VOCÊ CONHECE TODOS OS CONTEÚDOS DE FÉ TRABALHADOS NA CATEQUESE DE EUCARISTIA E CRISMA DA SUA PARÓQUIA?
Tem um pedido bastante
recorrente em nosso grupo, na nossa página e no nosso blog:
“Gostaria se sugestões para trabalhar com a Eucaristia...” ou “Gostaria de sugestões para a crisma”, ou
ainda “Que temas trabalhar nesta ou
naquela etapa?”. E o que me deixa mais perplexa ainda: “O que fazer na pré-eucaristia?” e “O que fazer na perseverança?”. Ora, se
alguém “inventou” estas etapas, deveria saber qual o objetivo delas e ter em
mente um planejamento. Ou não? Sou eu que estou “delirando”?
E vocês pensam que isso é coisa
de quem vai começar a ser catequista agora, se enganam. Nem sempre. Tem gente
que está na lida faz tempo e ainda não sabe o que faz ou o que fazer.
Não estou dizendo que não é para
pedir sugestão, não! Uma coisa é ter um tema e não saber que método usar para trabalhar,
outra bem diferente é nem ter esse tema... O objetivo do grupo Catequistas em Formação é ajudar a
todos em sua missão. Mas, primeiro vamos ver o que nossa paróquia tem e espera
de nós. E se ela não tiver nada, aí sim, vamos trabalhar para que ela tenha.
Mas, o que me deixou "pasma",
foram alguns relatos dos catequistas que estão fazendo o curso de ITINERÁRIO comigo.
Da enorme dificuldade em se conseguir na paróquia os roteiros de temas que são trabalhados
nas diversas etapas. Parece que em alguns lugares isso é até “segredo de estado”
ou “assunto proibido”.
Então, agora eu compreendo tantos pedidos de ajuda com roteiros...
Em nosso curso, num dos passos
para se construir o itinerário, temos que trazer os conteúdos que são trabalhados
em nossas paróquias, partilhar com as equipes e dali tirar um roteiro de temas
ideal, que atenda os diretórios diocesanos, paroquiais e da Igreja, sobre a
iniciação cristã, sobre a catequese. Enfim, é necessário saber, o que afinal,
precisamos “ensinar” aos nossos catequizandos sobre a fé da Igreja Católica no
tempo que nos é dado: seja um ano, dois anos, três anos ou mais até. Este método
de aprendizagem se chama OFICINA.
E, pasmem comigo, muitos
catequistas NÃO CONSEGUEM DESCOBRIR o que os outros catequistas das demais
etapas, fazem nas suas paróquias. Nem sequer uma “listinha” rascunhada de temas
sai: “Ah não tem!”; “Ah, eu uso o livrinho”; “Ah, não faço, tenho tudo na cabeça.” Um
catequista não saber do outro, apesar de ser um absurdo, até é compreensível. Agora,
alguém te falar que não sabe o que faz em 32 encontros num ano, que tem tudo só
"na cabeça", é PRACABÁ! Como é que um catequista pode ter os
encontros "de cabeça"??? Vai para a catequese sem saber o que fazer e
lá, cai tudo do céu? Haja força do Espírito Santo aí, heim!
Onde fica a catequese como “processo gradual e progressivo de ensino da
fé”[1]? E como é que a
coordenação de uma paróquia não sabe dos roteiros de encontros da catequese??
Como é que não se faz planejamento anual? Como não se faz planejamento
conjunto? E se a catequese lá for de três anos e todo mundo fizer a mesma coisa
todo ano? Ou se cada um faz o que lhe dá na telha? Como fica a iniciação desse
cristão?
Esta catequese é... Fragmentada,
frágil, infantil e dispersa, para dizer o mínimo. Aí a gente fica se
perguntando porque a catequese não funciona e a maioria vai embora depois da
crisma...
Em 2006, eu peguei minha
primeira turma de catequese, sem saber absolutamente nada. Mas, sabe a primeira
coisa que me deram? OS ROTEIROS DE TEMAS que eu devia trabalhar! E sabe o que
era também uma prática naquela paróquia? Que os catequistas da mesma etapa se
reunissem a cada dois meses e colocassem no papel o planejamento dos encontros.
E era dos OITO encontros que faríamos. Não era só o tema não, era o ROTEIRO
COMPLETO, com tema, dinâmica, atividades, orações, tudo! E tínhamos um manual
como subsídio. Só que o manual não era nossa base, era “subsídio” apenas.
Isso tudo era entregue à
coordenação para se arquivar numa pasta. E havia pastas de muitos anos
arquivadas. E a catequese nesta paróquia é de TRÊS ANOS para a Eucaristia e
DOIS ANOS para a Crisma. Assim, qualquer catequista que quisesse saber o que as
outras etapas faziam era só pegar os planejamentos já feitos! Ou se quisesse
uma sugestão de encontro, bastava consultar as pastas ou ainda, se mudasse de
etapa, tinha parâmetros para trabalhar. Isso já faz dez anos. Hoje eles devem
ter tudo isso em arquivo eletrônico.
Mesmo não tendo uma
programação formal de formação básica para catequistas, esta paróquia me
proporcionou uma FORMAÇÃO que guardo até hoje. Ela me ensinou a PLANEJAR e
ORGANIZAR a catequese, coisa que me ajudou muito a ser uma catequista. Quem
dera todos tivessem essa iniciativa.
Ângela Rocha
[1]
DNC 41. Por ser educação orgânica e sistemática da fé, a catequese se concentra
naquilo que é comum para o cristão, educa para a vida de comunidade, celebra e
testemunha o compromisso com Jesus. Ela exerce, portanto, ao mesmo tempo, as tarefas
de iniciação, educação e instrução (cf. DGC 68). É um processo de educação
gradual e progressivo, respeitando os ritmos de crescimento de cada um.
*A paróquia que citada no texto, é a Paróquia Catedral Nossa Senhora de Belém, na Diocese de Guarapuava – Pr. Não sei se ainda é assim por lá, mas, como catequista iniciante, aprendi MUITO com isso.