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sábado, 31 de agosto de 2024

REDE: SÓ UMA FERRAMENTA DE COMUNICAÇÃO OU UM ESPAÇO DE EXPERIÊNCIAS E VIDA?


Desde as minhas primeiras experiências de contato com as pessoas pela internet - em busca de conteúdo para a catequese - e isso remonta lá pelo ano de 2007/2008 (nem faz tanto tempo assim, a internet ainda é jovem e nem existia o Facebook, o Orkut é que estava “bombando”), eu nunca encarei a internet como uma “ferramenta” ou um “meio” de atingir as pessoas. Encarei como um espaço e lugar onde “estavam” as pessoas, apesar de distantes e fora do alcance físico. As imagens e experiências relatadas me provavam que elas eram muito reais.

E aprendi a "conversar" com as pessoas. Isso quem me apresentou foi o catequista Alberto Meneguzzi, jornalista em Caxias do Sul -RS, com seu grupo Anjos Catequistas do Brasil. A partir dali fui criando uma "teia" na rede e conhecendo as pessoas. Começou com um pequeno grupo que fazia comentários em meu blog “Catequista Amadora” (http://catequistaamadora.blogspot.com/), aí conhecia a Dinha (Claudia Pinheiro dos Catequistas Unidos (blogueiros), depois foi a Ir. Zélia Batista da CNBB e muitas outras. Comecei a escrever verdadeiras "cartas" no e-mail e enviar para uma lista de amigos. E com o pedido de "socorro" de tanta gente, veio a nossa ideia de promover um grupo de estudo, formação, partilha e, costumo brincar - choradeira mesmo! Porque estamos, infelizmente, sós em nossa catequese, quase não existem informações e orientações em muitos lugares do Brasil. Surge então, em 2011, os CATEQUISTAS EM FORMAÇÃO. Uma ideia meio “doida” de fazer formação online. Experimentamos várias ferramentas e acabamos no Facebook, onde estamos com um grupo e uma Página, há 12 anos já.

Para mim, participar do 1º Encontro de comunicadores da nossa Igreja, em Aparecida (2014), foi como um carimbo de "aprovado" em todas as nossas experiências na rede. Lá eu vi que estamos mais do que no caminho CERTO, aliás, estamos no único caminho possível, se quisermos alcançar as pessoas. O testemunho e a partilha das nossas atitudes e crenças como agentes pastorais da Igreja Católica, faz toda a diferença.

E eu venho insistindo com todos(as) os(as) catequistas, para que mostrem o que realmente são, SEMPRE! Em seus perfis e em seus atos, dentro e fora da Igreja. Evangelizem na rede! E só podemos evangelizar mostrando CRISTO em nossas atitudes, fotos, depoimentos, nossas falas, nossa família, nossa vida. Não, não é para ser "carola" e nem atacar de pastor neopentecostal, e sim para mostrar que somos PESSOAS, com erros, acertos, que vão à Igreja, que vão as festas, que se divertem, que trabalham, que estudam, que brincam, que choram, que valorizam os amigos.

Infelizmente as redes sociais, via de regra, são espaço de futilidades sem fim. Vamos fugir disto. Vamos mostrar que somos CRISTÃOS! Sem vergonha nenhuma de também sermos católicos e CATEQUISTAS, uma das mais nobres missões da nossa Igreja.

Ângela Rocha
Catequista – Curitiba Pr.




quarta-feira, 28 de agosto de 2024

A FÉ...

Imagem: Pixabay

 "A Fé consiste em “acreditar que”… 

E, continuando a frase, pode pôr a seguir tudo o que quiser por mais correto ou bonito que seja! Porque é possível afirmar todas as normas eclesiásticas e concordar devotamente com cada letra de cada dogma e não ser, em absoluto, um discípulo de Jesus de Nazaré! 

A Fé é mais a inquietação da Confiança que nos abre aos convites amorosos da Vida do que a ilusão controladora dada pelas certezas dogmáticas e disciplinares. Andamos totalmente em contramão com o Evangelho de Jesus enquanto procuramos uma Fé que seja qualquer coisa como um seguro contra todos os riscos. 

A verdade é que a lógica do Reino de Deus costuma tornar-se um risco contra todos os seguros… O papa Francisco, no número 270 da Evangelii Gaudium, disse que Jesus “espera que renunciemos a procura daqueles abrigos pessoais ou comunitários - e eu acrescento, ou dogmáticos - que permitem manter-nos à distância do nó do drama humano, a fim de aceitarmos verdadeiramente entrar em contato com a vida concreta dos outros e conhecermos a força da ternura. Quando o fazemos, a vida complica-se sempre maravilhosamente e vivemos a intensa experiência de ser povo…”

(Pe. Rui Santiago Cssr em "Estou em Crer", 2014).




domingo, 25 de agosto de 2024

EXISTE DIFERENÇA ENTRE ESPIRITUALIDADE E RELIGIOSIDADE?

(Gogle imagens - s/autoria)

A espiritualidade pode ser definida como "uma dimensão da experiência humana relacionada ao sentido e ao propósito da vida, que pode incluir crenças religiosas, bem como práticas, sentimentos e atitudes que conectam o indivíduo a algo maior que si mesmo."  Essa definição pode ser associada ao trabalho de Kenneth Pargament, um renomado psicólogo que estuda a espiritualidade e a religião. Ele sugere que a espiritualidade é uma busca de significado que transcende o material e se conecta ao transcendente, seja através de uma religião organizada ou de uma perspectiva mais pessoal e individualizada.

Para Boff, a espiritualidade é "a busca de um sentido profundo para a vida, que vai além da dimensão material e imediata, conectando o ser humano ao mistério da existência, à natureza e ao cosmos, em uma relação de respeito e harmonia."

A Espiritualidade pode ser entendida como o conjunto de crenças que traz vitalidade e significado aos eventos da vida em dimensões que transcendem o tangível, que elevam o coração e o sentir humanos à experiência com algo maior que o seu existencial e que pode ou não estar relacionada a uma prática religiosa formal. É a propensão humana para o interesse pelos outros e por si mesmo. Ela atende à necessidade de encontrar razão e preenchimento na vida, assim como a necessidade de esperança e vontade para viver.

Espiritualidade é a busca por um significado maior, uma conexão com algo superior, seja Deus, o universo ou nossa essência interior. Não se trata de seguir dogmas ou rituais, mas de uma experiência pessoal que transcende a materialidade.

Simplificando, a espiritualidade é um vasto oceano sem fim, que compreende todas as coisas nele contidas. Já a religião está contida neste “mar infinito” que é a espiritualidade.

A espiritualidade não está presente apenas nas religiões, existem vastos caminhos para despertá-la e vivenciá-la. As religiões trazem consigo um sistema de regras, dogmas, crenças, e quem se identifica realmente com elas, pode segui-las sem problemas. Mas a espiritualidade em essência independe desses aspectos. A espiritualidade é livre, é a sua forma pessoal de se relacionar com o sagrado, com o transcendente.

É importante reconhecer que o sagrado, o transcendente, não é necessariamente Deus. Digo, não aquele Deus do cristianismo ou de qualquer outra religião. A espiritualidade transcende essa ideia, ela é livre e vasta. A sua relação com o divino pode ser feita através do contato com a natureza, ou com o contato consigo mesmo, através da meditação, pode ser também algo que te traga muito sentido, como a prática de algum esporte ou hobbies. Tudo aquilo que te conecta com algo maior que você, pode ser chamado de espiritualidade.

O autoconhecimento é um caminho para alcançar a espiritualidade, para se conectar com nosso "eu" interior e o transcendente. É através dele que nos tornamos conscientes da nossa totalidade, onde a perspectiva de mundo e da forma que você se relaciona com ele não fica presa ao Ego, ela se amplia. Passamos a entender que somos muito mais do que os nossos gostos, muito mais do que é certo ou errado, não ficamos presos a uma ideia de identidade, pois tudo isso limita. O autoconhecimento nos dá a capacidade de perceber que estamos além de tudo isso. Somos o todo e parte dele.

O conceito de espiritualidade pode referir-se ao vínculo entre o ser humano e Deus ou uma divindade. A religião tende a ser o nexo que permite desenvolver esta relação. Pode-se dizer que os sacerdotes, os pastores e diversos gurus falam de espiritualidade quando tratam assuntos religiosos. Desta forma, nossa espiritualidade nos ajuda a espalhar o Evangelho.

Em resumo, podemos ter espiritualidade sem religião, mas, a religião não sobrevive sem a espiritualidade. Sem ela somos vazios. 

(*Este texto é um resumo de vários textos encontrados na Internet, alguns sem  autoria definida, com as reflexões da Catequista Ângela Rocha).

 Referências:

BOFF, Leonardo. Espiritualidade: um caminho de transformação. Petrópolis: Vozes, 2001.

PARGAMENT, K. I. The psychology of religion and coping: Theory, research, practice. Guilford Press, 1997.

OBS.: Sempre haverá aqueles que não conseguiram externar a sua espiritualidade “fora” da religiosidade. Estes devem ser alertados...

TAREFA: Coloque em palavras como você sente a sua espiritualidade. Você é capaz de pensar nela, sem pensar a religião que professa?

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* ESTE E OUTROS TEXTOS/ATIVIDADES, ENCONTRAM EM NOSSA APOSTILA


São 73 páginas com textos e atividades, que podem ser feitas pelo Grupo de Catequistas da sua comunidade ou enviadas para o Catequistas em Formação pelo email angprr@gmail.com 

Você receberá comentários da autoria e um arquivo em powerpoint com material do Pe. Humberto Robson carvalho.

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MÊS VOCACIONAL: “O CATEQUISTA É AQUELE CONVOCADO A EXERCER UMA VOCAÇÃO QUE ELE SUSCITA”

Imagem: https://www.cnbb.org.br/mes-vocacional-dia-do-catequista/

No final de agosto, mês vocacional, é celebrado o Dia do Catequista, os discípulos missionários das comunidades que têm uma nobre missão, definida assim pelo Papa Francisco: “Ser catequista é uma vocação de serviço na Igreja; que se recebeu como um dom do Senhor que, por sua vez, será transmitido aos demais” (Simpósio Internacional sobre Catequese – 2017).

Dada a importância do trabalho desenvolvido por eles, que são os responsáveis por acompanhar crianças, jovens ou adultos para que se encontrem com Deus ou se aproximem mais da presença divina, em suas vidas, o portal da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) convidou o assessor da Comissão para a Animação Bíblico-Catequética, padre Wagner Francisco de Sousa Carvalho, a escrever um artigo sobre a identidade e a vocação do catequista.

Confira, abaixo, o artigo na íntegra:

“A comunidade é a principal responsável pelo ministério da catequese. Porém, dentro dela e em nome dela, alguns dos seus membros são chamados e formados para exercer uma vocação específica do anúncio da Palavra e da transmissão da fé. Esses catequistas possuem tal vocação enraizada na “vocação comum do povo de Deus, chamado a servir o desígnio salvífico de Deus em favor da humanidade” (DC, n. 110). 

Em razão disso, deve a comunidade conscientizar-se de sua importância e buscar promover o real sentido desse chamado, em vista da missão a ser realizada. Ao mesmo tempo, deve discernir sobre quem tem o carisma para tal ministério. Os bispos do Brasil sugerem, nesse sentido, que haja, em nossas dioceses, planos formativos que possam promover “a cultura vocacional dos catequistas, elaborando passos para sensibilização, discernimento, acompanhamento e adesão à vocação” (CIIMC, n. 20). 

Esse zelo significa que a Igreja almeja não só cuidar dos catecúmenos ou catequizandos, mas, igualmente, cuidar dos cuidadores, pois “tais ministérios, novos na aparência, mas muito ligados a experiências vividas pela Igreja ao longo da sua existência — por exemplo, o de Catequista […] —, são preciosos para a implantação, a vida e o crescimento da Igreja e para a sua capacidade de irradiar a própria mensagem à sua volta e para aqueles que estão distantes” (AM, n. 7). 

Portanto, o catequista é aquele convocado a se preparar — não em vista de uma profissão, para executá-la em uma determinada empresa, e sim como um convocado por Deus a exercer uma vocação que Ele suscita e que serve para chamar a Seu serviço, por meio da Igreja. Sendo assim, o catequista participa da missão de Jesus, une-se ao Espírito Santo, protagonista da autêntica catequese, e torna-se testemunha e mediador que facilita a inserção dos novos discípulos de Cristo em seu Corpo Eclesial (DC, n. 112). 

A sublimidade do exercício desse ministério nos faz rever alguns critérios ou atitudes pastorais acerca das escolhas dos candidatos para tal missão, pois, diante da carência pastoral e formativa, muitos deles são convocados, apesar das suas boas intenções, simplesmente pela necessidade e urgência diante da falta de alguém para essa função em uma determinada realidade paroquial. Noutras situações, persiste-se naquele estilo tradicional da catequese devido à inoperância e à decisão pessoal do catequista atuante em aderir ao estilo catecumenal. Outros, ainda, insistem em um salto automático de catequizando para catequista, após a recepção dos sacramentos, mas sem uma devida formação que possa dar credibilidade e autenticidade ao anúncio e educação da fé. Por fim, há a rotatividade entre os catequistas, uma vez que muitos assumem esse serviço, mas, em seguida, são desafiados a saírem da comunidade e residirem em ambientes geográficos distantes de seu território local, em virtude dos seus estudos, trabalhos ou outras atividades. 

Consequentemente, a realização da catequese, nessas condições, permanece em um eterno recomeço, que enfraquece o processo, descontinua a caminhada, retarda os resultados e envelhece a comunidade. Diante disso, é necessário levarmos a sério o discernimento e a sinodalidade nas escolhas dos catequistas, envolvermos os demais membros das pastorais, realçarmos, em seguida, a formação integral, a fim de consolidar a identidade para a qual ele deve ser formado. 

A propósito da construção da identidade do catequista, ao menos três aspectos nos chamam atenção, conforme o Diretório para a catequese. Ele deve ser “testemunha de fé e guardião da memória de Deus, mestre e mistagogo, acompanhador e educador” (DC, n. 113). De fato, uma comunidade sem catequista atuante é uma comunidade propensa a desaparecer, tornar-se inoperante e descaracterizada do anúncio, pois desapareceram, do seu meio, pessoas capazes de manter viva a memória de Deus, de narrar a história da salvação, de vigiar e transmitir para as gerações seguintes o amor de Deus e a sua misericórdia. Faltou, então, alguém para “plantar o trigo”. 

Como mestre e mistagogo, o catequista é aquele que transmite o que antes experimentou. Se ele foi capaz de conhecer e fazer verdadeiramente uma experiência com nosso Senhor, ele se torna capaz de inserir seus catequizandos e catecúmenos nessa mesma experiência. Dessa forma, o conhecimento adquirido o direciona a querer sempre que o outro conheça e viva a alegria plena, porque, antes, ele está seguro e convicto de que é real. Sua vida é o próprio testemunho necessário que fala por gestos e palavras, lança fascínio, desperta interesse e atrai o outro para a mesma experiência. Ao final do processo, por razão da palavra testemunhada, os envolvidos poderão dizer: acreditamos por causa da sua palavra, mas nós mesmos ouvimos e sabemos que Jesus é o Salvador do mundo (Jo, 4, 42). Como mestre e mistagogo, o catequista, então, passa do “eu” para o “nós”, da mensagem para a assembleia, do conteúdo para a liturgia, de tal forma que aquilo que ele ensinou torna a ser agora celebrado e testemunhado. 

Além disso, o catequista se torna aquele que acompanha os demais na proximidade, na escuta, como um especialista em humanidade capaz de conhecer as alegrias e tristezas, esperanças e angústias de cada pessoa e sabe colocá-las em relação com o Evangelho de Jesus (DC, n. 113c). Tal percepção lhe permite perceber a gradualidade do processo de cada catequizando ou catecúmeno, simultaneamente com a experiência com Deus. Ao mesmo tempo, permite-lhe identificar que nem todos chegam a esse fim com a mesma aptidão, segurança e adesão. O catequista capaz de fazer o caminho junto sente, então, quando um aquece o coração enquanto o outro “permanece com os olhos fechados”. Por isso, a sua vocação, sua identidade e sua missão não se localizam apenas na sala de catequese, estão para além dessas estruturas e desses ambientes, estão dentro da comunidade. No interior de um determinado grupo de catequistas está a condivisão do múnus de ensinar confiado ao pároco, está a continuidade daquilo que os pais, eficazmente, ensinaram como valores e conteúdos da fé aos seus filhos. Está o presente e o futuro de uma comunidade”.  

Padre Wagner Francisco de Sousa Carvalho 


FONTEhttps://www.cnbb.org.br/mes-vocacional-dia-do-catequista/ 

terça-feira, 20 de agosto de 2024

CELEBRAÇÃO DE BÊNÇÃO AOS CATEQUISTAS


 A Catequese e a vida como vocação

Em geral, diluiu-se a dimensão vocacional da existência cristã. Na sensibilidade comum, a vida é encarada mais como realização à escolha do que como resposta a um apelo de Deus e dos outros, que nos esperam. Mais como da vida para mim, insaciavelmente, do que de mim para a vida do mundo, disponivelmente. E o pior é que ficamos tristes por não termos tudo, quanto só seríamos felizes se nos fizéssemos tudo para todos, segundo a vontade de Deus

Muitas vezes a “iniciação” cristã não se realiza, porque não descobre nem desenvolve a dimensão vocacional da vida. Quantos dos nossos adolescentes e jovens são estimulados a ouvir o chamamento divino, que lhes indicaria o que Deus espera deles e absolutamente os realizaria?

Quando Paulo ouviu este chamamento e lhe correspondeu por inteiro, pôde escrever assim: “Nós fomos feitos por Deus, criados em Cristo Jesus, para vivermos na prática das boas obras que Deus de antemão preparou para nelas caminharmos” (Ef 2, 10).

Mas, é triste verificarmos como muitas existência ficaram por realizar, por não se descobrir o que Deus oferecia, como apelo e missão. E porque na família e na comunidade nem sempre se acolhem, nem acompanham devidamente, os sinais de tal vocação. Por isso, é urgente, um tempo forte de oração pelas vocações. Em cada família e comunidade cristã, a dimensão vocacional é básica e diz respeito a todos. Temos de tomá-la tão a sério como à própria realização feliz de cada destino humano, só em Deus garantido.

Celebração de Bênção aos Catequistas

Comentário: A atividade pastoral da Igreja precisa da colaboração de muitos cristãos, para que as comunidades e cada um dos fiéis alcancem a maturidade da fé e a proclamem sempre na celebração, no compromisso e no testemunho da sua vida. Esta colaboração é prestada por aqueles que se dedicam a dar catequese aos outros, iniciando-os, instruindo-os e formando-os integralmente sobre aquilo que iluminados pela palavra de Deus e pela doutrina da Igreja, eles próprios aprenderam a viver e a celebrar. Reunidos nesta celebração, vamos bendizer o Senhor por estes nossos colaboradores e implorar sobre eles a graça do Espírito Santo, para que exerçam eficazmente este serviço da Igreja.

ORAÇÃO DOS FIÉIS

Leitor: Deus quer que todos os homens se salvem. Invoquemo-l'O com toda a confiança, dizendo:

R. Atraí a Vós todos os homens e mulheres, Senhor.

L. Pai Santo, fazei que todos os povos Vos conheçam como único Deus verdadeiro — e a Jesus Cristo vosso Filho, que enviastes como Salvador do mundo. R.

L. Enviai operários para a vossa messe, — para que seja glorificado o vosso nome em todos os povos. R.

L. Vós que enviastes os discípulos a pregar o Evangelho, — ajudai-nos a propagar a vitória da Cruz de Cristo. R.

L. Fazei que sejamos dóceis à pregação dos Apóstolos — e que a nossa vida se conforme com a verdade da nossa fé. R.

L. Vós que nos chamais hoje ao vosso serviço em favor dos nossos irmãos, — fazei que sejamos fiéis administradores da vossa verdade. R.

L. Assisti os ministros da vossa Santa Igreja, — para que, ensinando os outros, sejamos fiéis no vosso serviço. R.

L. A graça do Espírito Santo dirija os nossos corações e os nossos lábios, — para que permaneçamos sempre no vosso amor e no vosso louvor. R

O celebrante diz então, de braços abertos, a oração de bênção:

Confirmai, Senhor, com a vossa bênção paterna, a decisão destes vossos servos e servas que desejam dedicar-se à catequese, para que o que aprendem na meditação da vossa palavra e no estudo da doutrina da Igreja, se esforcem por ensiná-lo aos seus irmãos e irmãs e, que todos Vos sirvam com alegria. Por Nosso Senhor.

R. Amém.

CONCLUSÃO

O celebrante, voltado para os catequistas, conclui dizendo:

Deus, que em Cristo manifestou a sua caridade e verdade, faça de vós mensageiros do Evangelho e testemunhas do seu amor no mundo.

R. Amém.

Nosso Senhor Jesus Cristo, que prometeu estar presente na sua Igreja até o fim dos tempos, confirme as vossas obras e as vossas palavras.

R. Amém.

O Espírito do Senhor esteja sobre vós, para que possais ajudar os ministros da sua palavra.

R. Amém.

E a vós todos aqui presentes, abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai, Filho e Espírito Santo.

R. Amém.

Oração de S. Tomás de Aquino para pedir a Sabedoria

Concede-me, Deus misericordioso, que deseje com ardor o que Tu aprovas, que o procure com prudência, que o reconheça em verdade, que o cumpra na perfeição, para louvor e glória do Teu nome.

Põe ordem na minha vida, ó meu Deus, e permite-me que conheça o que Tu queres que eu faça, e que o cumpra como é necessário e útil para a minha alma. Que eu chegue a Ti, Senhor, por um caminho seguro e reto; caminho que não se desvie nem na prosperidade nem na adversidade, de tal forma que Te dê graças nas horas prósperas e nas adversas conserve a paciência, não me deixando exaltar pelas primeiras nem abater pelas segundas.

Que nada me alegre ou entristeça, exceto o que me conduza a Ti ou de Ti me separe. Que eu não deseje agradar nem receie desagradar senão a Ti. Tudo o que passa se torne desprezível a meus olhos por Tua causa, Senhor, e tudo o que Te diz respeito me seja caro, mas Tu, meu Deus, mais do que o resto. Que eu nada deseje fora de Ti.

Concede-me, Senhor meu Deus, uma inteligência que Te conheça, uma vontade que Te busque, uma sabedoria que Te encontre, uma vida que Te agrade, uma perseverança que Te espere com confiança e uma confiança que te possua enfim. Concede-me ser atormentado com as Tuas dores pela penitência, recorrer no caminho aos Teus benefícios pela graça, gozar das Tuas alegrias sobretudo na pátria pela glória. Tu que vives e reinas pelos séculos dos séculos.

Amém!

Fonte: Internet - sem autoria definida.


 

 

segunda-feira, 12 de agosto de 2024

DIA DOS PAIS, DIA DAS MÃES

Ontem foi o “Dia dos Pais”. E assim como o “Dia das Mães”, estas datas são muito comemoradas – infelizmente mais por apelo comercial – e é prática comum da catequese das crianças fazer homenagens a eles e elas.

No entanto, no contexto social em que vivemos hoje em dia, comemorar estas datas nem sempre é fácil. Isso porque temos muitas crianças criadas só pela mãe, ou só pelo pai ou por nenhum dos dois, e temos aquelas que tem dois pais ou duas mães. As famílias de hoje já não são o retrato “perfeitinho” de outrora. E por perfeito não estou dizendo que o retrato “antigo” está certo. Certo, com certeza, são as famílias que, independente da sua constituição, são felizes. E não é nada fácil encontrar uma “família feliz” em sua completude.

Já não sou mais catequista de crianças desde 2018, mesmo assim me preocupa o que fazer na catequese com relação a estas datas apelativas. Mesmo sabendo do forte apelo consumista, não dá para esquecer de homenagear a família e aqueles que fazem parte dela. Mas, é preciso ter alguns cuidados com relação às crianças e adolescentes. As famílias desestruturadas deixam marcas que é difícil superar. Acredito que, antes de comemorar tais datas, é preciso conhecer os catequizandos e suas realidades familiares: pais separados, um dos pais falecido, crianças abandonadas pelos genitores, violência e abuso parental e por aí vai.

Ao iniciar com uma turma de catequese é dever do catequista conhecer a família. E isso pode ser feito de inúmeras formas, mas, certamente não será em uma “reuniões de pais”! Ninguém levanta a mão numa reunião e diz que sua família “tem problemas”...

Então, conhecer a família vai muito além. Começa por “conversar” com seus catequizandos e catequizandas, escutar os sentimentos e as palavras ditas nas entrelinhas das conversas. Depois, é sempre bom fazer uma “visita” às famílias. Desde que isso seja bem-vindo, claro. Nem sempre as famílias estão dispostas a conhecer e interagir com a catequista dos seu filho ou filha. Duro dizer isso, mas, é uma verdade muito constante. Muitas vezes passei um ano inteiro com uma criança, sem nunca ver a cara dos pais. E olha que sou meio “intrometida”. Entre as ações que busco ao iniciar a catequese com uma turma estão as seguintes atividades: manter contato sempre via WhatsApp ou outro aplicativo de mensagem com os pais; procuro visitar as famílias para conhecê-las e entender sua “dinâmica”; me disponho sempre a fazer um encontro em casa daquela família que desejar; sempre convido os pais para participar de encontros festivos e celebrações. Estas são algumas das ações que acredito, a (o) catequista deva tomar.

Por fim, eu penso que, muito mais do que se “apropriar” das festas do dia das mães ou dos pais, é bastante válido aproveitar o mês de agosto, onde celebramos a Semana da Família, oportunidade para se estreitar os laços com as famílias, sejam elas “perfeitas” ou constituídas pelo mais absoluto amor, que supera todas as dificuldades. Que tal um “Dia da Família” na catequese? Os detalhes? Deixo por conta da criatividade de vocês.

Ângela Rocha
Catequista – Graduada em Teologia pela PUCPR


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quinta-feira, 8 de agosto de 2024

A CATEQUESE E A INTERNET: NOVOS CAMINHOS


A internet é um ótimo ambiente também para a vivência da fé.  Ela reduz tempo, encurta espaços, enfim, gera um novo ambiente antropológico e também eclesial. O telefone celular já faz parte da vida de mais de 85% da população brasileira. E isso inclui muitas crianças e jovens. Por isso, proibir o uso do celular pode criar um grande abismo entre a catequese e a vida dos catequizandos.

Sem contar que o celular pode se tornar um instrumento muito rico para exposição de algum tema ou conteúdo. A grande maioria dos smartphones atuais, possui inúmeros recursos que podem ser utilizados: câmeras, gravador de voz, mapas, além de, é claro, o acesso à internet. Estar conectado durante um encontro não necessariamente significa distração e perda de foco, pode ser uma maneira de “pesquisar”, coletar dados, conhecer outras fontes e inteirar-se de assuntos atuais em tempo real. O catequizando acaba se tornando o protagonista do próprio aprendizado/conhecimento.

Há diferenças entre virtual e real? Podemos dizer que não há diferenças porque as redes sociais são fruto da interação humana, faz parte do dia a dia das pessoas. O uso do celular nos encontros de catequese, precisa deixar de ser um “vilão” para tornar-se parte das “ferramentas” de comunicação e interação entre catequizandos e catequista.

A catequese precisa rever sua missão para não se tornar uma vivência fora do tempo, da moda ou de uso, em relação à realidade dos catequizandos, tanto no mundo presencial (off-line) quanto no mundo digital (online), constituído e habitado por seres reais, que interagem e crescem a partir de suas próprias experiências. Em ambas as situações o que se busca é a relação com o outro. Quanto mais próximos, fraternos, solidários, caridosos e respeitosos com os outros nós formos, mais perto de Deus estaremos e isso é possível também no ambiente digital.

“Os catequistas podem contar, hoje, com novos recursos para a educação da fé, oferecidos pelos suportes midiáticos tradicionais (Catecismos, livros, folhetos e áudio visuais e digitais). Os materiais audiovisuais, as produções musicais, cinematográficas e televisivas, os sites, blogs e as redes de relacionamentos, com conteúdo culturais e religiosos, apresentam-se dessa forma, como preciosos recursos para os catequistas e catequizandos”. (DC, nº 73)

 

Os catequistas devem conhecer as ferramentas midiáticas e dar testemunho do bom uso dos meios de comunicação para que eles não substituam a relação interpessoal e não sejam contraditórios à mensagem do Evangelho.

Obviamente, o uso de celular em um encontro de catequese sem nenhuma estratégia ou tipo de controle não é, absolutamente, recomendado. O ideal é que o catequista consiga desenvolver práticas catequéticas que insiram o celular de maneira lúdica e voltada para o estímulo da curiosidade da criança ou jovem. Há momentos e momentos para utilizar dispositivos móveis durante os encontros. E é importante que os catequizandos tenham consciência e respeitem esta determinação.

A cultura do encontro não pode ser substituída, mas pode aliar-se as novas tecnologias. Nada substitui o olhar um para o outro, o abraço, um bom dia, mas mais do que isso é preciso levar o catequizando a ter intimidade e comunhão com Jesus, pois Ele é quem nos leva ao Pai por intermédio do Espirito Santo. Também, no ambiente digital, podemos ajudar na propagação a boa nova.

Algumas dicas podem nos ajudar a explorar este mundo digital:

• Não oferecer respostas prontas, mas provocar discussões, interação e troca de experiências, os jovens vão encontrando as respostas. O catequista é um guia para não haver desvios, mas precisa de compreensão para os resultados nem sempre favoráveis.

• Os adolescentes são impacientes e multitarefa. Por isso é preciso propor ações práticas e diversificadas que os próprios catequizandos podem oferecer ao grupo.

•  Valorizar o que eles valorizam! Neste caso a internet.

•  Nas redes sociais eles costumam prolongar as relações que começam no mundo real. Nunca é demais dizer que a catequese tem que criar laços entre catequistas e catequizandos. E a internet pode fomentar isto.

•  Muitas vezes reclamamos do pouco tempo de catequese que temos por semana com os catequizandos. A internet é uma possibilidade de ampliar este espaço. Um erro comum é tentar transpor a linguagem do mundo real para a internet. A internet tem seu jeito próprio de comunicar e devemos explorar isto. Geralmente é uma linguagem objetiva, curta, audiovisual, lúdica e emotiva.

•  Propor vídeos, frases reflexivas, poesias, músicas, imagens, fóruns de discussões nas redes sociais. Sempre com bom gosto. Achar que colocar uma imagem de Jesus ensanguentado na cruz é catequética pode, pelo contrário, trazer aversão.

 •  Ser presença amiga nas redes. Afastar a tentação de ser fiscal, com posições moralistas, mas, dialogar carinhosamente e questionar certas posturas e opiniões.

•  Pode-se marcar encontros na rede para alguma determinada tarefa ou discussão. Mas cuidado! Se algum catequizando não tiver acesso à internet isso poderá causar sentimento de exclusão. Ver com o grupo como incluir todos e tornar participativo este momento.

•  Muitas vezes na catequese não temos tempo de amarrar tudo que surge nos bate papos. Certos pontos podem ser aprofundados com o grupo pela internet. Ou mesmo propor que façam vídeos com conclusões dos encontros e postem para que todos vejam.

•  Criar uma página do grupo. Onde eles postem livremente ou sob orientação do catequista diversas coisas que sintonizem com a motivação do grupo. Pode-se inclusive, através desta página, começar parte do tema do encontro.

•  Ajudar o jovem crismando a ter senso crítico, principalmente em relação aos conteúdos que encontram na rede. Estes conteúdos podem inclusive ser fonte de discussão na catequese se certas coisas que aparecem na rede estão de acordo com a mensagem cristã.

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quinta-feira, 1 de agosto de 2024

AS CRIANÇAS E O MUNDO MIDIÁTICO

Imagem: Freepik
João Batista Libâneo*

Aniversário no sul de Minas: Família de classe média alta, mas cujo filho aniversariante mantém amplo contacto com colegas de vários níveis sociais. Convida-os para a festa. Numa sala cheia de brinquedos, um grupo sadio de crianças diverte-se com carrinhos, roda piorras, monta quebra-cabeça, sai pela casa num esconde-esconde barulhento. Noutro canto, empoleirados nas cadeiras, atentos e de olhos cravados na tela da TV, alguns vêem programas ou videotape de aventuras. E num quarto menor, grupo restrito navega pela Internet.

Três universos de crianças, três momentos do processo cultural atual no mundo infantil. A história caminha na ambiguidade da vida humana. Avança em alguns pontos, perde outros, descobre riquezas e esconde tesouros. Em se tratando de crianças, os pedagogos têm chance de orientá-las de modo a reter o máximo possível elementos sadios de outrora, conjugados com os avanços tecnológicos.

A convivência alegre com companheiros de brinquedo faz parte do equilíbrio psíquico da criança. Saltá-la e imergir os pequerruchos no universo fictício da pura fantasia midiática desenvolve-lhes uma faceta da inteligência e afetividade, mas atrofia-lhes o lado do convívio humano. Rouba-lhes a alegria pura das risadas e brincadeiras estridentes para encerrá-los nas salas, repletas do barulho dos sons e imagens artificialmente organizados por programadores, nem sempre pedagogos preocupados com valores. Interessa-lhes o mercado. E este revela-se, não raramente, perverso.

Há programas infantis de TV ou vídeos que estragam o interior das crianças. Aceleram-lhes instintos sexuais. Acordam-lhes desejos precoces. Fazem-nos marionetes da indústria de consumo. E a criança sofre muito não poder comprar ou usar as roupas, tênis ou botas, mochilas das grifes da moda. E os pais subordinam-se facilmente ao império das propagandas para não frustrar os filhos.

A propaganda, com cores e recursos visuais, faz a cabeça da criança; esta, por sua vez, a dos pais. Entra-se em círculo vicioso, de difícil saída. E, não raro, famílias pobres preferem sacrificar até mesmo a qualidade do alimento para não negar aos filhos requintes eletrônicos que os jogam para dentro do reino da informática.

A felicidade e o sadio desenvolvimento das crianças passam por outras experiências. A maior força humanizadora chama-se cuidado. No início da vida o bebê experimenta sentir-se cuidado para depois saber cuidar dos outros. Ora, uma criança entregue à propaganda aprende prioritariamente a consumir bens que lhe seduzem o olhar e não se percebe realmente cuidada. Quanto mais os pais afogam os filhos de bens, tanto mais eles se sentem menos cuidados pelo coração e sim pela troca entre coisa e afeto. Algo fatal!


* João Batista Libânio é teólogo jesuíta. Licenciado em Teologia em Frankfurt (Alemanha) e doutorado pela Universidade Gregoriana (Roma). É professor da FAJE (Faculdades Jesuítas), em Belo Horizonte. Publicou mais de noventa livros entre os de autoria própria (36) e em colaboração (56), e centenas de artigos em revistas nacionais e estrangeiras. Internacionalmente reconhecido como um dos teólogos da Libertação.