Matéria de Capa da Revista digital SOU CATEQUISTA, Junho/2017, 19ª edição
Catequistas em Formação, divulgando conteúdo de nossos grupos de estudo.
Partindo de uma ideia do catequista Wagner Campos, de Curitiba PR, nasceu a iniciativa de se criar uma "ferramenta" de análise do cenário catequético em nossas paróquias.
Conforme preceitua o nosso DNC
– Diretório Nacional de catequese, precisamos incorporar as várias ciências na
nossa prática catequética, no sentido de trazer mais força à evangelização:
“O catequista necessita de algum conhecimento de ciências humanas que
possa oferecer boas indicações para o seu trabalho educativo. A filosofia, a
psicologia, a sociologia, a biologia, ajudam a compreender as pessoas e seus
relacionamentos, nas diversas situações em que se encontram." (DNC 151).
E, apesar do DNC não citar,
uma ciência que pode nos ajudar muito na condução do processo catequético, é a
Administração. Pensando nisso, trazemos aqui uma ferramenta de análise de
cenário, bastante usada por empresas e que pode ser adaptada a coordenação
pastoral. É a SWOT (FOFA), é uma sigla do inglês que dizer Strenghts (Forças), Weaknesses (Fraquezas),
Opportunities (Oportunidades) e Threats (Ameaças). No português,
ela é chamada de análise FOFA, Forças, Oportunidades, Fraquezas e ameaças.
Como
funciona esta ferramenta?
A análise SWOT é criada a
partir uma matriz em que se analisa o ambiente interno, que são as forças e
fraquezas, e o ambiente externo, que são as oportunidades e ameaças. Após
preencher os dados, é feito um gráfico que ajuda a visualizar e analisar os
vários ambientais da empresa. No nosso caso aqui, estamos analisando a
CATEQUESE como ambiente pastoral de evangelização.
1.
Ambiente interno
1.1.
Forças
Se a Pastoral Catequética, ou
seja, a sua “Catequese”, funciona muito bem na paróquia e você recebe bons
feedbacks a respeito, isso é uma força na sua comunidade. E são elementos
que podem ser mudados no dia a dia do seu “negócio”. São fatores que podem ser
controlados, mudados, expandidos ou retraídos.
É importante, ao desenvolver essa parte da matriz, que você
considere:
OBS: Numa análise empresarial, observa-se o diferencial em
relação aos concorrentes. No nosso caso aqui vamos pensar no concorrente como a
diversidade religiosa e a não-religião ou ateísmo.
- Qual o diferencial da sua catequese?
- O que você faz de melhor (diferencial
que te destaca das outras)?
- Em quais pontos você é melhor que as
outras denominações religiosas ou ser ateu, agnóstico, etc.?
- Por quais motivos as pessoas procuram a
catequese da nossa Igreja, da nossa comunidade?
Alguns exemplos são:
- Sua equipe de catequistas e seu desempenho;
- Acolhida e relacionamento com as pessoas.
1.2.
Fraquezas
Todos os elementos que
atrapalham de alguma maneira a atingir seus objetivos são
considerados fraquezas. É um elemento sobre o qual você tem controle,
assim como a força. Esse é um ponto em que é muito importante ter sinceridade
e, muitas vezes, vale escutar os outros, pois é difícil avaliar
pontos negativos de sua própria ação.
Pontos
a serem considerados:
- Seus catequistas são preparados?
- Há problemas nas formações, no
preparo dos encontros?
- Quais motivos levam as pessoas a abandonar a
catequese/comunidade?
- O que tem tornado sua “propaganda” ineficaz?
- Seus catequizandos abandonam a Igreja depois
que recebem os sacramentos? Por quê?
Alguns exemplos são:
- Faltam qualificações na equipe de
agentes;
- Falta de comprometimento e sentido de pertença;
- Falhas na comunicação interna entre
lideranças e agentes;
- Conflitos entre catequistas;
- Baixa adesão e seguimento à religião.
Após identificar as fraquezas
da pastoral, é importante que sejam tomadas algumas medidas para que
seu impacto seja reduzido ou sanado em um período de tempo. Se for possível
corrigir ou reduzir o impacto de algum desses fatores em curto prazo, é
interessante priorizar essa tarefa.
2.
Ambiente externo
2.1.
Oportunidades
As oportunidades são fatores
sobre os quais você não tem controle, porém, impactam de
forma positiva na evangelização. Assim como nas empresas essas
variáveis são muitas vezes de cunho econômico, na religião, o impacto é
com relação ao comportamento em sociedade e as tendências relacionais do mundo
em constante mudança.
2.2.
Ameaças
Em contraponto às
oportunidades, estão as ameaças. Elas são fatores sobre os quais você não tem
controle, porém, impactam de forma negativa naquilo que você faz.
Deve haver um grande cuidado com esses cenários, pois eles têm grande
influência no planejamento estratégico e também nos resultados que se
pretende alcançar. É importante estar atento todo o tempo para as ameaças, pois
elas podem tornar a evangelização ineficaz.
MODELO DE MATRIZ
MATRIZ DE ANÁLISE PARA PLANEJAMENTO
F.O. F. A (SWOT) – CATEQUESE
|
FATORES INTERNOS
(Controláveis)
Organização Pastoral
(Pastoral catequética)
|
FATORES EXTERNOS
(Incontroláveis)
Ambiente: Sociedade, Igreja no mundo, família
|
Pontos Fortes
AJUDA
|
FORÇAS
|
OPORTUNIDADES
|
Pontos Fracos
ATRAPALHA
|
FRAQUEZAS
|
AMEAÇAS
|
Quais
as dicas a respeito da Análise SWOT?
1.
Estudo da concorrência (O mundo, a sociedade e os “atrativos” do prazer
imediato)
O mundo em que vivemos e a
sociedade onde estamos inseridos pode dizer muito a respeito do alcance da
evangelização. Faça uma análise em ações, estratégias e todos
os diferenciais que eles oferecem têm com relação à religião e ao
seguimento. No cenário negocial, muitas empresas optam por fazer uma análise
SWOT dos concorrentes, para entendê-los melhor e definir ações que podem tornar
a empresa mais competitiva. Da mesma forma, ao analisarmos os vários fatores
presentes na sociedade e seus segmentos, podem nos ajudar a entender o
comportamento das pessoas com relação ao seguimento à uma religião.
2.
Separação do momento atual e do futuro
Essa matriz ajuda
na tomada de decisões. Porém, quando se mistura o que vem ocorrendo ao
longo do tempo com elementos que vão ou podem vir a acontecer, cria-se um
cenário muito otimista ou muito pessimista.
Analise separadamente o
presente e o futuro, pois isso ajudará nas decisões de curto e longo
prazo. Não se pode considerar que sucessos do passado, podem ter o mesmo
resultado hoje.
3. Ferramenta
simples e fácil de entender
A análise SWOT é uma
ferramenta poderosa, mesmo parecendo simples. Mas, é preciso manter os quadros
mais limpos possíveis. Depois, compile os dados da maneira que achar
mais útil, para que as informações sejam melhor aproveitadas.
Uma solução que é adotada por
muitas empresas, é a criação de quadros com essas análises, para
que todos possam visualizar tanto o que deve ser mantido quanto o que
deve ser melhorado. As ideias muitas vezes vêm da própria equipe.
Como
trabalhar as informações obtidas?
Com as informações obtidas, é
possível fazer vários tipos de análises mais complexas, até mesmo planejamentos
de melhoria e de manutenção.
A análise SWOT traz uma
avaliação ampla de seus ambientes, possibilitando um melhor entendimento
dos cenários internos e externos. Essa simples ferramenta é indicada para qualquer
instituição que quer fazer uma análise de sua atuação visando melhorias em seus
processos.
Depois de levantadas as 4
partes da matriz, o ideal é construir, para cada fator a ser melhorado, um
plano de ação. Assim como se pense na preservação das forças e no
aproveitamento de oportunidades.
Isso pode ser feito de modo
simples, numa simples “lista”, até em complexas tabelas e quadros. Aqui, em
nosso “negócio” vamos fazer uma lista com “pistas” que podem ser aprofundadas e
melhor exploradas por cada comunidade em sua realidade.
A convite da administração do grupo, uma equipe de 10 catequistas,
oriundos de diversas paróquias, reuniram-se para fazer uma análise da ação
catequética em suas comunidades como um exemplo a ser expandido para realidades
diversas.
Deste estudo, que durou cerca de 2 meses, trazemos os seguintes
resultados:
1º AMBIENTE INTERNO – FORÇAS E FRAQUEZAS
Primeiro é preciso situar a
equipe sobre o que se espera dela no uso da ferramenta, incentivar que botem as
“caraminholas” para funcionar e vão "despejando" tudo que pensarem,
fazendo uma "Brainstorm"
(mais um termo administrativo), que é literalmente, “tempestade cerebral” em
inglês. Na prática, é isso que se faz mesmo: uma tempestade de ideias. Essas
ideias partem do grupo envolvido na avaliação do ambiente e no planejamento das
ações futuras. Os participantes podem expor até as coisas mais esdrúxulas, sem
medo de falar besteira, pois, à medida que se conversa vai se corrigindo os
rumos e a linhas a serem seguidas.
Em resumo é dividir a
catequese em QUADRANTES. Quatro ao todo e identificar as forças e fraquezas
INTERNAS e as OPORTUNIDADES e ameaças EXTERNAS.
O que seriam os fatores
internos? É a ORGANIZAÇÃO DA CATEQUESE, não é? Quais as forças que temos em
nossa comunidade e na Igreja como um todo? O que nos ajuda na evangelização?
Primeiro
focamos os fatores INTERNOS, ou seja, a "organização" da pastoral e o
que ela tem de forte e fraco, coisas que podemos resolver (controlar). Depois
vamos para o ambiente externo, que não é CONTROLÁVEL, no entanto, afeta a ação
evangelizadora até mais que os fatores internos.
E
então faríamos um plano de ação para DEPOIS da matriz SWOT! Esta matriz serve
para levantar o que ajuda e atrapalha, para então se fazer o planejamento das
ações.
VAMOS LÁ ENTÃO!
Quais são as nossas FORÇAS?
O que nos destaca no cenário em que a evangelização está inserida?
|
FATORES INTERNOS
(Controláveis)
Organização Pastoral
|
Pontos Fortes
AJUDA
|
FORÇAS
-
Experiência histórica da Igreja Católica na catequese de crianças
- A catequese funciona praticamente em todas as paróquias e comunidades
- Equipes de catequese com coordenadores em cada comunidade
- A igreja buscando abertura e adequação aos novos tempos
- Tradição da Igreja e Documentos norteadores (DGC, DNC, Diretórios
Diocesanos)
-
Material de estudo com fácil acesso hoje (internet, mídias sociais)
- Muita
informação e conteúdo disponível digital e impresso (Livros, manuais)
- Instituição de Comissões de Animação Bíblico Catequéticas, setoriais,
diocesanas.
-
Instituição de Escolas Catequéticas
-
Encontros de formação para catequistas mais acessíveis;
-
Formações e encontros de pastoral mais frequentes nas comunidades;
-
Assembleias de Catequistas;
- Etapas bem definidas (organização escolar)
- Tempo
de preparação maior em comparação ao passado
- Apoio
do padre
-
Participação e apoio dos catequistas na pastoral
-
Catequistas conscientes do seu papel
-
Catequistas com formação e conhecimento
-
Catequistas mais abertos aos novos métodos de evangelização.
- Relacionamento
e afetividade por parte dos catequistas
-
Testemunho de vida.
-
Valorização do Catecumenato de Adultos como opção metodológica de
evangelização;
-
Maior conscientização dos catequistas com relação à catequese domiciliar e
visitas às famílias.
-
Visão ecumênica da Igreja católica a partir do Concílio vaticano II.
-
............
|
Feito o 1º QUADRANTE, podemos
ver que o 2º, referente às FRAQUEZAS, fica bem mais fácil, já que, normalmente
elas são a ausência das forças que fazem a evangelização eficaz.
Quais são as nossas FRAQUEZAS?
O que nos deixa “fracos” na evangelização?
Vamos ao 2º quadrante...
F.O.
F. A (SWOT) – 2º QUADRANTE - FRAQUEZAS
|
FATORES INTERNOS
(Controláveis)
Organização Pastoral
|
Pontos Fortes
AJUDA
|
Fraquezas
-
Catequese fragmentada, sem gradualidade e continuidade
-
Catequese sacramentalista
- Falta
de conhecimento psicológico de crianças e adolescentes
-
Exposição do conteúdo sem metodologia (adequada)
- Falta
de Escola Catequética para formação de catequistas de adultos
- Falta
de material tecnológico
- Pouca
disponibilidade de pessoas (catequistas)
-
Número grande de catequizandos por sala
- Falta
de assiduidade por parte dos catequistas
- Falta
de infraestrutura nas paróquias e comunidades
- Falta
de preparação para a Catequese inclusiva/necessidades especiais.
- Desunião
nas equipes de catequese, individualidade, trabalhar sozinho, competição.
- Não
aceitação de direção/coordenação
- Falta
de conhecimento básico em mídias sociais
-
Faltam subsídios e diretórios diocesanos
- Falta apoio e envolvimentos das demais Pastorais e Movimentos
- Falta
formação de qualidade,
- Falta
material de apoio, roteiros, cronogramas, espaço físico;
-
Uso indiscriminado da internet na coleta de material, sem análise criteriosa
(fora da realidade local).
-
Falta de espiritualidade e oração;
-
Falta de dinheiro para a catequese: dificuldades financeiras fazem com
que os catequistas precisem “bancar” a catequese;
-
Falta de unidade dentro da própria igreja: O tempo de catequese ser
diferente na paróquia ao lado, gerando preferência pelo mais rápido;
-
Agentes de pastoral com muitos "cargos" e serviços dentro da
igreja;
-
Amadorismo em relação à preparação e formação da catequese num todo;
-
Falta de formação Bíblica;
-
Trocas constantes de sacerdotes nas comunidades e falta de preparo dos mesmo
na liderança;
-
Ineficiência na evangelização. Comunidades ainda com modelos arcaicos de
catequese;
-
Disputa entre catequistas para se destacar “socialmente”;
-
Falta de comprometimento na ação pastoral;
- Falta
de lideranças efetivas que promovam a unidade pastoral e o trabalho em equipe
e despreparo de coordenadores na condução da pastoral.
- Falta
conhecimento da Doutrina da Igreja, o que gera muitas interpretações e
afastamento.
- .................
|
2º AMBIENTE
EXTERNO: OPORTUNIDADES E AMEAÇAS
Aqui nós estamos falando de
fatores EXTERNOS, que fazem parte do AMBIENTE em que a catequese está inserida,
ou seja, A SOCIEDADE, a FAMILIA, o MUNDO de maneira geral. Que OPORTUNIDADES isso tudo nos proporciona
para evangelizar? E, pensando nisso, nestas oportunidades, também nos ajuda a
ver as AMEAÇAS que este ambiente nos
traz.
Por exemplo: a religião
católica ainda é a mais representativa na sociedade (oportunidade) X cada vez
mais diminui o nº de católicos (ameaça); as famílias procuram a catequese
(oportunidade) X a família busca o sacramento somente e não a IVC
(ameaça); a religião de maneira geral está mais aberta (oportunidade) X existe
uma pluralidade religiosa muito grande (ameaça); o ser humano está sedento de
"sentido" X o ser humano está cada vez mais individualista; etc.
Então agora nosso pensamento
precisa ir PARA FORA da pastoral. Pois, na pastoral, por mais que ás vezes não
dependa exatamente da gente, os fatores são controláveis (podemos mudar), já lá
fora, não depende da gente e por isso precisamos estar atentos às oportunidades
para que elas não se tornem ameaças.
Vamos
preencher então, nosso 3º quadrante.
Que
OPORTUNIDADES o ambiente em que vivemos nos traz?
F.O.
F. A (SWOT) – 3º QUADRANTE - OPORTUNIDADES
|
FATORES EXTERNOS
(Incontroláveis)
Ambiente: Sociedade,
Igreja no mundo, Família
|
Pontos Fortes
AJUDA
|
Oportunidades
-
Influência do Papa Francisco no mundo;
- A
Igreja católica marca presença em todos os lugares;
- Pais
conscientes de que os filhos precisam de catequese;
-
Herança religiosa dos avós;
-
Apesar do mundo "globalizado", as pessoas estão
"carentes" de religiosidade, de “pertença” a um grupo;
-
Mídias digitais e sociais como espaço de evangelização, mais facilidade de
acesso à tecnologia;
-
Diversidade de mídias à disposição da evangelização: Rádios, canais de
televisão, internet, redes sociais, aplicativos móveis;
-
Pais de catequizandos, que em muitos casos não tem todos os sacramentos ou
não tem o sacramento do matrimonio. Temos a força interna do contato com os
catequizandos, que nos leva a esta oportunidade;
-
O ser humano, como um “ser espiritual” por natureza, temos a busca do
sobrenatural, do transcendente, a pessoas buscam esta mística;
-
Ambiente de trabalho: divulgação entre os colegas das ações da igreja local;
-
Contato com as famílias mais estreito;
-
Oportunidade formativa fora da pastoral/Igreja: publicações, livros;
-
LEIGOS buscando formação fora da Igreja: formação acadêmica em teologia, sociologia,
filosofia;
-
Iniciativa de leigos católicos em blogs e sites que dão formação e
conhecimento;
-
A Igreja Católica é um veículo de comunicação e formadora de opiniões: TVs
católicas, Aparecida, Canção Nova, Evangelizar, etc.;
-
A vivência de fé de católicos na sociedade;
-
A intervenção da igreja em problemas sociais. Ex. A Campanha da Fraternidade,
as ações humanitárias;
-
Instituições de ensino e colégios católicos, como representação da Igreja na
sociedade;
-
Cursos oferecidos pelas faculdades e colégios católicos: Teologia Bíblica,
Ensino religioso, pós-graduação em catequética, Pedagogia catequética,
teologia Bíblica, etc.;
-
Imagem e discurso do Papa Francisco para uma “Igreja em saída” e acolhedora;
-
Desilusão dos adultos com o vazio das promessas materiais;
-
Obrigatoriedade dos Sacramentos da Iniciação Cristã para o matrimônio que
leva à procura da catequese;
-
Novas comunidades de evangelização com linguajar moderno: grupos e
movimentos;
-
População carcerária, asilos, casas de detenção e correção: evangelizar
pessoas afastadas da sociedade;
-
Marginalizados e excluídos: mais do que uma oportunidade, uma ação
prioritária da Igreja.
-
..................................
|
E quais as AMEAÇAS que este ambiente traz à ação evangelizadora da nossa Igreja?
Vamos
aos nosso 4º Quadrante:
F.O.
F. A (SWOT) – 4º QUADRANTE - AMEAÇAS
|
FATORES EXTERNOS
(Incontroláveis)
Ambiente: Sociedade,
Igreja no mundo, Família
|
Pontos Fracos
ATRAPALHA
|
Ameaças
-
Falta
envolvimento dos pais na catequese;
-
Catequizandos desinteressados e desatentos: a religiosidade fora do seu
contexto vivencial;
-
Catequizandos que vão a catequese por causa dos avós e não dos pais: tradição
familiar;
-
Catequizandos com muitas atividades e compromisso além da escola, o que faz
com que a catequese não seja prioridade na vida deles;
-
Sedução das redes sociais, fazendo com que fiquem sem vontade de ir a
catequese;
-
Animosidade em interagir com os outros catequizandos, alienação provocada
pela excessiva utilização das mídias de comunicação;
-
Valorização dos assuntos da moda, cultura do corpo, etc.;
-
Indução de "professores" ateus ou céticos, seitas e religiões que
oferecem facilidades ou permissões;
-
O "choque" que a doutrina da Igreja causa nestes novos tempos: a tradição,
doutrinas e dogmas, causam conflito com a "liberdade" que o ser
humano tem hoje;
-
O surgimento de novas denominações religiosas a cada dia;
-
Pobreza, falta de infraestrutura urbana;
-
Atrações mundanas, com a consequente dificuldade em conciliar horários para a
catequese;
-
Imediatismo: desinteresse por uma catequese longa;
-
Descrença numa caminhada “de cruz” x “teologia da prosperidade”;
-
Preconceito religioso: a religião vista como “fraqueza” ou somente para os
“pobres” e incultos;
-
Proliferação de informações contrárias à religião;
-
Mídias sociais e imprensa, que divulga o que é somente do seu interesse;
-
Ciência X Religião: muito embora a Igreja busque aproximação com a ciência,
ainda é pensada como “contrária” à religião;
-
Ideias pré-concebidas sobre os casamentos de 2º união: que isso afasta os
casais;
-
Ideia de que a catequese é só infantil, para crianças e adolescentes;
- Avaliar
mais a conduta de “quem” vai à Igreja e participa de um movimento, do que o
propósito da igreja;
-
“Adultizar” as crianças, incentivar a erotização precoce: a indústria de
brinquedos, roupas e cosméticos investe pesadamente nisso;
- Famílias
que seguem várias religiões: vão à Igreja Católica, aos coentros espíritas,
aos terreiros de afro e ensinam várias doutrinas que confundem a si próprios
e aos filhos;
-
O "apelo" desenfreado da imprensa e demais mídias digitais: festas,
bebidas alcoólicas, pornografias, músicas inadequadas, etc.;
-
O ateísmo, a intolerância religiosa, a manipulação da fé;
-
A cultura do povo sobre: "política e religião não se discute ",
isso faz com que a religião não seja levada a sério.
-
Secularização, ideologia de gêneros, a agilidade com que as informações
chegam às pessoas e a aparente normalidade de tudo;
-
Despreparo dos pais na educação dos filhos.
- Pluralidade
religiosa na família: Famílias tipo "colcha de retalhos", filhos de
uniões anteriores que nem sempre seguem a mesma religião dentro da mesma
residência;
-
Falta de ação dos poderes públicos, em proporcionar trabalho, saúde,
segurança etc.; tem feito com que mais pessoas percam a fé e descabem para a
marginalidade aumentando os níveis de criminalidade e violência.
-
......................................
|
USANDO
A FERRAMENTA:
Depois de feita as análises, é
necessário traçar planos estratégicos a curto e longo prazo. No ambiente negocial,
constantemente à mercê das flutuações do mercado, empresários não perdem tempo
e vão à luta para a melhoria de seu negócio.
Aqui, no nosso “negócio”
catequético, não deve ser diferente. É preciso olhar com atenção as fraquezas
internas da nossa pastoral e fortificá-las.
Assim como é preciso ver as oportunidades que o mundo nos apresenta e agarrá-las.
O ideal é que cada
comunidade/pastoral, depois de construir a matriz, peça ideias e sugestões aos
agentes de pastoral (catequistas e comunidade em geral), pois, como dissemos no
começo, as melhores empresas, encontram em seus próprios colaboradores, a ajuda
necessária para as mudanças.
Nossa equipe de “analistas”
sugere algumas “pistas” para pensar a catequese e a evangelização, no entanto,
o ideal é que cada comunidade pense em seu contexto e em sua realidade, para
montar seu próprio plano de ação.
ALGUMAS PISTAS DE AÇÃO...
- Convidar as pessoas do seu círculo social para retornar ou conhecer nossa Igreja;
- Não descuidar do contato real com as pessoas, evitando que os encontros passem a ser mais “digitais” do que reais. A tecnologia é recurso indispensável e devemos usá-la, mas, o nosso forte é o contato face a face, é o estar atendo as pessoas que nos procuram e assim ajuda-las na sua conversão, no seu encontro com Deus.
- Formar para o acolhimento na comunidade: cuidado com aquele que chega para ser inserido na comunidade;
- Acolher sem perder a identidade: Na evolução do mundo, muitos fatores e posicionamentos da sociedade foram mudando, alguns regredindo, outros estão evoluindo, como o papel da mulher na sociedade, na Igreja, a questão racial, o divórcio. As pessoas querem ser aceitas e acolhidas. Temos capacidade de escutá-las e agregar, de enfrentarmos os desafios sem abrir mão do que pede nossa fé.
- Aproximar-se mais das famílias por meio da Catequese Familiar;
- Fomentar a convivência entre Catequistas e famílias dos catequizandos;
- Proporcionar encontro direcionados à família e não só aos catequizandos;
- Priorizar para que propostas e posturas adotadas cheguem ao conhecimento de todos, pensando na Igreja como um veículo de comunicação e formadora de opinião;
- Evitar o acúmulo de "cargos" nas lideranças pastorais e também dos agentes;
- Testemunhar a religiosidade: Quando dermos nosso testemunho, que seja pautado nos valores de Cristo;
- Evitar julgamentos e repreensões, praticando o perdão e a misericórdia;
- Proporcionar meios para a formação de agentes de pastoral tanto financeiros como físicos, espaço, tempo;
- Buscar os adultos afastados da Igreja, catequizados na infância, mas, não evangelizados, oferecendo o catecumenato, os grupos bíblicos de reflexão, adesão aos movimentos e grupos, etc.;
- Valorizar os sacramentos da Iniciação Cristã, deixando de lado a visão “social” dos mesmos, dando mais sentido à catequese e a preparação;
- Adequar o horário dos encontros de catequese; algumas vezes esbarramos num excesso de atividades dos catequizandos nos finais de semana e inúmeros compromissos durante a semana;
- Educar para o uso correto e adequado dos meios de comunicação e mídias sociais.
Grupo de Estudo: “catequistas em Formação”
Organização:
Ângela Rocha e Wagner Campos Galeto – Curitiba PR.
Participação:
Nilva Mazzer – Maringá PR
Suzete Silva – Turvo PR.
Vivian Leite – São Paulo SP.
Janice Santos – São Paulo SP.
Bruna Basílio – Rio de Janeiro RJ.
Lucinete Cassaro – Conceição do Castelo ES.
Cleusa Soler – Catanduva SP.
Leila Lima – Sorriso MT.