CONHEÇA!

sexta-feira, 29 de setembro de 2023

TERÇO DAS CRIANÇAS - 18 DE OUTUBRO DE 2023

 


Terço das Crianças 2023

DIA 18 DE OUTUBRO

ONDE VOCÊ ESTIVER!

Fundação Pontifícia ACN convida todas as paróquias, creches, escolas e famílias a participarem de mais uma edição anual da campanha de oração “Terço das Crianças”.


Faça o download dos arquivos!

https://www.acn.org.br/terco-das-criancas/


Nós acreditamos de verdade que a oração pura das crianças pode voar como uma flecha diretamente ao coração de Deus. Quão poderosa, então, é a oração do Terço, rezada pelas crianças na intenção pela paz e unidade dentro das famílias, dentro do seu próprio país e em todo o mundo!

Participe!

Mais informações você encontra no site do Terço das Crianças  acn.org.br/terco-das-criancas, bem como o kit de oração para download, que contém: Cartaz – Livrinho para rezar o Terço – Carta de apresentação – Cartoon ‘Santo Anjo’ – Guia para confeccionar Pulseira (dezena do Terço).


Catequistas em formação





terça-feira, 26 de setembro de 2023

CRIANÇAS NA MISSA


Um texto para compartilhar com os pais!

CRIANÇAS NA MISSA
 
Coloca a criança no colo e vai.
Coloca o salto ou a sapatilha e vai. Arruma o cabelo ou faz um coque e vai. Com pó na cara ou com o rosto lavado, vai.
A criança não para sentada, vai.
A criança chora muito, mas vai.
Você talvez não consiga prestar atenção como queria na missa, mas vai.
As pessoas se incomodam, mas vai. Nunca deixe a bênção que você tanto pediu atrapalhar sua gratidão.
Ensine seu filho que ir à casa de Deus é uma forma de agradecer.
Esta fase vai passar, mas vai, mesmo que alguns dias sejam piores do que os outros e que algumas vezes você queira ir embora no meio da homilia, mas persiste em ir até o fim, respira e continua.
Vai, mostra para os teus filhos quem é o Deus que você serve, vai, arrume sempre um jeito, mas nunca uma desculpa.
Vai mãe, pai, planta ali a sementinha do Evangelho, vai, não desiste.

(Autor desconhecido)

Compartilhado da Julia Kureke !

terça-feira, 19 de setembro de 2023

POR QUE COMEÇAR A CATEQUESE FALANDO DE JESUS E NÃO DA CRIAÇÃO, COMO NA BÍBLIA?


Gênesis ou Evangelhos? Por onde começo?

Isso se dá pelo fato de que começamos a catequese "apresentando" Jesus ao catequizando, fazendo-o "acolher" Jesus em seu coração, acreditar nele... se "converter", mostrando as ações Dele nos Evangelhos. E o "seguimento" só vem depois da conversão, para seguir Jesus é preciso então saber "de onde Ele veio", o que fez com que Deus mandasse à terra seu único filho? Para isso é preciso conhecer a história da salvação contida no AT. Depois, numa terceira etapa vem o conhecimento dos sacramentos, da Igreja... ou seja, ali é que se "adere" realmente à causa maior de Jesus, o "Reino de Deus". É trabalhando na comunidade ajudando aos outros e sendo discípulo missionário que se adere de verdade à fé.

Um padre um dia – eu também estava achando que se devia começar a catequese pela Criação -  fez a seguinte analogia: Nós devemos ser como as crianças. Quando elas conhecem um novo amigo, o que elas buscam primeiro? Primeiro elas perguntam o nome e buscam as “afinidades”: os mesmos gostos, as mesmas brincadeiras. Depois de um tempo brincando juntas, o encontro se fortalece e elas querem saber umas das outras: onde você mora? Quem são seus pais? De onde você veio? Somente então, eles evoluem a amizade para saber qual é a rua onde moram, conhecer a casa um do outro, saber que escola frequenta... Assim é também a fé. Primeiro precisamos conhecer e nos apaixonar pela “pessoa” de Jesus Cristo; depois queremos conhecer sua história, de onde Ele veio e depois queremos saber da sua casa, da sua comunidade, a Igreja, para podermos estar juntos.

Jesus veio para fazer uma "Revelação", que somente por Ele se chega ao Pai. É por meio dos ensinamentos de Jesus que chegamos ao Pai, bondoso, amoroso, que perdoa e cura. Se começarmos a catequese pelo AT, que Deus os catequizandos conhecerão primeiro? Aquele Deus dos patriarcas, exigente e que castiga o homem pelos seus erros, muitas vezes, até sem piedade. Será que é este Deus que converte? Não seria melhor primeiro aprender de Jesus o quanto o Pai é bom e só depois conhecer a caminhada do povo escolhido?

O Antigo Testamento, ou seja, a história da Salvação, precisa ser tema da catequese. Só que é preciso dar o "foco" que se deve, à luz de hoje, do mundo de hoje, da pedagogia de hoje. Por exemplo, ao falar do Gênesis, valorizar a criação, a natureza, os animais e os homens criados por Deus. Ao citar os patriarcas estamos falando de um povo "escolhido" por Deus, de Abraão, de Moisés, que deixaram tudo que tinham por "confiança" em Deus... Juízes, reis, como as várias tentativas de se juntar um povo em torno de uma mesma fé... e os profetas como aqueles que vinham preparando o caminho para a chegada do Messias. Tudo tem importância. Claro que algumas leituras são mesmo muito difíceis de entender e podem ser deixadas para a caminha do convertido depois dos sacramentos.

Ângela Rocha – Catequista

Graduada em Teologia pela PUCPR



domingo, 17 de setembro de 2023

ROTEIRO DE ENCONTRO: A CRIAÇÃO E A CASA COMUM - CATECUMENATO DE ADULTOS

Você já leu a Laudato Si'? "Sobre o cuidado da 'casa comum'". Carta Encíclica do Papa Francisco de 24 de maio de 2015? Se não leu, leia e aproveite este roteiro de encontro!

ROTEIRO DE ENCONTRO: A CRIAÇÃO E A CASA COMUM

Para o catequista: Sugerimos aqui um encontro mais “motivacional”, estimulando a sensibilidade e o encantamento pela criação. Ele pode ser associado aos primeiros encontros, outra possibilidade é criar um momento especial de celebração no meio do processo catecumenal (catequese). Sobre o texto bíblico da Criação: É preciso superar uma concepção literal e estática da origem da Terra. Ampliar a visão cristã sobre a criação e a nossa responsabilidade para com ela. Perceber que a teologia da criação não está somente em Gn 1-2. Ela percorre toda a Bíblia, em estreita relação com a salvação.

Objetivos do encontro: Aproximar o catequizando da natureza com abertura para a admiração e o encanto, mostrando a língua da fraternidade e da beleza, conforme a Carta Encíclica Laudato si, do Papa Francisco (LS 11). Apresentar São Francisco de Assis como modelo do cuidado com a casa comum.

Ambientação: Sugerimos que o encontro seja em um parque, bosque, área de conservação, ou qualquer outro espaço onde, antes de refletir, as pessoas exercitem seus sentidos (tocar, cheirar, ver, respirar, ouvir), percebendo-se como parte do meio ambiente, da criação de Deus: flores, árvores, plantas, pássaros, água, etc. Se possível, uma imagem de São Francisco de Assis.

Material de apoio: Carta Encíclica Laudato si - Papa Francisco.

Sobre a Encíclica Laudato si

A Encíclica Laudato si foi escrita pelo Papa Francisco em maio de 2015. Ela foi escrita para “nos ajudar a reconhecer a grandeza, a urgência e a beleza do desafio que temos pela frente: cuidar da casa comum, a Terra”. (LS 15).

A Terra é para nós como a casa onde habitamos com as outras criaturas, uma irmã com que partilhamos a existência, uma boa mãe que nos acolhe nos seus braços. Ela clama contra a violência que lhe provocamos. Esquecemos de que nós mesmos somos parte da Terra. Francisco faz um grande apelo: unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral (LS 13).

O Papa Francisco usa como símbolo do amor à criação, São Francisco de Assis religioso italiano o fundador da Ordem dos Franciscanos no século XII. São Francisco era filho de um rico comerciante, mas fez votos de pobreza. Foi canonizado pelo papa Gregório IX dois anos depois de sua morte. São Francisco é exemplo do cuidado pelo que é frágil, por uma ecologia integral, vivida com alegria e autenticidade. Aquele que reconhece o planeta como um livro maravilhoso de Deus, que nos fala de sua bondade e beleza. (LS 10,11,12).

Iniciando o encontro: Agradecer a Deus pela beleza da criação:

Catequista: Louvado Seja, meu Senhor, por todas as suas criaturas.

Todos repetem: Louvado Seja, meu Senhor, por todas as suas criaturas. Amém.

Sinal da cruz: Pai, filho e Espírito Santo.

Canto: Cântico das Criaturas (São Francisco). Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=2Q35mDFHIy8

- Falar sobre as questões socioambientais que devem causar inquietação nos cristãos. “Tomar consciência, ousar transformar em sofrimento pessoal aquilo que acontece ao mundo e, assim, reconhecer a contribuição que cada um lhe pode dar”. (LS 18).

♫ Canto: Escolha um Salmo de Louvor com a criação. Sugestão: Salmo 135/136. https://liturgiadashoras.online/salmo-135136/

Ou recitar o Salmo: 148, 3-5: Louvem-no sol e lua, louvem-no todas as estrelas cintilantes. Louvem-no os mais altos céus e as águas acima do firmamento. Louvem todos eles o nome do Senhor, pois ordenou, e eles foram criados.

Leitura bíblica: Gn 1 e 2.

- Pedir a todos que façam uma leitura individual e silenciosa, buscando no local o melhor espaço para isso: banco de jardim, grama, andando...

- Em seguida reunir a todos para a partilha.

Começando a conversa (Meditação):

Como podemos participar no projeto criador e salvador de Deus?

Reflexão: As narrações da criação no livro do Genesis contêm, na sua linguagem simbólica e narrativa, ensinamentos profundos sobre a existência humana e a sua realidade histórica. Estas narrações sugerem que a existência humana se baseia sobre três relações fundamentais intimamente ligadas: as relações com Deus, com o próximo e com a terra. Segundo a Bíblia, estas três relações vitais romperam-se não só exteriormente, mas também dentro de nós. Esta ruptura é o pecado. A harmonia entre o Criador, a humanidade e toda a criação foi destruída por termos pretendido ocupar o lugar de Deus, recusando reconhecer-nos como criaturas limitadas. (LS 66).

- De dominar para cuidar (LS 67).

Não somos Deus. A terra existe antes de nós e nos foi dada. A narração do Genesis, que convida a “dominar” a terra (Gn 1, 28), favoreceria a exploração selvagem da natureza, apresentando uma imagem do ser humano como dominador e devastador. Mas esta não é uma interpretação correta da Bíblia, como a entende a Igreja. Se é verdade que nós, cristãos, algumas vezes interpretamos de forma incorreta as Escrituras, hoje devemos decididamente rejeitar que, do fato de ser criados à imagem de Deus e do mandato de dominar a terra, se deduza um domínio absoluto sobre as outras criaturas. É importante ler os textos bíblicos no seu contexto e lembrar que nos convidam a “cultivar e guardar” o jardim do mundo (Gn 2, 15). Enquanto “cultivar” quer dizer lavrar ou trabalhar um terreno, “guardar” significa proteger, cuidar, preservar, velar. Isto implica uma relação de reciprocidade responsável entre o ser humano e a natureza. Cada comunidade pode tomar da bondade da terra aquilo de que necessita para a sua sobrevivência, mas tem também o dever de a proteger e garantir a continuidade da sua fertilidade para as gerações futuras.

Mantra: Ao Senhor pertence a terra (Sl 24/23, 1), a Ele pertence a terra e tudo o que nela existe (Dt 10, 14).

- Caim e Abel: A terra clama! (LS 70a).

Na narração de Caim e Abel, vemos que a inveja levou Caim a cometer a injustiça extrema contra o seu irmão. Isto, por sua vez, provocou uma ruptura da relação entre Caim e Deus e entre Caim e a terra, da qual foi exilado. Esta passagem aparece sintetizada no dramático colóquio de Deus com Caim. Deus pergunta: “Onde está o teu irmão Abel? Caim responde que não sabe, e Deus insiste com ele: “Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama da terra até Mim. De futuro, serás amaldiçoado pela terra (…). Serás vagabundo e fugitivo sobre a terra” (Gn 4, 9-12).

O descuido no compromisso de cultivar e manter um correto relacionamento com o próximo, relativamente a quem sou devedor da minha solicitude e custódia, destrói o relacionamento interior comigo mesmo, com os outros, com Deus e com a terra. Quando todas estas relações são negligenciadas, quando a justiça deixa de habitar na terra, a Bíblia diz-nos que toda a vida está em perigo.

Mantra: A voz do sangue do teu irmão clama da terra até Mim!

- Noé: tudo está interligado (LS 70b). Basta um homem bom para haver esperança (LS 71a).

Embora Deus reconhecesse que: “a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente. Então arrependeu-se o Senhor de haver feito o homem sobre a terra e pesou-lhe em seu coração”. (Gn 6, 5-6).Ele decidiu abrir um caminho de salvação através de Noé, que ainda se mantinha íntegro e justo. Assim deu à humanidade a possibilidade de um novo início.

Mantra: Basta um homem bom para haver esperança!

A tradição bíblica estabelece uma reabilitação e o respeito pelos ritmos da natureza pela mão do Criador. É a Lei do Shabbath: No sétimo dia, Deus descansou de todas as suas obras. Assim, Deus ordenou a Israel que cada sétimo dia devia ser celebrado como um dia de descanso, um Shabbath. Além disso, de sete em sete anos, instaurou-se também um ano sabático para Israel e a sua terra (Lv 25,1-6), durante o qual se dava descanso completo à terra, não se semeava e só se colhia o indispensável para sobreviver e oferecer hospitalidade. Por fim, passadas sete semanas de anos, ou seja quarenta e nove anos, celebrava-se o jubileu, um ano de perdão universal, “proclamando na vossa terra a liberdade de todos os que a habitam” (Lv 25,10).

Mantra: A dádiva da terra com os seus frutos pertence a todo o povo!

- De “natureza” para “criação”: a diferença (LS 76).

Na tradição judaico-cristã, dizer “criação” é mais do que dizer natureza, porque tem a ver com um projeto do amor de Deus, onde cada criatura tem um valor e um significado. A natureza entende-se habitualmente como um sistema que se analisa, compreende e gere, mas a criação só se pode conceber como um dom que vem das mãos abertas do Pai de todos, como uma realidade iluminada pelo amor que nos chama a uma comunhão universal.

Mantra: A criação é dom de Deus, para a comunhão universal!

- Cada ser é importante. Tudo é carícia de Deus (LS 84).

O fato de insistir na afirmação de que o ser humano é imagem de Deus não deveria fazer-nos esquecer que cada criatura tem uma função e nenhuma é supérflua. Todo o universo material é uma linguagem do amor de Deus, do seu carinho sem medida por nós. O solo, a água, as montanhas: tudo é carícia de Deus. A história da própria amizade com Deus desenrola-se sempre num espaço geográfico que se torna um sinal muito pessoal, e cada um de nós guarda na memória lugares cuja lembrança nos faz muito bem.

Mantra: Como é grande o carinho do Senhor por seus filhos!

- Uma comunhão universal: respeito sagrado, amoroso e humilde (LS 89).

As criaturas deste mundo não podem ser consideradas um bem sem dono: “Todas são tuas, ó Senhor, que amas a vida” (Sb 11, 26). Isto gera a convicção de que nós e todos os seres do universo, sendo criados pelo mesmo Pai, estamos unidos por laços invisíveis e formamos uma espécie de família universal, uma comunhão sublime que nos impele a um respeito sagrado, amoroso e humilde. Quero lembrar que “Deus uniu-nos tão estreitamente ao mundo que nos rodeia, que a desertificação do solo é como uma doença para cada um, e podemos lamentar a extinção de uma espécie como se fosse uma mutilação”.

Mantra: Somos criaturas tuas , ó Senhor, que ama a vida.

- O olhar de Jesus de Nazaré (LS 97-98).

O Senhor podia convidar os outros a estar atentos à beleza que existe no mundo, porque Ele próprio vivia em contacto permanente com a natureza e prestava-lhe uma atenção cheia de carinho e admiração. Jesus vivia em plena harmonia com a criação, com grande maravilha dos outros: “Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?” (Mt 8, 27).

Quando percorria os quatro cantos da sua terra, detinha-Se a contemplar a beleza semeada por seu Pai e convidava os discípulos entenderem a mensagem divina: “O Reino dos Céus é semelhante a um grão de mostarda que um homem tomou e semeou no seu campo. É a menor de todas as sementes; mas, depois de crescer, torna-se a maior planta do horto e transforma-se numa árvore” (Mt 13, 31-32).

Mantra: “Levantai os olhos e vede os campos que estão doirados para a ceifa” (Jo 4, 35).

- Cristo glorificado e a Nova Criação (LS 100).

O Novo Testamento não nos fala só de Jesus terreno e da sua relação tão concreta e amorosa com o mundo; mostra-nos também como o ressuscitado e glorioso, presente em toda a criação com o seu domínio universal. “Foi n’Ele que aprouve a Deus fazer habitar toda a plenitude e, por Ele e para Ele, reconciliar todas as coisas (…), tanto as que estão na terra como as que estão no céu” (Cl 1, 19-20). Isto lança-nos para o fim dos tempos, quando o Filho entregar ao Pai todas as coisas a fim de que Deus seja tudo em todos. Assim, as criaturas deste mundo já não nos aparecem como uma realidade meramente natural, porque o Ressuscitado as envolve misteriosamente e guia para um destino de plenitude. As próprias flores do campo e as aves que Ele, admirado, contemplou com os seus olhos humanos, agora estão cheias da sua presença luminosa.

Mantra: Que Deus seja tudo em todos!

Aprofundando o tema:

O que está acontecendo com a nossa casa?

- Há um problema ambiental que você e sua família sentem “na pele”?

- Quais, em sua opinião, são os principais problemas ambientais da nossa comunidade, da nossa cidade? E do nosso país? Do mundo?

- O que eu posso fazer a este respeito?

As respostas têm caráter prático, concreto. Buscar na comunidade ações comunitárias e coletivas de cuidado com a casa comum, e conforme sua realidade tentar participar delas.

Oração final: 
Oração pela nossa Terra

Deus Onipotente, que estais presente em todo o universo e na mais pequenina das vossas criaturas, Vós que envolveis com a vossa ternura tudo o que existe,
derramai em nós a força do vosso amor para cuidarmos da vida e da beleza.
Inundai-nos de paz, para que vivamos como irmãos e irmãs sem prejudicar ninguém.

Ó Deus dos pobres, ajudai-nos a resgatar os abandonados e esquecidos desta terra que valem tanto aos vossos olhos.

Curai a nossa vida, para que protejamos o mundo e não o depredemos, para que semeemos beleza e não poluição nem destruição.

Tocai os corações daqueles que buscam apenas benefícios à custa dos pobres e da terra.

Ensinai-nos a descobrir o valor de cada coisa, a contemplar com encanto, a reconhecer que estamos profundamente unidos com todas as criaturas
no nosso caminho para a vossa luz infinita.

Obrigado porque estais conosco todos os dias.

Sustentai-nos, por favor, na nossa luta pela justiça, o amor e a paz.

Papa Francisco ((LS 246ª)


- Incentivar o louvor espontâneo, repetindo refrão de agradecimento.

Catequista: Louvado Seja, meu Senhor, por todas as suas criaturas.

Todos: Louvado Seja, meu Senhor, por todas as suas criaturas. Amém.

- Fechar com o Pai Nosso... Sinal da cruz: Pai, filho e Espírito Santo.


Texto para leitura:

FRANCISCO. Carta Encíclica Laudato Si - Doc.201. São Paulo: paulinas, 2015.


Adaptado de:


ESTE e outros encontros você encontra em nossa apostila:

PEDIDOS WHATS: (41) 99747-0348





A GRAÇA DE PODER PERDOAR - REFLEXÃO

 

Mateus 18,15-35: A graça de poder perdoar 

[Mesters, Lopes e Orofino]

Nesta reflexão para o evangelho do domingo, Jesus nos fala da necessidade de perdoar o irmão, a irmã. Não é fácil perdoar, pois certas mágoas continuam machucando o coração. Há pessoas que dizem: “Eu perdoo, mas não esqueço!” Rancor, tensões, brigas, opiniões diferentes, ofensas, provocações dificultam o perdão e a reconciliação.

1  Situando

1. Leremos a segunda parte do Sermão da Comunidade e meditar sobre ela. Veremos os assuntos da correção fraterna (18,15-18), da oração em comum (18,19-20), do perdão (18,21-22) e a parábola do perdão sem limites (18,23-35).

2. A organização das palavras de Jesus em cinco grandes Sermões mostra que, já no fim do primeiro século, as comunidades tinham formas bem concretas de catequese. O Sermão da Comunidade, por exemplo, traz instruções atualizadas de como proceder caso algum conflito surgisse entre os seus membros. Eram como cinco grandes setas no caminho que apontavam o rumo da caminhada e ofereciam critérios concretos para solucionar conflitos.

2  Comentando

1.    Mateus 18,15-18: A correção fraterna e o poder de perdoar

Jesus traz normas simples e concretas de como proceder no caso de algum conflito na comunidade. Se um irmão ou uma irmã pecar, isto é, se tiver um comportamento não de acordo com a vida da comunidade, não se deve logo denunciá-los. Primeiro, procure conversar a sós. Procure saber os motivos do outro. Se não der resultado, leve mais duas ou três pessoas da comunidade, para ver se conseguem algum resultado. Só em caso extremo, deve levar o problema para a comunidade toda. E se a pessoa não quiser escutar a comunidade, que ela seja para você como um publicano ou pagão, isto é, como alguém que já não faz parte da comunidade. Não é você que a está excluindo, mas é a pessoa que se exclui a si mesma.

2.    Mateus 18,19: A oração em comum

Essa exclusão não significa que a pessoa seja abandonada à sua própria sorte. Ela pode estar separada da comunidade, mas não estará separada de Deus. Caso a conversa na comunidade não der resultado, e a pessoa não quiser integrar-se na vida da comunidade, resta o último recurso de rezar juntos ao Pai para conseguir a reconciliação. E Jesus garante que o Pai vai atender.

3.    Mateus 18,20: A presença de Jesus na comunidade

O motivo da certeza de ser ouvido é a promessa de Jesus: “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, estarei no meio deles!” Jesus diz que ele é o centro, o eixo, da comunidade e, como tal, junto com a comunidade estará rezando ao Pai, para que conceda o dom do retorno ao irmão ou à irmã que se excluiu.

4.    Mateus 18,21-22: Perdoar setenta vezes sete!

Diante das palavras de Jesus sobre a reconciliação, Pedro pergunta: “Quantas vezes devo perdoar? Sete vezes?” Sete é um número que indica uma perfeição e, no caso da proposta de Pedro, sete é sinônimo de sempre. Mas Jesus vai mais longe. Ele elimina todo e qualquer possível limite para o perdão: “Não te digo até sete, mas até setenta vezes sete!” Pois não há proporção entre o amor de Deus para conosco e o nosso amor para com o irmão. Jesus conta uma parábola para esclarecer a sua resposta a Pedro.

5.    Mateus 18,23-35: A parábola do perdão sem limite

Dívida de dez mil talentos é 164 toneladas de ouro. Dívida de cem denários é de 30 gramas de ouro. Não existe meio de comparação entre os dois. Mesmo que o devedor junto com mulher e filhos fosse trabalhar a vida inteira, jamais seria capaz de juntar 164 toneladas de ouro. Diante do amor de Deus que perdoa gratuitamente nossa dívida de 164 toneladas de ouro, é nada mais que justo que nós perdoemos ao irmão a dividazinha de 30 gramas de ouro. E atenção! O único limite para a gratuidade da misericórdia de Deus é a nossa incapacidade de perdoar o irmão. (Mt 18,34; 6,15).

3. Alargando

A comunidade como espaço alternativo de solidariedade e fraternidade

A sociedade do Império Romano era dura e sem coração, sem espaço para os pequenos. Estes buscavam um abrigo para o coração e não o encontravam. As sinagogas também eram exigentes e não ofereciam um lugar para eles. Nas comunidades, o rigor de alguns na observância da Lei levava para a convivência os mesmos critérios injustos da sociedade e da sinagoga. Assim, nas comunidades começaram a aparecer as mesmas divisões que existiam na sociedade e na sinagoga entre rico e pobre, dominação e submissão, falar e calar, carisma e poder, homem e mulher, raça e religião. Em vez de a comunidade ser um espaço de acolhimento, tornava-se um lugar de condenação. Juntando palavras de Jesus neste Sermão da Comunidade, Mateus quer iluminar a caminhada dos seguidores e das seguidoras de Jesus, para que as comunidades sejam um espaço alternativo de solidariedade e de fraternidade, devem ser uma boa-nova para os pobres.

 

segunda-feira, 11 de setembro de 2023

APOSTILAS "CATEQUISTAS EM FORMAÇÃO": CATECUMENATO DE ADULTOS

E com alegria, LANÇAMOS mais uma apostila! Desta vez respondendo aos anseios dos Catequistas que trabalham com Adultos, trazendo formação, orientaçãos e roteiros.

O grupo CATEQUISTAS EM FORMAÇÃO vem atuando na web e nas redes socias há 12 anos. E o nosso propósito principal sempre foi proporcinar FORMAÇÃO aos catequistas. Formação esta, que nem sempre está disponível em nossas comunidades e que, via de regra custam mais do que o catequista pode pagar.

Por esta razão, sempre que ossível, fazemos formações online via redes sociais e oferecemos APOSTILAS sobre os diversos temas que permeiam a missão do catequista. Nossas apostilas são arquivos digitais e permitem que o material seja reproduzido em suas paróquias quantas vezes for necessário. Só não abrimos mão dos direitos de Publicação via internet.

Para COMPLEMENTAR os roteiros de encontro, adquira também, os roteiros litúrgicos dos Ritos e Celebrações já adaptados!

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Pedidos:  Whats (41) 99747- 0348

Ângela Rocha




domingo, 10 de setembro de 2023

QUAL A MELHOR IDADE PARA INICIAR A CATEQUESE?

Esta é uma discussão que vem de longe....

E por mais que os catequistas tenham suas opiniões, infelizmente não são eles que decidem. São as comissões diocesanas ou os próprios bispos. Claro que se leva em conta as questões psicopedagógicas, mas, não se costuma "ouvir" os catequistas a este respeito. Fato é que "idade" e "tempo" de catequese são os mais diversos país afora. Até parece que somos vários países dentro de um só. E nem vou falar dos diferentes itinerários e roteiros...

Uma questão que é bastante relevante com relação à idade para iniciar a catequese infantil, é a alfabetização. Por mais que saibamos que "catequese não é aula", ainda precisamos de "leitura", afinal usamos a Bíblia, "livro" por excelência da catequese. Poderíamos até dispensar a alfabetização, mas, com turmas abarrotadas de crianças é bem complicado para um(a) catequista dar conta de todos, se estes não tiverem o mínimo de desenvoltura (maturidade) para entender do que se está falando. 

E alfabetização tem muito a ver, também, com o aspecto funcional. Estatísticas alertam que uma boa parte dos adultos são "analfabetos funcionais", ou seja, leem as palavras e frases, mas, não compreendem o signifcado delas. Segundo o IBGE, além de 16 milhões de analfabetos, o Brasil tem aproximadamente 38 milhões analfabetos funcionais. O analfabetismo funcional é quando a pessoa reconhece letras e números, mas não consegue compreender textos simples nem realizar operações matemáticas. E quantas crianças, que já deveriam estar alfabetizadas, vemos assim em nossa catequese? E quantos adultos?

Há muito a catequese do Brasil abandonou a "idade da razão" para se iniciar a catequese. Os sete anos já não dá condição de "alfabetização" para as crianças. Isso que vivemos numa era tecnológica sem precedentes. O mundo digital não é exatamente um ambiente de "leitura". As ciências também alertam para o fato de que a primeira infância é tempo de descobertas e não de "maturidade" para se ler e entender a Bíblia. Cabe aos catequistas esta mediação. E eles e elas estão preparados(as)? 

Sendo assim, baseado na psicopedagogia das idades, decidiu-se na maioria das Igrejas particulares que os 8 ou 9 anos é a idade ideal para se iniciar a catequese infantil.  E o tempo de duração? Ah, Isso é outra conversa! Vai de longos cinco anos a seis meses. Isso rende outra conversa bem mais longa.

Abaixo trazemos um artigo de D. Juventino Kestering (bispo já falecido em 2021 em decorrência da Covid 19) publicado no Jornal "Missão Jovem" no ano de 2014 quando então era Bispo da Diocese de Rondonópolis MS. Apesar dos quase 20 anos do texto, ele não deixa de ser atual e reflexivo. Será que a catequese deveria ser "nivelada" pela idade? Não seria mais interessante uma catequese baseada na iniciação à vidaa cristã que a criança teve na família e na comunidade?

QUAL A MELHOR IDADE PARA INICIAR A CATEQUESE? 

Aqui em nossa comunidade estamos cuidando bem da catequese, mas temos um problema sobre o qual gostaria de receber um esclarecimento: Qual é a idade ideal para iniciar a catequese? Faço esta pergunta porque em nossa comunidade existem opiniões diversificadas que estão gerando uma certa confusão.”

Geralmente surge esta preocupação porque a nossa mentalidade e prática de catequese está voltada para as crianças e adolescentes. Nesta perspectiva, a idade é tema de discussão de catequistas, pais e párocos.

Não existe idade para iniciar a catequese. O colo da mãe, do pai, dos avós é o primeiro ambiente propício para a iniciação da catequese, já que a catequese é um processo que se inicia com o nascimento e perdura toda a vida. O ambiente familiar e a participação na comunidade são importantes para a iniciação na vida cristã.

A questão fundamental não se trata de quando iniciar a catequese das etapas organizadas pela comunidade ou paróquia. O eixo da preocupação refere-se à idade para celebrar a Primeira comunhão (Eucaristia).

Infelizmente ainda existe uma mentalidade de que o importante é a primeira comunhão e não a catequese como iniciação à fé, à vida comunitária, ao seguimento de Jesus Cristo e à vivência da fraternidade.

Para o início da catequese das crianças e adolescentes usamos o critério da idade. Tem vantagens e desvantagens. De um lado cria uma certa unidade, mas, por outro lado, valorizamos mais a idade do que a experiência de fé e a iniciação à vida comunitária. Muitas crianças e adolescentes tem uma linda participação na comunidade eclesial que, por vezes, a catequese não leva em consideração.

O critério “idade” nivela a todos como um grupo. E dentro do grupo podem ter crianças e adolescentes sem nenhuma iniciação à fé e à vida comunitária. Estes, mais do que catequese, necessitam de evangelização, do primeiro anúncio e da iniciação à vida comunitária e celebrativa.

O critério da experiência de fé e iniciação à vida comunitária respeita a caminhada gradativa que a criança já faz na sua família e/ou na comunidade. Mais do que discutir idade, precisamos insistir na iniciação à fé, na leitura orante da bíblia, na experiência e vivência comunitária, nos primeiros sinais de solidariedade, justiça e partilha com os pobres e excluídos da sociedade. Estes são alguns critérios que devem orientar a catequese e nortear toda a discussão com referência à idade.

 

Dom Juventino Kestering

Jornal - "MISSÃO JOVEM"


Ângela Rocha

Catequistas em Formação

sexta-feira, 8 de setembro de 2023

A CORREÇÃO FRATERNA (Mt 18,15-20)

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Na passagem do evangelho de Mt 18,15-20, Jesus nos convida a refletir sobre quão importante e necessária é a correção fraterna quanto aos conflitos encontrados quando se vive em comunidade. Viver em comunidade tem suas considerações e se colocar nesse papel de “direcionador” também é complexo, Jesus traz para a gente uma forma simples e concreta para atuar nesses momentos. Procure dialogar com a pessoa, saber os motivos, procurar entender e se não der resultado, agregue mais pessoas, a fim de chegar em algum resultado e, se mesmo assim não chegar há um ponto de convergência, será necessário ampliar esta conversa.

Importante ter presente e em mente que quem não se sente comunidade e não acolhe a comunidade, não faz mais parte dela por escolha própria, afinal há necessidade de conviver em paz e harmonicamente, lutando as mesmas lutas e vivendo a mesma esperança.

Vivemos hoje numa grande comunidade chamada planeta terra, sabemos que nem todas as pessoas se sentem parte da mesma comunidade, porém há algo que nos une, a utilização das riquezas naturais e o cuidado com a Biodiversidade. Neste sentido temos que nos colocar como parte fundamental desta comunidade e atuar corrigindo fraternamente todas àquelas que atuam devastando o planeta e proliferando atitudes que prejudicam o coletivo. ‘Ó Senhor, quão variadas são as tuas obras! Todas as coisas fizeste com sabedoria; cheia está a terra das tuas riquezas.’ (Salmos 104:24), sabendo que há uma obra de Deus e mesmo assim destruir consciente e inconscientemente está obra, merece uma ação imediata e a depender coletiva para corrigir antes que não haja mais meios de recuperar o que se perdeu.

Jesus também nos lembra que ele sempre estará no nosso meio, “Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, estarei no meio deles!”, isso mostra que Ele se coloca no cerne da comunidade, isso nos traz um conforto para entendermos que não estamos sozinhas e sozinhos nas nossas lutas, estamos sempre acompanhados dessa força que alimenta nossa fé e nos faz cada dia mais firmes e diminui os conflitos daqueles que professam, igualmente, a mesma fé.

Sabemos que hoje tem muita falsa atuação movida por uma fé que não se baseia no amor, pois destrói vidas e acaba com o sentido de comunidade. Mas temos que nos colocar nos sempre como acolhedores dos irmãos e das irmãs que se arrependem e voltam para o nosso convívio, e tenham aceitado e entendido que o melhor caminho é sempre viver me paz e em comunidade, lutando as mesmas lutas, vivendo as mesmas dores e gozando das mesmas vitórias. Não podemos nos esquecer que sempre é tempo de aplicar a correção fraterna e com amor.

Autor: Alex Sandro – CEBI/MT

FONTE: https://cebi.org.br/reflexao-do-evangelho/a-correcao-fraterna-mt-1815-20/ 

sexta-feira, 1 de setembro de 2023

A MISSÃO DO DISCÍPULO É A MESMA DO MESTRE (MT 16,21-27)

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Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (16,23).

Este texto é uma continuação do Evangelho em que Pedro, embora tivesse usado os termos certos para descrever quem era Jesus, os entendia de modo errado (Mt 16,16-20). Para Jesus, ser o Cristo (ou Messias) significava assumir a missão do Servo de Javé, descrita pelo profeta Segundo-Isaías, nos Cantos do Servo de Javé (Is 42,1-9; 49,1-9a; 50,4-11; 52,13–53,12). Jesus deixa claro que ser o Messias não significava triunfo nos termos desse mundo, mas o contrário: “sofrer muito nas mãos dos anciãos, dos chefes dos sacerdotes e doutores da Lei, ser morto e ressuscitar no terceiro dia” (Mt 16,21).

Essa visão que Jesus tinha da missão do Messias, não era comum. Em geral, o povo esperava um Messias triunfante e glorioso. Mateus mostra-nos que Pedro partilhava essa visão equivocada, a ponto de tentar corrigir Jesus. Por isso, ganha dele uma admoestação dura: “Vai para trás de mim, Satanás! És um escândalo para mim, porque não pensas as coisas de Deus, mas as coisas dos homens” (Mt 16,23).

Não basta usar os termos certos. Porém, é preciso ter a compreensão certa do que eles significam. A Bíblia conta-nos que Deus criou homens e mulheres à sua imagem e semelhança. Na verdade, porém, muitas vezes nós criamos Deus à nossa imagem e semelhança, para que não nos incomode. A nossa tendência é de seguir um Messias triunfante e não o Servo Sofredor. Mas, para Jesus, não há meio termo. O discípulo tem que seguir o mestre, tem que andar nas suas pegadas: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome cada dia a sua cruz, e siga-me” (Mt 16,24).

O seguimento de Jesus leva à cruz, pois a vivência das atitudes e opções dele vai colocar-nos em conflito com os poderes contrários ao Evangelho. Carregar a cruz não é aguentar qualquer sofrimento passivamente. Se fosse assim, a religião seria masoquismo. Carregar a cruz é viver as consequências de uma vida coerente com o projeto do Pai, manifestado em Jesus. Segui-lo não é tanto fazer o que Jesus fazia no seu tempo, mas o que ele faria se estivesse aqui hoje. Como ele foi morto, não pelo povo, mas por grupos de interesse bem definidos: os romanos, os anciãos, os chefes dos sacerdotes e os doutores da Lei (a elite dominante em termos políticos, econômicos, religiosos e ideológicos), os seus seguidores serão perseguidos pelos grupos que hoje representam os mesmos interesses. Por isso, sempre haverá a tentação de criarmos um Jesus “light”, sem grandes exigências, limitando a religião a uma prática intimista e individualista, sem consequências sociais, políticas, econômicas ou ideológicas.

A nossa resposta à pergunta “E vocês, quem dizeis que eu sou?” (Mt 16,15) se dá, não tanto com os lábios, mas com as mãos e os pés. Respondemos quem é Jesus para nós na nossa maneira de viver, nas nossas opções concretas, na nossa maneira de ler os acontecimentos da vida e da história. Tenhamos cuidado com qualquer Jesus não exigente, que não traz consequências sociais, que não nos engaja na luta por uma sociedade mais justa. Pois o Jesus real, o Jesus de Nazaré, o Jesus do Evangelho, não foi assim. E deixou claro: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome cada dia a sua cruz e siga-me. Pois, quem quiser salvar a sua vida vai perdê-la. Mas, quem perder a sua vida por causa de mim, vai encontrá-la” (Mt 16,24-25).

Tomaz Hughes
Congregação Sociedade do Verbo Divino

FONTE: 

https://cebi.org.br/noticias/a-missao-do-discipulo-e-a-mesma-do-mestre-mt-1621-27/