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quarta-feira, 31 de março de 2021

VIA SACRA - MEDITAÇÕES Pe. ROBERTO NENTWIG

 Acompanhe as Estações da VIA SACRA, ouvindo as reflexões do Pe. Roberto Nentwig via Spotify.

1ª ESTAÇÃO


2ª ESTAÇÃO

https://open.spotify.com/episode/6LIXANVAq21GwtSN62TEQv?si=ijh1QNE5Saelba2TkHKp4A

3ª ESTAÇÃO

4ª ESTAÇÃO

5ª ESTAÇÃO

6ª ESTAÇÃO

7ª ESTAÇÃO

8ª ESTAÇÃO

9ª ESTAÇÃO

10ª ESTAÇÃO

11ª ESTAÇÃO

12ª ESTAÇÃO

13ª ESTAÇÃO

14ª ESTAÇÃO


FONTE: Pe. Roberto Nentwig, Pensamentos: a vida fala de Deus - Spotfy.




sábado, 27 de março de 2021

ESPIRITUALIDADE DA CRIANÇA E ADOLESCENTE COM AS PESSOAS DE SUA CONVIVÊNCIA – PARTE III (FINAL)

IMAGEM: Grupo de adolescentes //iStock

  Texto bíblico: Lc 24, 13-35 (Discípulos de Emaús)

 13 Naquele mesmo dia, dois dos discípulos iam para um povoado, chamado Emaús, a sessenta estádios de Jerusalém.14 Conversavam sobre todas as coisas que tinham acontecido.15 Enquanto conversavam e discutiam, o próprio Jesus aproximou-se e pôs-se a caminhar com eles.16 Os seus olhos, porém, estavam como impedidos de reconhecê-lo.17 Então Jesus perguntou: “O que andais conversando pelo caminho? Eles pararam, com o rosto triste, 18 e um deles chamado Cleófas, lhe disse: “És tu o único peregrino de Jerusalém que não sabe o que lá aconteceu nesses dias?” 19 Ele perguntou: “Que foi?” Eles responderam: “O que aconteceu com Jesus, o nazareno, que foi um profeta, poderoso em obras e palavras diante de Deus e diante de todo o povo.20 Os chefes dos sacerdotes e as nossas autoridades o entregaram para ser condenado à morte e o crucificaram. 21 E nós esperávamos que fosse ele quem libertaria Israel; mas, com tudo isso, já faz três dias que essas coisas aconteceram! 22 É verdade que algumas mulheres dentre nós nos deixaram espantados. Elas tinham ido, de madrugada, ao túmulo 23 e, como não encontraram o corpo dele, voltaram dizendo que tinham visto anjos, os quais afirmaram que ele está vivo.24 Alguns dos nossos foram ao túmulo, e encontraram a situação como as mulheres tinham dito. A ele, porém, ninguém viu.”25 Então ele lhes disse:  Como sois sem inteligência e lentos para crer em tudo o que os profetas falaram! 26 Não era necessário que o Cristo sofresse tudo isso, para entrar em sua glória?” 27 E, começando por Moisés e passando por todos os Profetas, explicou-lhes, em todas as Escrituras, o que se referia a ele.28 Quando chegaram perto do povoado para onde se encaminhavam, ele fez de conta que ia adiante.29 Eles, porém, insistiram: “ Fica conosco, pois já é tarde e o dia está declinando!” Ele entrou para ficar com eles. 30 Depois que se pôs à mesa com eles, tomou o pão, pronunciou a benção, partiu-o e deu a eles. 31 Então os olhos deles se abriram e o reconheceram. Ele, porém, desapareceu da vista deles. 32 E diziam um para o outro: “Não estava ardendo o nosso coração, quando ele nos falava pelo caminho e nos abria as Escrituras?” 33 Naquela mesma hora, levantaram-se e voltaram a Jerusalém, onde encontraram reunidos os Onze e os outros discípulos.34 E estes confirmaram: “Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão!”35. Então os dois relataram o que acontecera no caminho, e como o haviam reconhecido ao partir do pão.

(Tradução -Bíblia CNBB- 3ª edição-2019)

Retomando nossa reflexão: na primeira parte refletimos o texto bíblico do profeta Jeremias, Deus o chamou deste o ventre materno; na segunda parte, Maria e José, apresentaram o menino Jesus no templo, e, Ele crescia em estatura e graça, diante de Deus e dos homens. Agora nesta terceira parte, usamos o texto do Evangelho dos Discípulos de Emaús, Lucas 24, 13-35. 

PARTE I

PARTE II

Os discípulos de Emaús conheceram Jesus, mas, quando viram que Ele havia morrido, sentiram-se desamparado. No entanto, Jesus Cristo em pessoa apareceu a eles, eles demoraram reconhecer o Senhor. Mas, Jesus quis demonstrar que continuava com eles, e lembrou-os da missão que havia deixado a eles, de continuar a trabalhar pelo anúncio do reino de Deus.

Nossos catequizandos ao longo do itinerário catequético, com toda a sua história de vida, vão buscando confirmação daquilo que está sendo transmitido a eles.  Na medida em que vão crescendo, vão contestando, e, questionando as verdades de fé. Isso vem de encontro a busca de formação da própria identidade.

Eles desanimam ao longo do caminho quando não se sentem acolhidos em suas indagações, vão se fechando. Com as crianças é possível visualizar em suas expressões, os seus sentimentos, elas são sinceras: explodem quando nervosas (choro), mostram quando estão tristes e, quando alegres, se expressam facilmente. Conseguimos perceber se a criança está se desenvolvendo bem, quando sabemos o que ela sente (ou tentamos descobrir), mas, na medida em que vão crescendo, escondem cada vez o que se passa interiormente.

No Novo Diretório Geral de Catequese, encontramos:

 

A pré-adolescência é também o momento no qual se reformula a imagem de Deus recebida na infância: por isso, é importante que a catequese acompanhe essa delicada passagem para seus possíveis desenvolvimentos futuros, inclusive recorrendo às pesquisas e às ferramentas das ciências humanas. Sem medo de apontar para o essencial, a proposta de fé para os pré-adolescentes se preocupará em semear em seus corações as sementes de uma visão de Deus que mais tarde amadurecerá : o querigma narrará especialmente o Senhor Jesus como um irmão que ama, como um amigo que ajuda a viver melhor as relações, que não julga, mas é fiel e valoriza os recursos e os sonhos, levando à realização dos desejos da beleza e do bem. Além disso, a catequese é convidada a reconhecer o protagonismo dos pré-adolescentes, a criar um contexto de relações de grupo significativas, a dar espaço à experiência, a criar um clima no qual são acolhidas as perguntas, fazendo-as interagir com a proposta do Evangelho. O pré-adolescente pode entrar mais facilmente no mundo da experiencia cristã ao descobrir que o Evangelho toca precisamente as dinâmicas relacionais e afetivas, às quais ele particularmente é sensível. O catequista, capaz de confiar e esperar, levará a sério as dúvidas e as inquietudes do pré-adolescente, tornando-se seu companheiro discreto, mas presente. (DpC 247).

Os pré-adolescentes na grande maioria, já receberam o Sacramento da Eucaristia ou estão para receber. Muitos deles, já não voltam para a caminhada Crismal. Poucos prosseguem, e, conforme vivenciamos em nossas comunidades, esses poucos crismam, porém não continuam com a comunidade.

E aí nos perguntamos, e, a Espiritualidade destes pré-adolescentes, como é vivenciada? Perdeu-se? Ou estão se reafirmando? Os adultos de sua convivência sofrem influência neste sentido sobre eles? Na busca pela afirmação de sua própria identidade, eles questionam, mas, observam os exemplos. Se os exemplos em torno são coerentes, eles seguirão os bons exemplos.  Os questionamentos gerados, são frutos da própria reafirmação. O Espírito Santo de Deus vai iluminando os questionamentos, mas, precisa ser alimentado com a vivencia eucarística para que todo o processo de desenvolvimento da identidade e a reafirmação, seja superada, e, assim, o pré-adolescente poder vir a tornar-se uma pessoa madura na fé.

No prólogo do Catecismo da Igreja Católica, temos que:

 

Deus, infinitamente, Perfeito e Bem-aventurado em si mesmo, em um desígnio de pura bondade, criou livremente o homem para fazê-lo participar de sua vida bem-aventurada. Eis por que, desde sempre em todo lugar, está perto do homem. Chama-o e ajuda-o a procurá-lo, a conhecê-lo e amá-lo com todas as suas forças. Convoca todos os homens, dispersos pelo pecado, para a unidade de sua família, a Igreja. Faz isto por meio do Filho, que enviou como Redentor e Salvador quando os tempos se cumpriram. Nele e por Ele, chama os homens a se tornarem, no Espírito Santo, seus filhos adotivos, e, portanto, os herdeiros de sua vida bem-aventurada. (CIgC, 1).

 

Assim, o catequista como educador da fé, conduz ao conhecimento e ao amor de Jesus Cristo. A Espiritualidade do catequista influencia a espiritualidade de seus catequizandos. Mesmo que, na família, o catequizando vivencie turbulências e dificuldades, se ele tiver apoio no grupo de catequese, ele pode superar estes momentos. E ainda, pode influenciar a família a cultivar a Espiritualidade Cristã. Pois, à medida que nos dedicamos a nos reabastecer em Jesus Cristo, passamos a transbordar esse amor de Deus a aqueles que nos foram confiados.

Cada pessoa é única para Deus, e cada uma absorve os ensinamentos de Jesus Cristo conforme o Espírito Santo vai se manifestando. Temos diversos carismas em nossa Igreja, todas elas, remetem à inspiração em Jesus Cristo. A partir Dele, o Espírito Santo sopra onde quer e faz morada.

O Catecismo da Igreja Católica, afirma que:

 

A fé é um dom gratuito que Deus concede ao homem. Podemos perder este dom inestimável; S.Paulo alerta Timóteo sobre isso: “Combate...o bom combate, com fé e boa consciência; pois alguns rejeitando a boa consciência, vieram a naufragar na fé”(1Tm 1,18-19). Para viver, crescer e perseverar até o fim na fé, devemos alimentá-la com a Palavra de Deus; devemos implorar ao Senhor que a aumente 178; ela deve “agir pela caridade” (Gl,5,6)179, e ser carregada pela esperança180 e estar enraizada na fé da Igreja. (CIgC 162).

A Espiritualidade vai sendo formada em nosso ser, à medida que interiorizamos aquilo que nos dá sentido, aquilo que os demais também acreditam. Na pré-adolescência passamos a andar em grupos, colegas da mesma idade, e compartilhamos experiencias semelhantes. O apoio da família é fundamental nesse processo, mas, outros adultos passam a ser referência para o pré-adolescente: catequista, sacerdotes, padrinhos, madrinhas, passam a ter mais influência sobre eles. Esta também e a idade em que se contesta as ordens do pai e da mãe, e, busca-se afirmação naqueles que estão à sua volta, e, esses convencem mais facilmente. Por essa razão, é fundamental conhecer os colegas de convivência do pré-adolescente, mesmo, que os pais venham a dar uma certa liberdade, precisam estar atentos, e demonstrar autoridade com amor, sabendo e conhecendo aqueles que estão próximos dos filhos e filhas.

A comunidade de fé é o local de fortalecer o vínculo com aqueles que professam a mesma fé, da mesma faixa etária, mas convivendo com os adultos de referência, e, assim, forma-se a rede de amigos na fé.

Encontramos no Catecismo da Igreja Católica:

 

A fé é um ato pessoal: a resposta livre do homem à iniciativa de Deus que se revela. Ela não é, porém, um ato isolado. Ninguém pode crer sozinho, assim como ninguém pode viver sozinho. Ninguém deu a fé a si mesmo, assim como ninguém deu a vida a sim mesmo. O crente recebeu a fé de outros, deve transmiti-la a outros. Nosso amor por Jesus e pelos homens nos impulsiona a falar a outros de nossa fé. Cada crente é como um elo na grande corrente dos crentes. Não posso crer sem ser carregado pela fé dos outros, e pela minha fé contribuo para carregar a fé dos outros. (CIgC 166).

 

Assim, a fé do catequista e a fé da Igreja, irá influenciar na fé dos catequizandos, desde a infância até a adolescência, e vai além disso, quando adultos, se bem fundamentada, irão lembrar daqueles que o ensinaram a crer em Jesus Cristo. Aqueles que se afastarem por algum motivo, deverão estar sempre nas orações da Igreja, pois, Deus nos concede o livre-arbítrio, mas, sempre acolhe aquele que retorna à sua comunidade. As vezes ferido, machucado, mas, encontrará consolo, pois, sempre haverá um enviado de Deus para o acolher.

Sentir-se amado por Deus, é importante para todas as pessoas, sobretudo na pré-adolescência, acontece tudo ao nosso redor, estamos crescendo, deixando de ser criança, mas, ainda criança, tornando-se adolescente e passando pela juventude e fase adulta. Ficamos confusos, e queremos saber: Quem sou eu?  Por que sou assim? Deus me ama? Como pode Deus me amar e não me ouvir? São alguns questionamentos que até mesmo nós adultos, fazemos constantemente.

Neste sentido, as Bem-Aventuranças dentro do itinerário catequético, se tornam base para toda a vida do pré-adolescente, ou seja, de toda pessoa que tem a experiência da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. Podemos percorrer todo o texto das Bem-aventuranças, mais especificamente no Evangelho de Mt 5, 3-12a, para observarmos o plano de Deus para cada pessoa.  

No Catecismo da Igreja Católica nos números 1716 a 1729 temos um referencial de vivência cristã.  Delimitando para esta reflexão, o número 1717, que diz:

 

As Bem-aventuranças traçam  a imagem de Cristo e descreve a sua caridade; exprimem a vocação dos fiéis à Glória de sua Paixão e Ressurreição; iluminam as ações e atitudes características da vida cristã; são promessas paradoxais que sustentam a esperança nas tribulações; anunciam as bençãos e recompensas já obscuramente adquiridas pelos discípulos; são iniciadas na vida da Virgem Maria e de todos os santos. (CIgC 1717).

 

Desse modo, trazemos uma análise para nós, como catequistas. Quem incutiu em nós a fé? Quem nos orientou? O que somos hoje? Frutos de uma vivência de fé sem desafios? Ou encontramos diversas pedras, para sermos quem somos atualmente?  A perspectiva de fé aos pré-adolescentes, é a partir de uma perspectiva de fé adulta? Amadurecida? Desejamos que eles alcancem e tenham a compreensão de fé, como nós catequistas? Como acolhemos seus anseios? Como nos aproximamos deles? Com julgamentos? Preconceitos? Muitos deles, já tem muitas feridas em suas vidas. Como acolhemos suas diversas realidades? Como podemos contribuir para desenvolver a Espiritualidade em meio a tantos desafios?

As questões apresentadas são pistas para discernimento na ação do catequista com relação aos seus catequizandos. Não temos soluções prontas, mas, temos, caminhos, orientações a partir do Evangelho para estarmos educando na fé as crianças, pré-adolescentes, adolescentes, jovens e principalmente os adultos. Nesta reflexão estamos focando nas crianças e nos pré-adolescentes. Em artigos futuros abordaremos conforme o crescimento destes pré-adolescentes. É assunto que não se esgota, sempre teremos que conversar e aprofundar, pois, as mudanças de comportamento da sociedade, nos impelem a buscarmos novas formas de evangelizar, novas, mas, também, resgatando sempre o cerne da nossa fé, a centralidade em Jesus Cristo.

O importante é estarmos sempre atentos e nos aliarmos aos estudos das Ciências Humanas, tais como: psicologia, pedagogia, sociologia, entre outros. Considerando como principal o Evangelho, que norteia e ilumina a todas as demais ciências. O que podemos frisar, é que desde o ventre materno, já recebemos influência do meio em que iremos viver, a transmissão da Espiritualidade vem da mãe e do pai, à medida que vamos crescendo vamos absorvendo aquilo que nos estimulam.  Há diversos estímulos nocivos às nossas vidas em torno de nós, de consumismo, barulho (muitos barulhos), ao individualismo, ao egoísmo, e, principalmente o estímulo a não buscar Deus. Ou se buscar aquele deus que nos oferecem com soluções rápidas, milagres, que dará mais lucro ao mercado financeiro.

Quando incentivamos e educamos na fé cristã católica, que é nossa identidade, estamos permitindo um novo olhar para a realidade do mundo em que vivemos.  As crianças e os pré-adolescentes são naturalmente providos de mudança, quando estes vêm e questionam às ações dos adultos, muitas vezes são desestimulados. Pois, eles começam a observar a coerência e a incoerência ao seu redor.

Não devemos ter medo, mas, sim, ousadia, que vem do Evangelho. Pensarmos em pequenas mudanças, mas, também em grandes mudanças. Se surgem desafios, olhemos sobre uma nova perspectiva, e, teremos novas oportunidades de fazer o Evangelho ser semeado em meio a pedras, espinhos e terra boa.

Os discípulos e Emaús estavam desanimados e haviam desistido da missão que lhes fora confiado por Jesus. Mas, Deus jamais desiste daqueles que Ele chamou, e, busca sempre meios de nos atrair novamente a Ele. Os discípulos o reconheceram quando Jesus partiu o pão. Quando, como catequistas nos aproximamos do Mestre Jesus na Eucaristia, tornamo-nos um com Ele. E a partir desta experiência transbordamos esse mistério àqueles que nos foram confiados. E assim, os catequizandos também, terão suas experiências com o Cristo Ressuscitado.

De todo modo, sejamos portadores da esperança, que vem de Jesus Cristo, nosso Mestre e Senhor! Ele nos guia e nos orienta. Neste tempo de pandemia, semeemos o Amor, que vem de Deus. Deus é amor! E nos fortalece a cada dia que nos permitimos estar em Oração em sintonia com o Espírito Santo. Os catequizandos irão refletir a Luz de Jesus, a medida em que nos dedicarmos para que isso aconteça.

 

Catequista: Alessandra Rodrigues França da Silva

Paróquia Nossa Senhora da Boa Esperança-Pinhais/PR

Arquidiocese de Curitiba

 

 Referências:

 CALANDRO, Eduardo, LEDO, Jordélio Siles.  Psicopedagogia Catequética - reflexões e vivências para a catequese conforme as idades. Vol.1 – Criança. São Paulo: Paulus, 2019.

 ________.  Psicopedagogia Catequética- reflexões e vivências para a catequese conforme as idades. Vol.2 – Adolescentes e jovens. São Paulo: Paulus, 2019.

COMISSÃO BÍBLICO CATEQUÉTICA. Formação Básica de Catequistas -subsídio com os principais temas para formação de catequistas. Curitiba. Editora Arquidiocesana .2008

CNBB. Bíblia Sagrada. Tradução oficial. Brasília - DF. 3ª edição.2019.

__________. Diretório Nacional de Catequese. N.84. Indaiatuba-São Paulo. Pauinas.5ª edição. 2007.

Congregação para a Doutrina da Fé. Catecismo da Igreja Católica. Edição Típica Vaticana. Loyola. São Paulo. 2000.

COMTIBA (Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente). FAS PREFEITURA DE CURITIBA. Estatuto da Criança e Adolescente. Lei 8069 de 13 de julho de 1990 e Legislação Complementar. Gestão 2017.

PAPA FRANCISCO, Exortação Apostólica pós-sinodal Amoris Laetitia-sobre o amor na família.  São Paulo: Paulus, 2016.

PONTIFÍCIO CONSELHO PARA A PROMOÇÃO DA NOVA EVANGELIZAÇÃO. Diretório para Catequese 2020.Documentos da Igreja nº 61. 2ª edição. Brasília: Edições CNBB, 2020.

REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DOMINGO: Jesus, humilde e servidor, é exemplo e caminho para a igreja!

Imagem: Cebi.org

Abrem-se as portas de uma semana que vale uma vida. Com ramos, flores e cânticos, reunimo-nos nos templos, não para gritar que “bandido bom é bandido morto” ou para pedir a volta da AI-5 ou da ditadura militar, mas para aclamar nosso líder humilde e desarmado. “Bendito aquele que vem em nome do Senhor!” Só alguém infinitamente grande é capaz de fazer-se tão pequeno e tão próximo. Recordaremos mais uma vez que Jesus Cristo, para sublinhar que somos todos irmãos, nos oferece generosamente sua vida desdobrada em serviço, bebe o cálice do martírio num só golpe e realiza plenamente a vontade do Pai.

Para entender a entrada de Jesus em Jerusalém precisamos abandonar as fantasias de poder. Não há nada de triunfal. Jesus vem da Galileia e entra em Jerusalém montado num jumento. Nada de cortejos de honra ou de carreatas triunfais. Jesus chega como sempre foi: um servidor, um simples homem, esvaziado de interesses escusos e submisso às necessidades dos outros. A escolha do jumento é uma provocação aos líderes militares, passados ou esperados. A aclamação do povo da periferia, que o considera filho e herdeiro de Davi, contrasta com a fria acolhida que ele recebe do povo da capital e com o medo dos discípulos.

O povo que acompanha Jesus em sua entrada em Jerusalém aclama entusiasmado o despontar do reino messiânico inspirado em Davi, e a chegada do líder enviado por Deus. Jesus, porém, não realiza as ações poderosas que eles esperavam. Entrando na cidade, vai ao templo, olha tudo, e se retira em Betânia sem fazer nada. Ele é o ouvinte da Palavra do qual fala o profeta Isaías, e dessa escuta o que brota é uma palavra que desperta os adormecidos e encoraja os acorrentados pela doença e pelo medo. Ele nos ensina que devemos resistir profeticamente contra os poderes que subjugam e escravizam (cf. Texto-Base da CF, § 132).

O entusiasmo suscitado naquele pequeno grupo de gente que vinha do interior não se sustentará por muito tempo. Os gritos de ‘hosana’ logo serão substituídos pelo insolente pedido ‘crucifica-o’, fruto da frustração das esperanças populares, manipuladas interesseiramente pelas autoridades. Os próprios discípulos, que haviam acompanhado Jesus e ouvido suas lições, apesar de uma renovada adesão a Jesus e seu Evangelho, sentem-se irremediavelmente desorientados e defraudados em suas expectativas. Mas nem a divisão que se cria entre os discípulos, nem a real possibilidade da traição fazem Jesus mudar seu plano.

É verdade que Jesus mostra-se abatido e chega a perguntar-se sobre o rumo que deve seguir. No momento crucial, depois da festa de acolhida e da ceia de despedida, ele enfrenta um discernimento difícil. Pede aos discípulos que fiquem com ele e vigiem. “Tudo é possível para ti. Afasta de mim este cálice”. Essa experiência permanece como um alerta para os discípulos e discípulas que aderem a ele esperando facilidades e sucesso. “Vigiem e rezem para não caírem em tentação”. Para Jesus, oração é o momento de confronto profundo com a vontade do Pai, com a missão escrita em caracteres semiapagados e exigentes.

Os discípulos não entendem nada e tem medo, enquanto que Pilatos escolhe o caminho mais fácil: lavar as mãos, fazer a vontade da maioria e, assim, receber o apoio popular que faltava ao seu poder despótico. É o fácil caminho da indiferença diante da dor dos outros, da rápida incriminação dos lutadores, da alegre bajulação dos poderosos, da arrogante pretensão de ser o único artífice do próprio destino. Aquele que o povo simples havia saudado na entrada da cidade como quem vinha e agia em nome de Deus, permanece fiel e acaba preso, abandonado pelos próprios discípulos, condenado e, finalmente, pregado na cruz.

A cruz era um lugar terrivelmente vazio da presença de Deus, a negação mais absoluta de qualquer forma de liderança, sinônimo de horror, de fracasso, de culpa, de impotência, de abandono. Tanto para os fiéis judeus como para os soldados romanos, mas até para os discípulos, a crucifixão representava a completa negação do ser humano, a mais radical falta de sentido. Por isso, compreende-se a provocação dos soldados: “O Messias, o rei de Israel… Desça agora da cruz para que vejamos e acreditemos”. Jesus não desce, porque veio unir o que estava dividido, derrubar os muros que separam e ferem, estabelecer a paz e a fraternidade.

Deus Pai e Mãe, compassivo e misericordioso! Nós te louvamos e agradecemos pelo dom da filiação e da fraternidade. Em sua misericórdia, teu filho se fez irmão de todos/as, servidor dos empobrecidos e sofredores, e despertou neles a esperança de vida plena. Que o testemunho dele guie a tua Igreja e a converta, a fim de que seja cada vez mais ouvinte e servidora da tua Palavra, dialogal e testemunhal. E não se furte de lutar para que sejamos mais tolerantes, construindo pontes em vez de muros que separam. Assim seja! Amém!


Reflexão do Evangelho de Marcos 11,1-10 - Texto de Itacir Brassiani.

FONTE: CEBI.ORG.BR



ATENÇÃO INSCRITOS! FORMAÇÃO/ESTUDO SOBRE O CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

Neste final de semana vamos conferir quem está inscrito e fez COMENTÁRIOS nas 4 PARTES da FORMAÇÃO/ESTUDO já publicadas em nosso Blog. Depois vou colocar para vocês uma "Tabela" com os nomes e a quantidade de comentários "válidos" (que se referem ao conteúdo publicado) para que vocês se organizem até a publicação da V PARTE (dia 29/03), quando começaremos a adentrar o "mundo" do catecismo e o que ele traz para a catequese.

ATENTOS para não se atrasarem demais!

Ao final da formação (prevista para junho), vamos emitir CERTIFICADO de 60 HORAS para quem:

- Comentou TODAS as publicações; (serão + ou - 3 por semana)

- É SEGUIDOR do BLOG  (Inscreva-se aqui na barra lateral direita)

- É MEMBRO do grupo no Facebook, link abaixo:

https://www.facebook.com/groups/catequistasemformacao


VAMOS LÁ CATEQUISTAS! 
APRIMORAR NOSSO SABER!



terça-feira, 23 de março de 2021

PARTE IV - ESTUDO DO CATECISCO DA IGREJA CATÓLICA - COMPENDIO

Imagem: Livraria

Não se pode falar do Catecismo da Igreja Católica, sem falar um pouco do "Compêndio do Catecismo da Igreja Católica. Como o nome já diz, é uma "síntese" ou "resumo" do catecismo no formato de perguntas e respostas (dialogal). Vamos conhecer um pouco deste documento.

Catecismo da Igreja Católica - PARTE IV

O COMPÊNDIO DO CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

O Compêndio é uma versão sintética do conteúdo do Catecismo da Igreja Católica. Em forma de perguntas e respostas, trata-se de uma versão popular, breve e direta da doutrina da Igreja, ou seja, daquilo que ela crê e vive.

O objetivo do Compêndio é proporcionar aos católicos e outras pessoas interessadas uma explicação clara e direta da doutrina da fé católica, sem entrar em discussões ou exposições teológicas”. (Dom Odilo Sherer, CNBB).

O Compêndio do Catecismo da Igreja Católica é um resumo do Catecismo da Igreja Católica (CIgC), sob a forma de perguntas e respostas, publicado pela Igreja católica em 2005, e que contém de forma resumida os principais elementos da doutrina e moral católicas.

Destina-se a apresentar "de maneira concisa, todos os elementos essenciais e fundamentais da fé da Igreja, de forma a constituir uma espécie de vademecum, que permita às pessoas, aos crentes e não crentes, abraçar, numa visão de conjunto, todo o panorama da fé católica" (Bento XVI). A sua publicação deu resposta à necessidade "de um Catecismo resumido, breve, que contivesse todos e somente os elementos essenciais e fundamentais da fé e da moral católica, formulados de uma maneira simples, acessível a todos, clara e sintética". (Bento XVI)

Foi elaborado por uma comissão presidida pelo Cardeal Joseph Ratzinger, então prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, nomeada em Fevereiro de 2003 pelo Papa João Paulo II. Foi o mesmo Joseph Ratzinger, já como Papa Bento XVI, que aprovou e promulgou o Compêndio, através dum motu proprio publicado em 28 de junho de 2005.

A estrutura do compêndio é exatamente a mesma do Catecismo da Igreja Católica, sua fonte. Divide-se em quatro grandes partes:

  •   A profissão da fé (doutrina), a partir do Credo apostólico;
  • A celebração do mistério cristão (liturgia), a partir dos sacramentos;
  •  A vida em Cristo (moral), a partir do Decálogo;
  •  A oração cristã, a partir do Pai Nosso.

Em um apêndice, apresenta ainda algumas orações comuns e fórmulas de Doutrina católica.

São três as características principais do Compêndio: a estrita dependência do Catecismo da Igreja Católica; o gênero dialogal; a utilização das imagens na catequese.

1. Dependência do Catecismo:

 

Como o Catecismo, também o Compêndio se divide em quatro partes, de acordo com as leis fundamentais da vida em Cristo.


A primeira parte, intitulada  “A profissão da fé”, é uma síntese adequada da lex credendi, isto é, da fé professada pela Igreja Católica.

A segunda parte, intitulada “A celebração do mistério cristão”, apresenta os elementos essenciais da lex celebrandi. O anúncio do Evangelho encontra a sua resposta privilegiada na vida sacramental. Nela os fiéis experimentam e testemunham em cada momento da sua existência a eficácia salvífica do mistério pascal, por meio do qual Cristo realizou a obra da nossa redenção.

A terceira parte, intitulada “A vida em Cristo”, chama a atenção para a lex vivendi, isto é, para o empenho que os batizados têm de manifestar nas suas atitudes e nas suas opções éticas de fidelidade à fé professada e celebrada. Os fiéis são chamados pelo Senhor Jesus a agir de acordo com a sua dignidade de filhos de Deus Pai na caridade do Espírito Santo.

A quarta parte, intitulada “A oração cristã”, apresenta uma síntese da lex orandi, isto é, da vida de oração. A exemplo de Jesus, o modelo perfeito do orante, também o cristão é chamado ao diálogo com Deus na oração, de cuja expressão privilegiada é o Pai-nosso, a oração que o próprio Jesus nos ensinou.

 

2. Gênero dialogal:

 

Uma segunda característica do Compêndio e a sua forma dialogada, que retoma um antigo género literário da catequese, constando de pergunta e resposta. Trata-se de repropor um diálogo ideal entre o mestre e o discípulo, mediante uma sequência de interrogações que envolvem o leitor convidando-o prosseguir na descoberta de aspectos novos da verdade da fé. O gênero dialogal concorre também para abreviar notavelmente o texto, reduzindo-o ao essencial. Isto poderia ajudar a assimilação e a eventual memorização do conteúdo.

 

3. Utilização de imagens na catequese:

 

A terceira característica reside nas imagens, que assinalam a organização do Compêndio. Provêm do riquíssimo patrimônio da iconografia cristã. A tradição secular e conciliar diz-nos que também a imagem é pregação evangélica. Os artistas de todos os tempos apresentaram à contemplação e à admiração dos fiéis os fatos salientes do mistério da salvação, no esplendor da cor e na perfeição da beleza. Indício de que, hoje mais do que nunca, na época da imagem, a imagem sagrada pode exprimir muito mais que a palavra, pois é muito mais eficaz o seu dinamismo de comunicação e de transmissão da mensagem evangélica.

 

O Compêndio não é uma obra autônoma, pois não pretende, de modo nenhum, substituir o Catecismo da Igreja Católica: pelo contrário. remete continuamente para ele, quer mediante a indicação, ponto por ponto, dos números a que se refere, quer através da contínua referência à estrutura, ao desenvolvimento e aos seus conteúdos. Além disso o Compêndio pretende despertar um renovado interesse e fervor em relação ao Catecismo, que, com a sua sábia exposição e a sua unção espiritual, permanece sempre o texto de base da catequese eclesial de hoje. 

(Bento XVI, Motum próprio de publicação do Compêndio)

LINK de acesso ao COMPENDIO


FONTES:

BENTO XVI. Motu próprio para a aprovação e publicação do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica. 28 jun 2005. Encontrado em http://www.vatican.va/archive/compendium_ccc/documents/archive_2005_compendium-ccc_po.html . Acesso 25 de janeiro 2021.

 

BENTO XVI. Discurso de apresentação do Compêndio do Catecismo da Igreja Católica. 28 de jun 2005. Encontrado em http://www.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/speeches/2005/june/documents/hf_ben-xvi_spe_20050628_compendium.html . Acesso 25 de janeiro 2021.


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DICAS PARA USAR A CAMERA DO CELULAR

Imagem: Blog Fujoka
Dá para dizer, com certeza, que nós catequistas, somos "fotógrafos" dos momentos especiais da nossa catequese. E com os celulares de hoje em dia, não tem como não ser. Algumas dicas para melhorar nossas fotos.

Com a evolução dos recursos dos celulares, uma das funções mais usadas é a câmera do aparelho. É normal, inclusive, que essa seja a única câmera fotográfica que a pessoa utilize. Essas unidades possuem vários atributos, sendo o principal deles a capacidade de entregar fotos em alta resolução. Mas nem tudo depende da máquina para a foto sair boa, certo? Saber usá-la é MUITO importante!

Para não vacilar, veja 5 dicas da TIM Foto Mobile em parceria com a SAMSUNG:

1 - A MANIPULAÇÃO DO ÂNGULO

Muitas pessoas tiram, ou pelo menos tentam tirar, fotos para parecer que estão segurando o sol, a lua, outra pessoa, ou qualquer que seja o objeto suficientemente grande que não possa ser segurado na vida real. Para que se tenha sucesso, o ângulo em que é posicionada a câmera é fundamental. Basicamente, segurando a câmera na altura dos objetos, eles terão proporções mais fiéis à realidade. Posicionando mais abaixo da linha do objeto, ele parecerá maior; do contrário, posicionando acima, ele parecerá menor.



2 - LUZ, CÂMERA E SOMBRAS

Mais um vacilo comum. A incidência da luz muito forte, que pode ser do sol, por exemplo, faz as sombras ficarem mais intensas e elas podem aparecer sobre o que vai ser fotografado, comprometendo seu clique. Fotografar contra a luz também não lhe dá bons resultados na imagem.

A dica aqui então é, nesses casos, usar o flash, já que ele pode dar iluminação e vai eliminar sobras que poderiam ser projetadas. Isso lhe dará bons resultados, principalmente em dias mais claros.


3 - O PLANO CERTO

Com o celular “em pé ou deitado"? Basicamente, para se fotografar uma única pessoa, use a câmera do seu aparelho na vertical, para um grupo maior, use na horizontal.

É importante também saber o que você quer destacar em uma fotografia, para não errar no enquadramento. Para saber se ele deve ser aberto ou fechado, vale a pena usar a "Regra dos Terços", que nada mais é do que dividir a tela em nove quadros iguais, o que ajuda a posicionar os elementos nos cantos certos. Para foto de uma paisagem, por exemplo, a pessoa deve ficar no canto e deixar o resto do espaço para o que está ao fundo.

Observe que ao usar a câmera para vídeos, o modo horizontal é o melhor, pois o vídeo não ficará com as laterais em preto. Outra coisa é que as redes sociais também não trabalham bem com fotos de celular na vertical, pois as mesma ficam muito “compridas”, com largura e comprimento desproporcionais. O Instagram, por exemplo, tem exigências com algumas publicações de fotos: posicionamento, qualidade (pixels), etc.
4 - NO DETALHE

O zoom digital das câmeras dos smartphones não é milagreiro, mas pode ser muito bom, se bem usado. Certamente, ele pode te ajudar a captar um detalhe, mas cuidado para não cortar algo fundamental!

5 – FOCO, FORÇA E FÉ

Aqui a dica é mesmo só o foco... Em geral, as câmeras dos smartphones possuem esse recurso, que é bem simples. Toque exatamente sobre o que deseja que seja colocado em destaque para não perder nem comprometer o resultado. Sua foto pode ficar embaçada.

Tire várias fotos do momento. Pode ser que mão se “mova” e a foto também fique embaçada. Se tiver várias fotos, vai poder escolher a melhor.

No mais, “força” para aprender a melhorar suas fotos e “fé” em que vai conseguir ser um excelente fotógrafo digital.


Fonte: Tim Mobile, via UOL.

Esperamos que as dicas sejam úteis para as próximas fotos!