Acompanhe as Estações da VIA SACRA, ouvindo as reflexões do Pe. Roberto Nentwig via Spotify.
https://open.spotify.com/episode/6LIXANVAq21GwtSN62TEQv?si=ijh1QNE5Saelba2TkHKp4A
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IMAGEM: Grupo de adolescentes //iStock |
Texto bíblico: Lc 24, 13-35 (Discípulos de Emaús)
“13 Naquele mesmo dia, dois dos discípulos
iam para um povoado, chamado Emaús, a sessenta estádios de Jerusalém.14
Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido.15 Enquanto
conversavam e discutiam, o próprio Jesus aproximou-se e pôs-se a caminhar com
eles.16 Os seus olhos, porém, estavam como impedidos de
reconhecê-lo.17 Então Jesus perguntou: “O que andais conversando
pelo caminho? Eles pararam, com o rosto triste, 18 e um deles
chamado Cleófas, lhe disse: “És tu o único peregrino de Jerusalém que não sabe
o que lá aconteceu nesses dias?” 19 Ele perguntou: “Que foi?” Eles
responderam: “O que aconteceu com Jesus, o nazareno, que foi um profeta,
poderoso em obras e palavras diante de Deus e diante de todo o povo.20 Os
chefes dos sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado à
morte e o crucificaram. 21 E nós esperávamos que fosse ele quem
libertaria Israel; mas, com tudo isso, já faz três dias que essas coisas
aconteceram! 22 É verdade que algumas mulheres dentre nós nos
deixaram espantados. Elas tinham ido, de madrugada, ao túmulo 23 e,
como não encontraram o corpo dele, voltaram dizendo que tinham visto anjos, os
quais afirmaram que ele está vivo.24 Alguns dos nossos foram ao
túmulo, e encontraram a situação como as mulheres tinham dito. A ele, porém,
ninguém viu.”25 Então ele lhes disse: Como sois sem inteligência e lentos para crer
em tudo o que os profetas falaram! 26 Não era necessário que o
Cristo sofresse tudo isso, para entrar em sua glória?” 27 E,
começando por Moisés e passando por todos os Profetas, explicou-lhes, em todas
as Escrituras, o que se referia a ele.28 Quando chegaram perto do
povoado para onde se encaminhavam, ele fez de conta que ia adiante.29
Eles, porém, insistiram: “ Fica conosco, pois já é tarde e o dia está
declinando!” Ele entrou para ficar com eles. 30 Depois que se pôs à
mesa com eles, tomou o pão, pronunciou a benção, partiu-o e deu a eles. 31
Então os olhos deles se abriram e o reconheceram. Ele, porém, desapareceu da
vista deles. 32 E diziam um para o outro: “Não estava ardendo o
nosso coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos abria as Escrituras?” 33
Naquela mesma hora, levantaram-se e voltaram a Jerusalém, onde encontraram
reunidos os Onze e os outros discípulos.34 E estes confirmaram:
“Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!”35. Então os
dois relataram o que acontecera no caminho, e como o haviam reconhecido ao
partir do pão.
(Tradução
-Bíblia CNBB- 3ª edição-2019)
Retomando nossa reflexão: na primeira parte refletimos o texto bíblico do profeta Jeremias, Deus o chamou deste o ventre materno; na segunda parte, Maria e José, apresentaram o menino Jesus no templo, e, Ele crescia em estatura e graça, diante de Deus e dos homens. Agora nesta terceira parte, usamos o texto do Evangelho dos Discípulos de Emaús, Lucas 24, 13-35.
Os discípulos de Emaús conheceram Jesus, mas, quando viram que Ele havia morrido, sentiram-se desamparado. No entanto, Jesus Cristo em pessoa apareceu a eles, eles demoraram reconhecer o Senhor. Mas, Jesus quis demonstrar que continuava com eles, e lembrou-os da missão que havia deixado a eles, de continuar a trabalhar pelo anúncio do reino de Deus.
Nossos catequizandos ao longo do itinerário catequético, com toda a sua história de vida, vão buscando confirmação daquilo que está sendo transmitido a eles. Na medida em que vão crescendo, vão contestando, e, questionando as verdades de fé. Isso vem de encontro a busca de formação da própria identidade.
Eles desanimam ao longo do caminho quando não se sentem acolhidos em suas indagações, vão se fechando. Com as crianças é possível visualizar em suas expressões, os seus sentimentos, elas são sinceras: explodem quando nervosas (choro), mostram quando estão tristes e, quando alegres, se expressam facilmente. Conseguimos perceber se a criança está se desenvolvendo bem, quando sabemos o que ela sente (ou tentamos descobrir), mas, na medida em que vão crescendo, escondem cada vez o que se passa interiormente.
No Novo Diretório Geral de Catequese, encontramos:
A pré-adolescência é também o momento no
qual se reformula a imagem de Deus recebida na infância: por isso, é importante
que a catequese acompanhe essa delicada passagem para seus possíveis
desenvolvimentos futuros, inclusive recorrendo às pesquisas e às ferramentas
das ciências humanas. Sem medo de apontar para o essencial, a proposta de fé
para os pré-adolescentes se preocupará em semear em seus corações as sementes
de uma visão de Deus que mais tarde amadurecerá : o querigma narrará
especialmente o Senhor Jesus como um irmão que ama, como um amigo que ajuda a
viver melhor as relações, que não julga, mas é fiel e valoriza os recursos e os
sonhos, levando à realização dos desejos da beleza e do bem. Além disso, a
catequese é convidada a reconhecer o protagonismo dos pré-adolescentes, a criar
um contexto de relações de grupo significativas, a dar espaço à experiência, a
criar um clima no qual são acolhidas as perguntas, fazendo-as interagir com a
proposta do Evangelho. O pré-adolescente pode entrar mais facilmente no mundo
da experiencia cristã ao descobrir que o Evangelho toca precisamente as
dinâmicas relacionais e afetivas, às quais ele particularmente é sensível. O
catequista, capaz de confiar e esperar, levará a sério as dúvidas e as
inquietudes do pré-adolescente, tornando-se seu companheiro discreto, mas
presente. (DpC 247).
Os pré-adolescentes na grande maioria, já receberam o Sacramento da Eucaristia ou estão para receber. Muitos deles, já não voltam para a caminhada Crismal. Poucos prosseguem, e, conforme vivenciamos em nossas comunidades, esses poucos crismam, porém não continuam com a comunidade.
E aí nos perguntamos, e, a Espiritualidade destes pré-adolescentes, como é vivenciada? Perdeu-se? Ou estão se reafirmando? Os adultos de sua convivência sofrem influência neste sentido sobre eles? Na busca pela afirmação de sua própria identidade, eles questionam, mas, observam os exemplos. Se os exemplos em torno são coerentes, eles seguirão os bons exemplos. Os questionamentos gerados, são frutos da própria reafirmação. O Espírito Santo de Deus vai iluminando os questionamentos, mas, precisa ser alimentado com a vivencia eucarística para que todo o processo de desenvolvimento da identidade e a reafirmação, seja superada, e, assim, o pré-adolescente poder vir a tornar-se uma pessoa madura na fé.
No prólogo do Catecismo da Igreja Católica, temos que:
Deus, infinitamente, Perfeito e
Bem-aventurado em si mesmo, em um desígnio de pura bondade, criou livremente o
homem para fazê-lo participar de sua vida bem-aventurada. Eis por que, desde
sempre em todo lugar, está perto do homem. Chama-o e ajuda-o a procurá-lo, a
conhecê-lo e amá-lo com todas as suas forças. Convoca todos os homens,
dispersos pelo pecado, para a unidade de sua família, a Igreja. Faz isto por
meio do Filho, que enviou como Redentor e Salvador quando os tempos se
cumpriram. Nele e por Ele, chama os homens a se tornarem, no Espírito Santo,
seus filhos adotivos, e, portanto, os herdeiros de sua vida bem-aventurada.
(CIgC, 1).
Assim, o
catequista como educador da fé, conduz ao conhecimento e ao amor de Jesus
Cristo. A Espiritualidade do catequista influencia a espiritualidade de seus
catequizandos. Mesmo que, na família, o catequizando vivencie turbulências e
dificuldades, se ele tiver apoio no grupo de catequese, ele pode superar estes
momentos. E ainda, pode influenciar a família a cultivar a Espiritualidade
Cristã. Pois, à medida que nos dedicamos a nos reabastecer em Jesus Cristo,
passamos a transbordar esse amor de Deus a aqueles que nos foram confiados.
Cada pessoa é única para Deus, e cada uma absorve os ensinamentos de Jesus Cristo conforme o Espírito Santo vai se manifestando. Temos diversos carismas em nossa Igreja, todas elas, remetem à inspiração em Jesus Cristo. A partir Dele, o Espírito Santo sopra onde quer e faz morada.
O Catecismo da Igreja Católica, afirma que:
A fé é um dom gratuito que Deus concede
ao homem. Podemos perder este dom inestimável; S.Paulo alerta Timóteo sobre
isso: “Combate...o bom combate, com fé e boa consciência; pois alguns
rejeitando a boa consciência, vieram a naufragar na fé”(1Tm 1,18-19). Para
viver, crescer e perseverar até o fim na fé, devemos alimentá-la com a Palavra
de Deus; devemos implorar ao Senhor que a aumente 178; ela deve
“agir pela caridade” (Gl,5,6)179, e ser carregada pela esperança180
e estar enraizada na fé da Igreja. (CIgC 162).
A Espiritualidade vai sendo formada em nosso ser, à medida que interiorizamos aquilo que nos dá sentido, aquilo que os demais também acreditam. Na pré-adolescência passamos a andar em grupos, colegas da mesma idade, e compartilhamos experiencias semelhantes. O apoio da família é fundamental nesse processo, mas, outros adultos passam a ser referência para o pré-adolescente: catequista, sacerdotes, padrinhos, madrinhas, passam a ter mais influência sobre eles. Esta também e a idade em que se contesta as ordens do pai e da mãe, e, busca-se afirmação naqueles que estão à sua volta, e, esses convencem mais facilmente. Por essa razão, é fundamental conhecer os colegas de convivência do pré-adolescente, mesmo, que os pais venham a dar uma certa liberdade, precisam estar atentos, e demonstrar autoridade com amor, sabendo e conhecendo aqueles que estão próximos dos filhos e filhas.
A comunidade de fé é o local de fortalecer o vínculo com aqueles que professam a mesma fé, da mesma faixa etária, mas convivendo com os adultos de referência, e, assim, forma-se a rede de amigos na fé.
Encontramos no Catecismo da Igreja Católica:
A fé é um ato pessoal: a resposta livre
do homem à iniciativa de Deus que se revela. Ela não é, porém, um ato isolado.
Ninguém pode crer sozinho, assim como ninguém pode viver sozinho. Ninguém deu a
fé a si mesmo, assim como ninguém deu a vida a sim mesmo. O crente recebeu a fé
de outros, deve transmiti-la a outros. Nosso amor por Jesus e pelos homens nos
impulsiona a falar a outros de nossa fé. Cada crente é como um elo na grande
corrente dos crentes. Não posso crer sem ser carregado pela fé dos outros, e
pela minha fé contribuo para carregar a fé dos outros. (CIgC 166).
Assim, a
fé do catequista e a fé da Igreja, irá influenciar na fé dos catequizandos,
desde a infância até a adolescência, e vai além disso, quando adultos, se bem
fundamentada, irão lembrar daqueles que o ensinaram a crer em Jesus Cristo.
Aqueles que se afastarem por algum motivo, deverão estar sempre nas orações da
Igreja, pois, Deus nos concede o livre-arbítrio, mas, sempre acolhe aquele que retorna
à sua comunidade. As vezes ferido, machucado, mas, encontrará consolo, pois,
sempre haverá um enviado de Deus para o acolher.
Sentir-se amado por Deus, é importante para todas as pessoas, sobretudo na pré-adolescência, acontece tudo ao nosso redor, estamos crescendo, deixando de ser criança, mas, ainda criança, tornando-se adolescente e passando pela juventude e fase adulta. Ficamos confusos, e queremos saber: Quem sou eu? Por que sou assim? Deus me ama? Como pode Deus me amar e não me ouvir? São alguns questionamentos que até mesmo nós adultos, fazemos constantemente.
Neste sentido, as Bem-Aventuranças dentro do itinerário catequético, se tornam base para toda a vida do pré-adolescente, ou seja, de toda pessoa que tem a experiência da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. Podemos percorrer todo o texto das Bem-aventuranças, mais especificamente no Evangelho de Mt 5, 3-12a, para observarmos o plano de Deus para cada pessoa.
No Catecismo da Igreja Católica nos números 1716 a 1729 temos um referencial de vivência cristã. Delimitando para esta reflexão, o número 1717, que diz:
As Bem-aventuranças traçam a imagem de Cristo e descreve a sua caridade;
exprimem a vocação dos fiéis à Glória de sua Paixão e Ressurreição; iluminam as
ações e atitudes características da vida cristã; são promessas paradoxais que
sustentam a esperança nas tribulações; anunciam as bençãos e recompensas já
obscuramente adquiridas pelos discípulos; são iniciadas na vida da Virgem Maria
e de todos os santos. (CIgC 1717).
Desse
modo, trazemos uma análise para nós, como catequistas. Quem incutiu em nós a
fé? Quem nos orientou? O que somos hoje? Frutos de uma vivência de fé sem
desafios? Ou encontramos diversas pedras, para sermos quem somos atualmente? A perspectiva de fé aos pré-adolescentes, é a
partir de uma perspectiva de fé adulta? Amadurecida? Desejamos que eles alcancem
e tenham a compreensão de fé, como nós catequistas? Como acolhemos seus
anseios? Como nos aproximamos deles? Com julgamentos? Preconceitos? Muitos
deles, já tem muitas feridas em suas vidas. Como acolhemos suas diversas
realidades? Como podemos contribuir para desenvolver a Espiritualidade em meio
a tantos desafios?
As questões apresentadas são pistas para discernimento na ação do catequista com relação aos seus catequizandos. Não temos soluções prontas, mas, temos, caminhos, orientações a partir do Evangelho para estarmos educando na fé as crianças, pré-adolescentes, adolescentes, jovens e principalmente os adultos. Nesta reflexão estamos focando nas crianças e nos pré-adolescentes. Em artigos futuros abordaremos conforme o crescimento destes pré-adolescentes. É assunto que não se esgota, sempre teremos que conversar e aprofundar, pois, as mudanças de comportamento da sociedade, nos impelem a buscarmos novas formas de evangelizar, novas, mas, também, resgatando sempre o cerne da nossa fé, a centralidade em Jesus Cristo.
O importante é estarmos sempre atentos e nos aliarmos aos estudos das Ciências Humanas, tais como: psicologia, pedagogia, sociologia, entre outros. Considerando como principal o Evangelho, que norteia e ilumina a todas as demais ciências. O que podemos frisar, é que desde o ventre materno, já recebemos influência do meio em que iremos viver, a transmissão da Espiritualidade vem da mãe e do pai, à medida que vamos crescendo vamos absorvendo aquilo que nos estimulam. Há diversos estímulos nocivos às nossas vidas em torno de nós, de consumismo, barulho (muitos barulhos), ao individualismo, ao egoísmo, e, principalmente o estímulo a não buscar Deus. Ou se buscar aquele deus que nos oferecem com soluções rápidas, milagres, que dará mais lucro ao mercado financeiro.
Quando incentivamos e educamos na fé cristã católica, que é nossa identidade, estamos permitindo um novo olhar para a realidade do mundo em que vivemos. As crianças e os pré-adolescentes são naturalmente providos de mudança, quando estes vêm e questionam às ações dos adultos, muitas vezes são desestimulados. Pois, eles começam a observar a coerência e a incoerência ao seu redor.
Não devemos ter medo, mas, sim, ousadia, que vem do Evangelho. Pensarmos em pequenas mudanças, mas, também em grandes mudanças. Se surgem desafios, olhemos sobre uma nova perspectiva, e, teremos novas oportunidades de fazer o Evangelho ser semeado em meio a pedras, espinhos e terra boa.
Os discípulos e Emaús estavam desanimados e haviam desistido da missão que lhes fora confiado por Jesus. Mas, Deus jamais desiste daqueles que Ele chamou, e, busca sempre meios de nos atrair novamente a Ele. Os discípulos o reconheceram quando Jesus partiu o pão. Quando, como catequistas nos aproximamos do Mestre Jesus na Eucaristia, tornamo-nos um com Ele. E a partir desta experiência transbordamos esse mistério àqueles que nos foram confiados. E assim, os catequizandos também, terão suas experiências com o Cristo Ressuscitado.
De todo modo, sejamos portadores da esperança, que vem de Jesus Cristo, nosso Mestre e Senhor! Ele nos guia e nos orienta. Neste tempo de pandemia, semeemos o Amor, que vem de Deus. Deus é amor! E nos fortalece a cada dia que nos permitimos estar em Oração em sintonia com o Espírito Santo. Os catequizandos irão refletir a Luz de Jesus, a medida em que nos dedicarmos para que isso aconteça.
Catequista:
Alessandra Rodrigues França da Silva
Paróquia
Nossa Senhora da Boa Esperança-Pinhais/PR
Arquidiocese
de Curitiba
COMISSÃO BÍBLICO CATEQUÉTICA. Formação Básica de Catequistas -subsídio com os principais temas para formação de catequistas. Curitiba. Editora Arquidiocesana .2008
CNBB. Bíblia Sagrada. Tradução oficial. Brasília - DF. 3ª edição.2019.
__________. Diretório Nacional de Catequese. N.84. Indaiatuba-São Paulo. Pauinas.5ª edição. 2007.
Congregação para a Doutrina da Fé. Catecismo da Igreja Católica. Edição Típica Vaticana. Loyola. São Paulo. 2000.
COMTIBA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente). FAS PREFEITURA DE CURITIBA. Estatuto da Criança e Adolescente. Lei 8069 de 13 de julho de 1990 e Legislação Complementar. Gestão 2017.
PAPA FRANCISCO, Exortação Apostólica pós-sinodal Amoris Laetitia-sobre o amor na família. São Paulo: Paulus, 2016.
PONTIFÍCIO CONSELHO PARA A PROMOÇÃO DA NOVA EVANGELIZAÇÃO. Diretório para Catequese 2020.Documentos da Igreja nº 61. 2ª edição. Brasília: Edições CNBB, 2020.
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Imagem: Cebi.org |
Neste final de semana vamos conferir quem está inscrito e fez COMENTÁRIOS nas 4 PARTES da FORMAÇÃO/ESTUDO já publicadas em nosso Blog. Depois vou colocar para vocês uma "Tabela" com os nomes e a quantidade de comentários "válidos" (que se referem ao conteúdo publicado) para que vocês se organizem até a publicação da V PARTE (dia 29/03), quando começaremos a adentrar o "mundo" do catecismo e o que ele traz para a catequese.
O Compêndio é uma versão sintética
do conteúdo do Catecismo da Igreja Católica. Em forma de perguntas e respostas,
trata-se de uma versão popular, breve e direta da doutrina da Igreja, ou seja,
daquilo que ela crê e vive.
“O objetivo do Compêndio é
proporcionar aos católicos e outras pessoas interessadas uma explicação clara e
direta da doutrina da fé católica, sem entrar em discussões ou exposições
teológicas”. (Dom Odilo Sherer, CNBB).
O Compêndio
do Catecismo da Igreja Católica é um resumo do Catecismo da Igreja
Católica (CIgC), sob a forma de perguntas e respostas, publicado pela Igreja
católica em 2005, e que contém de forma resumida os principais elementos da
doutrina e moral católicas.
Destina-se a
apresentar "de maneira concisa, todos os elementos essenciais e
fundamentais da fé da Igreja, de forma a constituir uma espécie de vademecum,
que permita às pessoas, aos crentes e não crentes, abraçar, numa visão de
conjunto, todo o panorama da fé católica" (Bento XVI). A sua
publicação deu resposta à necessidade "de um Catecismo resumido, breve,
que contivesse todos e somente os elementos essenciais e fundamentais da fé e
da moral católica, formulados de uma maneira simples, acessível a todos, clara
e sintética". (Bento XVI)
Foi elaborado por uma comissão presidida pelo Cardeal Joseph Ratzinger, então prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, nomeada em Fevereiro de 2003 pelo Papa João Paulo II. Foi o mesmo Joseph Ratzinger, já como Papa Bento XVI, que aprovou e promulgou o Compêndio, através dum motu proprio publicado em 28 de junho de 2005.
A estrutura do compêndio é exatamente a mesma do Catecismo da Igreja Católica, sua fonte. Divide-se em quatro grandes partes:
Em um apêndice, apresenta ainda algumas orações comuns e fórmulas de Doutrina católica.
São três as características principais do Compêndio: a estrita dependência do Catecismo da Igreja Católica; o gênero dialogal; a utilização das imagens na catequese.
1. Dependência do Catecismo:
Como o
Catecismo, também o Compêndio se divide em quatro partes, de acordo com as leis
fundamentais da vida em Cristo.
A primeira parte, intitulada “A profissão da fé”, é uma síntese adequada da lex credendi, isto é, da fé professada pela Igreja Católica.
A segunda parte, intitulada “A celebração do mistério cristão”, apresenta os elementos essenciais da lex celebrandi. O anúncio do Evangelho encontra a sua resposta privilegiada na vida sacramental. Nela os fiéis experimentam e testemunham em cada momento da sua existência a eficácia salvífica do mistério pascal, por meio do qual Cristo realizou a obra da nossa redenção.
A terceira parte, intitulada “A vida em Cristo”, chama a atenção para a lex vivendi, isto é, para o empenho que os batizados têm de manifestar nas suas atitudes e nas suas opções éticas de fidelidade à fé professada e celebrada. Os fiéis são chamados pelo Senhor Jesus a agir de acordo com a sua dignidade de filhos de Deus Pai na caridade do Espírito Santo.
A quarta parte, intitulada “A oração cristã”, apresenta uma síntese da lex orandi, isto é, da vida de oração. A exemplo de Jesus, o modelo perfeito do orante, também o cristão é chamado ao diálogo com Deus na oração, de cuja expressão privilegiada é o Pai-nosso, a oração que o próprio Jesus nos ensinou.
2.
Gênero dialogal:
Uma
segunda característica do Compêndio e a sua forma dialogada, que retoma um
antigo género literário da catequese, constando de pergunta e resposta.
Trata-se de repropor um diálogo ideal entre o mestre e o discípulo, mediante
uma sequência de interrogações que envolvem o leitor convidando-o prosseguir na
descoberta de aspectos novos da verdade da fé. O gênero dialogal concorre
também para abreviar notavelmente o texto, reduzindo-o ao essencial. Isto
poderia ajudar a assimilação e a eventual memorização do conteúdo.
3.
Utilização
de imagens na catequese:
A
terceira característica reside nas imagens, que assinalam a organização do
Compêndio. Provêm do riquíssimo patrimônio da iconografia cristã. A tradição
secular e conciliar diz-nos que também a imagem é pregação evangélica. Os
artistas de todos os tempos apresentaram à contemplação e à admiração dos fiéis
os fatos salientes do mistério da salvação, no esplendor da cor e na perfeição
da beleza. Indício de que, hoje mais do que nunca, na época da imagem, a imagem
sagrada pode exprimir muito mais que a palavra, pois é muito mais eficaz o seu
dinamismo de comunicação e de transmissão da mensagem evangélica.
O Compêndio não é uma obra autônoma, pois não pretende, de modo nenhum, substituir o Catecismo da Igreja Católica: pelo contrário. remete continuamente para ele, quer mediante a indicação, ponto por ponto, dos números a que se refere, quer através da contínua referência à estrutura, ao desenvolvimento e aos seus conteúdos. Além disso o Compêndio pretende despertar um renovado interesse e fervor em relação ao Catecismo, que, com a sua sábia exposição e a sua unção espiritual, permanece sempre o texto de base da catequese eclesial de hoje.
(Bento XVI, Motum próprio
de publicação do Compêndio)
LINK de acesso ao COMPENDIO
FONTES:
BENTO XVI. Motu próprio para a
aprovação e publicação do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica. 28 jun
2005. Encontrado em http://www.vatican.va/archive/compendium_ccc/documents/archive_2005_compendium-ccc_po.html
. Acesso 25 de janeiro 2021.
Para não vacilar, veja 5 dicas da
TIM Foto Mobile em parceria com a SAMSUNG:
1 - A MANIPULAÇÃO DO ÂNGULO
Muitas pessoas tiram, ou pelo
menos tentam tirar, fotos para parecer que estão segurando o sol, a lua, outra
pessoa, ou qualquer que seja o objeto suficientemente grande que não possa ser
segurado na vida real. Para que se tenha sucesso, o ângulo em que é posicionada
a câmera é fundamental. Basicamente, segurando a câmera na altura dos objetos,
eles terão proporções mais fiéis à realidade. Posicionando mais abaixo da linha
do objeto, ele parecerá maior; do contrário, posicionando acima, ele parecerá
menor.
5 – FOCO, FORÇA E FÉ
É importante que não fiquem dúvidas a respeito daquilo que é explicitado neste texto 3, quer seja no entendimento do conteúdo, nos documentos citados ou nas palavras "desconhecidas" (termos que não estamos acostumados). USEM os comentários para levantam dúvidas e observações. As respostas estarão aqui e no Grupo do Facebook, onde se farão partilhas mais interativas a respeito.
Algumas observações importantes sobre o Catecismo:
Homens e mulheres precisam conhecer e amar a Deus. A fim de que este chamado ressoe pela terra inteira, Jesus Cristo chamou e depois enviou os seus discípulos para que fossem em busca de mais discípulos. Pelo amor de Cristo aqueles que acolheram a sua Palavra foram impulsionados a anunciar por todas as partes do mundo a Boa notícia. Este tesouro recebido dos apóstolos foi guardado pelos seus sucessores e todos são chamados, de geração em geração, a anunciar a fé, vivendo-as na partilha fraterna e celebrando-a na liturgia e na oração.
1. O catecismo e a correlação com a Catequese:
Logo nos primeiros tempos da Igreja, chamou-se de Catequese, o conjunto de esforços empreendidos pela Igreja para fazer discípulos e ajudar os homens a acreditar que Jesus é o Filho de Deus, e para os educar e instruir nessa vida, construindo assim o Corpo de Cristo:
“A catequese é uma educação da
fé das crianças, dos jovens e dos adultos, que compreende especialmente o
ensino da doutrina cristã, ministrado em geral dum modo orgânico e sistemático,
em ordem à iniciação na plenitude da vida cristã” (CT 18).
A catequese articula-se, mas não se confunde, com alguns
elementos da missão pastoral da Igreja que têm aspectos catequéticos:
Assim, conforme a Catechesi tradendae (13), a
catequese está intimamente ligada a toda a vida da Igreja e dela dependem, não
só a sua expansão geográfica e o crescimento numérico, mas também, e muito mais
ainda, o crescimento interior da Igreja e a sua conformidade com os desejos de
Deus.
2. A Sigla para identificação:
Conforme documentos e publicações da Igreja Católica, a sigla que se usa atualmente para se identificar o Catecismo da Igreja Católica é CIgC, a saber:
C = cateciscmo
Ig = Igreja
C = Católica
Usávamos até recentemente, a sigla: CIC, no entanto, para que não se confundisse com o Código de Direito Canônico em latim: Códex Iuri Canonicio, ou mesmo com outros documentos comumente relacionados a esta sigla, optou pela mudança para uma sigla um pouco mais personalizada. Acostume-nos então a chamá-lo de CIgC de agora em diante.
3. Objetivos e Destinatários:
(...) apresentar uma exposição orgânica e sintética dos conteúdos essenciais e fundamentais da doutrina católica, tanto sobre a fé como sobre a moral, à luz do II Concilio do Vaticano e do conjunto da Tradição da Igreja. As suas fontes principais são a Sagrada Escritura, os santos Padres, a liturgia e o Magistério da Igreja. E destina-se a servir como ponto de referência aos catecismos ou compêndios a publicar nos diversos países. (CIgC 11).
A quem ele é destinado:
(...) principalmente aos
responsáveis pela catequese, que são em primeiro lugar os bispos,
enquanto doutores da fé e pastores da Igreja. É-lhes oferecido como
instrumento para o desempenho da sua missão de ensinar o povo de Deus. E,
através dos bispos, dirige-se aos redatores de catecismos, aos sacerdotes e aos
catequistas. Será também uma leitura útil para todos os outros fiéis
cristãos. (CIgC 12).
4. Estrutura do Catecismo:
O CIgC estrutura-se na tradição dos catecismos em torno de quatro grandes pilares: A profissão de fé -Credo apostólico; os Sacramentos da fé (celebrações, ritos); a vida de fé (Mandamentos) e a oração do crente – Pai Nosso. Ou seja, a fé crida, celebrada, vivida e rezada.
Parte I – A profissão de fé:
Aqueles que acreditam devem confessar a sua fé diante de todos. O catecismo começa expondo o que é a Revelação, manifestada quando Deus se dirige ao homem e a fé com a qual é o homem responde a esta revelação. O Símbolo da fé (profissão) resume os dons que Deus deu ao homem, sendo ele Autor, Redentor e Santificador, assim articulado: Deus pai todo poderoso, seu filho Jesus Cristo Salvador e o Espírito santo manifesto na Santa Igreja.
*Aproximadamente 300 páginas na Edição Típica Vaticana
Parte II – Os sacramentos da fé:
A salvação de Deus, realizada em Jesus Cristo e pelo Espírito Santo, se torna presente nas ações sagradas da liturgia da Igreja e na ação dos sete sacramentos.
*Aproximadamente 160 pgs.
Parte III – A vida de fé:
Apresenta a finalidade do homem criado a imagem de Deus: viver os mandamentos e as Bem-Aventuranças como caminhos para construção do Reino e meios de ação livre e reta para viver na graça de Deus.
* Aproximadamente 200 pgs.
Parte IV – A oração na vida de fé:
Trata do sentido e da importância da oração na vida dos homens, ou seja, daquilo que o homem pode esperar e de que o Pai celeste quer conceder. O Pai Nosso é o exemplo da intimidade do homem de dirigir-se a Deus como Pai em seus sete pedidos.
* Em torno de 75 pags.
O CIgC traz ainda, mais 70 pgs. com informações adicionais.
5. Indicações práticas do Catecismo:
Esta indicações tem como objetivo favorecer o uso Catequético do Catecismo.
- O catecismo foi pensado como uma exposição orgânica de toda fé e doutrina católica, por isso é necessário lê-lo como uma “unidade”, nunca tomando qualquer texto “fora” do conjunto da fé em que foi construído.
- Numerosas referências dentro do texto e os índices analíticos do final permitem ver a ligação de cada tema com o conjunto da fé.
- Os textos das Sagradas Escrituras nem sempre são citados, apenas referenciados como “cfe”. É preciso consultar os próprios textos para aprofundar os textos das passagens.
- Algumas informações no Catecismo são didaticamente apresentadas em “corpo menor” (letras menores) indicando observações históricas, apologéticas ou de exposições doutrinais complementares. As citações em corpo menor de fontes patrísticas, litúrgicas, magisteriais e hagiográficas, são destinadas a enriquecer a exposição doutrinal.
- No final das unidades temáticas, são apresentados textos suscintos que resumem em fórmulas condensadas o essencial do ensinamento, oferecendo sugestões à catequese local para fórmulas s9intéticas e memorizáveis. Estes textos encontram-se grafados em itálico.
6. Adaptações necessárias:
É muito importante observar os itens 23 e 24 do prólogo do Catecismo, no que se refere à utilização do mesmo na catequese e adaptações necessárias.
A exposição doutrinal da fé Católica é a ênfase do Catecismo. O documento quer aprofundar o conhecimento da fé católica e está orientado para o amadurecimento da fé, seu enraizamento na vida do fiel e sua irradiação no testemunho (CT 20-22).
Por sua finalidade, o Catecismo não se propõe a fazer adaptações de linguagem e exposição aos métodos catequéticos exigidos pelos diferentes destinatários e contextos culturais. Não há a pretensão de fazer adaptação às idades, à maturidade espiritual e contextos sociais das pessoas a quem a catequese é dirigida. As adaptações devem ser feitas pelos responsáveis pela catequese dos fiéis e por catecismos locais (CIgC 24).
O prólogo do CIgC traz, em seu final, duas citações do Catecismo Romano que se fazem atuais e sempre presentes. A primeira delas é de que, aquele que ensina, deve observar que nem todas as pessoas são iguais, aprendem de igual forma e pelos mesmos métodos:
“(...) uns são como
crianças recém-nascidas, outros como adolescentes e outro, finalmente, já são
efetivamente adultos, é necessário que pondere com toda a diligência quais são
os que precisam de leite e quais os que carecem de um alimento mais sólido.
(...) Os que são chamados ao ministério da pregação devem, ao
transmitir o ensino dos mistérios da fé e das normas dos costumes, adaptar as
suas palavras à mentalidade e à inteligência dos seus ouvintes”. (Catech R.
11-12).
Utilizar portanto, somente o Catecismo, sem as devidas adaptações para a catequese do fiéis, não é aconselhável e nem trará os objetivos desejados. Junto com a doutrina, vem os ensinamentos das Sagradas Escrituras e o Magistério da Igreja com sua interpretação. Prescindir de qualquer destes elementos, é deixar a catequese da nossa Igreja mais “podre” e limitada, sem considerar também o viés antropológico e social quem que hoje, as pessoas encontram-se envolvidas.
A segunda observação feita no prólogo do CIgC, se refere ao princípio pastoral dos catecismos:
Toda a finalidade da doutrina e do ensinamento
deve ser posta no amor que não acaba. Com efeito, pode-se facilmente expor o
que se deve crer, esperar ou fazer; mas, sobretudo, é preciso fazer sempre
com que apareça o amor de nosso Senhor, para que cada um compreenda que cada
ato de virtude perfeitamente cristão não tem outra origem senão o Amor, e outro
fim se não amor. (Catech R. 10).
Toda e qualquer Catequese
precisa ser feita no amor a Deus e em suas criaturas. Nenhum ensinamento pode
ser feito na “obrigação” e no “dever”, sob pena de fazer “oprimidos” aqueles
que tão somente desejam a liberdade que a fé em Deus traz.
Texto complementar
CT - Catechesi Tradendae AQUI
A Catechesi Tradendae (CT) é uma Exortação
Apostólica pós-sinodal, do Papa João Paulo II, de 16 de outubro de 1979, "sobre
a catequese do nosso tempo".
A exortação foi dirigida aos presbítetros e a toda a Igreja. Este documento concluiu
a IV Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos celebrada em Roma, em 1977, com o tema A catequese em nosso tempo,
com particular referência à catequese de crianças e de jovens. Sendo este sínodo, já um reflexo do Concílio Vaticano II. A redação deste
documento foi iniciado pelo papa Paulo VI, com base nos documentos dos padres
sinodais e concluída por João Paulo II. Duas convicções fundamentais, são enunciadas
de modo explícito no documento:
A partir da Catechesi Tradendae a catequese passa a
assumir sua função de ensino nos moldes escolares, na organização,
didática e pedagogia.
Catequistas em Formação
20/03/2021