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domingo, 29 de janeiro de 2023

REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DOMINGO: AS BEM-AVENTURANÇAS COMO CAMINHO DE SANTIDADE



4º DOMINGO DO TEMPO COMUM: Mateus 5, 1-12

 “Feliz o homem cujo prazer está na lei de Javé, meditando-a dia e noite” (cf. Sl 1,1a.2). A tradição judaica afirmava que a felicidade consistia na meditação e observância da lei. No sermão da montanha (Mt 5–7), porém, Jesus vai além e apresenta uma “justiça que exceda” o legalismo de escribas e fariseus” (cf. Mt 6,20). Esta “lei maior”, sim, gera felicidade (Mt 5,3-12).

1. Todas as pessoas são chamadas à santidade

Na boa nova das bem-aventuranças, Jesus propõe um caminho de santidade para quem o segue pelo caminho em todos os tempos. Portanto, Jesus propõe para nós hoje esse mesmo projeto. Conforme a comunidade de Mateus, as bem-aventuranças são as orientações para seguir seguro pelo caminho de Deus.

Todas as pessoas são chamadas à santidade, a fim de serem felizes. “Sede santos, porque eu, Javé vosso Deus, sou santo” (Lv 19,2). Mateus faria uma releitura desse chamado da seguinte forma: “Sede íntegros, como o Pai celeste é íntegro” (Mt 5,48). Coerente com sua experiência com o Deus compassivo, Lucas formula assim o mesmo convite: “Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso” (Lc 6,36).

2. Jesus, o novo mestre da justiça, nos ensina o caminho da santidade

Quando Mateus apresenta Jesus fazendo cinco grandes discursos (Mt 5–7; 10; 13,1-52; 18; 24–25), sua intenção é apresentá-lo como o novo Moisés, a quem eram atribuídos os cinco livros da lei, o Pentateuco. Tal como Moisés recebera de Deus as palavras da lei encontrando-se sobre um monte, Jesus dá as novas orientações de Deus também numa montanha (Ex 18,1-2.20; 20,1-17; Mt 5,1; 8,1).

Como vimos acima, a prática da vontade de Deus, expressa em sua lei, era considerada o caminho da felicidade.

No tempo de Jesus, muitos fariseus estavam preocupados em viver as leis do Pentateuco em todos os seus pormenores. Jesus, porém, vive e anuncia essa vontade de Deus indo além da letra da lei. Diz que, mais que a letra que pode matar, é o espírito da lei que importa, pois promove vida (cf. 2Cor 3,6). Disse ainda que o espírito da lei consiste na vivência do amor a Deus e ao próximo como a si mesmo (Mt 22,34-40) ou em amar como Jesus nos amou (Jo 13,34). Assim, o amor misericordioso passa a ser a orientação fundamental para o nosso agir (cf. Mt 12,1-8). Mateus chama essa vontade de Deus de justiça do Reino (cf. Mt 6,33). Se Moisés era o antigo mestre da lei, Jesus é o novo mestre da justiça a nos ensinar o caminho de Deus, o caminho da santidade no amor.

3. Bem-aventuranças: a porta de entrada ao sermão da montanha

No discurso do sermão da montanha, o mestre da justiça ensina um conjunto de orientações para a boa convivência na comunidade, chamada a viver as relações do Reino.

As bem-aventuranças são a porta de entrada ao sermão da montanha. Elas são um programa de vida para trazer felicidade plena a quem adere à boa nova de Jesus. São orientações para seguir no caminho da misericórdia. A felicidade já não está em somente meditar a lei de Javé dia e noite, mas felizes são as pessoas pobres no Espírito, as que têm fome e sede de justiça, as que são misericordiosas…

4. Bem-aventuranças: as atitudes no caminho de santidade

A justiça do Reino dos Céus, isto é, a vontade de Deus, é o carro-chefe das bem-aventuranças. Convém lembrar que, em Mateus, “Céus” é sinônimo de “Deus” (cf. Lc 6,20). É importante que tenhamos isso presente para superarmos a tentação de transferir o Reino para depois da morte. O que Jesus de Nazaré quer é que “seja realizada na terra a vontade do Pai, como já é realizada nos Céus” (Mt 6,10). Seu projeto do Reino é para esta vida, que é eterna. Ele não diz que as pessoas pobres “serão” felizes. Porém, afirma: porque delas “é” o Reino dos Céus (Mt 5,3.10). E, ao anunciar a plataforma do Pai, Jesus diz que o Reino está próximo. Estar perto no sentido temporal quer dizer que é para breve e não para um futuro distante. Ao mesmo tempo, o Reino está perto no sentido espacial, isto é, ele já está presente entre nós na vida de Jesus, de um lado, e, de outro, em todos os gestos de misericórdia, de paz e de justiça. E se o Reino de Deus está próximo, próximo também está o fim dos reinos da mentira e do ódio, da intolerância e da violência.

O Reino é o projeto na primeira e na oitava bem-aventurança (Mt 5,3.10). E, no centro, estão a busca da justiça (do projeto do Reino) e a busca da misericórdia (ter o coração voltado para quem está na miséria). Uma vez realizada a justiça de Deus, os empobrecidos deixarão de ser oprimidos, pois haverá partilha e solidariedade (cf. Mt 6,33). Por isso, diferentemente da teologia da retribuição que afirmava que os pobres eram malditos por Deus, Jesus os declara benditos.

5. Felizes os pobres no Espírito

A primeira bem-aventurança é a mais importante (Mt 5,3). As demais são desdobramentos desta. Qual é a porta de entrada para o Reino? Quem são os pobres no Espírito? São aquelas pessoas nomeadas nas duas bem-aventuranças seguintes, ou seja, as que choram, as que são humildes e não têm terra (Mt 5,4-5; cf. Sl 37,11). Na quarta, Jesus convoca esses pobres no Espírito para a luta por justiça (Mt 5,6). Nas três seguintes, Jesus diz quais são as atitudes necessárias na vivência da justiça: a misericórdia, a pureza de coração e a promoção da paz (Mt 5,7-9). Por fim, anuncia as consequências para que adere ao projeto da justiça: perseguição, injúria e calúnia da parte dos opositores do projeto do Reino (Mt 5,10-12).
Observemos que tanto em relação aos pobres no Espírito (primeira bem-aventurança), como aos perseguidos por causa da justiça (oitava), fala-se do mesmo prêmio: deles já é o Reino dos Céus (verbo no presente). Trata-se do mesmo grupo de pessoas. Pobre no Espírito é quem se deixa guiar pelo Espírito de Deus.

E quais são as dádivas para esses empobrecidos ou para quem com eles é solidário? Jesus anima a sua esperança anunciando-lhes o Reino para o tempo presente. Não é difícil para nós hoje perceber quem é pobre e quem com ele é solidário. É só ver as perseguições que sofrem injustamente, tais como calúnias, mentiras, condenações sem crime, intolerâncias e violências.

E quais são os frutos de quem vive, movido pelo Espírito de Deus, as orientações do caminho do Reino? São o consolo, a terra repartida, fartura, misericórdia, contemplação de Deus e filiação divina. E ser filha e filho de Deus é agir à sua imagem e semelhança, isto é, ter as mesmas atitudes de Deus. É viver como irmãs e irmãos (Mt 23,8-9). É “amar os inimigos e orar pelos que nos perseguem” (Mt 5,44-45).

6. É suficiente ser pobre?

Não. Ser pobre não é suficiente. Está evidente que as pessoas empobrecidas são as preferidas de Deus, justamente porque ele não pode ver ninguém passando por necessidades em sua família. Ainda mais, quando a pobreza é fruto da injustiça humana. A preferência de Deus é sua misericórdia para com quem sofre violência. É interessante notar que esta mesma bem-aventurança, no Evangelho segundo Lucas, reza assim: “Felizes vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus” (Lc 6,20).

Quando a comunidade de Mateus acrescentou “no Espírito” à primeira bem-aventurança de Jesus, também estava preocupada com o fato de que há pobres que têm corações e mentes possessos pelo espírito de rico, de ódio, de intolerância de classe, de gênero, de mentira, vivendo em um mundo paralelo. Buscam o sentido mais profundo para a vida na riqueza, no prestígio, na violência, na arrogância e no poder. Por isso, Mateus quis deixar bem demarcado que não basta ser pobre, mas que é preciso ser “pobre no Espírito”, isto é, viver de acordo com o Espírito do próprio Deus. Ser pobre também por dentro, interiormente. Ser amante da verdade, do respeito à diversidade, sem preconceito contra pessoas pobres, negras ou indígenas, mulheres ou da diversidade sexual.

É provável que a comunidade de Mateus, ao acrescentar na parábola do banquete a presença de um homem sem a veste nupcial (Mt 22,1-14; cf. Lc 14,16-24), queira justamente referir-se à necessidade de também ser pobre no Espírito, ou seja, livre de tudo que escraviza e vestir a veste do amor e da misericórdia de Deus revelada em Jesus. Ser pobre no Espírito também é a opção pelo projeto da justiça e da misericórdia, é viver na total confiança e dependência de Deus, é confiar na partilha, na vida simples e na irmandade.

Aliás, são justamente as pessoas que buscam a felicidade no consumismo, na acumulação e no individualismo que perseguem quem luta pela justiça do Reino, pela paz e pela partilha. Foi assim que, no passado, os poderosos perseguiram os profetas (Mt 5,10-12) e, ainda hoje, caluniam e perseguem quem luta por um Brasil em que também as pessoas excluídas possam fazer, pelo menos, três refeições ao dia, ter casa, atendimento médico digno, educação de qualidade etc.

7. A felicidade do “reino da riqueza” e a felicidade do “Reino de Deus”

Faz alguns anos, o padre Renzo Flório, celebrando conosco na comunidade São Judas Tadeu, em São Leopoldo, confrontou as bem-aventuranças com as promessas de felicidade da sociedade consumista. Em sua reflexão, Flório dizia mais ou menos o que segue.

Enquanto a ideologia capitalista declara felizes os que acumulam, Jesus anuncia a bem-aventurança para os pobres no Espírito, para as pessoas totalmente livres e desapegadas de qualquer riqueza idolatrada.

O projeto mundano proclama feliz quem vive em festanças, ao passo que Jesus afirma que bem-aventuradas são as pessoas que agora choram, incluindo as que choram por compaixão, uma vez que irão superar seus sofrimentos.

Para o sistema do capital, felizes são os donos de grandes extensões de terra. Para Jesus, no entanto, abençoado é quem é pobre, quem não têm terra, pois irá conquistá-la para nela viver e trabalhar.

Enquanto a mentalidade do projeto deste mundo diz que são felizes as pessoas que praticam a injustiça, Jesus atesta que bendito é quem tem fome e sede de justiça, lutando para que essa fome e essa sede sejam saciadas.

A mística do capital declara feliz quem é individualista e voltado somente para seus próprios interesses, ao passo que Jesus anuncia que bem-aventuradas são as pessoas misericordiosas, solidárias.

Na propaganda de quem defende o poder financeiro, é feliz quem é desonesto e falso, cínico, debochado e mentiroso. Para Jesus, porém, é abençoado quem é puro de coração, as pessoas transparentes, sinceras, honestas, autênticas.

O sistema deste mundo proclama felizes os que alcançam o que querem através da violência e da guerra. Jesus afirma que bendito é quem promove a paz.

Por fim, os poderosos dizem que feliz é quem calunia, condena e persegue aqueles que lutam por vida digna para todos. Jesus, contudo, declara feliz quem é perseguido por causa de seu engajamento na luta pela justiça.

Hoje, Jesus renova o convite para nós: “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão dadas por acréscimo” (Mt 6,33). E o caminho da justiça do Reino, o caminho da santidade, está na prática, não da letra da lei, mas do espírito da lei proposto nas orientações fundamentais para a vida, e que Jesus sintetiza nas bem-aventuranças. É um projeto que abrange a vida toda, envolvendo as relações com os bens, com as pessoas, conosco mesmos e com Deus.

Texto:Ildo Bohn Gass

Fonte: cebi.org.br    


sexta-feira, 27 de janeiro de 2023

 


Em minha opinião...

O maior erro que um Pároco, na administração pastoral, pode cometer é SEPARAR os processos catequéticos como se cada um fosse uma pastoral diferente. A ação evangelizadora é UMA SÓ, e dentro dela estão: Catequese Infantil, Catequese de Jovens e adultos, de Batismo, da Família, de novos casais (noivos), etc.

Aí sim, em cada uma delas, é bom ter um coordenador. Mas, reuniões, formações e informações, devem ter a participação de TODOS os AGENTES DE PASTORAL.

Somente as questões pertinentes a cada grupo específico devem ser tratados por eles, e sempre com a participação do coordenador "geral", ou seja, alguém que coordene a ação evangelizadora da paróquia.


(ANGELA ROCHA - 24/01/2023 - Curso online sobre o RICA)

quinta-feira, 26 de janeiro de 2023

CATEQUESE DE ADULTOS SE FAZ COM CATECUMENATO!

 


ALERTA!!!

Observamos que há até, uma certa "disputa" entre coordenadores de catequese infantil e de adultos em algumas paróquias.

Em muitos lugares (mais do que deveria!), algumas lideranças acham que a catequese de adultos não é para os catequistas!!! Que estes só sabem lidar com criança!

E colocam agentes de diversas pastorais para ler o Catecismo da Igreja Católica para a catequese de adultos e pronto!

Gente, "restaure-se o Catecumenato de Adultos" é uma exigência da Igreja desde o Concílio Vaticano II!

Catequese se faz diferente!

#catequistasemformacao

domingo, 22 de janeiro de 2023

REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DOMINGO: AS GALILEIAS JUVENIS


 

3º DOMINGO DO TEMPO COMUM – Mateus 4, 12-23

Neste 3º domingo do tempo comum, nos colocamos a caminho com Jesus, segundo o relato da comunidade de Mateus, que, após experimentar as tentações no deserto, ouvindo que João, o Batista, havia sido preso, volta para a Galileia, na região beira-mar de Zabulon e Neftali. Os territórios de Zabulon e Neftali, a Galileia periférica, onde residiam os povos não judeus, que viviam na região sombria da morte (Is 9,1), segundo a profecia de Isaías, lugar de exclusão pelo povo “escolhido” de Israel. Neste local, com este povo, Jesus reconhece a proximidade do Reino dos Céus. Região de tantas pessoas adoecidas pela marginalização, Jesus cura aproximando-se e anunciando a Boa-Nova. 

A Pastoral da Juventude do Brasil vem refletindo há alguns anos sobre as Galileias juvenis, recorte das realidades periféricas da nossa sociedade, algumas delas: população negra e indígena, mulheres, comunidade lgbtqiap+, pessoas com deficiência e tantas outras que podemos reconhecer em nossos territórios. Estas Galileias sociais se apresentam como lugares teológicos de encontro com o Deus de Jesus. Nesse caminho com Jesus nas periferias, encontramos experiências de trabalhos comunitários como a dos irmãos Simão Pedro, André, Tiago e João. Trabalhadores que deixam-se tocar pelo convite de Jesus, para ampliar o trabalho de subsistência pessoal para a construção coletiva do Reino dos Céus no meio do povo, a partir dos seus saberes comunitários. Dessa forma, a conversão que Jesus nos pede é para que nos abramos às necessidades além de nós, aos gritos de nossos irmãos e irmãs, e da nossa Mãe Terra, pois tudo está interligado (LS, 16). 

Vivemos, hoje, um tempo de reconstrução e retomada histórica, caminhamos com mais esperança, mas é preciso vigiar. Assim como os primeiros discípulos, somos chamadas e chamados a anunciar a Boa-Nova da Paz, que é fruto da justiça, do acolhimento, da saúde integral, preferencialmente às pessoas das quais os direitos lhes são negados, nas periferias geográficas e existenciais. Para tanto, na defesa por democracia e vida digna, nossa reflexão e ações coletivas precisam chegar a todas as pessoas. Ao iniciarmos este novo ano, que a Ruah, sopro de Deus, nos desperte para a coletividade, a convivialidade que aproxima o Reino dos Céus (Mt 4, 17) da história. 

Texto: Ir. Glenda Sábio Garcia 

(Irmãs Franciscanas da Penitência e Caridade Cristã)

Fonte: CEBI.ORG.BR

 

sábado, 21 de janeiro de 2023

CATEQUESE E APREDIZAGEM "VISUAL": SEMANA SANTA

Imagem: Acervo Catequistas em Formação

As imagens, ou seja, aquilo que é visual, que sentimos com os olhos, são de suma importância para o ensinamento da fé. Vamos lembrar aqui o significado de Imagem no dicionário:

Imagem – representação gráfica, plástica ou fotográfica de pessoas ou objetos. Estampa que represente assunto ou motivo religioso. Representação mental dum objeto, impressão, etc. lembrança, recordação. (Mini-Aurélio – dicionário da língua portuguesa – Ed. Positivo.2010).

Vocês já se perguntaram porquê as crianças vão à catequese depois dos sete anos? 

Uma das razões, claro, é que a nossa Igreja considera os sete anos a "idade da razão". E a Psicologia explica isso: dos sete aos 11 anos a criança passa a entender o mundo e seu lugar nele. É nesse período que costuma acontecer a famosa fase dos porquês — a criança busca saber de onde vêm as coisas e como elas funcionam. 

Também é nessa etapa que as crianças começam a fazer associações, percebendo que toda ação gera uma reação. Trata-se de um bom momento para reforçar que comportamentos negativos trazem más consequências, ou seja, ensinar o bem em detrimento do mal.

Mas, voltemos à questão das imagens. Segundo a teoria de David Ausubel, psicólogo da educação (1919-2008), a aprendizagem significativa acontece quando há a interação de um conhecimento relevante à nova aprendizagem, que pode ser, por exemplo, um símbolo, um conceito, uma proposição, um modelo mental, uma imagem com um novo conhecimento que é apresentado ou descoberto pelo sujeito. A imagem permite dar significado a um novo conhecimento, portanto é fundamental a existência de conhecimentos prévios, para que haja a interação e a formação dos novos conhecimentos. Facilita muito, portanto, a criança "ver" aquilo que leu ou escutou alguém falando.

Vejam só este exemplo de "catequese da Semana Santa". 

* Estas imagens foram enviadas ao nosso grupo do Facebook há um tempo atrás. Infelizmente não guardamos a autoria das mesmas, mas, fica aqui uma sugestão para mostrar, em imagens, a simbologia da SEMANA SANTA aos  catequizandos.

Aqui tudo foi disposto no chão, em cima de um caminho de renda, mas, pode ser colocado numa bancada também.





FONTE: Grupo do Facebook

Importante refletirmos, como catequistas, como se dá o aprendizado das crianças. A isso costuma-se chamar de "Psicopedagia das idades", explorado por diversos autores. A capacidade que cada um tem de "aprender" conforme o desenvolvimento mental e físico da criança, também precisa ser explorada na catequese. Há, infelizmente, um grande apego pela leitura de textos bíblicos e  explicações verbais de seus significados.

Segundo Cristina Costa, educadora, muitas justificativas podem explicar o apego da educação à leitura de livros e ao texto escrito, mas é preciso considerar que a sociedade se torna cada vez mais povoada de imagens, mais "visual",  tornando urgente a retomada da educação do olhar e o desenvolvimento da leitura de imagens. Houve um tempo no qual a imagem era um mero adereço na educação, na divulgação científica e na produção literária, porém hoje os mais diversos campos do saber, da produção e da comunicação humana se apoiam na linguagem visual e na representação imagética.

Catequistas em Formação

REFERÊNCIAS:

AUSUBEL, D. Aquisição e Retenção de Conhecimentos: Uma perspectiva Cognitiva. Lisboa: Plátano Edições Técnicas, 2000.

COSTA, Cristina. Educação, imagem e mídias. São Paulo: Cortez, 2005.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2023 - FRATERNIDADE E FOME

 


A RETA FINAL PARA A CF 2023 CHEGOU!

Campanha da Fraternidade é o modo brasileiro de celebrar a Quaresma. Ela não esgota a Quaresma. Dá-lhe, porém, o tom, mostrando, a partir de uma situação bem específica, o que o pecado pode fazer quando não o enfrentamos.

Este ano, com o tema "Fraternidade e Fome", somos convocados a considerar a fome como referência para nossa reflexão e nosso propósito de conversão.

O tempo para garantir os subsídios para a CF 2023 está acabando!

NÃO DEIXE PARA A ULTIMA HORA!
Subsídios oficiais CF 2023

Só na Edições CNBB você encontra os subsídios oficiais!

GARANTIR PELO SITE



Abraços fraternos,

Vanderléia Griebler - Gerente Comercial


domingo, 15 de janeiro de 2023

REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DOMINGO: É PRECISO ATRAVESSAR AS ÁGUAS


 

SEGUNDO DOMINGO DO TEMPO COMUM: João 1, 29-34

O Evangelho deste segundo domingo da Epifania nos fala sobre o anúncio de João e a confiança. Ao ver Jesus, João Batista exultou “Eis o Cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo” (Jo 1,29). Acompanha esta leitura o texto de Isaías 49,1-7, em que Deus fala a seu povo, pessoas pobres e escravizadas, que ainda havia esperança. Vamos dividir nossa reflexão em duas partes, a primeira para pensarmos sobre o texto de Isaías e a segunda para refletirmos sobre o Evangelho.

Temos uma visão bastante equivocada sobre o termo “hebreu”. Não é raro pensarmos que se trata de um povo ou uma raça, mas, na verdade, é bem mais que isso. Na idade antiga os povos construíam suas cidades próximas às águas, é essa característica que marcou a formação das populações da Mesopotâmia, que significa justamente isso, terra entre rios. Nesta região se desenvolveram babilônicos, assírios, sumérios e muitas outras civilizações. Como esta porção de terra em que se formaram estava cercada de rios, aquelas mais empobrecidas, que não tinham terras dentro deste espaço, precisavam cruzar os rios, se afastar das cidades e buscar algo além, em terras desertas. Toda a pessoa que precisava ir tentar a vida em outro lugar, independente de qual povo pertencesse, era chamada de hebreia, ou seja, aquela que atravessa o rio. Longe de suas casas, não raramente, eram escravizadas e exploradas, sofrendo todo tipo de violência.  São estas pessoas as  quais Isaías se refere como “almas desprezadas, abominadas pelas nações, servas dos que dominam” (Is 49,7) que Deus promete “cobrir com sua sombra (…) guardar como flecha em sua caixa (Is 49,2).

O Evangelho retorna ao lugar das águas, é preciso cruzar o rio, agora o Jordão, para encontrar o povo de Deus. Por meio da travessia pelas águas a pessoa batizada se propõe a ir de encontro das miseráveis, que sem alimento e lugar para viver, perderam seus nomes, chamadas apenas de “hebreias”, mas Deus não esqueceu delas, e na pessoa de Jesus, cruzou também o rio para encontrá-las. Certamente as pessoas que optaram por seguir João Batista, que não tinha casa nem alimento, eram aquelas que nesta vida não tinham mais esperança, largaram tudo para esperar em Deus. Ao verem o Messias, diferente dos sacerdotes e poderosos que o ignoraram, estas pessoas o seguiram, e Ele l as  levou para a sua morada (Jo 1,37-39).

Para concluir, podemos pensar que Deus não está nos lugares seguros, como Mãe Amorosa, a Divindade está onde seus filhos precisam d’Ela, e para encontrá-la é preciso atravessar esta faixa que nos separa das mais necessitadas. O pecado do mundo, que o Cordeiro veio para tirar, pode ser entendido como a exclusão. Nós nos obrigamos a olhar para as pessoas necessitadas porque Deus, que andou entre nós, não ficou no Palácio de Herodes, mas desceu até a multidão de pessoas empobrecidas que acompanhavam João Batista. Deus está conosco nos momentos mais difíceis, é preciso confiar e segui-lo, para encontrarmos também aquelas que carecem de nós.

Texto: Ruan Isnardi

Fonte: cebi.org.br

 

sábado, 7 de janeiro de 2023

REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DOMINGO: EPIFÂNIA, ESTE SENTIMENTO PROFUNDO DE COMPREENSÃO

 

EPIFÂNIA DO SENHOR – Mateus 2, 1-12

Quando fui convidada para refletir sobre a Epifania de Nosso Senhor Jesus Cristo, celebrada pelas igrejas que acompanham o lecionário ecumênico, senti o desejo de pensar o que esta celebração significa para mim, mulher preta, pobre, mãe solo, nascida no dia 06 de janeiro, em uma cidade do agreste de Pernambuco. Desejei refletir sobre os meus sentimentos, antes mesmo de mergulhar nos textos indicados para iluminar as celebrações do segundo domingo de janeiro.

Dei-me conta imediatamente que “epifania” e “Nosso Senhor Jesus Cristo” são expressões que chegaram aos meus ouvidos muito tardiamente. O que a menina de Caruaru ouvia é que ela nasceu no dia da “Festa de Reis”, quando os magos foram levar presentes para o menino Jesus.

Minha memória afetiva traz uma mistura de explicações que ouvi de minhas tias e avós, juntadas às minhas experiências pessoais. Algo mais ou menos assim: 06 de janeiro é um dia muito bonito, foi quando os reis magos que vinham atravessando o deserto, seguindo a estrela, procurando o rei-menino, foram até o palácio, mas o menino-Deus não estava lá. A estrela os trouxe até um sítio e foi dentro de um curral, deitado em uma cocheira que o Menino Jesus foi adorado pelos magos, pelo pessoal da roça e pelos bichos.

Isso mesmo, eu nasci no dia que a gente se lembra daquela que, para o povo da bíblia, foi a primeira vez em que as pessoas, os bichos e toda a natureza tiveram a revelação de que o Deus do céu está com a gente e habita a fragilidade de uma criança. Por isso tem festa, oração, pastoril, queima da lapinha (palha que está no chão e na coberta onde fica o presépio), tudo para celebrar a súbita percepção da Divindade que está entre nós.

E para você, o que diz a expressão Epifania de Nosso Senhor Jesus Cristo?

Neste segundo domingo de janeiro, nossas igrejas irão trazer a memória de muitas comunidades da Bíblia com este olhar da epifania, da revelação, para somar com a memória de nossas comunidades de fé. É nesta perspectiva de Deus-conosco que vamos ler Isaías 60:1-6, percebendo a luz, da qual fala Isaias, como esta presença agregadora do Deus vivo, para o qual tudo converge e atinge plenitude. Com este mesmo olhar vamos orar o Salmo 72:1-7, 10-14, sentindo a marca emblemática do Deus justo na história do povo. Também no depoimento da Comunidade de Efésios 3:1-12 vamos ter o testemunho de que Deus se manifestou, mostrou-se e nos deu a conhecer seus caminhos.

A comunidade de Mateus, guardou a memória da Epifania deste modo:

1 Jesus nasceu na cidade de Belém, na região da Judéia, quando Herodes era rei da terra de Israel. Nesse tempo alguns homens que estudavam as estrelas vieram do Oriente e chegaram a Jerusalém.

2 Eles perguntaram: —Onde está o menino que nasceu para ser o rei dos judeus? Nós vimos a estrela dele no Oriente e viemos adorá-lo.

3 Quando o rei Herodes soube disso, ficou muito preocupado, e todo o povo de Jerusalém também ficou.

4 Então Herodes reuniu os chefes dos sacerdotes e os mestres da Lei e perguntou onde devia nascer o Messias.

5 Eles responderam: —Na cidade de Belém, na região da Judéia, pois o profeta escreveu o seguinte:

6 “Você, Belém, da terra de Judá, de modo nenhum é a menor entre as principais cidades de Judá, pois de você sairá o líder que guiará o meu povo de Israel. ”

7 Então Herodes chamou os visitantes do Oriente para uma reunião secreta e perguntou qual o tempo exato em que a estrela havia aparecido; e eles disseram.

8 Depois os mandou a Belém com a seguinte ordem: —Vão e procurem informações bem certas sobre o menino. E, quando o encontrarem, me avisem, para eu também ir adorá-lo.

9 Depois de receberem a ordem do rei, os visitantes foram embora. No caminho viram a estrela, a mesma que tinham visto no Oriente. Ela foi adiante deles e parou acima do lugar onde o menino estava.

10 Quando viram a estrela, eles ficaram muito alegres e felizes.

11 Entraram na estribaria e encontraram o menino envolto em panos na manjedoura com Maria, a sua mãe. Então se ajoelharam diante dele e o adoraram. Depois abriram os seus cofres e lhe ofereceram presentes: ouro, incenso e mirra.

12 E num sonho Deus os avisou que não voltassem para falar com Herodes. Por isso voltaram para a sua terra por outro caminho.

Quero pensar que na memória das comunidades bíblicas ou do povo simples do meu agreste há em comum esta presença Divina-Humana agregadora, larga, simples, acessível. Quem sabe a Epifania de Nosso Senhor Jesus Cristo seja mesmo a certeza de que não estamos sozinhas, as forças encantadas da criação e da vida estão conosco e são bem simples, cabem numa cocheira-manjedoura, dentro de um curral-estábulo, no corpo de uma criança, no colo de uma mulher, no abraço de um pai.

 

Texto: Sílvia Souza

Biblista Popular

Fonte: CEBI Pernambuco – Conselho Nacional do CEBI