CONHEÇA!

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

JÁ DISPONÍVEL! APOSTILA CATEQUESE FAMILIAR


OLÁ PESSOAL!

O material completo sobre a CATEQUESE FAMILIAR, já encontra-se disponível em APOSTILA, pelo valor de R$ 20,00

Além de orientações a respeito do que é e como organizar na paróquia (Itinerário), a apostila conta com roteiros de encontro e temas básicos de Catequese para mais ou menos 5 Etapas de catequese (Eucaristia e Crisma).

A apostila é um arquivo DIGITAL, em PDF, e pode ser reproduzida e multiplicada na paróquia para os demais catequistas (impresso). Só pedimos que não seja divulgada por meios eletrônicos, grupos de whats ou Facebook, e-mail.

Faça seu pedido pelo e-mail:

angprr@gmail.com 

ou

catequistasemformacao@gmail.com



ATENÇÃO: São arquivos DIGITAIS, enviados por e-mail, não são impressos enviados por correio! Você pede, faz o depósito e assim que confirmado, recebe o arquivo!

ABAIXO o 1ª roteiro da apostila para "degustação"... 


ENCONTRO CATEQUESE FAMILIAR:
ENCONTRO COM PAIS E RESPONSÁVEIS DOS CATEQUIZANDOS

1ª ETAPA - ENCONTRO 01

TEMA: Noções básicas da Bíblia

A Bíblia é o livro por excelência da catequese. Ela é a comunicação de Deus, Uno e Trino, para conosco. É a comunicação que só traz felicidade para o ser humano. Vivemos numa época em que os meios de comunicação são muito valorizados. Mas, a comunicação que emerge da Bíblia, ainda, é pouco valorizada em nossas vidas. É comum encontrarmos, nas casas, uma Bíblia aberta em cima da estante, ou fechada e bem protegida.

INTERLOCUTORES: Pais ou responsáveis dos catequizandos - 1ª Etapa Eucaristia.

OBJETIVO DO ENCONTRO: Despertar o interesse pelo uso da Bíblia, apresentando-a como conteúdo de fé, oração, fundamento na vivência comunitária e força nas situações do cotidiano da vida, principalmente, na educação da fé dos filhos e filhas.

AMBIENTAÇÃO: Preparar uma mesa com uma vela e uma Bíblia amarrada cheia de nós.

ACOLHIDA: Formar um círculo com todos os participantes identificados com um crachá.
Colocar uma música instrumental, suave, cujo tema seja sobre a Palavra de Deus.

MOTIVAÇÃO/DINÂMICA:

Estamos aqui hoje, nos reunindo pela primeira vez, buscando ajudar a vocês pais no aprofundamento catequético para transmitir aos seus filhos e filhas (se houver outros responsáveis citá-los).
No centro do nosso encontro, está a Palavra de Deus: a Bíblia. Ela é o centro da catequese. O meio mais eficaz para estabelecermos uma amizade profunda e pessoal com Jesus, é por meio das mensagens contidas na Bíblia.
Mas, antes de a conhecermos melhor, vamos passar a Bíblia “amarrada” assim como está, de mão em mão, de forma suave e carinhosa, e assim que cada um estiver com a Bíblia em mãos, peço que cada um se apresente dizendo o próprio nome e o nome do filho/da filha que frequenta a catequese.

Quando chegar no último do círculo, quem está motivando, pega a Bíblia e a levanta bem alto, comentando:
Por que a nossa Bíblia está amarrada? Por que estes nós? Estes “nós” são os entraves da vida que dificultam o nosso contato com a Palavra de Deus.  Quando vamos conseguir desamarrar a Bíblia?
(Dar um tempo breve para possíveis respostas...)
Convidar os que espontaneamente, querem ajudar a desatar os nós da Bíblia... enquanto isso, entoar um canto.

Canto: A Bíblia é a Palavra de Deus... (Ou outro canto)

Depois de desamarrada a Bíblia, convidar a todos para abrir sua Bíblia no local indicado.

LEITURA DA PALAVRA: 2TM 3,14-17

Abrir a Bíblia e ler o texto, devagar e pausadamente. Fazer uma segunda leitura, dando ênfase aos trechos mais importantes.  Em seguida, partilhar:
- Conforme a leitura deste texto, que poder tem a Sagrada Escritura?
(Aguardar possíveis respostas).

APROFUNDANDO O TEMA:

Vamos lembrar algumas coisas que nos fazem conhecer melhor a Bíblia.

- A palavra BÍBLIA vem do termo grego BIBLOS, que significa LIVRO. O plural de BIBLOS em grego é BÍBLIA. Portanto, Bíblia quer dizer: OS LIVROS.
- A Sagrada Escritura é um livro que chamamos Bíblia por ser na verdade uma biblioteca. Ela é um conjunto de 73 livros e dividida em duas grandes partes. O Primeiro Testamento com 46 livros que narram a experiência de Deus por um Povo - o Povo de Israel. E o Segundo Testamento com 27 livros escritos após a morte de Jesus Cristo por cristãos do primeiro século de nossa Igreja, que narram o início da Igreja e como a mensagem de Jesus se espalhou pelo mundo afora.
- Não se sabe com exatidão, quando foi que se começou a escrever a Bíblia. Mas, antes dela ser escrita, era narrada e contada de pai para filho, nas reuniões e nas celebrações do povo. Antes de ser narrada e contada, ela foi vivida por muitas gerações num esforço fiel de colocar Deus na vida e de organizar a vida de acordo com a justiça.

Ler o texto bíblico: (Salmo 78, 3-4)

Depois de ser contada de geração em geração, a Bíblia começou a ser escrita, mas não de uma só vez. Ela começou a ser escrita em torno do ano 1250 antes de Cristo, e só foi concluída 100 anos depois do nascimento de Jesus. Levou mais de mil anos (1.000) para a Bíblia ser escrita.

Linha do Tempo da história da Bíblia: situar os anos na história da Bíblia.

(A linha do tempo pode ser feita numa faixa longa de papel e pendurada num varal [uma corda ou fio esticado e prendedores]; ou usar o livreto “Panorama da História da Salvação”, de José Mário de Medeiros, editora Paulinas/Paulus).

E a Bíblia como foi escrita?
Não foi uma única pessoa que escreveu a Bíblia. Muita gente deu sua contribuição, cada um do seu jeito: homens e mulheres; jovens e velhos; pais e mães de famílias, agricultores, pescadores e operários de várias profissões; gente instruída e gente simples; sacerdotes e profetas, reis e pastores, apóstolos e evangelistas.

A Bíblia foi escrita em três línguas diferentes: hebraico, aramaico e grego. No tempo de Jesus, o povo da Palestina falava o aramaico em casa, usava o hebraico na leitura da Bíblia, e o grego no comércio e na política.

A Bíblia não foi escrita no mesmo lugar, mas em muitos lugares e países diferentes. A maior parte do primeiro testamento e do segundo testamento foi escrita na Palestina. Algumas partes do primeiro testamento foram escritas na Babilônia, onde o povo viveu no cativeiro; outras partes no Egito, para onde o povo emigrou após o cativeiro. O segundo testamento tem partes que foram escritas na Ásia Menor, na Síria, na Grécia e na Itália.

Mapa da Bíblia (Atlas) - é interessante ter um mapa para situar as localidades.

- Os livros da Bíblia não seguem uma sequência histórica. A Bíblia é a história de um povo que escolheu caminhar com Deus; e ao mesmo tempo é a história de Deus que escolheu caminhar com o povo. O povo foi aprendendo como se comportar na presença de Deus. É a bagagem de um povo que resolveu levar a sério o Projeto de Deus.
- Quando lemos a Bíblia, precisamos levar em conta que a Palavra de Deus é muito mais vasta e ampla do que aquela que está escrita, porque nem tudo o que Deus disse está escrito na Bíblia. Deus continua falando em nossa história, nos acontecimentos de hoje, na natureza... precisamos ler a mensagem de Deus e trazê-la para a nossa vida.  A comunicação bíblica nos ensina a cultivar sempre um outro “Olhar”.

Observação: Não dispondo dos materiais apontados, acima, como “Linha do Tempo/Mapa da História da Salvação; Mapa da Bíblia (Atlas); pode-se preparar cópias do texto acima e distribuir aos participantes para lerem, alternadamente, e a cada parágrafo lido, conversar sobre o assunto.

CONHECENDO E MANUSEANDO A BÍBLIA

Como localizar textos bíblicos por livros, capítulos e versículos?

Para encontrarmos a citação que queremos, a primeira coisa a fazer é saber se está no Primeiro ou no Segundo Testamento, através da abreviação do livro indicado. Em seguida, com o primeiro número se indica o capítulo e com o segundo número separado do primeiro com uma vírgula, vem o versículo.

Exemplos:

Gn 2,4 = Livro do Gênesis, capítulo 2, versículo 4.

Quando o traço entre dois números é mais longo, significa que o texto é de um capítulo até outro (s). Exemplo: Ex 10–15. Assim estamos indicando que o texto vai do capítulo dez até o capítulo quinze do livro do Êxodo.

(Jo 10,12.14.18) - Neste exemplo significa que estamos indicando o capítulo dez de João e os versículos doze, depois saltamos para o catorze e por fim saltamos para o dezoito.

(Jo 10,12; 15,3-8) - Significa localizar o capítulo dez de João, lermos o versículo doze, saltarmos para o capítulo quinze e lermos o versículo três ao versículo oito.

(Jo 10,12s) - Significa que devemos ler o capítulo dez do livro de João mais os dois seguintes.

A Biblioteca da Bíblia:

Divisão dos Livros do Primeiro Testamento

Pentateuco (5 livros): Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio.
Constituem o coração da Primeira Aliança.
Livros Históricos (16 livros): Josué, Juízes, Rute, 1º e 2º Samuel, 1º e 2º Reis, 1º e 2º Crônicas, Esdras, Neemias, Tobias, Judite, Ester, 1º e 2º Macabeus.
Narram as histórias e a vida do povo daquela época.
Livros Sapienciais (7 livros): Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cântico dos Cânticos, Sabedoria, Eclesiástico.
São livros que apresentam a sabedoria como ação de Deus em cada ser humano.
Livros Proféticos (18 livros): Isaias, Jeremias, Lamentações, Baruc, Ezequiel, Daniel, Amós, Oséias, Joel, Abdias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias, Malaquias.
Foram homens e mulheres que anunciaram o Projeto de Deus e denunciaram toda forma de injustiça e infidelidade.

Divisão dos Livros do Segundo Testamento

Evangelhos (4 livros):  Mateus, Marcos, Lucas, João.
Livro Histórico: Atos dos Apóstolos.
Cartas Paulinas (14 livros): Romanos, 1ª e 2ª Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1ª e 2ª Tessalonicenses, 1ª e 2ª Timóteo, Tito, Filêmon, Hebreus.
Cartas Católicas (7 livros): 1ª e 2ª Pedro, 1ª, 2ª e 3ª São João, Tiago, Judas.
Livro Profético: Apocalipse de João.


TRABALHO DE GRUPO:
Interagindo com a Bíblia: Capítulos e versículos; divisão dos livros.

- Previamente, preparar pequenos cartões coloridos e distribuir um a cada participante, contendo uma citação bíblica conforme exemplo abaixo:


Dt 11,18

Tg 1,22-25

Jo 1,1. 14


Dt 30,14

Is 55,10-11

Hb 4,12

- Verificar antecipadamente o número de participantes para ninguém ficar sem um cartão.

- Caso o grupo seja constituído de mais de 20 pessoas, é interessante formar grupos para o trabalho.

Motivação:

A melhor ferramenta de trabalho para conhecer a Bíblia é a própria Bíblia. Ela é a Biblioteca do povo de Deus e contém uma diversidade de assuntos: doutrina, histórias, romances, parábolas, leis para organizar o povo, provérbios, poesias, fatos concretos, narrações simbólicas, biografias.
O trabalho constitui-se em procurar na Bíblia:

a) A citação que recebemos, lê-la e descobrir a sua mensagem central;
b) Pelo nomes do livro que recebemos, descobrir se pertence ao Primeiro ou Segundo Testamento; e em que tipo da divisão de livros da grande biblioteca bíblica, eles se encaixam.

Tempo para o grupo trabalhar: 15 minutos

Em plenário: 15 minutos
1 -  cada pessoa ou grupo narra a citação bíblica recebida e a sua mensagem;
2 -  em seguida, vai colocando no chão, ao lado das faixas (previamente preparadas), nelas já escritos os nomes da divisão dos livros da Bíblia (ver texto abaixo: Primeiro e Segundo Testamento);
3 - Quando todos tiverem colocados os seus cartões no devido lugar, aparecerá a Biblioteca da Bíblia. 

Conteúdo a ser trabalhado pelos participantes:
- Preparar cópias das citações a serem distribuídas aos participantes;
- Preparar uma faixa com a divisão da Bíblia: primeiro separa: antigo e novo testamento e em seguida a divisão dos livros:

ANTIGO TESTAMENTO
Pentateuco
Históricos
Sapienciais
Proféticos

NOVO TESTAMENTO
Evangelhos
Histórico
Cartas paulinas
Cartas católicas
Livro Profético

COMPROMISSO:

Ler diariamente um pequeno texto bíblico ou um Salmo, considerando que devemos:

- Amar e ler assiduamente a Bíblia (nossa primeira mestra): não se trata de saber mais, de saber coisas, e sim ter intimidade com a Palavra, saborear a Palavra;
- Ler a Bíblia com a vida, sabendo que a vida questiona a Palavra e a Palavra questiona a Vida.

CELEBRANDO:

Fazer um círculo e todos apontando para a Bíblia, rezar com vibração a Oração ensinada por Jesus Cristo.

Pai Nosso...

Dar-se mutuamente o abraço da Paz...

Bibliografia:

BÍBLIA DE JERUSALÉM. São Paulo: Paulus, 2002.
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. São Paulo: Loyola, 2000.
CNBB. Crescer na Leitura da Bíblia, estudos da CNBB 86. São Paulo: Paulus, 2003.
ARQUIDIOCESE DE LONDRINA. Catequese de Iniciação Cristã com Adultos. Animação Bíblico-Catequética: Londrina, 1ª reimpressão, 2011.
Regional Sul I – CNBB/Equipe de Catequese. Encontros para uma catequese com adultos. São Paulo: Paulus, 2005.
CENTRO BÍBLICO de Belo Horizonte. ABC da Bíblia. São Paulo: Paulus, 1982.
MESTERS, Carlos. Bíblia, livro feito em mutirão. São Paulo: Paulinas, 1982.



segunda-feira, 26 de novembro de 2018

COMO ADEQUAR A CATEQUESE AO TEMPO LITÚRGICO?



Uma das primeiras formas de se adentrar à Iniciação à Vida Cristã é a catequese, que não deve ser confundida como mera transmissão de dogmas e preceitos. E é isso que a IVC, catequese pelo Processo Catecumenal, pretende: Iniciação à vida cristã, muito mais que recepção de sacramentos. A catequese não pode mais ser um “cursinho”, com data para acabar, que dá diploma ao final, ela precisa ser um processo envolvente de iniciação à fé e à vida em comunidade.

Percebemos que hoje, a opção religiosa é muito mais uma escolha do que simplesmente tradição familiar. A nova geração de pais já está dando a liberdade dos filhos escolherem se querem ou não frequentar a Igreja, daí a exigência de formar cristãos firmes e conscientes de sua fé.

Ao assumirmos seriamente a iniciação cristã estaremos entre os primeiros beneficiados: fará crescer tanto evangelizados como evangelizadores em toda comunidade. Se tivermos pessoas verdadeiramente evangelizadas, teremos discípulos missionários e teremos catequistas. É preciso que a catequese ajude na vivência do mistério de Cristo, do qual os catecúmenos ou catequizandos, desejam participar plenamente pela iniciação. Para isso, a catequese deve ser distribuída por etapas, integralmente transmitida e relacionada com o Ano Litúrgicoapoiada em celebrações da palavra.

As celebrações da palavra, inseridas nos tempos litúrgicos e com um elenco próprio de leituras bíblicas, ajudam a assimilar os conteúdos da catequese (por exemplo o perdão, a solidariedade e todos os valores cristãos). As celebrações ensinam de forma prazerosa “as formas e os caminhos da oração”, aproximam dos “símbolos, ações e tempos do mistério litúrgico” e introduzem “gradativamente no culto de toda a comunidade”.

Hoje, numa tentativa de “abeirar-se” do Catecumenato como processo de iniciação à vida cristã, muitas comunidades estão adotando o Ano Litúrgico como Calendário para orientar a catequese. Inicia-se a catequese logo após a Páscoa e, num processo gradual e contínuo - dependendo da preparação dos catecúmenos e catequizandos -os sacramentos da iniciação são feitos ou no Sábado ou no Domingo de Páscoa. Outras comunidades adotam o Advento como início ou ainda o tempo Comum.

Por que essa mudança de data?

Ora, acontece que a catequese está estreitamente ligada ao tempo litúrgico pela Quaresma, que são os 40 dias de preparação que a Igreja nos traz para a conversão, jejum, penitência e caridade. E encontramos esta orientação no RICA (pg. 115, item 139): “...os sacramentos da iniciação devem ser celebrados nas solenidades pascais e sua preparação imediata é própria da Quaresma”.

Na Quaresma que precede os sacramentos da iniciação, realizam-se os Escrutínios e as Entregas, ritos que complementam a preparação espiritual e catequética dos “eleitos” e se prolongam por todo tempo quaresmal.

* Escrutínios são rituais que se realizam por meio de exorcismos (orações e bênçãos), e são de caráter espiritual. O que se procura por meio deles é purificar os espíritos e os corações, fortalecer contra as tentações, orientar os propósitos e estimular as vontades, para que os catecúmenos ou catequizandos se unam a Cristo e reavivem seu desejo de amar a Deus (RICA 154 a 159).

Uma coisa que nos passa despercebida é que toda a Liturgia Quaresmal foi feita para a catequese! Nada mais correto então, que, aqueles que estão sendo preparados para adentrar ao Mistério da Morte e ressurreição de Cristo, pela EUCARISTIA, o façam após este período de preparação. Observemos que todas as leituras dos cinco domingos da Quaresma são uma preparação para que os novos cristãos recebam os sacramentos da Iniciação.

A catequese no tempo da Purificação e Iluminação (Quaresma):

Todos os anos o Primeiro Domingo da Quaresma é dedicado à reflexão das tentações de Jesus (Lc 4,1-13). Apresenta o modo como o Mestre as enfrentou e tem como finalidade indicar aos catecúmenos e aos batizados qual é a tática usada pelo inimigo e como lhe resistir. Neste primeiro domingo o RICA (Ritual de Iniciação Cristã de Adultos), prevê o Rito da Eleição ou inscrição do nome dos candidatos a receberem os sacramentos.

Segundo Domingo de Quaresma, apresenta a transfiguração. Os cristãos devem estar conscientes de que seguir a Jesus significa dar a própria vida. O grão de trigo morre, mas ressuscita sempre numa forma nova e centuplicada. O destino último do homem não é a morte, mas a ressurreição, como mostra o sinal da transfiguração.

Do Terceiro Domingo em diante os temas variam conforme o ciclo litúrgico.

* Neste 3º domingo, conforme o RICA, realiza-se o 1º escrutínio, no 4º Domingo o 2º e no 5º domingo o 3º. As “Entregas” devem ser feitas depois dos escrutínios e podem ser feitas durante a semana: O Símbolo (Credo) deve ser entregue depois do 1º Escrutínio; a Oração do Senhor (Pai Nosso), depois do 3º. Estas entregas podem também ser feitas durante o catecumenato para enriquecer o mesmo, a maneira de “ritos de transição. (Rica, 53). O RICA recomenda que a Celebração do Batismo, da Confirmação e da Eucaristia sejam feitos na Vigília Pascal.
ANO A

As leituras do ano A, atualizam a celebração da Morte-Ressurreição de Cristo. Esta celebração é como o tecido de fundo de todas as leituras. Como todos os sacramentos cristãos estão ligadas de uma maneira ou de outra a esse Mistério Pascal, essas leituras vão constituir a melhor preparação aos “Sacramentos da iniciação cristã".

Temos então neste ano A, no 3º Domingo, a Samaritana no poço (João 4, 5-42), numa estreita correlação que é Cristo quem nos dá a água da vida. Pelo batismo nos é dado o amor de Deus derramado em nossos corações. No 4º Domingo, Jesus cura o cego de nascença (João 9,1-41). O dom da vida transmitido no batismo desenvolve-se em dom de luz. Por meio dos sacramentos nossos olhos abriram-se como os de o cego de nascença pois podemos ver as coisas segundo a visão de Deus. No 5º Domingo, Jesus ressuscitou Lázaro (João 11,1-45), ele é a Vida e dá a vida aos que acreditam n’Ele. Nos sacramentos da iniciação cristã recebemos a vida nova e somos transformados em criaturas novas.

ANO B

As leituras do Ano B, põem em evidencia o mistério da Aliança e a conversão necessária para entrar na amizade da Aliança.

Aqui vemos a Aliança selada com Noé (1º Domingo), com Abraão o antepassado do Povo escolhido (2º Domingo) e com o povo de Israel pela intermediação de Moisés (3º Domingo) são anuncio e prefiguração da Aliança nova e eterna selada por Deus com toda a humanidade em Cristo Jesus, selada no sacrifício da Cruz. Como a serpente elevada por Moisés no deserto é sinal de cura, igualmente a cruz de Cristo é sinal e realização da salvação: para ter acesso a essa salvação em Cristo é necessário converter-se, acreditar na luz e seguir a Cristo crucificado (4º Domingo). Deus, pelo profeta Jeremias, anuncia uma nova Aliança inscrita nos corações. Esta nova Aliança realiza-se em Cristo que vem reconstruir a humanidade e juntar tudo na unidade (João 12). Para fazer parte desta humanidade nova é necessário aceitar converter-se para viver da nova lei, o amor que inclui mesmo o inimigo (5º Domingo).

ANO C

Nas leituras do Ano C, o tema central é da paciência de Deus e da conversão. Deus chama o pecador à conversão e lhe oferece seu perdão quando volta a Ele.

Como para os anos A e B os dois primeiros domingos do ano C falam da tentação de Jesus (Lucas 4) e da transfiguração (Lucas 9). A tentação significa a escolha do homem diante o mistério de Deus e da fé. E uma opção a seguir Cristo para cumprir assim fielmente a vontade do Pai. Seguindo a Cristo, o Filho bem-amado, seremos transfigurados e teremos parte na sua glória.

Os três outros domingos da quaresma do ano C nos falam da teologia da paciência e do perdão de Deus. Jesus nos fala da conversão necessária: "Se não mudais de vida, morrereis todos" (Lc 13,1-9). Deus é paciente (a parábola da figueira que não dá frutos), se rejeitamos até o fim a graça que nos é oferecida não escaparemos ao juízo (3º Domingo).
Jesus propõe-nos a parábola do pai misericordioso (Lucas 15,11-31 ). Deus é paciente, Ele espera o homem pecador que se afastou dele como o pai da parábola espera o filho que abandonou a casa paterna. As leituras deste 4º Domingo são um hino à bondade de Deus e à reconciliação com Ele. Nas leituras do 5º Domingo diz-nos: “Não vos lembreis dos acontecimentos de outrora, nem penseis mais no passado, pois vou realizar algo novo” (Is 43,18-19). A mensagem que Deus nos dá é esta: Ele perdoa sempre, de forma incondicional, nunca condena, como prova a atitude de Jesus no Evangelho. Jesus acolhe e levanta a mulher adultera, ele diz-lhe: "eu não te condeno, vai e não peques mais" (João 8,1-11).

No Domingo de Ramos (ou sexto Domingo da Quaresma), todos os anos, é lido o relato da paixão: No Ano A, do Evangelho de Mateus; no Ano B, do Evangelho de Marcos; e Ano C é lido o Evangelho de Lucas.

Percebe-se então que, Catequese e Liturgia, tem uma estreita ligação. Uma não há de existir sem a outra, já que a catequese “educa” para a Liturgia e esta, por sua vez, não existirá se não houver catequese e orientação para ela. Adequar, portanto, os ritos e celebrações dos sacramentos ao Tempo Litúrgico é condição primeira para que esta possa ser chamada de Iniciação à Vida Cristã. No entanto, todo o processo se Iniciação ficará comprometido caso se faça ritos e celebrações apenas para cumprir “calendário” e obrigações, desta forma, toda a Liturgia que se pretende ser profunda e mistagógica, não passará então, de mero ritualismo de nossa parte.

Uma observação que se faz necessária, é de que, na catequese Infantil, é preciso adequação das celebrações e ritos do RICA, que foi feito para ADULTOS. Na catequese de crianças muita riqueza pode ser colocada usando-se, simplesmente, da mistagogia do processo catecumenal e das entregas dos símbolos.

Ângela Rocha



sábado, 24 de novembro de 2018

ENCONTRO SOBRE BATISMO: SUGESTÃO!


Hoje fizemos, na 3ª etapa da Catequese Eucarística da Paróquia São Benedito de Americana/SP, o encontro sobre o Sacramento do Batismo. 

As crianças trouxeram para o encontro suas lembranças do batismo (roupas, fotos, certidão, etc) e compartilharam entre si o que os pais lhes contaram sobre este dia, sobre seus padrinhos e as curiosidades. Expusemos as lembranças e as crianças puderam ver, tocar e conversar entre si. Foi muito divertido! 

Depois, fizemos uma reflexão sobre a passagem de Mateus 28, 19 e cada criança recebeu uma vela. Enquanto rezávamos a oração do Creio, as crianças foram acendendo suas velas na vela maior que ornamentava nosso pequeno altar. A simbologia era unir sua luz a luz do próprio Cristo representado na vela do altar. 

Em seguida, refletimos o significado de sermos batizados com água, sinal de mergulharmos como homens “velhos” e sairmos homens “novos”. E assim, mergulhando o fundo das velas em água benta, as crianças tocaram a água e traçaram sobre si o sinal da cruz, a fim de, conscientes, tornarem-se discípulos de Cristo, em seguimento e formação.  

Terminamos de mãos erguidas, com a oração do Pai Nosso. E claro, uma linda foto!  Foi um encontro incrível e quis compartilhá-lo com vocês!

Bete Carvalho - Catequista
Americana - SP






sexta-feira, 23 de novembro de 2018

HOMILIA DO DOMINGO - CRISTO REI DO UNIVERSO


                          HOMILIA DA SOLENIDADE  CRISTO REI – ANO B

Dois extremos se colocam diante de nossa reflexão neste domingo: por um lado, a Festa de Cristo Rei celebra a vitória gloriosa e triunfante do Senhor no final dos tempos; por outro lado, o Cristo é exaltado nos gestos simples de amor de cada dia. Ou seja, falar do futuro reinante de Deus em Cristo Senhor, implica em falar da história de um Reino que se descortina diante de nossos olhos pelo amor. Os dois extremos se colocam na dinâmica do “já e ainda não”. Somos peregrinos que almejam o Céu, enquanto construímos o Céu aqui. Estamos de passagem, rumo a Terra Definitiva. Mas Deus não preparou um Céu finalizado que tem uma porta aberta a nos esperar. Antes quer que façamos a nossa parte na construção deste Céu, apressando, assim, o Reino definitivo.

Qual é o critério para participar plenamente do Reinado Definitivo? O amor, sobretudo o amor pelos mais sofredores. No Evangelho vemos claramente que o Senhor não perguntará sobre uma lista de preceitos ou orientações canônicas, não vai se fixar em uma lista de mandamentos. Perguntará sobre nossas disposições em amar. Mais ainda: não perguntará sobre o amor de forma abstrata, mas sobre os gestos de amor que de modo bem concreto fomos capazes de realizar. O que nos justifica é o ato de alimentar, vestir, visitar, dar abrigo, consolar... O juízo do fim da história se antecipa em cada gesto de amor ou na renúncia do amor ao longo de nossa existência.

Não precisamos ser fundamentalistas. Muitos de nós nunca visitamos um presídio, por exemplo. Tal lacuna não significa o inferno. O que Jesus nos revela fundamentalmente é que sua religião não se fixa nos ritos e nas leis, mas na compaixão. Uma religião sem compaixão não é religião. E mais: em cada sofredor que surge diante de nós está o Senhor: nos desvalidos, no pecador rejeitado, na mulher violentada, no faminto, no triste, no desamparado. Ali está o Senhor, Rei de todo o Universo.

Não precisamos ter medo de Deus ou do juízo, pois o medo nos afasta de Deus. Mas devemos avaliar a nossa conduta a cada dia, pois nossas disposições (e indisposições) para amar serão eternizadas. No fim dos tempos, não haverá um julgamento aterrador de um juiz severo e condenador. É o mesmo Senhor que ama os pobres e perdoa os pecadores que nos julgará, com a mesma misericórdia.

O Senhor é Rei!  Prostrar-se diante dele, quando o Santíssimo é elevado ou diante de qualquer sacrário, pode ser uma abertura ao seu projeto de amor ou uma mera atitude piegas, fundamentalista ou uma prática formal e sem vida. O que define o nosso reconhecimento sobre o seu Reinado é amá-lo no ser humano. Que o Senhor verdadeiramente reine em nossas vidas até que o seu Reino sem fim se estabeleça. Amém!


Pe. Roberto Nentwig
Arquidiocese de Curitiba - PR.

FONTE: 
NENTWIG, Roberto. O Vosso Reino que também é nosso. Reflexões Homiléticas - Ano B. Curitiba; Editora Arquidiocesana, 2015. pg. 79.
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Palavras sobre o Reino na vida a partir dos Evangelhos. São três livros: Ano Litúrgico A, B e C. Cada livro tem o valor de R$ 15,00. Kit com os três livros: R$ 30,00 + frete.