Ou estão igual papagaio de pirata repetindo coisas que alguém
disse? Ninguém mais que os catequistas têm o dever de buscar a verdade e o
conhecimento. A Igreja precisa ficar longe de pessoas que trazem consigo o
negacionismo, a polaridade, o preconceito, a misoginia e, sobretudo, falta de
misericórdia!
Já disse várias vezes nas redes sociais e repito a vocês,
CATEQUISTAS EM FORMAÇÃO, que tudo isso que se lê na internet a respeito dos
"malefícios" da CFE 2021, são BOBAGENS de gente que não confia nem na
própria fé.
Parece loucura, mas, tem muita gente acreditando nas “Fake
News” que rolam por aí. Pensamentos exclusivamente ligados à doutrina católica,
excludentes, fazem com que assuntos como homossexualismo, feminicídio, aborto,
gravidez precoce, sejam "tabus"; e as pessoas que ousam levantar
estas questões, são consideradas agentes "do diabo".
Vimos proliferar um vídeo de um tal “centro dom bosco” cujos
membros devem ter parado no tempo lá pelo século 19. Aliás, os Salesianos de D.
Bosco já se manifestaram a respeito dizendo que este centro não os representa
de forma alguma. O uso do nome do santo é para dar mais credibilidade aos que
eles propagam, senão para que as pessoas confundam mesmo, porque jamais alguém
lhes daria crédito não fosse assim. Percebe-se pelas suas publicações, que os
membros desse “centro” são retrógrados, conservadores, excludentes e
preconceituosos. E ao contrário do que dizem, pregam um enorme desserviço à
Igreja Católica, com suas opiniões ultra conservadoras. E quanto mais falamos deles,
mais lenha colocamos na fogueira.
Em respeito a todos que compartilham conosco a ideia de que
toda essa balbúrdia é para chamar a atenção - porque fé é que não é mesmo - vamos acabar com conversa fiada.
Certo, a pastora Romi tem um "discurso feminista",
no entanto, não falar do aborto e da violência contra a mulher, colocando
questões sociais, que existem, embaixo do tapete, não vai mudar a nossa realidade.
E aqui cabe um “exame de consciência”: Em quantas de nossas paróquias existem
grupos de apoio a adolescentes grávidas? Quantas pastorais se dedicam ao apoio
e a educação das mulheres em situação de pobreza e risco?
E lá vamos nós! Vamos fingir que não existe o problema. Somos
contra o aborto, mas, o que fazemos com as milhares de mulheres que tem filhos
sem os desejarem? Como "curamos" estas pessoas que de tanto sofrer,
tem feridas na alma? O que fazemos com as crianças abandonadas que vivem em
situação de extrema pobreza, pedindo nos sinais?
"Ah! isso é com o governo!". Não, não é problema do governo, é NOSSO
também! Dos cristãos batizados que seguem a Jesus Cristo, que nunca rejeitou
ninguém, exclui ninguém, condenou ninguém. Que espécie de cristã eu sou se só
sei xingar a posição do outro? Que espécie de oração eu elevo a Deus? "Mate
essas assassinas, abortistas!" ? Ou, “Ajude-me Senhor, a tentar
curar o mal que leva uma mulher aos aborto.”?
Tive a curiosidade de assistir a três palestras da pastora
Romi. E não vi no discurso dela nem um décimo da violência e agressão que tenho
lido nos comentários e críticas a CFE 2021, quando se referem a ela.
O fato é que alguns católicos estão tão tomados pela maldade
que já não sabem mais a diferença entre amor e ódio, por onde ir. o que fazer,
em quem acreditar.
Fato é que, não se acaba com um problema social, evitando
discuti-lo.
O aborto é um problema social pois, além de acabar com seres
que ainda não tiveram direito a vida, mata milhares de mulheres que o praticam
em condições insalubres.
Outra coisa são as pessoas LGBT. Não se mata ou exclui alguém
por sua escolha de parceiro, se homem, se mulher. São pessoas. Filhos e filhas
de Deus como eu sou e que tem o direito à fé e a religião. São MEUS IRMÃOS e
IRMÃS! Não sou juiz dos erros ou pecados que eu acho que as pessoas tem. Quem
deve julgar é Deus!
Penso que as pessoas que aderiram às críticas à CFE 2021 não
foram atrás da verdade, não leram o Texto Base da campanha e nem
entenderam o que é a Campanha da FRATERNIDADE. Ou se leram, estão tão
afundados em seus umbigos que já não enxergam mais o mundo.
Muita gente está confundindo o centro dom bosco com o Instituto
Dom Bosco, até por isso, estão dando crédito a esse vídeo que rola por aí. Por
isso é importante SEMPRE irmos atrás de QUEM está falando as coisas, para
sabermos se podemos dar crédito a elas. Não é vergonha. O nome foi dado a este
centro já pensando que o nome de D. Bosco daria credibilidade a eles.
Infelizmente não tem um "lugar" na internet. Existem
sites que confirmam se este ou aquele texto é “Fake News” ou não. Mas, temos
que usar sempre o nosso discernimento em tudo que lemos. Temos que lembrar do
porquê somos cristãos e como disse São Pedro: “Estejam sempre preparados
para responder a qualquer que lhes pedir a razão da esperança que há em vocês“
(1Pd 3, 15)". Precisamos dar as razões da nossa fé e, com certeza, nossa
fé é mediada pela nossa Igreja. E como nosso Papa, nossos bispos da CNBB,
nossos pastores, iriam permitir que uma coisa tão bonita como a CF fosse se
desvirtuar? Então, leio o Texto Base, leia os textos da pastora Romi, escute
suas palestras e veja que tudo isso é fruto de uma grande ignorância, de preconceito
e de julgamento precipitado.
Então, a quem eu devo escutar? A quem proclama a paz, o diálogo, a
não violência, o amor a todos os "diferentes", a busca pela união de
todos os seres humanos, filhos de Deus.
Ângela Rocha
Catequistas
em Formação
LEIA: Diretório
para a Catequese – Documento 61 (2020): A catequese diante dos cenários
culturais contemporâneos. Catequese em
contextos de pluralismo e complexidade nº. 319-342; Catequese em contexto ecumênico
e de pluralismo religioso nº. 343-353; Catequese em contextos socioculturais,
nº. 354-393.
Algumas opiniões:
Catequistas
precisam ter formação e não ser pegos “a laço”. Quem quer ser catequista precisa
querer se instruir, não é verdade? Comungar na missa, não é exatamente comungar
com a Igreja a qual se faz parte”. (Maria Cida Monteiro).
“Existe algum local (site) em que podemos verificar as
instituições, organizações que são reconhecidas pela Igreja? Pois, eu confundia
o chamado Centro Dom Bosco com o Instituto Dom Bosco. Achava que eram o mesmo.
Só agora, após as divergências e lendo as respostas, que descobri que são
diferentes. O CDB é uma associação de leigos criado em 2016 . Gente, será que só eu fazia essa
confusão? Sinto me envergonhada.
Mas, eu entendi a proposta da Campanha a respeito do diálogo
e AMEI. Ainda mais nesse meio virtual que estamos, e agora muito mais
devido à pandemia. Há alguns anos busco diálogo sobre assuntos diversos e a
cada ano que passa percebo a recusa, o individualismo crescente da maioria,
pois dialogar parece dar preguiça às pessoas. Não querem de fato se envolver,
não querem de fato estudar os assuntos polêmicos. É preciso buscar a causa dos
muitos males em nossa sociedade, pois não basta encontrarmos "remédio”, é
preciso entendermos as causas, o ponto zero das questões, de onde surgem os
preconceitos, os por quês. Por que nossa sociedade está tão afundada no
egoísmo? Por que racismo no país mais miscigenado do mundo? Por que negar aos
homossexuais a aproximação com Deus quando estes procuram a Igreja? Excluí-los
de nosso convívio resolve qual problema? E agora a polêmica sobre a campanha
ecumênica, como queremos ser ouvidos pelos demais, se nós formos contra o
diálogo?
Alicerçar toda a discussão sobre a CFE 2021 num documento de
um fórum feminista que a pastora Romi participou e expôs seus pontos de vista pessoais,
é um pouco de exagero. A CFE 2021 não reflete a opinião da pastora Romi e nem
quer colocar a legalização do aborto como bandeira. A CFE 2021 incentiva o DIÁLOGO!
E se dialogarmos, conversarmos, podemos colocar o nosso ponto de vista de
mulheres católicas religiosas, que são CONTRA o aborto de qualquer espécie, e
buscar alternativas para evitar o sofrimento e a marginalização das mulheres
que buscam o aborto como alternativa e são consideradas criminosas. O que as
levou a buscar esta alternativa? Será que todas são promíscuas e engravidam
porque querem? Para depois abortar? precisamos sim, de DIÁLOGO, não de posições
ultra conservadoras e extremistas”. (Edivane Bertulino)
Para mim esta campanha está sendo ótima. Porque estamos vendo
o quanto os cristãos estão separados, julgando uns ao outros. O que a campanha
pede é DIÁLOGO e estamos muito longe disso. A sociedade precisa dialogar e
discutir a exclusão que fere, que mata, que diminui o ser humano. Nunca ficou
tão claro o que Jesus disse quando a mulher adúltera ia ser apedrejada:
"Quem não tem pecados, atire a primeira pedra". E tudo isso se deve a
um julgamento de UMA pessoa, que é uma mulher, feminista que luta pelo direito
das mulheres. Ela pensa diferente de nós, mas, quer também defender a vida. Não
há, em qualquer documento da CFE alusão ou pedido de liberação do aborto, há
uma referência a morte de mulheres (além das crianças, é claro) devido ao
aborto clandestino. É um problema social, que EXISTE e não podemos ignorar. Há
assassinato e violência contra as pessoas LGBT. tudo insuflado por posições
extremistas, pela violência do discurso de pessoas preconceituosas e más, que
usam a bandeira de uma "Igreja limpa" para justificar sua maldade de
coração.
“Há um movimento em torno de uma pessoa, que está sendo
julgada e por isso, desmerecendo o tema da CFE 2021. Parece que o diálogo
deverá ser evitado em detrimento de opiniões que se espalharam. O que me deixa
feliz, é que o tema já provocou o que ele propõe: reflexões, troca de ideias,
possibilidades de diálogo, de tolerância, uma Igreja em Saída. Precisamos de diálogo.
As mulheres precisam repensar seu papel na sociedade. "Em pleno século XXI
grupos religiosos querem recuperar o papel que desempenhavam no século XVI, ou
seja, o de ser uma “agência reguladora do pensamento e da ação” e de ter o
monopólio de legitimação última da vida individual e coletiva (BERGER, 2011, p.
147). (Mônica Konzen)
“Infelizmente alguns se dizem “catequistas” mas desconhecem
os documentos da igreja, especialmente a doutrina social e também a própria Campanha
da Fraternidade. Confundem o evangelho com ideologias, pensam que sabem mais
que padres e bispos e não estudaram e nem tem formação suficiente. O catequista
que não está em comunhão com a igreja, é o que dizemos, está em ex-comunhão
porque não comunga com a igreja de Cristo”. (Rosane C. Barbosa)