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sexta-feira, 27 de maio de 2022

FESTA DA ASCENÇÃO 2022: REFLEXÃO

 

CEBI.ORG

Domingo da Ascensão

No calendário cristão, a Ascensão de Cristo celebra a subida de Jesus ao céu 40 dias depois de sua ressurreição. O dia da ascensão comemora-se este ano dia 26 de maio, transferindo-se a Festa para o domingo seguinte. Após ter ressuscitado, Jesus permaneceu na Terra entre seus discípulos durante 40 dias, período em que os instruiu sobre o reino de Deus1. Seu último momento de vida humana termina com sua subida aos céus e sua passagem para o mundo divino.

REFLEXÃO:

TESTEMUNHAMOS A EXALTAÇÃO DE UM MESSIAS HUMILHADO

Uma das tentações que ameaçam limitar ou eliminar a força revolucionária do Evangelho de Jesus Cristo é considerar a encarnação e a humilhação do Filho de Deus como algo transitório, como uma espécie de parêntesis superado pela ressurreição e pela ascensão ao céu. A ascensão seria seu afastamento definitivo das contradições do mundo, onde teria vindo apenas para nos falar das coisas de Deus. A glorificação e o poder seriam o prêmio pelos sofrimentos suportados e teriam apagado os sinais de uma vida de filho da humanidade, de homem pobre e sonhador.

Os primeiros cristãos evitaram essa tentação sublinhando que a humanidade do Filho de Deus, inclusive sua rejeição e morte na cruz, não foram uma espécie de acidente de percurso, ou um descuido de Deus, mas a realização das Escrituras. Em Jesus realizou-se plenamente o essencial daquilo que as leis, os profetas e os salmos intuíram e anunciaram. Mas isso não autoriza a conclusão de que Deus Pai teria desejado o sofrimento e a morte do próprio Filho. O que a igreja apostólica sublinha é que as Escrituras apontam para a encarnação e a humanização de Deus.

Sabemos que o dinamismo da encarnação não conhece paradas nem limites. A glória de Deus brilha no ser humano livre e solidário. Aquilo que começou no seio de Maria e se manifestou aos pastores continuou na carpintaria de Nazaré, prolongou-se nas cidades e aldeias da Galileia e culminou no calvário. Quando os cristãos resumem as Escrituras com a expressão ‘o Messias sofrerá’, estão afirmando que o Enviado de Deus se caracteriza mais pela vulnerabilidade compartilhada com os seres humanos que pelo poder e pela glória acima ou à margem da história.

Este movimento de abaixamento e esvaziamento de Deus é libertador, uma vez que é guiado e sustentado pelo amor, e continua em nós pelo Espírito que nos é concedido. Assumindo solidariamente a humanidade humilhada, Jesus Cristo assina o decreto de reconhecimento público e universal da dignidade de todos os seres humanos e, ao mesmo tempo, concede-lhes o Respiro que lhes faz povo e lhes permite reinventar a sociedade em parâmetros de justiça e de comunhão. Este movimento expressa a verdadeira glória e a admirável grandeza de Deus e do ser humano.

Não é correto imaginar a ressurreição de Jesus Cristo como a passagem da fase transitória e limitada da sua vida para uma etapa definitiva e potente, como a premiação que se segue a uma submissão obediente e desonrosa.  E é um desvio teológico imaginar a ascensão de Jesus como afastamento da sua condição humana.  A ascensão deve ser compreendida no quadro da sua crucifixão, da demonstração cabal da sua identificação com o ser humano oprimido. Proclamar a ascensão de Jesus significa aprofundar o nosso modo de ver o mistério do seu esvaziamento.

Ressurreição, ascensão, glorificação e acolhida à direita de Deus são imagens e conceitos que, de forma complementar, procuram dar conta deste complexo dinamismo e afirmar que Deus se manifesta exatamente no amor que assume a carne humana, serve e dá a vida. É este Filho de Deus humanado e esvaziado que está acima de todos os poderes e forças, de todos os senhores e autoridades. Só o amor solidário merece crédito, submissão e reverência! É disso que somos testemunhas: de um Deus que mostra sua grandeza fazendo-se pequeno.

Jesus Cristo é a cabeça do corpo composto pelos homens e mulheres que acreditam nele. Como cabeça, Ele não é refém da Igreja, que é convocada a assumir a forma de vida de Cristo, sua cabeça. E isso significa não buscar outra glória que não seja servir, outra honra que não seja partilhar o destino dos deserdados da terra. Assim, podemos dizer que a ascensão de Jesus é a maturidade missionária daqueles/as que o seguem. “Recebereis o poder do Espírito Santo que virá sobre vós, para serdes minhas testemunhas”.  Que ninguém fique extático/a, olhando para o céu!

Jesus de Nazaré, Cordeiro ferido e Servo exaltado! Não nos deixes cair na tristeza, na inércia e na resignação. Faze-nos abertos/as ao teu Espírito, vibrantes no louvor, generosos no amor. Guia-nos na missão de testemunhar o amor que se faz carne, que nos faz servidores de todos. Faze que sejamos profetas da alegria, agradecidos por descobrir que a ascensão é teu mergulho definitivo no coração do mundo, honrados por continuar tua missão de tirar o pecado do mundo. Assim seja!

Itacir Brassiani msf

FONTE: CEBI

https://cebi.org.br/reflexao-do-evangelho/testemunhamos-a-exaltacao-de-um-messias-humilhado/

 

sábado, 21 de maio de 2022


 

O GRANDE PRESENTE DE JESUS

Seguindo o costume judaico, os primeiros cristãos cumprimentavam-se desejando-se um mutuamente «Paz!». Não era uma saudação rotineira e convencional. Para eles tinha um significado mais profundo. Numa carta que Paulo escreve por volta do ano 61 a uma comunidade cristã da Ásia Menor, manifesta-lhes o seu grande desejo: «Que a paz de Cristo reine nos vossos corações».

Esta paz não deve ser confundida com qualquer coisa. Não é apenas a ausência de conflitos e tensões, nem uma sensação de bem-estar ou uma procura de tranquilidade interior. Segundo o Evangelho de João, “Paz” é o grande presente de Jesus, a herança que quis deixar para sempre aos seus seguidores e seguidoras. Assim diz Jesus: «Deixo-vos a paz, dou-vos a minha paz».

Não há dúvida que eles se lembraram do que Jesus pediu aos seus discípulos ao enviá-los a construir o reino de Deus: «Na casa em que entrares, dizei primeiro, “Paz a esta casa”. Para humanizar a vida, precisamos semear a paz, não a violência; promover respeito, diálogo e a escuta mútua, não a imposição, o confronto e o dogmatismo.

Por que é tão difícil promover a paz? Por que voltamos sempre de novo ao confronto e à agressão mútua? Há uma primeira resposta tão elementar e simples que ninguém a leva a sério: só homens e mulheres que possuem a paz podem promove-la na sociedade.

Não se pode semear paz de qualquer jeito. Com o coração cheio de ressentimento, intolerância e dogmatismo, podem-se mobilizar pessoas, mas não é possível trazer a verdadeira paz à convivência. Isso não ajuda a aproximar as posições e a criar um clima amigável de compreensão, aceitação mútua e diálogo.

Não é difícil assinalar algumas características da pessoa que leva no seu interior a paz de Cristo: procura sempre o bem de todos, não exclui ninguém, respeita as diferenças, não alimenta a agressão, fomenta o que une, nunca o que confronta.

O que estamos fazendo hoje na Igreja de Jesus? Concórdia ou divisão? Reconciliação ou confronto? E se os seguidores e seguidoras de Jesus não levam paz não seu coração, o que é que levam? Medos, interesses, ambições, irresponsabilidade?

Texto: José Antônio Pagola

Tradução de Antonio Manuel Álvarez Perez

Fonte: CEBI.ORG.BR

 

quarta-feira, 18 de maio de 2022

V9INDE E VEDE...

 

Vinde e vede...

O encontro começou com o convite: “Vinde e vede!” (Jô 1, 39). E este foi o convite que fiz e o desafio que lancei ao me apresentar a turma de 4ª Etapa da catequese. Que é chamada de “pré-crisma” ou “perseverança” em outros lugares. Aqui devemos chamar de 4º Tempo, por determinação da Coordenação Arquidiocesana de Catequese. Que deseja “inculturar” a Iniciação á Vida Cristã à lida e à fala dos catequistas.

Mas aqueles dezesseis jovens que receberam a primeira eucaristia no dia 01 de maio, foram chamados, como Pedro e André, a serem discípulos. E mereciam um convite especial, afinal Começa a caminhada rumo ao sacramento do crisma, a unção que lhes dará poder de discipulado e missionariedade em nossa Igreja. E confesso a vocês que não é fácil encarar essas cabecinhas criança/adolescente! É preciso muito preparo, muita fé e perseverança, enfim, muito café no bule...

E hoje pra gente se conhecer melhor, fizemos a brincadeira da “loteria”. A brincadeira consiste em montar uma lista com 13 perguntas que você precisa responder com o nome de alguém do grupo. Algo assim: “Alguém que tem um animal de estimação” ou então “Quem faz aniversário mais perto do seu”... E por aí vai. Mas, não pode repetir o nome das pessoas. Isso vale para um grupo acima de 13 pessoas, senão é necessário reduzir o número de perguntas ou aumentar se o grupo for grande. Ganha quem conseguir fazer os “treze pontos” antes.

Mas a coisa fica legal, na hora de se conferir as respostas. Foi muito engraçado. Vou recebendo os formulários por ordem de chegada e à medida que vamos conferindo vemos os “furos”. Pra vocês terem uma idéia, em nossa brincadeira de hoje o quarto menino a entregar foi quem levou o prêmio (uma caixa de chocolate Bis). Isso porque quem ficou em primeiro lugar colocou o nome da amiga na pergunta que pedia alguém que gostasse de cantar. E quem diz que a amiga quis cantar ali para o grupo? E o segundo lugar? O menino colocou na resposta do aniversario mais próximo do dele que é em novembro, alguém de março!! Alguém que gosta da mesma sobremesa: Isabela que gosta de chocolate, apontou Julia. Júlia qual sua sobremesa favorita? Pudim...

E isso tudo fizemos embaixo da enorme figueira brava do pátio. E minhas dezesseis crianças/gente-que-pensa-que-é-grande, que começaram o encontro no maior dos silêncios, receosos, terminaram rindo e jogando figo seco um no outro. E, claro, havia outra caixa de chocolate pra dividir entre todos.

Essas pequenas coisas, aparentemente tão sem importância, como encontrar alguém que tenha a mesma cor nos olhos, saber quem tem mais de quatro pessoas na família, quem gosta de cantar, tocar algum instrumento ou quem morou em mais de três cidades diferentes; longe de nos trazer só curiosidades sobre as outras pessoas, fazem com que olhemos os outros nos olhos, perguntemos sobre a sua família, saibamos que dons ele possui e sobretudo se ele se sente um “novato” na cidade e se precisa de amigos. Conhecer-se é a chave. Aceitar o convite. Vir e ver como é o espaço que precisamos ocupar na nossa comunidade.

 

Ângela Rocha

Catequista

quinta-feira, 5 de maio de 2022

DIA DAS MÃES: COMÉRCIO OU HOMENAGEM?

O Dia das Mães foi oficializado no Brasil quando o presidente Getúlio Vargas emitiu o Decreto nº 21.366, em 5 de maio de 1932.

O Dia das Mães é uma das datas comemorativas mais importantes no Brasil e foi oficializado no país na década de 1930, quando o presidente Getúlio Vargas emitiu o Decreto nº 21.366, em 5 de maio de 1932. Por meio desse documento, determinou-se o segundo domingo de maio como momento para comemorar os “sentimentos e virtudes” do amor materno.

Essa data foi uma conquista realizada por influência do movimento feminista brasileiro, que estava em crescimento. Outra conquista importante na época foi o voto feminino, decretado também em 1932.

O Dia das Mães será celebrado nas seguintes datas:

2022: 8 de maio
2023: 14 de maio

Origens do Dia das Mães

Considera-se que o Dia das Mães surgiu nos Estados Unidos, bem no começo do século XX. Apesar disso, os historiadores enxergam algumas semelhanças entre essa data comemorativa e algumas celebrações realizadas na Antiguidade clássica, isto é, na Grécia e Roma antigas.

Não existe uma associação direta entre a celebração moderna e a realizada na Antiguidade, mas os historiadores pontuam-nas em diálogo para demonstrar que festivais em homenagem à figura materna não são uma exclusividade do mundo contemporâneo. Na Grécia, por exemplo, celebrava-se Reia, a mãe dos deuses.

O Dia das Mães, enquanto data comemorativa, surgiu na primeira década do século XX, sendo criado por Anna Jarvis, cujo intento era homenagear a sua mãe, Ann Jarvis, conhecida por realizar trabalho social com outras mães, sobretudo no período da Guerra Civil americana.

Ann Jarvis, que frequentava uma igreja metodista, dedicou sua vida ao ativismo social. Ela o iniciou promovendo ações que possibilitaram a melhoria das condições sanitárias de sua comunidade. Lá ela criou o Mother’s Day Work Clubs, uma instituição voltada para melhorar as condições sanitárias de algumas cidades na Virgínia Ocidental. Nesse trabalho, Ann Jarvis dava assistência às famílias que necessitavam de ajuda, e orientava-as para que elas tivessem boas condições sanitárias, de forma a evitar doenças.

Durante a Guerra Civil Americana, entre 1861 e 1865, Ann Jarvis passou a trabalhar no socorro a soldados feriados, tanto dos confederados quanto daqueles que lutavam pela União. Depois que a guerra terminou, Jarvis criou um clube para que ações fossem tomadas de maneira a garantir o entendimento e o convívio pacífico entre famílias de soldados que lutaram de diferentes lados. Esse clube contou com o envolvimento de outras mães. Juntas elas criaram o Mother’s Friendship Day (Dia das Mães pela Amizade), um dia para celebrar-se a paz.

Surgimento do Dia das Mães

Anna Jarvis, filha de Ann Jarvis, criou o Dia das Mães como forma de homenagear sua mãe, falecida em 1905.

O Dia das Mães foi criado como uma homenagem à vida de Ann Jarvis. O falecimento dela, em 9 de maio de 1905, afetou bastante a sua filha, Anna Jarvis. Anos depois, ela decidiu criar uma data comemorativa para homenagear a sua mãe. O trabalho de Anna Jarvis fez com que um memorial em homenagem a ela fosse realizado em maio de 1908 — esse foi o primeiro Dia das Mães.

Anna Jarvis engajou-se para que o Dia das Mães se convertesse permanentemente em uma data comemorativa nos Estados Unidos. Em 1910, o estado da Virgínia Ocidental, tornou o Dia das Mães oficial. Dois anos depois, em 1914, o Congresso norte-americano estabeleceu o segundo domingo de maio como o data para a celebração, e a medida foi ratificada pelo então presidente Woodrow Wilson.

Ao contrario do que se vive nos dias atuais, com uma data quase exclusivamente comercial, a data foi criada como forma de homenagear todas as mães. Lembrando que maio é também considerado pela Igreja Católica o "Mês de Maria", mãe de Deus.

Maio: Mês de Maria

A ideia de dedicar 31 dias à memória de Maria, que com um ato de amor e fé, aceitou o pedido do anjo Gabriel e deu à luz a Jesus Cristo, começou no século XVII com dias repletos de orações e pedidos destinados à Mãe de Jesus. No entanto, as comemorações não eram exclusivas ao mês de maio. Somente durante o século XIX que o mês passou a ser declarado como exclusivo das devoções marianas.

No Brasil, mais especificamente, a devoção Mariana foi espalhada pelo país graças aos padres Jesuítas, que estavam nas recém descobertas terras brasileiras para evangelizar os povos originários que aqui viviam.

As celebrações durante o mês variam, mas rezar o terço diariamente durante maio é uma das tradições mais comuns, além de sempre relembrar as graças, intercessões e milagres concedidos através dos anos para os fiéis devotos à Mãe de Deus.

Origem  do mês mariano

Essa ideia de dedicar todo um mês a Nossa Senhora não é nova. De fato, remonta à Idade Média uma devoção parecida, que nos meses de agosto e setembro, dedicava trinta dias nos quais se faziam exercícios piedosos para honrar Maria.

Essa devoção se chamava Tricesimum. Mas, com o passar do tempo, deslocou-se essa devoção para o mês de maio, por uma razão muito bonita: a primavera do hemisfério norte.

Lembremos que, no hemisfério sul, maio não é primavera, mas outono. No hemisfério norte, portanto, é que se celebra a chegada da primavera nessa época. E é desse hemisfério é que vem tal devoção. Depois de ter isso claro, pode-se pensar na primavera como fenômeno e ver as razões pelas quais é muito bonito e conveniente que seja na chegada da primavera que se celebre uma especial devoção dedicada a Maria.