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quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Pais, escola, sociedade e catequese...

Não sei se acontece em mais lugares, mas, tenho observado que a procura pela catequese em nossa Paróquia diminui a cada ano. Temos turmas com 10 catequizandos em média. Claro que isso é uma realidade que ainda não supera a grande falta de catequistas na maioria das paróquias. Mas, todo ano temos menos catequizandos inscritos. Será que não estão nascendo mais crianças?

Existe também um fato que tem acontecido bastante: muitos pais nem estão batizando mais os filhos. Estão deixando que eles escolham a religião que querem seguir e quando receber o sacramento. 

O que não acontece muito com o time do coração. Os pais já vestem a camisa do Corinthians (eca!) na criança, recém-saída da maternidade. Isso não tem escolha!

Agora, que a educação que os pais dão, hoje, para os filhos, deixa muito a desejar, é fato comprovado. Estão aí os problemas que temos enfrentado, cada vez mais cedo, com nossas crianças. Que começa pela falta de limites, educação, respeito; e acaba em drogas, gravidez precoce, rebeldia, violência, etc. Então, antes que levantemos aquela velha bandeira do “isso é culpa dos pais”, quero aqui fazer uma defesa de “Mãe” e não de catequista. E meu palpite nisso é o de uma mãe de quatro filhos, cujos primeiros três já são adultos. 

O meu filho mais velho fez catequese e recebeu a crisma. Os outros dois pararam no primeiro ano da catequese de crisma e não quiseram mais saber. E nenhum dos três frequenta a Igreja hoje em dia. Fui criada na Igreja católica e meu marido também. Estou na catequese há quase 10 anos, exemplos e limites podem ter certeza, que demos e damos até hoje. Minha filha de 14 anos já recebeu a crisma e me ajuda na catequese. Mas, quando tem vontade.

Em minha defesa digo que, não são só os pais, que educam os filhos! A escola, a sociedade e a Igreja, têm parte nisso também.

Como pais, é nosso dever, ensinar valores aos nossos filhos. Valores éticos, morais, de justiça, honestidade, respeito ao próximo. 

À escola, cabe ensinar os conhecimentos para que eles possam, um dia, ser úteis á sociedade. E, é claro, eles aprendem também como se comportar naquele que é o primeiro meio social em que entram depois da família. E olha que a vida escolar tem um reflexo enorme na vida das pessoas. Passamos de doze a dezesseis anos na escola. Todos os dias da semana, durante 200 dias no ano. Isto quando não fazemos especialização, mestrado, etc.

Lá pelos sete anos, também, a criança começa a viver em outros grupos que são os amigos da escola, do futebol, do curso de inglês, do clube, da rua (isso onde ainda é possível). 

E, somente aos oito anos (vejam só!), a criança começa a frequentar o grupo de catequese, ou seja, começa o ensinamento da doutrina da fé e então ela vai para o grupo "religioso". Claro que esperamos que a criança tenha alguma vivência de fé na família. Notadamente, a maioria não tem. 

E encontramos algumas crianças, raras eu diria, cujos pais deixaram que escolhessem se queriam ir ou não. Agora, em que se baseia isso? Se os pais não vivem ou tem religião, é óbvio que não haverá esta escolha. Pelo menos na infância e adolescência. Só se algum outro grupo, escola e amigos, influenciar. Mas, quem “escolheu” ir, pode ter certeza que tem o dedo dos avós no meio...

E é aí, nesta tal “deixa que ele escolha”, que encontramos aquelas pessoas que chegam à Igreja por pressão da sociedade. O matrimônio ou, casamento na Igreja, ainda é um "costume" determinado pela sociedade. E muita gente, por causa disso, vai a Igreja, depois de adulto, completar os sacramentos. Erro nosso em não dar uma atenção maior á catequese destas pessoas. 

Mas, tem outro lado, encontramos cada vez mais casais, que não fazem questão de Igreja na história de suas vidas. E aí? Pra quem é que vamos fazer catequese de adultos quando ninguém mais “procurar”? Sabem aquela fala do “discípulo missionário” que a Igreja tanto insiste? Não é com criança que ela funciona... É aí mesmo que ela cabe!

Voltemos a nossa questão dos outros "sistemas", que não os pais, que são responsáveis pela educação das crianças e jovens. 

Como eu disse, a escola tem grande influência na vida das pessoas. E encontramos um sistema de ensino cada vez mais precário. Em nome da laicidade do estado e da liberdade de escolha religiosa, já não se pode mais nem falar em Deus lá. Não temos mais aula de religião. A não ser em colégios ligados a alguma doutrina. Também temos exemplos bastante preocupantes de comportamentos “exemplares” na escola. Sabemos que o grupo exerce forte influência na formação do indivíduo. Chega um momento que se tem necessidade de “pertencer” a algum outro grupo além da família. 

Ah, e o que um adolescente não é capaz de fazer para ser aceito! E não importa que os pais tenham ensinado que "aquilo" que o grupo faz ou pensa, está errado...

Agora vamos à influência que a Igreja, religião ou mesmo, a catequese, pode ter na vida de uma criança ou adolescente. Se compararmos os outros dois grupos à catequese, observando o tempo que se passa neles, poderíamos dizer que é... NENHUMA!

Que diferença pode fazer, na vida de alguém, trinta horas falando de fé e religião ao longo de um ano? Bom seria se fossem muitos e muitos anos... Mas em alguns lugares a catequese só dura um ano. E que diferença poderá fazer na vida de uma pessoa participar das missas por obrigação? Nenhuma, porque, com certeza, ela não ouviu nada e nem entendeu nada!

Agora, não pensem vocês aqui que estou dizendo que a catequese não adianta de nada. É claro que ela é importante e necessária. Mas ela é COMPLEMENTO daquilo que a pessoa vive em família, na sociedade, na escola, com amigos e companheiros de time. Ela só é eficaz, e atinge seus objetivos, quando é feita com mais que boa vontade e, para quem quer, ou seja, teve o anúncio querigmático! Quer ouvir, quer conhecer, quer experimentar JESUS!

Aqui então eu me faço outra pergunta: E quando a própria catequese é que tira a criatura do caminho? Vai que a família fez um bom trabalho, que a sociedade inflama a criatura a fazer alguma coisa, que os amigos chamam... Mas, a catequese se prova uma grande perda de tempo, uma chatice e um trololó de doutrina interminável?

Ângela Rocha
Catequista

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

CATEQUESE DO PAPA SOBRE O CHAMADO A SANTIDADE - 19/11/14


CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 19 de novembro de 2014
Boletim da Santa Sé
Queridos irmãos e irmãs, bom dia,
Um grande dom do Concílio Vaticano II foi aquele de ter recuperado uma visão de Igreja fundada na comunhão e de ter interpretado também o princípio da autoridade e da hierarquia em tal perspectiva. Isto nos ajudou a entender melhor que todos os cristãos, enquanto batizados, têm igual dignidade diante do Senhor e têm em comum a mesma vocação, que é aquela à santidade (cfr Cost. Lumen gentium, 39-42). Agora nos perguntamos: em que consiste essa vocação universal a ser santos? E como podemos realizá-la?
1. Antes de tudo devemos ter bem presente que a santidade não é algo que nós procuramos, que obtemos com as nossas qualidades e as nossas capacidades. A santidade é um dom, é o dom que nos dá o Senhor Jesus, quando nos toma consigo e nos reveste de si mesmo, torna-nos como Ele. Na carta aos Efésios, o apóstolo Paulo afirma que “Cristo amou a Igreja e deu a si mesmo por ela, para torná-la santa” (Ef 5, 25-26). Bem, realmente a santidade é a face mais bela da Igreja, a face mais bela: é nos recobrir em comunhão com Deus, na plenitude da sua vida e do seu amor. Entende-se, então, que a santidade não é uma prerrogativa somente de alguns: a santidade é um dom que é oferecido a todos, ninguém excluído, pelo qual constitui o caráter distintivo de cada cristão.
2. Tudo isso nos faz compreender que, para ser santos, não é preciso necessariamente ser bispo, padre ou religioso: não, todos somos chamados a nos tornar santos! Tantas vezes, depois, somos tentados a pensar que a santidade seja reservada somente àqueles que têm a possibilidade de destacar-se dos assuntos ordinários, por dedicar-se exclusivamente à oração. Mas não é assim! Alguns pensam que a santidade é fechar os olhos e fazer cara de imagem. Não! Não é isto a santidade! A santidade é algo maior, mais profundo que Deus nos dá. Antes, é justamente vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho cristão nas ocupações de cada dia que somos chamados a nos tornar santos. E cada um nas condições e no estado de vida em que se encontra. Mas você é consagrado, é consagrada? Seja santo vivendo com alegria a tua doação e o teu ministério. É casado? Seja santo amando e cuidando do teu marido ou da tua esposa, como Cristo fez com a Igreja. É um batizado não-casado? Seja santo cumprindo com honestidade e competência o seu trabalho e oferecendo tempo ao serviço aos irmãos. “Mas, padre, eu trabalho em uma fábrica; eu trabalho como contador, sempre com os números, ali não se pode ser santo…” – “Sim, pode! Ali onde você trabalha você pode se tornar santo. Deus te dá a graça de se tornar santo. Deus se comunica a você”. Sempre em cada lugar é possível tornar-se santo, isso é, pode-se abrir a esta graça que nos trabalha por dentro e nos leva à santidade. Você é pai ou avô? Seja santo ensinando com paixão aos filhos ou aos netos a conhecer e a seguir Jesus. E é preciso tanta paciência para isto, para ser um bom pai, um bom avô, uma boa mãe, uma boa avó, é preciso tanta paciência e nesta paciência vem a santidade: exercitando a paciência. Você é catequista, educador ou voluntário? Seja santo tornando-se sinal visível do amor de Deus e da sua presença próxima a nós. Então: cada estado de vida leva à santidade, sempre! Na sua casa, na estrada, no trabalho, na Igreja, naquele momento e no teu estado de vida foi aberto o caminho rumo à santidade. Não desanimem de andar neste caminho. É o próprio Deus que nos dá a graça. O Senhor só pede isto: que nós estejamos em comunhão com Ele e a serviço dos irmãos.
3. Neste ponto, cada um de nós pode fazer um pouco de exame de consciência, agora podemos fazê-lo, cada um responde a si mesmo, dentro, em silêncio: como respondemos até agora ao chamado do Senhor à santidade? Tenho vontade de me tornar um pouco melhor, de ser mais cristão, mais cristã? Este é o caminho da santidade. Quando o Senhor nos convida a nos tornar santos, não nos chama a algo de pesado, de triste… Tudo outra coisa! É um convite a partilhar a sua alegria, a viver e a oferecer com alegria cada momento da nossa vida fazendo-o se tornar ao mesmo tempo um dom de amor para as pessoas que estão próximas a nós. Se compreendemos isso, tudo muda e adquire um significado novo, um significado belo, um significado a começar pelas pequenas coisas de cada dia.
Um exemplo. Uma senhora vai ao supermercado fazer as compras e encontra uma vizinha e começam a falar e depois vem as fofocas e esta senhora diz: “não, não, não, eu não falarei mal de ninguém”. Isto é um passo para a santidade, ajuda-nos a nos tornar mais santos. Depois, na sua casa, o filho te pede para falar um pouco das suas coisas fantasiosas: “ah, estou tão cansado, trabalhei tanto hoje…” – “Você se acomode e escute o teu filho, que precisa disso!”. E você se acomoda, escute com paciência: isto é um passo para a santidade. Depois termina o dia, estamos todos cansados, mas tem a oração. Façamos a oração: também isto é um passo para a santidade. Depois chega o domingo e vamos à Missa, fazemos a comunhão, às vezes precedida de uma bela confissão que nos limpa um pouco. Este é um passo para a santidade. Depois pensamos em Nossa Senhora, tão boa, tão bela, e pegamos o rosário e o rezamos. Este é um passo para a santidade. Depois vou pelo caminho, vejo um pobre necessitado, paro, pergunto algo pra ele, dou algo a ele: é um passo para a santidade. São pequenas coisas, mas tantos pequenos passos para a santidade. Cada passo para a santidade nos tornará pessoas melhores, livres do egoísmo e do fechamento em si mesmo, e abertos aos irmãos e às suas necessidades.
Queridos amigos, na Primeira Carta de São Pedro é dirigida a nós esta exortação: “Cada um viva segundo a graça recebida, colocando-a a serviço dos outros, como bons administradores de uma multiforme graça de Deus. Quem fala, faça-o como com palavras de Deus; quem exercita um ofício, cumpra-o com a energia recebida de Deus, para que em tudo seja glorificado Deus por meio de Jesus Cristo” (4, 10-11). Eis o convite à santidade! Vamos acolhê-lo com alegria e apoiando-nos uns aos outros, porque o caminho rumo à santidade não se percorre sozinho, cada um por contra própria, mas se percorre juntos, naquele único corpo que é a Igreja, amada e tornada santa pelo Senhor Jesus Cristo. Sigamos adiante com coragem neste caminho da santidade.
FONTE: Canção Nova.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Aprendendo a fritar ovo...

Eu estava conversando com uma amiga e ela estava me contando sobre a catequese do filho adolescente. Que o menino andou fugindo alguns dias e ficou na praça jogando bola. E que mesmo o catequista sendo bem preparado e tudo, inventando coisas diferentes e tal, às vezes o filho não quer nem saber da coisa.

E aí me lembrei de outra mãe que me contou que o catequista da filha é nota 10, no entanto, teve que se ausentar por problemas de saúde e a “substituta” estragou todo o trabalho dele. Era uma pessoa sem preparo e sem trato com os adolescentes. Em resumo, quando o “titular” voltou encontrou uma revolta só. E acabou perdendo a paciência e estragando mais ainda o que já estava estragado.

Aí é que está o grande problema: nossa Igreja não tem tantos catequistas preparados assim. Todos os catequistas deveriam estar preparados e envolvidos no processo. Mas só alguns estão.

E outra coisa que ando percebendo, alguns catequistas andam "apelando". Não acho que levar computador ou inventar mil e quinhentas brincadeiras vá resolver o problema de conseguir a atenção dos jovens. Talvez até torne o encontro interessante. Mas será que os jovens vão achar o “assunto” interessante, colocar o “assunto Jesus” e o assunto fé, na internet?

Aliás, eu ando meio "revolucionária". Acho que temos que mostrar a igreja como ela é, cheia  de defeitos. E mostrar o projeto que Jesus queria. E mostrar o mundo como ele é... E conclamar os JOVENS a tentar mudá-lo. É nessa idade que a gente quer mudar o mundo!

Eu acredito na força do jovem, na vontade dele em mudar o mundo em que vive. Claro que ele é meio narcisista nesta fase, mas ele é cheio de ideais também.

O que a gente encontra é muita divergência de método e de conteúdo. Dentro até de uma mesma paróquia. As dioceses estão ainda meio perdidas. Mas enfim, é o seguinte: o que o Brasil, o mundo inteiro, aliás, já percebeu, é que a catequese de modo geral precisa mudar. E isso não é de hoje, é desde o Concílio Vaticano II (que alguns catequistas nunca ouviram falar).

Mas, COMO MUDAR??? A idéia é voltar aos primeiros tempos da igreja. Ao catecumenato, a mistagogia da fé. Voltar a fazer uma catequese de símbolos, rituais, etc. e tal. Sem essa parafernália de escola de doutrina. Porque a doutrina da Igreja Católica é mal interpretada e se não for entendida e contextualizada, afasta muita gente. Precisa capricho em saber ensiná-la.

É como aprender a cozinhar: ao invés da gente aprender primeiro a fritar ovo, ficar craque no mexido, na farofinha, na gema mole... A gente quer logo aprender a fazer Creme Brulée*.

Ângela Rocha

* Creme Brulée é uma requintada sobremesa francesa a base de ovos.


segunda-feira, 17 de novembro de 2014

HOMILIA DO DOMINGO - CRISTO REI - ANO A


Solenidade de Cristo Rei do Universo - A

Dois extremos se colocam diante de nossa reflexão neste domingo: por um lado, a Festa de Cristo Rei celebra a vitória gloriosa e triunfante do Senhor no final dos tempos; por outro lado, o Cristo é exaltado nos gestos simples de amor de cada dia. Ou seja, falar do futuro reinante de Deus em Cristo Senhor, implica em falar da história de um Reino que se descortina diante de nossos olhos pelo amor. Os dois extremos se colocam na dinâmica do “já e ainda não”. Somos peregrinos que almejam o Céu, enquanto construímos o Céu aqui. Estamos de passagem, rumo a Terra Definitiva. Mas Deus não preparou um Céu finalizado que tem uma porta aberta a nos esperar. Antes quer que façamos a nossa parte na construção deste Céu, apressando, assim, o Reino definitivo.

Qual é o critério para participar plenamente do Reinado Definitivo? O amor, sobretudo o amor pelos mais sofredores. No Evangelho vemos claramente que o Senhor não perguntará sobre uma lista de preceitos ou orientações canônicas, não vai se fixar em uma lista de mandamentos. Perguntará sobre nossas disposições em amar. Mais ainda: não perguntará sobre o amor de forma abstrata, mas sobre os gestos de amor que de modo bem concreto fomos capazes de realizar. O que nos justifica é o ato de alimentar, vestir, visitar, dar abrigo, consolar... O juízo do fim da história se antecipa em cada gesto de amor ou na renúncia do amor ao longo de nossa existência.

Não precisamos ser fundamentalistas. Muitos de nós nunca visitamos um presídio, por exemplo. Tal lacuna não significa o inferno. O que Jesus nos revela fundamentalmente é que sua religião não se fixa nos ritos e nas leis, mas na compaixão. Uma religião sem compaixão não é religião. E mais: em cada sofredor que surge diante de nós está o Senhor: nos desvalidos, no pecador rejeitado, na mulher violentada, no faminto, no triste, no desamparado. Ali está o Senhor, Rei de todo o Universo.

Não precisamos ter medo de Deus ou do juízo, pois o medo nos afasta de Deus. Mas devemos avaliar a nossa conduta a cada dia, pois nossas disposições (e indisposições) para amar serão eternizadas. No fim dos tempos, não haverá um julgamento aterrador de um juiz severo e condenador. É o mesmo Senhor que ama os pobres e perdoa os pecadores que nos julgará, com a mesma misericórdia.

O Senhor é Rei!  Prostrar-se diante dele, quando o Santíssimo é elevado ou diante de qualquer sacrário, pode ser uma abertura ao seu projeto de amor ou uma mera atitude piegas, fundamentalista ou uma prática formal e sem vida. O que define o nosso reconhecimento sobre o seu Reinado é amá-lo no ser humano. Que o Senhor verdadeiramente reine em nossas vidas até que o seu Reino sem fim se estabeleça. Amém!

Pe. Roberto Nentwig

"Basta-te a minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força!" (2Cor 12,9)

sábado, 15 de novembro de 2014

ROTEIRO DE ENCONTRO – TEMPO DO ADVENTO

O ideal é promover este encontro na 1ª Semana do Advento e continuar a acender as velas enquanto houver encontros de catequese. Peça aos catequizandos que acompanhem as missas dos domingos do Advento durante o mês de dezembro e vejam as velas sendo acendidas. 


AMBIENTE:

- Bíblia, imagem de Jesus menino;
- Cartaz ou folder do Ano Litúrgico;
- Papel dupla face (color set/papel cartão) verde, tesoura, lápis, cola, quatro velas: (vermelha, verde, rosa e branca), flores para enfeitar, fita vermelha;
- Confeccionar um cartão/marca página com a Oração do Advento.

ENCONTRO:

- Iniciar o encontro conversando com os catequizandos sobre o Tempo Litúrgico mostrando o cartaz/folder com a figura e pedindo a eles que identifiquem em que tempo estamos agora. Faça-os acompanhar a trajetória do ano.
- Em seguida pergunte a eles se sabem o significado da palavra ADVENTO.
- Use exemplos de “anúncio”, como por exemplo de um filme que está para ser lançado. As produtoras normalmente criam cartazes e trailers para anunciar o filme e provocar interesse nas pessoas em assistir. (Pode-se usar exemplo de algum filme que esteja sendo bem esperado o lançamento). Comentar sobre a expectativa que isso gera, a vontade de que aconteça logo e como isso nos causa alegria.
- Fazer agora a analogia com o anúncio do nascimento do Salvador. Volte àquele tempo em que era grande a espera por aquele que viria a salvar a humanidade. Volte ao contexto da época e explique porque as pessoas esperavam o messias.

Leitura Bíblica: Isaías 9, 1-6.

Depois da leitura bíblica, lembre da “grande luz” anunciada pelo Profeta Isaías e fale sobre a COROA DO ADVENTO, usando as informações do texto base e outras que você conheça.

Texto base: O que significa a Coroa do Advento?

O advento é o tempo litúrgico que antecede o Natal. São quatro semanas nas quais somos convidados a esperar Jesus que vem. Por isso é um tempo de preparação e de alegre espera do Senhor. Neste tempo montamos a COROA DO ADVENTO.

A vela sempre teve um significado especial para o homem, sobretudo porque antes de ser descoberta a eletricidade ela era a vitória contra a escuridão da noite. À luz das velas São Jerônimo traduzia a Bíblia do grego e do hebraico para o latim, nas grutas escuras de Belém onde Jesus nasceu. Em casa, a noite, quando falta a energia, todos correm atrás de uma vela e de um fósforo, ainda hoje.

Acender velas nos faz lembrar também a festa judaica de “Chanuká”, que celebra a retomada da Cidade de Jerusalém pelos irmãos macabeus das mãos dos gregos do rei Antíoco IV.

Antes da era cristã os pagãos celebravam em Roma a festa do deus Sol Invencível (Dies solis invicti) no  solstício de inverno, em 25 de dezembro. A Igreja sabiamente começou a celebrar o Natal de Jesus neste dia, para mostrar que Cristo é o verdadeiro Deus, o verdadeiro Sol, que traz nos seus raios a salvação. É a festa da luz que é o Cristo: “Eu Sou a Luz do mundo” (Jo 12, 8). No Natal desceu a nós a verdadeira Luz “que ilumina todo homem que vem a este mundo” (Jo 1, 9).
Na chama da vela estão presentes as forças da natureza e da vida. Cada vela marca um ano de nossa vida no bolo de aniversário. Para nós cristãos simbolizam a fé, o amor e  o trabalho realizado em prol do Reino de Deus. Velas são vidas que se imolam na liturgia do amor a Deus e ao próximo. Tudo isso foi levado para a liturgia do Advento. Com ramos de pinheiro uma coroa com quatro velas prepara os corações para a chegada do Deus Menino.

Nessas quatro semanas somos convidados a esperar Jesus que vem. É um tempo de preparação e de alegre espera do Senhor. Nas duas primeiras semanas do Advento, a liturgia nos convida a vigiar e esperar a vinda gloriosa do Salvador. Nas duas últimas, a Igreja nos faz lembrar a espera dos Profetas e de Maria pelo nascimento de Jesus.

A Coroa é o primeiro anúncio do Natal. O verde é o sinal de esperança e vida, enfeitada com uma fita vermelha que simboliza o amor de Deus que se manifesta de maneira suprema no nascimento do Filho de Deus humanado. A branca significa a paz que o Menino Deus veio trazer; a roxa clara (ou rosa) significa a alegria de sua chegada.

A Coroa é composta de quatro velas nos seus cantos presas aos ramos formando um círculo. O círculo não tem começo e nem fim, é símbolo da eternidade de Deus e do reinado eterno do Cristo. A cada domingo acende-se uma delas.

As quatro velas do Advento simbolizam as grandes etapas da salvação em Cristo.
1 – No primeiro domingo do Advento, acendemos a primeira vela – vermelha - que simboliza o perdão a Adão e Eva. Cristo desceu a Mansão dos mortos para dar-lhes o perdão.
2 – No segundo domingo -  a segunda vela – verde - esperança, acesa com a primeira, representa a fé dos Patriarcas: Abraão, Isaac, Jacó, que creram na Promessa da Terra Prometida, a Canaã dos hebreus; dali nasceria o Salvador, a Luz do Mundo.
3 – A terceira vela -  rosa - acessa com as duas primeiras, simboliza a alegria do rei Davi, o rei que simboliza o Messias porque reuniu sob seu reinado todas as tribos de Israel, assim como Cristo reunirá em si todos os filhos de Deus. É o domingo da alegria. Esta vela têm uma cor mais alegre, o rosa ou roxo claro.
4 – A última vela – branca -  simboliza os Profetas, que anunciaram um reino de paz e de justiça que o Messias traria.  É a vela branca.

Tudo isso para nos lembrar o que anunciou o Profeta:

“Um renovo sairá do tronco de Jessé, e um rebento brotará de suas raízes. Sobre ele repousará o Espírito do Senhor, Espírito de sabedoria e de entendimento, Espírito de prudência e de coragem, Espírito de ciência e de temor ao Senhor”. (Is 11,1-2)

“O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; sobre aqueles que habitavam uma região tenebrosa resplandeceu uma luz. Vós suscitais um grande regozijo, provocais uma imensa alegria; rejubilam-se diante de vós como na alegria da colheita, como exultam na partilha dos despojos. Porque o jugo que pesava sobre ele, a coleira de seu ombro e a vara do feitor, vós os quebrastes, como no dia de Madiã. Porque todo calçado que se traz na batalha, e todo manto manchado de sangue serão lançados ao fogo e tornar-se-ão presa das chamas; porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado; a soberania repousa sobre seus ombros, e ele se chama: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da paz.  Seu império será grande e a paz sem fim sobre o trono de Davi e em seu reino. Ele o firmará e o manterá pelo direito e pela justiça, desde agora e para sempre. Eis o que fará o zelo do Senhor dos exércitos” (Is 9,1-6).



DINÂMICA: COROA DO ADVENTO - feito com as "mãos" das crianças.

- Convide os catequizandos a fazer uma “coroa do advento” com suas “próprias mãos”.
- Desenhar as mãos dos catequizados num papel cartão/colorset (dupla face) verde e recortar, depois de recortadas as mãozinhas, cole umas nas outras formando um círculo. - Formar uma coroa imitando as folhas (que significa vida). Enfeitar com flores e fitas vermelhas e no centro colocar pequenas velinhas, vermelhas ou com as cores litúrgicas da Coroa do Advento.




MOMENTO DE ORAÇÃO:

- Acenda a primeira vela da Coroa.
(Pode-se cantar com as crianças um canto ou mantra apropriado).
 - Convide-os a ler e refletir o Evangelho do 1º Domingo do Advento: Mc 13, 33-37.

ENCERRAMENTO:

- Sugira aos catequizandos que pesquisem na internet sobre a Coroa do Advento e os vários modelos e incentivem seus pais a fazer uma coroa também. Pode ser com as mãos dos membros da família ou com qualquer modelo disponível.
- Entregue os cartões com a Oração do advento, encerrando o encontro com a oração.




OBS. Se houver tempo, repetir nos próximos encontros o ritual de acender a vela e ler o Evangelho dos domingos do Advento.


Angela Rocha

Catequista – Paróquia Rainha dos Apóstolos – Londrina PR

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

CONFISSÃO DE FÉ

Confissão é o ato de confessar, de declarar alguma coisa a alguém. E nem sempre se refere aquela confissão que se faz no confessionário, com o padre. Nas Igrejas primitivas, por exemplo, se perguntava àqueles que iam ser batizados se eles aceitam Jesus, eles então, levantavam a mão e declaravam aceitá-lo. Esta é uma confissão de fé.

Bom, para nós isso parece desnecessário já que, a aceitação deve acontecer no coração e não precisamos dizer isso a ninguém. Só que encontramos em várias passagens das escrituras várias referências à confissão de fé como necessidade de salvação.

Um dos textos mais citados das Escrituras é, justamente, um texto que mostra à necessidade de se fazer a confissão de fé. Trata-se de Romanos 10, 9-10. Diz ali: “Portanto, se com tua boca confessares que Jesus é o Senhor, e se em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. É crendo de coração que se obtém a justiça, e é professando com palavras que se chega à salvação”.

Um outro texto muito importante sobre esse assunto é Mt 10, 24-33. Essas palavras foram ditas por Jesus, como um estímulo à coragem. Parece que os ouvintes de Jesus estavam com medo das conseqüências de se declararem discípulos Dele. Então ele faz esse discurso de conforto, animando as pessoas a confessarem o seu nome, concluindo nos versículos 32-33, o seguinte: “Portanto, quem der testemunho de mim diante dos homens, também eu darei testemunho dele diante de meu Pai que está nos céus. Aquele, porém, que me negar diante dos homens, também eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus”.

A confissão diante dos homens é cobrada pelo próprio Senhor Jesus. Quando você declara pertencer a Jesus, isso quer dizer que você está rompendo com o senhor deste mundo; está se negando a servi-lo. E é essa disposição que o Senhor Jesus cobra de nós. Essa é também uma exigência de Deus Pai, como prêmio por tudo o que Jesus fez pela raça humana, de esvaziar-se da sua condição divina e vir ao mundo na forma de servo para oferecer a sua vida pela salvação dos homens. É por isso que segundo Fl 2, 9-11, Deus Pai deu a Jesus: “Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho no céu, na terra e nos infernos”.

Vejamos o que o apóstolo Paulo diz a respeito em 1Tm 6, 12: "Combate o bom combate da fé. Conquista a vida eterna, para a qual foste chamado e fizeste aquela nobre profissão de fé perante muitas testemunhas”. Creio que essas palavras já são suficientes para destacar a importância e a necessidade de fazermos a nossa confissão de fé no Senhor Jesus, aquele foi enviado ao mundo para nos salvar.

O desejo do meu coração é que você que já CRÊ, mas que ainda não fez a sua confissão, faça-a ainda hoje, para que você seja salvo, porque como diz em Rm 10, 10: "Porque com o coração se crê para justiça e com a boca se confessa a respeito da salvação".

Que Deus nos abençoe!

(Adaptação de um texto sem autoria, por Angela Rocha).


quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Íntegra da Catequese do Papa sobre o ministério episcopal - 05/11/2014


Queridos irmãos e irmãs, bom dia
Escutamos as coisas que o apóstolo Paulo diz ao bispo Tito. Mas quantas virtudes devemos ter, nós bispos? Ouvimos todos, não? Não é fácil, não é fácil, porque nós somos pecadores. Mas confiamos na vossa oração, para que ao menos nos aproximemos destas coisas que o apóstolo Paulo aconselha a todos os bispos. De acordo? Vocês rezam por nós?
Já tivemos a oportunidade de destacar, nas catequeses anteriores, como o Espírito Santo enche sempre a Igreja dos seus dons, com abundância. Agora, no poder e na graça do seu Espírito, Cristo não deixa de suscitar ministérios, a fim de edificar as comunidades cristãs como seu corpo. Entre esses ministérios, se distingue o episcopal. No bispo, assistido pelos presbíteros e pelos diáconos, é o próprio Cristo que se faz presente e que continua a cuidar da sua Igreja, assegurando a sua proteção e a sua condução.
1. Na presença e no ministério dos bispos, dos presbíteros e dos diáconos podemos reconhecer a verdadeira face da Igreja: é a Santa Mãe Igreja Hierárquica. E realmente, através desses irmãos escolhidos pelo Senhor e consagrados com o sacramento da Ordem, a Igreja exerce a sua maternidade: gera-nos no Batismo como cristãos, fazendo-nos renascer em Cristo; vigia sobre o nosso crescimento na fé; acompanha-nos entre os braços do Pai, para receber o seu perdão; prepara para nós a mesa eucarística, onde nos alimenta com a Palavra de Deus e o Corpo e o Sangue de Jesus; invoca sobre nós a benção de Deus e a força do seu Espírito, apoiando-nos por todo o curso da nossa vida e nos envolvendo com a sua ternura e o seu calor, sobretudo nos momentos mais delicados da provação, do sofrimento e da morte.
2. Esta maternidade da Igreja se exprime em particular na pessoa do bispo e no seu ministério. De fato, como Jesus escolheu os apóstolos e os enviou para anunciar o Evangelho e para apascentar o seu rebanho, assim os bispos, seus sucessores, são colocados na cabeça das comunidades cristãs, como fiadores da sua fé e como sinal vivo da presença do Senhor em meio a eles. Compreendemos, então, que não se trata de uma posição de prestígio, de uma honra. O episcopado não é uma honra, é um serviço. Jesus o quis assim. Não deve haver lugar na Igreja para a mentalidade mundana. A mentalidade mundana diz: “Este homem fez carreira eclesiástica, tornou-se bispo”. Não, não, na Igreja não deve haver lugar para esta mentalidade. O episcopado é um serviço, não uma honra para se vangloriar. Ser bispo quer dizer ter sempre diante dos olhos o exemplo de Jesus que, como Bom Pastor, veio não para ser servido, mas para servir (cfr Mt 20, 28; Mc 10, 45) e para dar a sua vida por suas ovelhas (cfr Jo 10, 11). Os santos bispos – e são tantos na história da Igreja, tantos bispos santos – mostram-nos que este ministério não se procura, não se pede, não se compra, mas se acolhe em obediência, não para se elevar, mas para se rebaixar, como Jesus que “humilhou a si mesmo, fazendo-se obediente até a morte e uma morte de cruz” (Fil 2, 8). É triste quando se vê um homem que procura esse ofício e que faz tantas coisas para chegar lá e, quando chega, não serve, se envaidece, vive somente para a sua vaidade.
3. Há um outro elemento precioso, que merece ser colocado em evidência. Quando Jesus escolheu e chamou os apóstolos, pensou neles não separados um do outro, cada um por conta própria, mas juntos, para que estivessem com Ele, unidos, como uma só família. Também os bispos constituem um único colégio, reunido em torno do Papa, que é o custódio e fiador desta profunda comunhão, que tanto estava no coração de Jesus e dos seus apóstolos. Como é belo, então, quando os Bispos, com o Papa, exprimem esta colegialidade e procuram ser sempre mais e melhor servidores dos fiéis, mais servidores na Igreja! Experimentamos isso recentemente na Assembleia do Sínodo sobre família. Mas pensemos em todos os bispos espalhados no mundo que, mesmo vivendo em localidade, cultura, sensibilidade e tradições diferentes e distantes entre eles, de um lado a outro – um bispo me dizia outro dia que para chegar a Roma eram necessárias, de onde ele estava, mais de 30 horas de avião – sentem-se parte um do outro e se tornam expressão da íntima ligação, em Cristo, entre suas comunidades. E na comum oração eclesial todos os bispos colocam-se juntos em escuta do Senhor e do Espírito, podendo assim colocar atenção em profundidade sobre o homem e os sinais dos tempos (cfr Conc. Ecum. Vat. II, Const. Gaudium et spes, 4).
Queridos amigos, tudo isso nos faz compreender porque as comunidades cristãs reconhecem no biso um grande presente e são chamadas a alimentar uma sincera e profunda comunhão com ele, a partir dos presbíteros e dos diáconos. Não há uma Igreja sadia se os fiéis, os diáconos e os presbíteros não são unidos ao bispo. Esta Igreja não unida ao bispo é uma Igreja doente. Jesus quis esta união de todos os fiéis com o bispo, também dos diáconos e dos presbíteros. E isto o fazem na consciência de que é justamente no bispo que se torna visível a ligação de cada Igreja com os apóstolos e com todas as outras comunidades, unidas com os seus bispos e o Papa na única Igreja do Senhor Jesus, que é a nossa Santa Mãe Igreja Hierárquica. Obrigado.
Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal
Fonte: Canção Nova

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

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domingo, 2 de novembro de 2014

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sábado, 1 de novembro de 2014

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