidade para mim, é ser IGREJA! E ouso dizer que poucos de
nós, conseguem ser de verdade.
Etimologicamente
a palavra grega ekklesia é composta de dois radicais gregos: ek
que significa para fora e klesia que significa chamados. Se
traduzirmos literalmente a palavra “Igreja”, veremos fica: “chamado para fora”, se referindo a sair
do pecado e atender o chamado fazendo
parte do grupo e servindo ao Senhor. Deste conceito podemos tirar que a
Igreja deixa de ser uma simples instituição ou um objeto inanimado e passa a
ser VIVA. Somos tirados do pecado para viver na Igreja, em comunidade, tendo um
Pai em comum e um exemplo vivo, Cristo, cujo objetivo maior é lutar pelo bem
comum de todos, como irmãos.
E
aí eu me pergunto: Somos mesmos estes tijolinhos todos unidos, formando a
verdadeira Igreja de Cristo?
Ângela
Rocha