CONHEÇA!

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Espalhando a Palavra!


quinta-feira, 30 de outubro de 2014

CONVERSANDO SOBRE PERDAS

Um texto para refletir...

Como conversar com as crianças sobre um tema tão difícil como a “morte”?

Ao contrário do que muita gente pode pensar, as crianças têm condições intelectuais e emocionais de entender as perdas. O Dia de Finados pode ser uma boa oportunidade para falar do assunto. A psicóloga e psicopedagoga, Ana Cássia Maturano*, diz que a criança deve ser informada sobre a morte, para poder superar as perdas.

Há quem possa achar estranho estarmos discutindo sobre como falar da morte com as crianças. Se considerarmos que a morte faz parte da vida e o quanto a maioria de nós, tem dificuldades para lidar com ela, o tema já se torna pertinente. Ainda mais quando o assunto envolve crianças.

E o que faz da morte um assunto tão complicado? Nossa incompreensão. Ou talvez a nossa falta de fé. Por mais que digamos acreditar na vida eterna e num encontro final, a incerteza do que acontece depois, ainda nos assusta. Esse desconhecimento causa-nos temor. Por ser algo irreversível, preferimos fazer de conta que não existe. Ninguém precisa passar a vida falando e pensando na morte. Mas de vez em quando, ela aparece e alguém que amamos se vai, ficando uma dor que demora a passar. A complexidade aumenta quando pensamos que vamos morrer, pois não conseguimos imaginar nossa própria finitude. O ser humano é criado com demasiado apego a coisas materiais e terrenas.

Perder pessoas não é um fato reservado só para os adultos. As crianças também as perdem. Sabendo da dor desses eventos, queremos poupá-las do sofrimento. Para isso, evitamos falar com elas sobre o assunto, mesmo que alguém que amem (até mesmo um animalzinho) tenha morrido. Levá-las ao velório está fora de cogitação. Confunde-se não saber com não sofrer. 

Ora, não saber, não participar e não falar do fato é mais prejudicial para os pequenos. Quando não sabemos o que realmente aconteceu, imaginamos. E a imaginação é poderosa, tem asas que alcança vôos altos e segue o rumo de nossas apreensões e emoções. Nada mais saudável que saber a verdade, por mais dura que possa ser, pois nos permite lidar com a realidade como ela é, sem armadilhas. 

Não vale enganar

Diante da morte de alguém do convívio da criança, muitos usam de desculpas do tipo: Vovô foi viajar. A criança não é tola, percebe que tem algo acontecendo. Sem contar que deve estar se sentindo abandonada e chateada com o avô que foi viajar e nem se despediu. Muitos pensam que a criança não é capaz de entender o que acontece ou de suportar emocionalmente a ideia da morte. É sim. E vivenciando tais situações poderá compreender melhor o que ocorre. A criança também tem luto e, para que ele aconteça de maneira saudável, é necessário que ela não seja excluída do processo. Não podemos tirar dela o direito de sofrer por quem partiu.

Quando uma criança se encontra na situação de morte de alguém, deve-se dizer a verdade – que aquela pessoa morreu e não voltará mais (o primeiro passo para que o luto ocorra é aceitar o fato que o morto estará ausente definitivamente). As explicações devem seguir o curso de sua curiosidade. Algumas crianças farão muitas perguntas como, por exemplo, o que acontece depois da morte. O melhor é sermos francos e honestos. Se não soubermos o que responder, devemos dizer isso. Mesmo se temos em nós a crença religiosa da vida eterna, do céu, de algum lugar de esperança é preciso ter cuidado com o que se vai dizer às crianças. Sem supervalorizar o pós-morte. Alguns, para amenizar a tristeza, falam das maravilhas que vêm depois, tornando o morrer muito atraente. Corre-se o risco de a criança desejar estar onde a pessoa que morreu está.

Cada uma tem um jeito de reagir. Algumas choram e se desesperam. Outras ficam mais caladas. Algumas se culpam por terem feito algo para aquela pessoa. Ou até de terem, num momento de raiva, desejado algum mal. Se a incluirmos nesse momento de dor, ela poderá ter confiança em falar de seus sentimentos e temores. E os adultos vão poder ajudá-las a corrigir suas impressões.

Quanto aos funerais, algo que muitos acham absurdo uma criança participar, deve ficar a critério dela, que vai decidir se irá ou não. Não podemos impedi-la de participar do pesar familiar. Ela também estará sofrendo e deve ser respeitada em sua dor. Os funerais nos ajudam a lidar com a situação de morte. Lá, choramos, confortamos, somos confortados e constatamos que aquela pessoa realmente se foi.

Não há como evitar. A morte de alguém traz sempre dor e sofrimento. Sofrer faz parte da vida e a criança tem condições intelectuais para entender o que é a morte e também emocionais, para viver um luto sem grandes complicações. Tudo vai depender do quanto é esclarecida, e do conforto e da segurança que as pessoas que ama lhe darão. Caso alguma oportunidade surja, poderá ser um bom momento para abordar o tema morte com os pequenos, o Dia de Finados é um a boa oportunidade.

*Ana Cássia Maturano é psicóloga e psicopedagoga.
FONTE: g1.com.br

Tarefas da catequese: EDUCAÇÃO, INICIAÇÃO E INSTRUÇÃO



“A catequese educa para a vida de comunidade, celebra o compromisso com Jesus ( DNC 41)”.

A catequese como educação para a fé, além de aprofundar as orações transmitidas pelos pais, busca na Palavra os ensinamentos para a vida, ensina a Doutrina e a Tradição da nossa Igreja; e também tem como função educar para a vida em comunidade. E a vida em comunidade é, em primeiro lugar, celebrar a liturgia e fazer dela ação para o mundo que tanto necessita: praticando a caridade e o amor pelo próximo.

Mas, como vamos “ensinar” que a liturgia é parte integrante da fé quando as famílias não levam seus filhos para celebrá-la? Na verdade, ensinamos PARA que a liturgia aconteça! A essência da fé cristã na Igreja Católica é a própria Celebração Eucarística. O problema talvez seja que estamos falando com as crianças quando deveríamos estar falando com os adultos. E essa tem sido a grande preocupação da nossa Igreja nos dias atuais: temos que re-evangelizar os adultos. No entanto, nos poucos encontros que fazemos com os pais durante o ano, (dois ou três no máximo), temos pouquíssimos pais presentes. O que nos aproxima das coisas e dos valores são as experiências que temos na infância - e a religiosa é uma delas, no entanto, a maioria dos nossos pais não participa da catequese dos seus filhos e nem os leva nas celebrações litúrgicas (missa). São os compromissos e as atribulações da vida moderna comprometendo até mesmo o Domingo, que é o dia a ser dedicado ao Senhor.

A Liturgia PRECISA fazer parte da catequese. Precisamos “ensinar” Liturgia na catequese e a celebração eucarística valoriza o processo de ensino da fé. Algumas coisas só se aprende vivenciando: saber fazer em comum com os outros (celebrar); a saudação ao outro; a acolhida; a capacidade de escutar; a atitude de dar e receber o perdão; a atitude de expressar o agradecimento; a linguagem dos símbolos; o comer fraternalmente com os outros; a experiência da celebração festiva, etc. (DGC - n.º 25).  Claro que a Eucaristia é mais do que isto, é a Celebração do Mistério de Cristo. Mas, a linguagem com que as crianças vão celebrar e participar plenamente estão implícitos na sua capacidade de “aprender” e o aprender na infância está estreitamente ligado ao exemplo que se recebe dos adultos. Não se pode assim, ignorar os valores antropológicos, pedagógicos e litúrgicos contidos numa celebração religiosa. 

Por mais que “ensinemos” a Eucaristia numa sala de catequese, é a partir do que a Igreja reza e celebra que se conhece e se desenvolve a fé. Quem fala da “Eucaristia” é a própria Eucaristia. É o “mistério da fé”, que só será vivido plenamente na maturidade de cada um, e jamais será maduro aquele que não viver a experiência deste mistério.

Angela Rocha
Catequista

Fontes de Consulta:
DNC – Diretório Nacional de  Catequese – CNBB
DGC – Diretório Geral da Catequese – Congregação para o Clero.



Teste


Espalhando a Palavra!


quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Catequese do Papa Francisco - 29/10/2014: a realidade visível da Igreja



Queridos irmãos e irmãs, bom dia
Nas catequeses precedentes, tivemos a oportunidade de evidenciar como a Igreja tem uma natureza espiritual: é o corpo de Cristo, edificado no Espírito Santo. Quando nos referimos à Igreja, porém, imediatamente o pensamento vai para as nossas comunidades, às nossas paróquias, às nossas dioceses, às estruturas nas quais nos reunimos e, obviamente, também à componente e às figuras mais institucionais que a regem, que a governam. Esta é a realidade visível da Igreja. Devemos nos perguntar, então: trata-se de duas coisas diversas ou da única Igreja? E, se é sempre a única Igreja, como podemos entender a relação entre a sua realidade visível e aquela espiritual?
1. Antes de tudo, quando falamos da realidade visível da Igreja, não devemos pensar somente no Papa, nos bispos, nos padres, nas irmãs e em todas as pessoas consagradas. A realidade visível da Igreja é constituída por tantos irmãos e irmãs batizados que no mundo acreditam, esperam e amam. Mas tantas vezes ouvimos dizer: “Mas, a Igreja não faz isto, a Igreja não faz aquilo…”. “Mas, diga-me, quem é a Igreja?”. “São os padres, os bispos, o Papa…”. A Igreja somos todos, nós! Todos os batizados somos a Igreja, a Igreja de Jesus. De todos aqueles que seguem o Senhor Jesus e que, no seu nome, fazem-se próximos aos últimos e aos sofredores, procurando oferecer um pouco de alívio, de conforto e de paz. Todos aqueles que fazem aquilo que o Senhor nos ordenou são a Igreja. Compreendemos, então, que também a realidade visível da Igreja não é mensurável, não é conhecível em toda a sua plenitude: como se faz para conhecer todo o bem que é feito? Tantas obras de amor, tanta fidelidade nas famílias, tanto trabalho para educar os filhos, para transmitir a fé, tanto sofrimento nos doentes que oferecem os seus sofrimentos ao Senhor… Mas isto não se pode mensurar e é tão grande! Como se faz para conhecer todas as maravilhas que, através de nós, Cristo é capaz de operar no coração e na vida de cada pessoa? Vejam: também a realidade visível da Igreja vai além do nosso controle, vai além das nossas forças e é uma realidade misteriosa, porque vem de Deus.
2. Para compreender a relação na Igreja, a relação entre a sua realidade visível e aquela espiritual, não há outro caminho que não olhar para Cristo, do qual a Igreja constitui o corpo e do qual foi gerada, em um ato de infinito amor. Também em Cristo, de fato, em força do mistério da Encarnação, reconhecemos uma natureza humana e uma natureza divina, unidas na mesma pessoa de modo admirável e indissolúvel. Isso vale de modo análogo também para a Igreja. E como em Cristo a natureza humana ajuda plenamente aquela divina e se coloca ao seu serviço, em função do cumprimento da salvação, assim acontece, na Igreja, pela sua realidade visível, nos confrontos da realidade espiritual. Também a Igreja, então, é um mistério, no qual aquilo que não se vê é mais importante que aquilo que se vê e pode ser reconhecido somente com os olhos da fé (cfr Cost. dogm. sulla Chiesa Lumen gentium, 8).
3. No caso da Igreja, porém, devemos nos perguntar: como a realidade visível pode colocar-se a serviço daquela espiritual? Mais uma vez, podemos compreender isso olhando para Cristo. Cristo é o modelo da Igreja, porque a Igreja é o seu corpo. É o modelo de todos os cristãos, de todo nós. Quando se olha Cristo não se erra. No Evangelho de Lucas, conta-se como Jesus, tendo voltado a Nazaré, onde havia crescido, entrou na sinagoga e leu, referindo-se a si mesmo, o trecho do profeta Isaías onde está escrito: “O Espírito do Senhor está sobre mim; por isto me consagrou com a unção e me mandou para enviar aos pobres o bom anúncio, para proclamar aos prisioneiros a libertação e aos cegos a vista; para por em liberdade os oprimidos, para proclamar o ano de graça do Senhor” (4, 18-19). Bem: como Cristo serviu-se da sua humanidade – porque era também homem – para anunciar e realizar o desígnio divino de redenção e de salvação – porque era Deus – assim deve ser também para a Igreja. Através da sua realidade visível, de tudo aquilo que se vê, os sacramentos e o testemunho de todos nós cristãos, a Igreja é chamada a cada dia a fazer-se próxima a cada homem, a começar por quem é pobre, por quem sofre e por quem está marginalizado, de modo a continuar a fazer sentir sobre todos o olhar compassivo e misericordioso de Jesus.
Queridos irmãos e irmãs, muitas vezes, como Igreja, fazemos experiência da nossa fragilidade e dos nossos limites. Todos os temos. Todos somos pecadores. Ninguém de nós pode dizer: “Eu não sou pecador”. Mas se algum de nós sente que não é pecador, levante a mão. Todos o somos. E esta fragilidade, estes limites, estes nossos pecados, é justo que procurem em nós um profundo desprazer, sobretudo quando damos mal exemplo e nos damos conta de nos tornar motivo de escândalo. Quantas vezes ouvimos, nos bairros: “Mas, aquela pessoa lá vai sempre à Igreja, mas fala mal de todos…”. Isto não é cristão, é um mal exemplo: é um pecado. O nosso testemunho é aquele de fazer entender o que significa ser cristão. Peçamos para não sermos motivo de escândalo. Peçamos o dom da fé, para que possamos compreender como, não obstante a nossa pequenez e a nossa pobreza, o Senhor nos tornou realmente instrumento de graça e sinal visível do seu amor por toda a humanidade. Podemos nos tornar motivo de escândalo, sim. Mas podemos também nos tornar motivo de testemunho, dizendo com a nossa vida aquilo que Jesus quer de nós.
Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal

A SANTISSIMA TRINDADE E A AGUA EM SUAS DIFERENTES FORMAS



É normal nós que a gente se questione sobre o grande mistério que é a Santíssima Trindade. São muitas as questões que nos surgem e para as quais não encontramos respostas. Imagine então como é explicar para as crianças algo que nem nós, entendemos direito...

Entretanto, existe algo que entendemos, não o mistério no seu todo, porque assim deixaria de ser mistério, mas entendemos a ligação das três Pessoas, que é o Deus Pai, o Deus Filho e o Deus Espírito Santo. Agora como explicar isto aos nossos catequizandos?

Primeiro vamos lembrar uma história sobre Santo Agostinho, que se debateu muito sobre este mistério, que é a seguinte:

Certo dia Santo Agostinho estava caminhando pela praia. Nessa caminhada fazia a sua meditação e procurava entender o mistério da Santíssima Trindade.
Foi quando se deparou com uma criança brincando na areia. Ao observá-la melhor, se dá conta que aquela criança tinha feito um buraco na areia. O mais intrigante de tudo é que a criança caminhava para a água, enchia as suas pequeninas mãozinhas e em seguida dirigia-se para o tal buraco e lá colocava a pouca água que conseguia segurar.
Santo Agostinho aproxima-se e pergunta:
- O que você está fazendo?
- Estou colocando a água do mar neste buraco que fiz - responde a criança.
- Mas isso é impossível! - diz Santo Agostinho. 
E a criança responde prontamente:
- É mais fácil eu colocar a água do mar neste buraco do que você entender o mistério da Santíssima Trindade. - E o pequeno anjo desapareceu...

Ao lermos esta história ficamos com a ideia do mistério envolvente. É de fato um mistério muito grandioso, mas podemos simplificar...

Quando nós, cristãos, falamos sobre a Trindade estamos afirmando que o Deus que encontramos através da Revelação é um Deus único, mas ao mesmo tempo Trino. Ou podemos dizer de uma outra forma: há um só Deus em três pessoas que é o Pai, Filho e Espírito Santo. Há uma só natureza, mas existem três pessoas. A essas três Pessoas são identificadas ações próprias, mas é necessário lembrar que quando uma das três Pessoas age, Deus está agindo por inteiro. Assim chamamos o Deus Pai de Criador, o Deus Filho de Redentor e o Deus Espírito Santo de Santificador.

Existe ainda uma comparação simples que se pode fazer, numa linguagem mais comum, que nos ajuda a entender melhor.

Nessa explicação vamos comparar a Santíssima Trindade à água:
Quando a água está no estado liquido, no estado sólido (gelo) e no estado gasoso (vapor), ela está em estados diferentes?

Sim. Mas ela deixou de ser água? Não.

Assim também é a Trindade. Deus Pai está longe das nossas mãos, não podemos abraçá-Lo; Jesus é o Verbo do Pai que se encarnou, é sólido, humano como nós; e o Espírito Santo é a brisa suave, produto do amor do Pai e do Filho.

Viram que coisa simples e bonita?
E dá para usar água benta no encontro...
E dá para usar picolés...
E dá para ferver água... Opa! Essa parte, sei não... rsrsrsr...
Fica pela criatividade de vocês.


domingo, 26 de outubro de 2014

HOMILIA DO 30º DOMINGO DO TEMPO COMUM – ANO A


Qual é o maior dos mandamentos? Certamente, os fariseus gostariam que Jesus escolhesse um dos 613 mandamentos da tradição judaica. Mandamentos estes repletos de normativas rituais: não toque nisso, purifique aquilo, não se torne impuro, não ande tantos passos, não coma isso, fala sua oferta... Jesus não estava preocupado com tais práticas, pois para Ele o fundamental é a lei do amor.

O amor é mais do que um conceito. Nós não vemos o amor em si, não o toamos, apenas podemos ver as ações concretas de amor. Percebemos o amor nos casais apaixonados, na criança que pede colo para sua mãe, em atitudes de grande despojamento em prol do ser humano, na solidariedade.

A Escritura diz que “Deus é amor” (cf. 1Jo 4, 8-16). A plenitude do amor ultrapassa a abstração da ideia, e se concretiza e se manifesta em Jesus Cristo. Suas atitudes de compaixão, misericórdia e doação traduzem fielmente o que é amar. O amor divino é ao mesmo tempo amor humano, e amor humanamente pleno.

O primeiro dos mandamentos da lei na ordem da promulgação é o amor a Deus. Jesus nos pede que este amor seja realizado de todo o coração, de toda a alma, com todo o entendimento:

·         De todo o coração: o coração é símbolo da intimidade, da consciência, do mais profundo do ser. Portanto, é no interior de cada um de nós que nasce o amor;
·         De toda alma: poderíamos dizer, com toda a força, com toda a vontade – o amor exige empenho;
·         De todo o entendimento: com a inteligência. É preciso conhecer este Deus, usar o saber humano para se dirigir a Ele.

Porém, na ordem da execução está o amor ao próximo. Simplesmente, não é possível amar a Deus se não amarmos ao próximo. Aqui está o termômetro para identificar a verdadeira religião: medimos nossa religiosidade em nossa capacidade de amar, de doar, de curar os corações, de oportunizar caminhos de crescimento para aqueles que de nós se aproximam.

O amor a deus e ao próximo pode ser camuflado. É possível ter atitudes interpretadas como amor a Deus e aos outros, que, na verdade, não é amor, mas, egoísmo. Amar a Deus não pode ser desculpa para que se permita a manipulação da religião em benefício próprio. No que diz respeito ao amor ao próximo, este pode ser pervertido em projeção do nosso eu no outro. Certos protecionismos, sobretudo dos pais, são atitudes egoístas que buscam autossatisfação, além de criar dependência, falta de liberdade, aprisionamento do outro. Também o exagero de certas pessoas que se dizem amantes (aqui se inclui o ciúme exagerado) deve ser avaliado, pois o verdadeiro amor deixa espaço para que o outro se responsabilize e sinta-se  livre para também amar.

“Irmãos, sabeis de que maneira procedemos entre vós, para vosso bem. E vós nos tornastes imitadores nossos e do Senhor, acolhendo a palavra com alegria do Espírito Santo, apesar de tantas tribulações” (cf. 1Ts 1, 5-6). A comunidade dos Tessalonicenses nos dá o testemunho de boa vontade. Segundo São Paulo, foram abertos para acolher a palavra de Deus; com pouco tempo de pregação, tornaram-se ardorosos e testemunhas para outras comunidades. Esta comunidade nos anima a se abrir para o amor, mesmo diante dos desafios. Quando há abertura de coração, as dificuldades e a falta de aplicação não se tornam desculpas ou fugas. A abertura transforma o amor em atitude, superando as adversidades. Amar é responsabilizar-se, sobretudo em acolher as oportunidades que Deus nos concede.

Pe. Roberto Nentwig

Santuário São José – Curitiba Pr.

Esta e outras homilias do Ano A, você encontra no livro do Pe. Roberto. É só pedir por e-mail: