quarta-feira, 29 de junho de 2022
SOLENIDADE DOS SANTOS PEDRO E PAULO - HOMILIA DA MISSA 29/06/2022
sexta-feira, 24 de junho de 2022
FOMOS LIBERTADOS PARA VIVER A COMPAIXÃO E A JUSTIÇA: reflexão dominical
Frente
à tentação do integralismo e à discussão sobre quem é o maior e (cf. Lc
9,46-50), Jesus tomou “a firme decisão de partir para Jerusalém”. A meta da
vida cristã não é o êxtase diante do esplendor dos impérios, mas a percepção e
a denúncia das suas contradições e injustiças. Perseverar no caminho de Jesus
Cristo exige renovada coerência com o Evangelho, imbatível firmeza diante das
resistências e ânimo indestrutível frente às possíveis decepções. Como os
discípulos daquele tempo, somos enviados à frente de Jesus para preparar-lhe um
lugar.
A
reação dos samaritanos é compreensível diante de um anúncio possivelmente
insuficiente e nacionalista por parte dos discípulos. Assim como haviam
proibido o trabalho daqueles que faziam o bem mas não estavam com eles, é
possível que os discípulos tenham anunciado aos samaritanos um Jesus
nacionalista, identificado com os poderes e doutrinas que diminuíam e excluíam
os samaritanos, omitindo que Ele estava subindo a Jerusalém exatamente para
contestar a validade do templo e sua ideologia, e para enfrentar a rejeição e o
martírio.
Não
seria também essa a principal causa da resistência que o mundo ocidental e
moderno opõe ao cristianismo? Será que não temos identificado demasiadamente
Evangelho e poder? Será que não temos renegado culpavelmente a defesa corajosa
e decidida dos direitos de todos os humanos? Será que não temos esquecido
perigosamente a profecia? Pouco adianta ameaçar os ateus e as (indevidamente
chamadas) seitas com o fogo que desce do céu ou sobe do inferno. Precisamos de
conversão ao Evangelho de Jesus Cristo e de abandono da pretensão do monopólio
da verdade.
É
preciso levar a sério a advertência de Jesus de Nazaré e partir para outros
povoados e periferias, cientes de que segui-lo é a vocação de todos os homens e
mulheres que aderem ao cristianismo, inclusive dos que não o fazem
explicitamente. Se nosso caminho tiver uma direção clara e permanecer fiel à
prática de Jesus, é possível que muitas pessoas, pertencentes tanto aos setores
sociais mais abastados como aos grupos populares, se sintam também hoje
fortemente interpeladas e decidam se incorporar à comunidade dos discípulos e
discípulas.
É
verdade que as pessoas que procuram as Igrejas trazem consigo contradições e
ambivalências, das quais nem os prelados da Igreja conseguem se livrar. Com
Jesus, aprendemos a apresentar a elas, com delicadeza e clareza, as
consequências da opção de estar com ele. Jesus nos apresenta uma espécie
de ética do seguimento, na qual as rupturas e renúncias são uma pedagogia para
a liberdade. Junto com o distanciamento frente ao fanatismo, Jesus nos pede uma
ruptura com alguns costumes que, mesmo conservando um certo valor, podem
limitar a liberdade.
A
seu modo, Paulo repete o mesmo ensinamento de Jesus: “Toda a lei se resume
neste único mandamento: amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Eis a liberdade
bela e preciosa à qual somos chamados, e à qual não podemos renunciar sem
descer ao nível dos mortos: não à indiferença e a superioridade, e sim ao
respeitoso reconhecimento da dignidade do próximo e ao livre serviço às suas
necessidades. Nisso consiste a obediência razoável devida a Deus e o amor
maduro que de nós ele tem direito a esperar. Fomos libertados para a prática do
amor e da justiça.
Jesus
de Nazaré, mestre de exigentes lições e peregrino que avança no caminho do
enfrentamento do poder: queremos caminhar contigo e alcançar a liberdade
profunda e radical. Queremos aprender de ti e dos profetas que te precederam e
seguiram a profecia e o ardor pelos direitos de Deus. Dá-nos a disciplina e a
coragem para romper com todos os compromissos que reduzem ou adiam nossa
autêntica liberdade. Assim seja! Amém!
Itacir
Brassiani msf
1º Livro dos
Reis 19,16-21 | Salmo 15 (16) | Carta de Paulo aos Gálatas 5,13-18|
Evangelho de São Lucas (9,51-62)
FONTE:
https://cebi.org.br/reflexao-do-evangelho/fomos-libertados-para-viver-a-compaixao-e-a-justica/
quarta-feira, 22 de junho de 2022
10º ENCONTRO MUNDIAL DAS FAMÍLIAS
A seguir, Francisco agradeceu a todas as famílias presentes que vieram de várias partes do mundo, de modo particular as famílias que deram o seu testemunho: "Obrigado, de coração! Não é fácil falar a um público tão amplo acerca da própria vida, das dificuldades ou dos dons maravilhosos, mas íntimos e pessoais, que vocês receberam do Senhor. Os seus testemunhos serviram de «amplificadores»: vocês deram voz à experiência de muitas outras famílias no mundo que, como vocês, vivem as mesmas alegrias, inquietações, tribulações e esperanças."
A Igreja deve ser como o Bom Samaritano para as famílias
Depois, o Papa se dirigiu às famílias presentes na Sala Paulo VI e aos casais e famílias do mundo, fazendo-lhes sentir sua proximidade onde quer que se encontram e em sua condição concreta de vida. Convidou os participantes a tentarem caminhar juntos, "juntos como esposos, juntos na sua família, juntos com as outras famílias, juntos com a Igreja". Francisco recordou a "Parábola do Bom Samaritano que encontra pela estrada um homem ferido: aproxima-se dele, toma-o ao seu cuidado e ajuda-o a retomar o caminho". "Queria que a Igreja fosse isso para vocês: um bom samaritano que se aproxima de vocês e os ajuda a continuar seu caminho, os ajuda a dar «um passo a mais», nem que seja pequeno", disse o Papa, enfatizando cinco pontos, retomando os testemunhos que foram ouvidos.
Temos de nos converter e caminhar como Igreja
O primeiro, «Um passo a mais» rumo ao matrimônio. Aqui, o Papa referiu-se ao testemunho de Luigi e Serena que não conseguiram encontrar uma comunidade que, de braços abertos, os apoiasse assim como são.
"Isso deve nos fazer refletir. Temos de nos converter e caminhar como Igreja, para que as nossas dioceses e paróquias se tornem cada vez mais «comunidades que, de braços abertos, apoiem a todos»", frisou o Pontífice. Segundo Francisco, "quando um homem e uma mulher se apaixonam, Deus oferece-lhes um presente: o matrimônio. O matrimônio não é uma formalidade a ser cumprida". As pessoas "se casam porque querem fundar o matrimônio no amor de Cristo. A vida familiar não é uma missão impossível. Com a graça do sacramento, Deus a torna uma viagem maravilhosa feita junto com Ele; nunca sozinhos. A família não é um ideal, belo, mas na realidade inatingível. Deus garante a sua presença no matrimônio e na família, não só no dia do casamento, mas ao longo da vida inteira, apoia-os todos os dias no seu caminho". Os Sacramentos do Batismo e do Matrimônio "são a ajuda concreta que Deus nos dá para não nos deixar sozinhos".
Abraçar a dura cruz da doença e da morte
O segundo ponto, «Um passo a mais» para abraçar a cruz, "a dura cruz da doença e da morte de Chiara" carregada por Roberto e Maria Anselma que contaram a história comovente de sua família. A morte de Chiara não destruiu a família nem eliminou a serenidade e a paz de seus corações. Roberto e Maria Anselma não se tornaram prisioneiros da tribulação, mas se abriram para algo maior: "Os desígnios misteriosos de Deus, a eternidade, o Céu". "Que o Senhor sustente e torne fecundas as variadas cruzes que as famílias carregam", disse o Papa.
O perdão cura todas as feridas
O terceiro ponto é «Um passo a mais» rumo ao perdão. A propósito de perdão, Francisco agradeceu ao casal Paul e Germaine por terem falado com coragem sobre a crise que viveram em seu matrimônio com "a falta de sinceridade, a infidelidade, o mau uso do dinheiro, os ídolos do poder e da carreira, o rancor crescente e o endurecimento do coração".
"Acho que, enquanto vocês falavam, todos revivemos a dolorosa experiência sentida perante situações semelhantes de famílias divididas. Ver a família desagregar-se é um drama que não pode deixar ninguém indiferente. O sorriso dos esposos desaparece, os filhos sentem-se perdidos, de todos desaparece a serenidade. E, na maioria dos casos, não se sabe o que fazer", sublinhou o Papa. "O perdão cura todas as feridas; é um dom que brota da graça com a qual Cristo inunda o casal e a família inteira, quando se deixa Ele agir, quando se volta para Ele", reiterou.
As famílias são lugares de acolhimento
No quarto ponto, «Um passo a mais» rumo ao acolhimento, o Papa agradeceu a Iryna e Sofia, pelo seu testemunho, pois deram "voz a muitas pessoas, cuja vida foi transtornada pela guerra na Ucrânia".
Em vocês, vemos os rostos e as histórias de tantos homens e mulheres que tiveram de fugir de sua terra. Obrigado por não terem perdido a fé na Providência, vendo como Deus atua a seu favor inclusivamente através das pessoas concretas que as fez encontrar: famílias hospitaleiras, médicos que as ajudaram e tantas outras pessoas de bom coração. A guerra as colocou diante do cinismo e da brutalidade humana, mas vocês encontraram também pessoas de grande humanidade. O pior e o melhor do ser humano! É importante, para todos, não permanecer fixados no pior, mas valorizar o melhor, o bem imenso de que é capaz todo ser humano e, a partir daí, recomeçar.
O Papa agradeceu também a Pietro e Erika, por terem narrado sua história e pela generosidade com que acolheram Iryna e Sofia em sua numerosa família. "O acolhimento é um «carisma» das famílias, sobretudo das numerosas! Esta é, no fim de contas, a dinâmica própria da família. Enquanto, nos contextos anônimos, quem é mais frágil acaba frequentemente rejeitado, já nas famílias é natural acolhê-lo: um filho portador duma deficiência, uma pessoa idosa necessitada de cuidados, um parente em dificuldade que não tem ninguém... Isto dá esperança. As famílias são lugares de acolhimento. Sem famílias acolhedoras, a sociedade se tornaria fria e inabitável", disse ainda Francisco.
A beleza do amor humano
O último ponto, «Um passo mais» rumo à fraternidade. O Papa agradeceu a Zakia, por ter contado sua história. "É maravilhoso e consolador ver que continua vivo aquilo que construíram juntos, você e Luca. A história de vocês nasceu e assentou na partilha de ideais muito altos, que vocês assim descreveram: «Baseamos a nossa família no amor autêntico, com respeito, solidariedade e diálogo entre as nossas culturas». E nada disto se perdeu, nem mesmo depois da trágica morte de Luca. De fato, não só permanecem vivos e interpelam a consciência de muitos o exemplo e a herança espiritual de Luca, mas a própria organização que Zakia fundou de certo modo continua a sua missão. Podemos dizer que a missão diplomática de Luca agora tornou-se uma «missão de paz» de toda a família. Vê-se bem, na sua história, como se podem entrelaçar aquilo que é humano e aquilo que é religião, dando ótimos frutos. Em Zakia e Luca, encontramos a beleza do amor humano, a paixão pela vida, o altruísmo e também a fidelidade ao próprio credo e à própria tradição religiosa, fonte de inspiração e de força interior".
"Queridos amigos, cada uma de suas famílias têm uma missão a cumprir no mundo, um testemunho a dar. De modo particular nós, os batizados, somos chamados a ser «uma mensagem que o Espírito Santo extrai da riqueza de Jesus Cristo e dá ao seu povo». Deixem-se transformar por Ele, para que também vocês possam transformar o mundo e torná-lo «casa» para quem tem necessidade de ser acolhido, para quem precisa encontrar Cristo e sentir-se amado. Devemos viver com os olhos voltados para o Céu; como diziam os Beatos Maria e Luigi Beltrame Quattrocchi aos seus filhos, ao enfrentar as canseiras e as alegrias da vida, «olhemos sempre do telhado para cima»", finalizou o Papa.
FONTE: vatican News.
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sábado, 4 de junho de 2022
REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DOMINGO: ACOLHER A VIDA
SOLENIDADE DE PENTECOSTES: EVANGELHO - João 14, 15-16. 23-26
Falar do «Espírito Santo» é falar do que podemos experimentar de Deus em
nós. O «Espírito» é Deus atuando nas nossas vidas: a força, a luz, o alento, a
paz, o consolo, o fogo que podemos experimentar em nós mesmos e cuja origem
final está em Deus, fonte de toda a vida.
Esta ação de Deus em nós produz-se quase sempre de forma discreta,
silenciosa e tranquila; o próprio crente só intui uma presença quase
imperceptível. Por vezes, porém, invade-nos a certeza, a alegria transbordante
e a confiança total: Deus existe, ama-nos, tudo é possível, até mesmo a vida
eterna.
O sinal mais claro da ação do Espírito é a vida. Deus está ali onde a
vida desperta e cresce, onde se comunica e expande. O Espírito Santo é sempre
«dador de vida»: dilata o coração, ressuscita o que está morto em nós, desperta
o adormecido, põe em movimento o que tinha ficado bloqueado. De Deus estamos
sempre recebendo uma nova energia para a vida.
Esta ação recriadora de Deus não se reduz apenas a experiências íntimas
da alma. Penetra em todas as dimensões da pessoa. Desperta os nossos sentidos,
vivifica o corpo e reaviva a nossa capacidade de amar. Para dizer brevemente, o
Espírito conduz a pessoa a viver tudo de forma diferente: desde uma verdade
mais profunda, desde uma maior confiança, de um amor mais desinteressado.
Para muitos, a experiência fundamental é o amor de Deus, e dizem-no de
uma forma simples: «Deus me ama!» Essa experiência restaura a sua dignidade
indestrutível, dá-lhes força para se erguerem da humilhação ou do desânimo,
ajuda-os a encontrar o melhor de si mesmos.
Outros não pronunciam a palavra «Deus», mas experimentam uma confiança
fundamental que os faz amar a vida apesar de tudo, enfrentar os problemas com
ânimo, procurar sempre o bem de todos. Ninguém vive privado do Espírito de Deus.
Está em todos eles atraindo o nosso ser para a vida. Acolhemos o Espírito Santo
quando acolhemos a vida. Esta é uma das mensagens mais básicas da festa cristã
do Pentecostes.
José Antônio Pagola
Tradução de Antonio
Manuel Álvarez Perez
FONTE: CEBI.ORG.BR
O ESPIRITO NOS VEM COMO DINAMISMO DE AÇÃO QUE LIBERTA
REFLEXÃO DO EVANGELHO: JOÃO 20, 19-23
O envio do Espírito por Jesus é a culminância da experiência
pascal. Reunimo-nos como assembleia de chamados/as para pedir que o
Espírito renove em nós os prodígios que realizou no início do cristianismo,
esperando que o Sopro de Deus nos dê respiro e vida, nos ajude a testemunhar e
anunciar o Reino de Deus na língua das diversas culturas, nos ajude a derrubar
os muros que nossos medos e prepotências ergueram, abra as portas das nossas
Igrejas sitiadas pelas leis e dogmas, e nos empurre para fora, em ritmo de
missão.
O Espírito Santo atua e3m nós para q
ue não sejamos como papagaios, que repetem palavras e discursos que
não entendem. Um dos primeiros frutos da ação do Espírito Santo é uma palavra
nova e viva. Com a força do Espírito, as pessoas caladas vencem o medo e
começam a falar. São palavras de protesto que saem da boca dos marginalizados,
clamores que reivindicam reconhecimento e respeito; palavras proféticas que
denunciam as injustiças praticadas contra os oprimidos e anuncia uma nova ordem
social e rompe com as velhas lições.
Mas o Espírito suscita também palavras orantes e celebrativas, cânticos
novos que reconhecem e louvam a ação libertadora de Deus no coração das pessoas
e do mundo. São palavras despertadas por uma compreensão espiritual das
Escrituras, não mais lidas como coisa do passado ou simples doutrina, mas como Palavra
viva e plena de sentido para os homens e mulheres de hoje. Esta palavra nova,
suscitada pelo Espírito, assume a gramática das culturas e anuncia o Reino de
Deus de tal modo que os povos possam compreender na sua própria cultura.
O Espírito também nos livra da ameaça de sermos fragmentos
desarticulados, perdidos no tempo e no espaço. Ele cria vínculos de amor,
amizade e solidariedade. Onde o Espírito é acolhido e age, as pessoas isoladas
se reúnem, os membros formam um corpo, nasce um povo novo e peregrino. Cria-se
uma comunhão que transcende os indivíduos e o tempo, pois o Espírito une
pessoas e gerações diferentes numa unidade familiar, étnica e nacional, as
pessoas e culturas numa comunidade eclesial, centrada na memória de Jesus de
Nazaré.
A presença do Espírito Santo é força que nos livra do risco de sermos
sempre e apenas escravos, indivíduos que reproduzem, sob pressão e por
medo, as ações determinadas pelos senhores. Ele nos faz pessoas livres, capazes
de agir por iniciativa própria, inclusive na arena política. Aos macacos fica
bem a imitação e a repetição, mas não aos filhos e filhas de Deus! O Espírito
nos é dado para superar a condição de escravos e alcançar a condição de filhos
e filhas maiores, livres de todas as tutelas, herdeiros do Reino de Deus. Onde
está o Espírito, ali está a liberdade!
Esta liberdade não é apenas ‘liberdade de’ algo que oprime, mas
principalmente ‘liberdade para’ alguma coisa nova. O Espírito nos faz livres da
dependência das forças da natureza, dos condicionamentos inconscientes, do
poder de persuasão dos meios de comunicação social, do constrangimento das
instituições e sistemas políticos, econômicos, culturais e religiosos. O
Espírito nos assegura a liberdade radical e nos possibilita agir sem medos em
favor da vida dos outros, em vista da criação de uma realidade social nova,
baseada na liberdade e na cooperação.
O Espírito Santo impede ainda que sejamos mortos-vivos, pois ele
não se coaduna com os sistemas e instituições que impõem silêncio, com o
individualismo narcisista e com a passividade omissa. Ele é a força de Deus na
história, a força libertadora de Jesus Cristo. Aos cristãos ele é enviado como
dinamismo missionário, como capacidade de agir no plano do homem novo:
partilhar o pão, curar as doenças, perdoar e acolher os pecadores, anunciar a
Boa Notícia aos pobres, desarmar para amar, percorrer o êxodo missionário.
“Envias teu Espírito e assim renovas a face da terra…”
Vem Espírito Santo, e suscita em nós o desejo de sermos dom, de
engajar-nos na luta para que todos tenham vida. Não permita que te aprisionemos
na intimidade do coração ou no silêncio dos templos. Faz que nossa vida seja
semente de liberdade, solidariedade e eternidade. E que o Filho do Homem ungido
por ti, seja o Caminho que percorremos, a Verdade que acolhemos e a Vida que
aspiramos ardentemente e promovemos generosamente. Assim seja! Amém!
Itacir Brassiani msf
sexta-feira, 3 de junho de 2022
CEM DIAS DE GUERRA PARA DIZER "NÃO" A TODAS AS GUERRAS
Imagem: Criança refugiada da Ucrânia - Vatican News |
Por Sergio Centofanti
Já se passaram 100 dias desde o início desta guerra absurda:
e não se vê o fim. Pelo contrário, aumentam as preocupações de um alargamento
do conflito e uma guerra nuclear não pode ser excluída. Fala-se disso cada vez
mais. Na TV, afirma-se que levaria apenas alguns segundos para destruir grandes
cidades e estamos nos acostumando com essa linguagem. Seria o suicídio da
humanidade.
A história ensina que quando se começa uma pequena guerra não
se imagina o quão grande ela possa se tornar. Vê-se isso depois. Quando um
líder decide começar uma guerra, contempla suas possíveis vitórias: mas a
história nos mostra o fim não glorioso de muitos desses líderes. A história nos
ensina que muitas vezes não se aprende com a história e erros se repetem, erros
que são letais para quem os comete e, infelizmente, dramáticos para os milhões
de pessoas que os sofrem.
Enquanto isso, a invasão russa desejada por Putin está
causando morte e destruição na Ucrânia: o Ocidente tem suas responsabilidades
na escalada da tensão na área, mas o ataque russo não tem nenhuma
justificativa. Morrem crianças, morrem civis, são destruídos edifícios
residenciais, hospitais, casas, escolas e igrejas. As famílias são divididas,
os refugiados e os deslocados são milhões. Tantas vidas são abaladas e destruídas
na Ucrânia. Um país destruído é um crime contra a humanidade. Na Rússia, também
se chora pelos muitos jovens enviados para morrer não se sabe por quê. No
mundo, foi atingida uma economia que estava apenas começando a se recuperar dos
golpes da pandemia. Agora há também a guerra do gás, a guerra do petróleo, a
guerra do trigo, e para os pobres há mais pobreza e mais fome. Sem mencionar o
ódio que aumenta, os sentimentos de raiva, violência e vingança que aumentam e
preparam mais violência, mais rancores e mais lutos.
A guerra é uma loucura, disse o Papa Francisco várias vezes.
É uma aventura sem volta, disse João Paulo II. É preciso uma palavra de paz,
uma profecia que saiba dizer com força um "basta" a esta guerra e a
todas as guerras esquecidas no mundo: Síria, Iêmen, Etiópia, Somália,
Mianmar... muita devastação. Precisamos encontrar coragem para nos rebelarmos
contra as guerras comandadas por alguns poderosos que mandam outros para
morrer. Quantas outras mortes serão necessárias para poder dizer "basta"?
Quando os povos acordarão para dizer que querem viver em paz?
FONTE: Vatican News
quarta-feira, 1 de junho de 2022
DESTRUÍDO O HISTÓRICO MOSTEIRO ORTODOXO DA "SANTA DORMIÇÃO": VIDAS E PATRIMÔNIO
Imagem: Vatican News |
O mosteiro fica em Svyatogorsk, na região de Donetsk, foi
destruído por um bombardeio russo na segunda-feira, 30 de maio. Desconhecido,
até o momento, o número de leigos mortos e feridos. No entanto, é sabido que
três monges e uma irmã foram mortos. Além de lamentarmos o número de mortos e
feridos também lamentamos a destruição de mais um patrimônio histórico destruído
nesta guerra. O metropolita pede "santas orações pelo repouso dos mortos e
pela rápida recuperação dos feridos".
FONTE: Vatican News.