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sábado, 30 de março de 2019

CELEBRAÇÃO PENITENCIAL - PAPA FRANCISCO

HOMILIA DO PAPA NA CELEBRAÇÃO PENITENCIAL

O Papa Francisco presidiu no final da tarde desta sexta-feira (29), na Basílica de São Pedro, a Celebração da Penitência, com o rito da reconciliação. A cerimônia deu início à iniciativa “24 Horas de Oração para o Senhor”.


HOMILIA DO SANTO PADRE: Celebração Penitencial

"Ficaram apenas eles dois: a mísera e a misericórdia" (Santo Agostinho, In Johannis 33, 5): assim interpreta Santo Agostinho o final do Evangelho que acabamos de ouvir. Foram-se embora aqueles que tinham vindo para atirar pedras contra a mulher ou para acusar Jesus a propósito da Lei. Foram-se embora; nada mais lhes interessava. Mas Jesus continua... E continua, porque lá ficou o que era precioso a seus olhos: aquela mulher, aquela pessoa. Para Ele, antes do pecado, vem o pecador.
No coração de Deus, eu, tu cada um de nós vem em primeiro lugar; vem antes dos erros, das normas, dos juízos e das nossas quedas. Peçamos a graça dum olhar semelhante ao de Jesus; peçamos para ter o enquadramento cristão da vida: nele, antes do pecado, olhamos com amor o pecador; antes do erro, o transviado; antes do caso, a pessoa.

Ficaram apenas eles dois: a mísera e a misericórdia. Naquela mulher surpreendida em adultério, Jesus não vê uma alínea da Lei, mas uma situação concreta que O reclama. Por isso, fica ali com a mulher, mantendo-Se quase todo o tempo em silêncio; entretanto, por duas vezes, efetua um gesto misterioso: escreve com o dedo por terra (Jo 8, 8). Não sabemos o que terá escrito, e talvez não seja a coisa mais importante: a atenção do Evangelho centra-se no facto de o Senhor escrever. Vem à mente o episódio do Sinai, quando Deus escrevera as tábuas da Lei com o seu dedo (cf. Ex 31, 18), tal como faz agora Jesus. Depois, através dos profetas, Deus prometera que não mais escreveria em tábuas de pedra, mas diretamente nos corações (cf. Jr 31, 33), nas tábuas de carne dos nossos corações (cf. 2 Cor 3, 3). Com Jesus, misericórdia de Deus encarnada, chegou o momento de escrever no coração do homem, dando uma segura esperança à miséria humana: dar, não tanto leis externas que muitas vezes deixam Deus e o homem distantes, mas a lei do Espírito, que entra no coração e o liberta. Assim sucede com aquela mulher, que encontra Jesus e recomeça a viver. Segue a sua estrada, para não mais pecar (cf. Jo 8, 11). É Jesus, com a força do Espírito Santo, que nos liberta do mal que temos dentro, do pecado que a Lei podia obstaculizar, mas não remover.

E ainda assim o mal é forte, tem um poder sedutor: atrai, encandeia. Para desprender-se dele, não basta o nosso esforço, é preciso um amor maior. Sem Deus, não se pode vencer o mal: só o amor d’Ele eleva por dentro; só a sua ternura, derramada no coração, é que torna livre. Se queremos a libertação do mal, temos de dar espaço ao Senhor, que perdoa e cura; e fá-lo sobretudo através do Sacramento que estamos prestes a celebrar. A Confissão é a passagem da miséria à misericórdia, é a escrita de Deus no coração. Sempre que nos abeiramos dela, lemos que somos preciosos aos olhos de Deus, que Ele é Pai e ama-nos mais de quanto nos amamos a nós mesmos.

Ficaram apenas eles dois: a mísera e a misericórdia. Só eles… Quantas vezes nos sentimos sozinhos e perdemos o encadeamento da vida! Muitas vezes já não sabemos como recomeçar, cansados de nos aceitarmos. Temos necessidade de começar do princípio, mas não sabemos donde. O cristão nasce pelo perdão, que recebe no Batismo; e daqui é que sempre renasce: do perdão arrebatador de Deus, da sua misericórdia que nos restaura. Só como perdoados podemos recomeçar revigorados, depois de termos experimentado a alegria de ser amados até ao extremo pelo Pai. Só através do perdão de Deus é que acontecem em nós coisas verdadeiramente novas. Pensemos na frase que o Senhor nos disse hoje, através do profeta Isaías: "Vou realizar algo de novo" (43, 19). O perdão proporciona-nos um novo começo, torna-nos criaturas novas, faz-nos palpar a vida nova. O perdão de Deus não é uma fotocópia que se reproduz idêntica em cada passagem pelo confessionário. Receber o perdão dos pecados, através do sacerdote, é uma experiência sempre nova, original e inimitável. Da situação de estar sozinhos com as nossas misérias e os nossos acusadores, como a mulher do Evangelho, faz-nos passar ao estado de erguidos e encorajados pelo Senhor, que nos faz recomeçar.

Ficaram apenas eles dois: a mísera e a misericórdia. Que fazer para me afeiçoar à misericórdia, para superar o medo da Confissão? Acolhamos o sucessivo convite de Isaías: "Não o notais?" (43, 19). Notar, dar-se conta do perdão de Deus. É importante. Seria bom, depois da Confissão, permanecer – como aquela mulher – com o olhar fixo em Jesus, que acabou de nos libertar: fixo, não mais nas nossas misérias, mas na sua misericórdia. Fixar o Crucificado e exclamar maravilhados: "Eis aonde foram parar os meus pecados! Tomaste-los sobre Vós... Não me apontastes o dedo acusador, mas abristes-me os braços e mais uma vez me perdoastes". É importante recordar o perdão de Deus, lembrar a sua ternura, saborear de novo a paz e a liberdade que experimentamos. Com efeito, isto é o coração da Confissão: não os pecados que dizemos, mas o amor divino que recebemos e do qual sempre precisamos. Entretanto há ainda uma dúvida que nos pode vir: "Não vale a pena confessar-se! Volto sempre aos pecados habituais". Mas o Senhor conhece-nos, sabe que a luta interior é difícil, que somos fracos e propensos a cair muitas vezes reincidentes na prática do mal. Então propõe-nos começar a ser reincidentes no bem, no pedido de misericórdia. Será Ele a erguer-nos, fazendo de nós criaturas novas. Recomecemos, pois, da Confissão, devolvamos a este sacramento o lugar que merece na vida e na pastoral!

Ficaram apenas eles dois: a mísera e a misericórdia. Também hoje vivemos, na Confissão, este encontro de salvação: nós, com as nossas misérias e o nosso pecado; o Senhor, que nos conhece, ama e liberta do mal. Avancemos para este encontro, pedindo a graça de o redescobrir.

Papa Francisco
Fonte: VATICANNEWS.VA


HOMILIA DO DOMINGO: O PAI MISERICORDIOSO



                       HOMILIA DO 4° DOMINGO DA QUARESMA – ANO C

A famosa parábola do filho pródigo é sempre atual e comovente. No tempo da Quaresma, somos convidados a participar do ministério da reconciliação: “Deixai-vos reconciliar com Deus” (2Cor 5, 20).


O verdadeiro nome da história contada por Jesus deveria ser Parábola do Pai misericordioso, embora muitas vezes preferimos Parábola do filho pródigo. De fato, a centralidade não deve estar no pecador que se converte, mas no Pai que ama de modo incondicional. O Pai ama aquele que gasta parte considerável de seus bens, ama e perdoa, sem se importar com a conduta do filho.  O pai misericordioso ama o filho mais velho, mesmo sendo rabugento. Ama todos, independentemente dos pecados.


Cristo nos fez seus irmãos e nos revelou a face amorosa do Deus que é Pai. Contudo, não é um pai severo, castigador ou distante como aqueles pintados nos antigos catecismos. Em sua gratuidade, Deus não ama só justos, mas veio para os pecadores (cf. Lc 5, 31-32). Deixa as noventa e nove ovelhas no aprisco e sai em busca daquela que está perdida. (cf. Lc 15, 1-7). Deus é um Pai que abre os braços para abraçar e fazer festa com o filho pródigo que voltou para casa, sem perguntar o que ele fez com seus bens. O Evangelho de hoje é uma oportunidade para que experimentemos o amor misericordioso e gratuito.


O outro personagem é o filho pecador. Este tinha a experiência do Pai da lei e da justiça, não do Pai da misericórdia. Sua fuga é uma tentativa frustrada de felicidade. O pecado é sempre uma busca, uma procura por acerto. Como consequência, perde tudo, afasta-se do amor, da casa paterna. O que lhe resta são as sobras, a dureza da vida, a falta de amor. Caindo em si arrepende-se. Ainda não pensa nas lágrimas de seu pai, mas na dura situação da sua vida. Seu retorno possibilita a manifestação do amor do Pai, que se adianta para abraçar o filho, não pergunta sobre o que fez, simplesmente devolve-lhe tudo: dignidade (dá-lhe roupa nova, calçado), filiação (anel no dedo) e acolhida (festa com o novilho).


O filho mais velho nos traz lições preciosas. Aliás, ele é fundamental na parábola, tendo em vista que Jesus está diante dos fariseus e escribas que questionam o fato de Jesus se aproximar dos publicanos. Ou seja, Jesus questionou a atitude daqueles que condenavam os pecadores, julgando-se santos. É ilustrativo mencionar que o filho pródigo da parábola de Jesus experimentou o amor do Pai, enquanto o filho mais velho, que sempre esteve em casa, reclamou seu lugar diante da alegria manifesta pelo filho que voltou. É mais fácil nos tornar filhos mais velhos do que filhos pródigos. Não é raro encontrarmos pessoas que se consideram religiosas porque vivem certas práticas, mas vivem amargas; são incapazes de desfrutar da alegria como dom de Deus.  Jesus sempre criticou a atitude farisaica daqueles que se consideravam os justos.


Assim, é preciso eliminar o julgamento, alegrar-se com aqueles que estão em busca do Senhor, mesmo que ainda não tenham deixado certas atitudes. É preciso acolher os novos na comunidade em seu entusiasmo e não julgarmos aqueles que são considerados, até por nossos cânones, pecadores públicos. Aquele que nunca fez festa com o pai, não compreende a festa do filho mais novo, que reconheceu a grandeza da misericórdia de Deus.  Também aqueles que nunca saem da igreja devem estar atentos para não deixar de desfrutar da festa de Deus, da alegria de ser cristão, desprezando aqueles que experimentam o Deus de amor e bondade. Certamente, muitos de nós sentimos morando na casa paterna, mas com a mesma atitude soberba do filho mais velho.


A experiência cristã inclui considerar-se pecador, sempre necessitado da misericórdia. Significa não se achar santo, julgando os demais, mas abrir-se ao amor gratuito do Pai. Nosso Deus é o Pai da Parábola da misericórdia? Como está nossa atitude diante do Deus da graça: somos cumpridores da lei ou participantes da festa? Em que lugar nos encontramos? Existe em nossa vida marcas do filho pródigo? Existem também marcas do filho mais velho?

Pe. Roberto Nentwig
Aquidiocese de Curitiba- PR

   FONTE: NENTWIG, Roberto. O Vosso Reino que também é nosso. Reflexões Homiléticas - Ano B. Curitiba; Editora Arquidiocesana, 2015. pg. 79.

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COM QUANTAS FALTAS REPROVA?



Como sempre, as reclamações na catequese não mudam: O que fazer com os catequizandos que faltam demais aos encontros?

Estabelecer um número "X" de presenças não parece funcionar. Está mais do que claro que não estamos conseguindo fazer a evangelização acontecer plenamente. E não se trata de "culpa" minha como catequista, ou dos pais, dos padres ou de quem quer que seja. É todo um processo que precisa ser analisado e refletido a luz desta nova "era" que estamos vivendo. Desta nova época onde prevalece o individualismo e falta de pertença social. 

Cada vez que um catequista pergunta sobre a necessidade de "comprovante" de missa ou com quantas faltas se "reprova" na catequese, mais aparente fica o tamanho do nosso fracasso. Pouca importância se dá ao processo de evangelização principalmente no tocante ao "encontro com Jesus Cristo", que se dá pelo anúncio do "querigma" (DAp 278).

Não, não devemos "reprovar", excluir ou negar sacramento a uma criança. É como se a impedíssemos de "chegar perto de Jesus" e isto se expressa claramente na passagem bíblica: “Deixai as crianças virem a mim. Não as impeçais, porque delas é o Reinado de Deus. Em verdade vos digo: quem não receber o Reinado de Deus como uma criança, não entrará nele!” E abraçava as crianças e, impondo as mãos sobre elas, as abençoava. (Mc 10,14-16) Jesus deseja a presença das crianças; irrita-se com os discípulos por impedi-las de chegar até ele.

E como podemos nós, dizer a uma criança que ela não receberá os sacramento porque teve mais de cinco faltas aos encontros? Pode ser que hoje ela não entenda do que se trata, esteja ali porque o pai e a mãe acham que deve, sem eles mesmos saberem porque ou professarem a sua fé, mas, fechar a porta da Igreja a ela, não é solução. É evidente que precisamos antes, evangelizar os ADULTOS da vida dela, aqueles que são responsáveis pelas idas e vindas delas.

E pensemos nesta questão: Os pais de hoje, foram catequizandos ontem, não foram? Como é que a gente pode jogar a "culpa" sobre os ombros deles? Em que Igreja eles foram iniciados? Não foi nesta mesma onde somos catequistas? Será que a catequese deles não teve os mesmos problemas? Será culpa dos avós e assim por diante?

A catequese católica tem diretrizes universais. Basta ler os diretórios de catequese da Santa Sé adaptados no Diretório Nacional de catequese (2006). Em nenhum deles diz que alguém pode "reprovar" na catequese, pelo simples fato de que catequese não é "curso" para adquirir sacramento, nem o sacramento é um diploma. Se existir uma orientação "paroquial" para essa "reprovação", com certeza ela é uma elucubração mirabolante de algum coordenador ou padre. Não tem respaldo do Papa e dos documentos da Igreja, com certeza.

Este modelo "obrigatório" de presença na Igreja não funciona para a conversão e o seguimento verdadeiro e não forma discípulos missionários. Fosse assim não teríamos essa “fuga” em massa da Igreja. O que acontece é que esquecemos que a evangelização é um tripé: anúncio/conversão = catequese = seguimento. Uma coisa não acontece sem ser precedida da outra. A respeito do processo de formação dos discípulos missionários, pode ser consultado o Documento de Aparecida em seus itens 276 a 278.

Ao invés de discutirmos o "remédio" para esta dor, deveríamos estar pensando no que causou a doença, para, então, buscar a cura. Um dos pedidos insistentes do Papa Francisco é que sejamos uma "Igreja em saída", mais ainda, que valorizemos as comunidades de fé, que sejamos uma Igreja que se preocupa com seus membros (Doc. 100 CNBB - 2013).

Por que uma criança que está na catequese falta tanto, e não vai à missa? Não tem alguma coisa mais profunda aí do que a "preguiça" dos pais? Será que a obrigatoriedade e a "reprovação" são mesmo características cristãs? Será que a fé pode ser "ensinada"? A fé é adquirida numa "escola"? Não estamos esquecendo o que Jesus fazia? "Deixai vir a mim as criancinhas...", que traduzindo nada mais é do que amor, acolhimento, perdão, abraço. E acho que isso combina mais com catequista do que azedume, revolta, exigências, regras, normas.

A criança falta hoje? Mande um whatsapp aos pais perguntando o porquê. Vá à casa dela. Converse com a família. Não espere a segunda falta. Não deixe para o final do ano. Você não é um discípulo missionário de Jesus? Vá fazer missão! Se entre todos os compromissos da criança, a Igreja está em último lugar, tente convencer os pais a colocar em primeiro. Torne-se amigo da família e presença na vida do seu catequizando. Isso é "ser" Igreja!

E chame os pais para a catequese familiar. Não faça "ameaça", faça convite. Não desista desta família, foi ela que procurou a Igreja primeiramente. Dê uma chance a ela, duas, três ou quantas for necessário, não faça "limitação" de presença. Jesus não veio para os "sãos", veio para os doentes, para aqueles que precisam Dele, seja esse "rosto" de Cristo, imprima esta marca nas suas atitudes.

Se tudo fosse perfeito e todo mundo abraçasse a Igreja desde o nascimento, a Igreja não precisaria de nós. O catequista existe, porque existem pessoas a catequizar.


Ângela Rocha
Catequista desde 2006 
Coordenadora Paroquial e Setorial - Arquidiocese de Curitiba.
Especialização em Catequética pela Faculdade Vicentina - Curitiba.
Graduanda em Teologia pelo PUCPR - Curitiba.
Coordenadora do Projeto "Catequistas em Formação"*
*Página na internet com 5 milhões de acessos.



*Isso tudo aí foi um comentário que coloquei numa publicação de um grupo do qual participo no Facebook. Tenho sido "precavida" e salvo o que escrevo. Porque tem sido costumeiro a pessoa fazer a pergunta, se arrepender e depois excluir quando não gosta das respostas. O facebook não guarda. Mas, eu guardo... rsrsrsr


sexta-feira, 29 de março de 2019

SUGESTÃO DE ENCONTRO: O FILHO PRÓDIGO

Mais um roteiro de encontro sugerido para este tempo da Quaresma, presenteado pela Gisele Araújo!


ROTEIRO DE ENCONTRO: PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO
4º Domingo da Quaresma.

Acolhida e Oração Inicial:

Cumprimentar alegremente a todos e convidar a ficar em círculo. Agradecer pela semana e pela alegria do encontro fazendo uma ação de graças espontânea. Incentive-os a criar os agradecimentos:

“Obrigada Senhor pelo nosso encontro...”
“Obrigada Senhor pela semana boa que tive...”
“Obrigada Senhor pelos meus amigos...”
“Obrigada Senhor pela minha catequista...”
Etc, etc...

DINÂMICA DO ABRAÇO:

- Escolher quantos e quais os tipos de abraços serão utilizados e confeccionar cartões. Pode-se fazer um cartaz e colocar somente o nº do abraço numa caixa:

Tipos de abraço:

     1.    Abraço de urso – bem apertado, ergue o amigo do chão.
     2.    Abraço de lado – ficam os amigos lado a lado e se abraçam.


3.  Abraço pelas costas – o amigo abraça o outro pelas costas.
    4.  Abraço do fundo do coração – é aquele com carinho.



5.  Abraço zen – encostar as palmas das mãos um no outro.
6.  Abraço sanduíche – escolher dois amigos e um fica no meio para o abraço.
  

7.  Abraço grupal – todos os participantes se abraçam uns aos outros formando um grande círculo.
8.  Abraço de rosto colado – encostar o rosto no amigo e abraçar.

 9.  Abraço clássico – abraçam-se normalmente.
10. Abraço relâmpago – um abraço rápido.


11. Toque extra – tapinhas nas costas.


- Colocar em uma caixa ou pacote/sacola, os cartões com os tipos de abraços.

- A dinâmica consiste em passar a caixa de mão em mão, enquanto a música estiver tocando, quando parar a música a pessoa que estiver de posse da caixa pegará um cartão ou a ficha numerada com o tipo de abraço a ser dado pelo participante, e ou, participantes. Escolhe quem vai receber o abraço. A dinâmica termina quando todos os cartões forem sorteados e todos forem abraçados.

Música utilizada: ♫ “Que abraço bom que você tem!” -  Quelly Silva

* Adaptação da dinâmica "Tipos de abraços" do Blog “Contar e encantar”:

DISCUSSÃO SOBRE O VALOR DE UM ABRAÇO:

O que pode significar? Quem costumamos abraçar? Porque abraçamos?

Um abraço pode significar muitas coisas, mas hoje no evangelho de Lucas, vamos ver que um abraço também significa:
Eu te acolho...
Eu te perdoo...
Eu senti sua falta e... acima de tudo
EU TE AMO e estava a tua espera.

EVANGELHO: LUCAS 15,11-32.

Ler calmamente o trecho do Evangelho e em seguida passar o vídeo: 

A Parábola do Filho Pródigo: https://www.youtube.com/watch?v=LBeTb9eo70A


REFLEXÃO SOBRE O TEMA:

A Parábola do filho pródigo é umas das mais belas passagens da bíblia. É uma história de amor e perdão; uma história de idas e vindas; uma história de recomeço.
Podemos refletir esta parábola de diferentes ângulos: podemos discutir sobre o comportamento do filho mais velho, do filho mais novo, do pai, dos amigos que ajudaram a gastar o dinheiro ou sobre a forma como o patrão tratava seus empregados. Mas hoje vamos olhar para essa história sobre o olhar do filho mais novo e seu pai.

Caminho do filho mais novo:

HERANÇA → PARTIU → GASTOU FORTUNA → ENTRA EM SI → REFLETE → LEVANTA → VOLTA

Esse caminho percorrido pelo filho pródigo nos ensina muitas coisas, ensina-nos que para voltar, para recomeçar, para pedir perdão é necessária uma ação. Este filho precisou entrar em si; refletir; levantar e voltar a casa do pai.

Este filho conseguiu recordar do amor de Deus e retornar, mas quantos jovens conhecemos que deixam a casa dos pais para sair em busca de outras realidades, de drogas e de um mundo fácil, e que após perderem tudo, não retornam para suas casas, porque não tem coragem de levantar.

E quantas vezes brigamos, nos distanciamos de algumas pessoas e não somos capazes de voltar a trás. Temos hoje tantas formas de nos comunicar e não somos capazes de dar o primeiro passo e nos aproximar? Volte de alguma forma volte para casa.

- Indicar as placas confeccionadas com menção as redes sociais. Hoje em dia temos muito mais facilidades para nos comunicarmos, as distâncias são bem menores. Use sua criatividade para fazer a reflexão!


*No final do encontro, distribuir as moedas de chocolate.

Caminho do PAI:

ABRE MÃO DO DINHEIRO → ESPERA → ABRAÇA → PERDOA

Simples assim, o PAI não reluta ao entregar a parte da herança ao seu filho, mesmo triste por dentro, faz a vontade deste. E durante todo o tempo que o filho esteve longe, o PAI, continuou todos os dias a levantar e esperar ele retornar. Acaso o pai sabia que o filho voltaria? Não. Mas como PAI que ama, sempre acreditou em sua volta.

E quando o PAI enxerga longe o filho voltando, qual a sua reação? Acaso ele perguntou ao filho, onde esteve, onde gastou o dinheiro? NÃO, como PAI ele o ABRAÇOU e o acolheu. Naquele ABRAÇO, o PAI dizia, EU TE AMO, EU TE PERDOO E EU SEMPRE ESTIVE A SUA ESPERA.

Assim Jesus sempre está a nossa espera, está sempre disposto a nos perdoar e a nos acolher, mas precisamos ter coragem de levantar e voltar.
        
Pensemos agora em todos os pais que ainda estão à espera de seus filhos, naqueles pais que viram seus filhos irem embora por causa de drogas e de tantos outros motivos, naqueles pais que todos os dias olham a janela na esperança de ver eles retornando, ou ficam ao lado do telefone esperando uma ligação. Peçamos para que Deus em sua infinita misericórdia os abençoe e os de força para continuar suas vidas e ter um dia a graça de poder os abraçar novamente.

CONCLUSÃO:



- Entregar as lembranças confeccionadas com a mensagem: ME PERDOA.

Mencionar que o pequeno cartão é para ser entregue a quem sentimos que devemos pedir perdão. Ou simplesmente para recordarmos de que temos sempre um PAI disposto a nos perdoar. Terminar com um grande abraço coletivo.

* Imagem do menino retirada do site abaixo:

ORAÇÃO FINAL:

De mãos dadas rezar o Pai Nosso e lembrar e reforçar ao final o trecho:

“Perdoai as nossas ofensas, assim como temos perdoado a quem nos tem ofendido...”

Catequista Gisele Antonieta de Araújo
Paróquia Santo Antônio – Bocaiúva do Sul – PR.







quarta-feira, 27 de março de 2019

IVC E SEU RITOS: NÃO ME LEVEM A MAL, MAS...


 
Uma preocupação sempre presente na catequese: a conscientização dos pais sobre a importância e responsabilidade deles na caminhada da catequese. E, infelizmente, não temos tomados decisões lá muito coerentes. Além dos tradicionais comprovantes de presença nas missas e outras “chantagens”, uma nova “solução” tem se apresentado: a “Eleição” ou Rito do Eleitos.

Essa solução, sonhada por nós no processo catecumenal, tem sido utilizada na catequese infantil como uma "seleção" das crianças que podem fazer a Primeira Eucaristia, ou seja, fazer a "Eleição" (como no processo catecumenal) de forma a escolher dentre os pequenos, aqueles que merecem receber o sacramento da Eucaristia no tempo correto. Ou seja, pais que não caminharam na linha: filho fora da Primeira Eucaristia! Com isso aumentaria a "responsabilidade" dos pais em não deixar as crianças faltarem à catequese e levá-los à Igreja, participar de reuniões, etc.

Não estou criticando o processo em si. Na verdade, este é um sonho nosso: que haja a "Eleição" daqueles que foram catequizados, para que, purificados e iluminados na Quaresma, recebam os sacramentos no Tempo Pascal. Mas, será que todas as famílias que ficarem “de fora”, vão compreender o processo, sem ter passado por ele? Como uma criança sabe que está "preparada" para receber os sinais da graça?

E também fico pensando: O que sabem da vida, nossos catequizandos - ainda na infância - para entender a dimensão dessa eleição? Nossas crianças querem ser acolhidas e amadas, querem a aceitação dos pais, da sociedade. Fico pensando o que uma rejeição ou exclusão como esta - porque é isso que os pais acabam transmitindo a eles - fará com seu mundo em construção. Sendo que cabe aos pais leva-los à Igreja, o correto não seria envolver OS PAIS numa catequese formal, já que se trata de crianças? Como vamos mensurar o efeito disso? Os pais compreendem isso? Não está sendo mais uma “coação” do que evangelização?

Para que se perceba que alguém "permanece" na Igreja, no seguimento, são necessários muitos anos. Este é o meu medo: que esta seleção esteja só "amedrontando" os pais que tem uma fé infantil e rasa. Que "ai se seu filho não fizer a eucaristia, vai pro inferno" ou "se não tem sacramento, depois não casa", sejam os verdadeiros motivos de tal adesão.

De minha parte, como formadora e orientadora de catequistas, mesmo compreendendo as razões para esta "seleção", eu não concordo com ela. Estamos aqui, de certa forma, atendendo os "sãos" e esquecendo os "doentes". Estamos fazendo uma Igreja de exclusão, não estamos INDO às "periferias", onde está quem mais precisa. A Igreja precisa ser antes de tudo "acolhedora" e receber de braços abertos a TODOS, mesmo aqueles que vão à missa uma vez por ano. E, se pensarmos racionalmente, crianças não tem maturidade nenhuma para receber o Corpo de Cristo. Os ritos e a IVC catecumenal é para adultos, não tem como jogar para cima das crianças esta responsabilidade, baseado no seu “comprometimento” com a catequese.

São mais de 15 anos lendo e estudando os documentos sobre a IVC e o RICA, num esforço enorme para compreender todo o processo. TUDO o que se tem escrito a respeito, experimentado, ritualizado, a própria postura do nosso Papa, enfim... leio, leio tudo. E o que posso perceber, e o que nossos mestres estão dizendo, é que este processo não foi feito para CRIANÇAS.

A INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ, da qual falamos, é PARA ADULTOS. Para quem tem a maturidade para o encontro com o Cristo Ressuscitado, entendimento para se CONVERTER de verdade e liberdade de um SEGUIMENTO maduro. É preciso ser "dono" do seu nariz para isso.

Claro que ainda fazemos e faremos catequese com crianças! Mas, precisamos "inspirar" a catequese das crianças usando o modelo catecumenal e NÃO FAZER CATECUMENATO COM CRIANÇAS! Com crianças a gente inicia a amizade com Jesus, proporciona o encontro com a comunidade, faz catequese mistagógica e iniciática. ANUNCIANDO! Se é possível fazer a IVC com as crianças, que seja só o anúncio, o querigma, a pré-catequese.

Enquanto a Igreja estiver sendo procurada por famílias com suas crianças, vamos ACOLHER e fazer o melhor de nós para um ensino da fé coerente com a idade e experiências desta criança. E vamos correr atrás dos pais ausentes para evangelizar, tirá-los dessa compreensão equivocada que sacramento é para poder "casar na Igreja". Que 1º Eucaristia é para tirar foto para a avó ver, que ir à Igreja é "separado" da vida cotidiana.

Estes PAIS, estas FAMÍLIAS - tenham elas o formato que tiverem - PRECISAM ser EVANGELIZADAS. Senão, estamos sim, sendo EXCLUDENTES. Ao dizer a uma criança: "não, você não pode! ” Isso é para o bem de quem? Dela? Da família? Da Igreja? Da fé é que não é...

Nada contra, fazer rito com as crianças, desde que jamais se exija delas uma maturidade que elas não têm e uma escolha de caminho que elas, sozinhas, não conseguem fazer. É preciso "adaptar" os ritos. Mudar o passo, o caminho. Não amassar o mesmo barro com sapatos novos. A própria comunhão só vai ser entendida por muitas pessoas, lá na vida adulta, depois dos 30, 40 anos.

O Rito da Eleição, Exorcismos, Escrutínios, não têm o menor sentido na catequese de crianças. Com os jovens talvez. Acima de 14 anos não há pai que obrigue um adolescente a ir à Igreja se ele não quiser. Ele já pode “escolher” e de algum modo começar a caminhada da fé. Pensemos nisso! Mas, iniciação dos jovens tem que ser feita na linguagem do jovem, não na linguagem das catacumbas da idade média!

Fico triste, muito mesmo, quando se está apenas começando a começar um processo e já estamos "cantando vitória": Nossa que lindo: estamos fazendo rito da eleição na catequese infantil! E nem sabemos o que nossas crianças da "geração IVC" vão achar disso lá na frente. Vamos devagar com o andor. Estamos criando uma Igreja excludente, que elege os "sãos" para ficar, e manda embora os "doentes". Que "periferia" é essa onde estamos evangelizando? Estamos abrindo ou fechando portas?

Sou contra o "rito por rito" ou "porque é bonito". Adaptações podem ser boas, como as entregas de símbolos, que são revestidas de mistério, onde as crianças podem até associar às suas "conquistas". Mas, ainda prefiro “rito para bonito” do que implantar "eleição" para crianças, excluindo aquelas que não tiveram apoio da família na caminhada. Isso é mais cruel ainda. Que será que uma criança pensa quando sua catequista diz que ela não fará o sacramento com os outros amigos porque "não está preparada"?

Queremos fazer? Vamos fazer. Com as crianças que forem inscritas na catequese hoje, AGORA. E avisar a elas que se, em X anos, ela não vier a missa todos os domingos, aos encontros toda semana e não se comportar como católica, ela não vai receber o sacramento com os outros, vai esperar mais um pouco, até ser selecionada ou “eleita”. Aí, depois de 2, 3 anos, exclua ela se deu a ela todas as oportunidades e chances (Aha! E como é que se julga isso?). Aí, se ao longo destes X anos, que VOCÊ teve para evangelizar esta criança e os pais, você não conseguiu. Sinto muito, mas, VOCÊ não será ELEITO!

Bom, este texto não é CRÍTICA a ninguém! Não é ofensa. É uma reflexão. Que eu gostaria que todos os catequistas adultos fizessem a respeito da IVC, suas etapas, seus ritos e o que cabe na catequese infantil. Pensem e se questionem. É só o que quero de todos. Argumentem sim, sem criticar nem ofender ninguém. É isso que um catequista adulto faz.

Ângela Rocha
Catequista ainda amadora...

"De quem lê, espera-se que saiba pensar. Quem não sabe pensar, acredita no que pensa. Quem sabe pensar, questiona o que pensa."

(Pedro Demo - professor e sociólogo).