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sábado, 9 de dezembro de 2023

ANDAR NA CONTRAMÃO - Mc 1, 1-8

Frei Carlos Mesters dizia que pertencer ao Reino de Deus, para a Comunidade de Marcos, era viver na contramão. À luz dessa compreensão vamos caminhar com este texto.

1. Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus

Andar na contramão é trazer a boa notícia de que o povo de Deus não é composto dos judeus ricos, mas de todo pobre, de qualquer lugar, que reconhece que o Filho de Deus é Jesus de Nazareth e não o imperador de Roma.

2. Como está escrito nos profetas: Eis que eu envio o meu anjo ante a tua face, o qual preparará o teu caminho diante de ti. 3 Voz do que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.

Andar na contramão era ler as Escrituras de modo diferente dos doutores da Lei, Deus falava pela boca de João Batista e não pelos rabinos fariseus.

3. Apareceu João batizando no deserto, e pregando o batismo de arrependimento, para remissão dos pecados. 5. E toda a província da Judeia e os de Jerusalém iam ter com ele; e todos eram batizados por João. 6. E João andava vestido de pelos de camelo, e com um cinto de couro em redor de seus lombos, e comia gafanhotos e mel silvestre.

Quando o tempo chega, as multidões são capazes de correr o mundo para refrescar a alma. Andar na contramão é não fazer nenhuma concessão. João Batista não vestia roupas finas e se alimentava de gafanhotos e mel. Não participava dos banquetes dos opressores, em que o prato principal era a cabeça dos profetas. Pela boca de João Deus gritava no deserto que chegou o momento do juízo. A foice de Deus derrubava a maldade pela raiz e queimava a terra para que não sobrasse nenhum broto. Mas as águas sagradas do Jordão poderiam lavar os pecados de quem estivesse disposto a mudar de vida.

4. E pregava, dizendo: após mim vem aquele que é mais forte do que eu, do qual não sou digno de, abaixando-me, desatar a correia das suas alparcas. 8. Eu, em verdade, tenho-vos batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo.

Andar na contramão é denunciar e anunciar que o tempo dos pobres chegou. A melhor notícia é a de que Jesus foi trazido pela Brisa Santa para fazer a escuridão virar dia, a doença virar saúde, a tristeza virar alegria. Jesus inventa um novo batismo. O antigo lavava o corpo. O novo, o da Brisa Santa, lava a alma para que chegue o tempo do amor.

Marcos Monteiro
Recife, 02 de dezembro de 2023.
CEBI.ORG

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

CATEQUESE CRISMAL - GRUPO DE ESTUDO

 

ABERTAS AS INSCRIÇÕES PARA FORMAÇÃO:

CATEQUESE CRISMAL

GRUPO DE ESTUDO 

(Online via grupo Catequistas em Formação)


 De 15 A 26 JANEIRO de 2024


Inscreva-se pelo link:

https://forms.gle/ZqP67AEU8dGU7Bbf7

Tudo o que você precisa para ser um bom catequista de crisma:

ü O perfil do adolescente

ü Catequese e internet

ü Roteiros temáticos

ü Família e comunidade

ü Padrinhos e Madrinhas

 Taxa de inscrição: R$ 30,00 - com apostila ao final

*Mais informações whats (41) 99747-0348 (Ângela Rocha)

 

 

 




domingo, 3 de dezembro de 2023

A CHEGADA DO REINO DE DEUS


A grande pergunta que fica é esta: o que vai acontecer depois da destruição de Jerusalém? Será que o mundo vai acabar? Será que a história vai continuar? Jesus responde com imagens tiradas da profecia de Daniel (Dn 7,1-14). Daniel diz que, depois das desgraças causadas pelos reinos deste mundo, virá o Reino de Deus. Os reinos deste mundo, todos eles, têm figura de animal: leão, urso, pantera e besta-fera (Dn 7,3-7). São reinos animalescos, desumanizam a vida, até hoje! O Reino de Deus, porém, aparece com o aspecto de Filho do Homem, isto é, com aspecto de gente (Dn 7,13). É um reino humano. Construir este reino que humaniza é a tarefa do povo das comunidades. É a nova história que devemos realizar e que deve reunir gente dos quatro cantos do mundo.

Marcos 13,28-32: No fim, Jesus dá três conselhos

Primeiro, com a parábola da figueira. É como se dissesse: “Aprendam das árvores como ler os sinais dos tempos para descobrir onde Deus está atuando e chagando!” (Mc 13,28-31). Em seguida, fala bem claramente sobre o dia e a hora do fim do mundo: “Quanto a esse dia e essa hora, ninguém sabe nada, nem os anjos, nem o Filho, mas somente o Pai!” (Mc 13,32). Finalmente, uma última advertência de vigilância. “O que digo a vocês, digo a todos: fiquem bem vigilantes!” (Mc 13,33-37).

Alargando

A vinda do Messias e o fim do mundo

Hoje, muita gente vive preocupada com o fim do mundo. Alguns, lendo o Apocalipse de João, chegam a predizer a data exata do fim. Durante muitos séculos se dizia: “De 1000 passou, mas de 2000 não passará!” Por isso, na medida em que o ano 2000 chegava mais perto, muitos ficavam preocupados. Teve até gente que, angustiada com a chegada do fim do mundo, chegou a cometer suicídio. Mas o ano 2000 passou e nada aconteceu. O fim não chegou! A mesma problemática havia nas comunidades cristãs dos primeiros séculos.

Elas viviam na expectativa da vinda iminente de Jesus. Jesus viria realizar o Juízo Final para transformar a história injusta do mundo cá de baixo e inaugurar a nova fase da história, a fase definitiva do Novo Céu e da Nova Terra. Achavam que isto aconteceria dentro de uma ou duas gerações. Muita gente ainda estaria viva quando Jesus fosse aparecer glorioso do céu (1Ts 4,16-17; Mc 9,1). Havia até pessoas que já nem trabalhavam mais, porque achavam que a vinda fosse coisa de poucos dias ou semanas. Assim pensavam. Mas até hoje a vinda de Jesus ainda não aconteceu! Como entender esta demora? Nas ruas das cidades, a gente vê pintado nas paredes “Jesus voltará!” Vem ou não vem? E como será a vinda?

Muitas vezes, a afirmação “Jesus voltará!” é usada para meter medo nas pessoas e obrigá-las a frequentar uma determinada igreja! No Novo Testamento, porém, a volta de Jesus sempre é motivo de alegria e de paz! O medo é para os que oprimem e exploram o povo. Para os explorados e oprimidos, a vinda de Jesus é uma Boa Notícia!

Quando vai acontecer essa vinda? Entre os judeus, as opiniões eram variadas. Os saduceus e os herodianos diziam: “Os tempos messiânicos já chegaram!” Achavam que o bem-estar deles durante o governo de Herodes fosse expressão do Reino de Deus. Por isso, não queriam mudança e combatiam a pregação de Jesus que convocava o povo a mudar e a converter-se. Os fariseus diziam: “O Messias ainda deve chegar! Vai depender do nosso esforço na observância da lei!” Os essênios diziam: “O Reino prometido só chegará quando tivermos purificado o país de todas as impurezas.”

Entre os cristãos havia a mesma variedade de opiniões. Alguns da comunidade de Tessalônica na Grécia, apoiando-se na pregação de Paulo, diziam: “Jesus vai voltar logo!” (1Ts 4,13-18; 2Ts 2,2). Paulo responde que não é tão simples como eles imaginavam. E aos que já não trabalhavam avisa: “Quem não quiser trabalhar não tem direito de comer!” Provavelmente, eram uns preguiçosos que, na hora do almoço, iam mendigar a comida na casa do vizinho. Outros cristãos eram de opinião que Jesus só voltaria depois que o evangelho fosse anunciado no mundo inteiro (At 1,6-11). E achavam que, quanto maior o esforço de evangelizar, mais rápido viria o fim deste mundo. Outros, cansados de esperar, diziam: “Ele não vai voltar nunca!” (1Pd 3,4). Outros, baseando-se em palavras do próprio Jesus, diziam acertadamente: “Ele já está o meio de nós!” (Mt 25,40).

Hoje acontece o mesmo. Tem gente que diz: “Do jeito que está, está bem, tanto na Igreja como na sociedade!” Eles não querem mudança. Outros esperam pela volta imediata de Jesus. Outros acham que Jesus só voltará através do nosso trabalho e anúncio. Para nós, Jesus já está no nosso meio (Mt 28,20). Ele já está do nosso lado na luta pela justiça, pela paz, pela vida. Mas a plenitude ainda não chegou. Por isso, aguardamos com firme esperança a libertação plena da humanidade e da natureza (Rm 8,22-25).

Texto partilhado pelo autor e pela autora.

Ilustração de capa: Luis Henrique Alves Pinto

segunda-feira, 27 de novembro de 2023

TEMPO DA PURIFICAÇÃO E ILUMINAÇÃO: CATECUMENATO DE ADULTOS

 

Imagem: Google/Catequistasem Formação

Chegamos ao Tempo da Iluminação e Puriticação, no Catecumenato de Adultos em nossa paróquia. 

Para lembrar: O tempo da Purificação e Iluminação dos catecúmenos acontece normalmente na QUARESMA. A realização dos sacramentos é no sábado da Vigília Pascal ou, não sendo possível, realiza-se nas 2 primeiras semanas do Tempo Pascal. É um tempo voltado para preparação espiritual, não é um tempo de conteúdos catequéticos. percebam que eu disse "normalmente", mas, como estamos em uma paróquia onde a catequese de modo geral não se aplica ao"normal", transferimos este tempo para o final do ano civil (Que não deveria reger a catequese catecumenal de jeito nehum, mas, normalmente somos "vencidos" pelas regras e opiniões de quem não entende nada de catecumenato. Enfim, fazemos o que podemos. 

Nessa etapa, o primeiro Rito que fazemos é a “Eleição” dos candidato aos sacramentos. Um Rito que aocntece durante a missa com a comunidade.  Denomina-se “eleição” porque a Igreja admite o catecúmeno/catequizando, baseada na eleição de Deus, em cujo nome ela age. Chama-se, também “inscrição dos nomes” porque os candidatos, inscrevem seus nomes no registro dos eleitos (ou Livro dos eleitos).

Mas, seja em que período do ano for, cabe sempre algumas adaptações dos roteiros contidos no RICA - Ritual da Iniciação de Adultos. Seja por se realizarem fora da quaresma, seja porque as lideranças e párocos ainda não tem consciência da importância do processo catecumenal seguir os ritos propostos pelo Ritual.

O Rito que fecha o período do catecumenato (catequeses) e marca o Início do Tempo da Purificação e Iluminação, é o Rito da Eleição ou Inscrição do nome. A celebração do Rito deve acontecer oo Primeiro domingo da QuaresmaOs padrinhos acompanham os catecúmenos que agora serão denominados eleitos. A paróquia deve ter um "Livro dos eleitos", onde se faz a inscrição dos nomes durante a celebração. Este "livro" é guardado na paróquia para que todos os anos se faça a inscrição de novos eleitos. 


Nesse tempo há uma intensa preparação espiritual, mais relacionada à vida interior que à catequese, procurando purificar os corações e espíritos pelo exame de consciência e pela penitência, e iluminá-los por um conhecimento mais profundo de Cristo. Serve-se para isso de vários ritos, sobretudo dos escrutínios e das entregas.

Escrutínios: são rituais que se realizam por meio de exorcismos (orações e bênçãos), e são de caráter espiritual. O que se procura por meio deles é purificar os espíritos e os corações, fortalecer contra as tentações, orientar os propósitos e estimular as vontades, para que os catecúmenos ou catequizandos se unam a Cristo e reavivem seu desejo de amar a Deus (RICA 154 a 159). São três no total. Os escrutínios acontecem durante a celebração da missa com a comunidade, que é celebrada como de costume até a homilia. Após esta, os eleitos se ajoelham ou inclinarem-se para a oração e os padrinhos e toda comunidade é convida a rezar alguns instante em silêncio por eles. Os padrinhos colocam a mão direita sobre o ombro dos eleitos, e é proferida as preces pelos eleitos, utilizando uma das fórmulas propostas pelo RICA (nº 163 ou 378). Concluídas as preces, o padre recita a oração de exorcismo sobre os eleitos (RICA, nº 164 ou 379) e a missa prossegue como de costume.

A palavra "Exorcismo" exerce um certo fascínio pelas pessoas em geral. Isso porque a mídia tem dado uma conotação um tanto exagerada. Os exorcismos são orações que fortalecem o candidato na luta contra o mal. Inclui o gesto da imposição de mãos. Não é expulsão de um espírito demoníaco e sim um momento forte de bênção. 

Os Três escrutínios são feitos, com as leituras do Ciclo A, nesta sequencia: 
3º. Domingo: A Samaritana (Jo 4,5-42) - Fonte da água viva.
4º. Domingo: O Cego de nascença (Jo 9,1-41) - Deixar as trevas, acolher a luz.
5º. Domingo: Ressurreição de Lázaro (Jo 11,1-45) - Participar da ressurreição.

Além dos escrutínios a Quaresma prevê um Retiro espiritual, que pode ser adequado aos dias de semana ou ao 2º domingo. Outros Ritos, incluindo o Rito do Éfeta, podem se feitos no Sábado Santo pela manhã: redição do Símbolo, Unção com o óleo.

As celebrações dos Sacramentos da Iniciação Cristã são feitas no Sábado Santo (Vigília Pascal).  Para os que serão batizados, receberão todos os sacramentos. O padre os confirma. Os demais poderão receber os sacramentos que faltam para a iniciação. Para confirmar estes, deve-se ter autorização do bispo.  Quanto aqueles que participaram do catecumenato para aprofundamento da fé e já possuem todos os sacramentos, apenas acompanham as celebrações. Vale uma menção do padre nas celebrações.

E assim fecha-se o 3º Tempo do catecumenato - Purificação e Iluminação, e abre-se o Tempo da Mistagogia. Infelizmente percebemos que poucas paróquias utilizam-se deste tempo, que acontece duranto todo o Tempo Pascal, encerrando-se em Pentecostes. Mas, sobre o tempo da Mistagogia, falamos numa outra hora.



Ângela Rocha - Catequista, graduada em Teologia - PUCPR.                                     Catequistas em Formação.

* Estas e outras orientações com roteiros das celebrações encontram em nossa Apostila: CATECUMENATO DE ADULTOS, que pode ser adquirida entrando em contato pelo Whats: (41) 99747-0348.




terça-feira, 21 de novembro de 2023

CATEQUESE COM ADULTOS (CATECUMENATO)

 

Imagem: Ângela Rocha

Vamos navegar por águas mais profundas! Nada de ficar no raso!

Eu observo que há até, uma certa "disputa" entre coordenadores de catequese infantil e de adultos em algumas paróquias. E as pastorais caminham completamente separadas!

Em muitos lugares (mais do que deveria!), algumas lideranças acham que a catequese de adultos não é para os catequistas! Que estes só sabem lidar com criança!

E colocam agentes de diversas pastorais para ler o Catecismo da Igreja Católica  e pronto!

Gente, "restaure-se o Catecumenato de Adultos" é uma exigência da Igreja desde o Concílio Vaticano II!

Catequese se faz diferente! É preciso alertar o pároco sobre a catequese de adultos. É exigência da Igreja que se faça o Catecumenato (SC 14). No entanto, se a (Arqui)Diocese de vocês não orientar, as coisas não mudam.


Ângela Rocha





terça-feira, 14 de novembro de 2023

O LEITOR EM TEMPOS DE REDES SOCIAIS

Imagem: Freepick

E o leitor? O que fazer com ele? O que fizemos dele? 

Este personagem parece que anda desaparecido. Na verdade, se considerarmos o celular como "leitura", mais do que nunca todas as pessoas leem. Mas, que tipo de leitura? Será que as pessoas conseguem ler de verdade, textos reflexivos, por exemplo? Ah, sabemos que é difícil. Pelos resultados dos vestibulares e ENEM, sabemos bem que a situação do "leitor" está complicada. Mal e mal consegue passar da superfície. Não consegue reelaborar o que leu e muito menos discutir com pertinência o que lhe foi oferecido. 

Vira e mexe, aqui mesmo, ocorrem os ataques de leitores que leem com armas em riste, como se toda argumentação explicitada fosse uma cruzada pessoal contra sabe-se lá o quê. O texto só tem validade se corroborar as opiniões dele, leitor. 

Têm leitores que veem no posicionamento do escritor um mero "falar mal" direcionado ou um "denegrir" gratuito. Leitores que não sabem sequer o contexto do que leem e a articulação disso com o que mais ocorre, inclusive com eles. Não sabem, por outro lado, se aproximar, conversar, trocar ideias, abordar um escritor (que, bem ou mal, conquistou este espaço) ou aproveitar o ensejo para colaborar de forma inteligente. Essas confusões são típicas de quem confunde autor com narrador, ator com personagem, de quem bate no ator na rua porque ele fez papel de machão na novela das oito.

A enome máquina da tecnologia de comunicação nos proporcionou conhecimentos infinitos, espaços antes inalcansável e tempo sem contar as horas do relógio. E o que o leitor faz com isso? Nada. Se a escrita tiver mais que três linhas, é cansativo demais e não vale a pena. 

Quando foi que você leu um livro pela última vez? E que teor ele tinha? Conversou com alguém a respeito? Quando foi que você participou de uma reunião em que as pessoas discutem aspectos de uma ideia? Quando foi que escreveu algo provocado pelo que lia? E sua abordagem foi interessante? Iniciou um diálogo inteligente com alguém? 

Tomara que sim. E tomara que aumentem as oportunidades que temos de escrever, principalmente de escrever textos que merecem ser lidos e discutidos. A recompensa do texto é ele encontrar leitores. A graça do autor é saber uma resposta bem-disposta à provocação escrita e, quem sabe, conhecer outros leitores capazes da autoria. 

Ângela Rocha

(Adaptação de um texto do Rider's Digest. Lembra dele?)



sábado, 11 de novembro de 2023

A SANTISSIMA TRINDADE E A AGUA EM SUAS DIFERENTES FORMAS


Uma catequista me perguntou se eu já tinha visto esta comparação... A Trindade Santa e a água. Aí fui ao nosso inestimável Google procurar... E achei MUIIIIITA coisa... rsrsrsr... Inclusive comparações químicas, com moléculas, H2O e tudo mais... Mas o texto que mais gostei, e achei simples, foi o do blog da Catequese de Redunfinho em Portugal, que adapto aqui para vocês:

É normal que nós nos questionemos sobre o grande mistério que é a Santíssima Trindade. São muitas as questões que nos surgem e para as quais não encontramos respostas. Imagine então como é explicar para as crianças algo que nem nós, entendemos direito.

Entretanto, existe algo que entendemos, não o mistério no seu todo, porque assim deixaria de ser mistério, mas entendemos a ligação das três Pessoas, que é o Deus Pai, o Deus Filho e o Deus Espírito Santo. Agora como explicar isto aos nossos catequizandos?

Primeiro vamos lembrar uma história sobre Santo Agostinho, que se debateu muito sobre este mistério, que é a seguinte:

Certo dia Santo Agostinho estava caminhando pela praia. Nessa caminhada fazia a sua meditação e nesse altura procurava entender o mistério da Santíssima Trindade. Foi quando se deparou com uma criança brincando na areia. Ao observá-la melhor, se dá conta que aquela criança tinha feito um buraco na areia. O mais intrigante de tudo é que a criança caminhava para a água, enchia as suas pequeninas mãozinhas e em seguida dirigia-se para o tal buraco e lá colocava a pouca água que conseguia segurar. Santo Agostinho aproxima-se e pergunta:
- O que você está fazendo?
- Estou colocando a água do mar neste buraco que fiz - responde a criança.
- Mas isso é impossível! - diz Santo Agostinho.
E a criança responde prontamente:
- É mais fácil eu colocar a água do mar neste buraco do que você entender o mistério da Santíssima Trindade. - E o pequeno anjo desapareceu...

Ao lermos esta história ficamos com a ideia do mistério envolvente. É de fato um mistério muito grandioso, mas podemos simplificar. 

Quando nós, cristãos, falamos sobre a Trindade estamos afirmando que o Deus que encontramos através da Revelação é um Deus único, mas ao mesmo tempo Trino. Ou podemos dizer de uma outra forma: há um só Deus em três pessoas que é o Pai, Filho e Espírito Santo. Há uma só natureza, mas existem três pessoas. A essas três Pessoas são identificadas ações próprias, mas é necessário lembrar que quando uma das três Pessoas age, Deus está agindo por inteiro. Assim chamamos o Deus Pai de Criador, o Deus Filho de Redentor e o Deus Espírito Santo de Santificador.

Existe ainda uma comparação simples que se pode fazer, numa linguagem mais comum, que nos ajuda a entender melhor. Nessa explicação vamos comparar a Santíssima Trindade à água:

Quando a água está no estado liquido, no estado sólido (gelo) e no estado gasoso (vapor), ela está em estados diferentes? Sim.
Mas ela deixou de ser água? Não.
Assim também é a Trindade. Deus Pai está longe das nossas mãos, não podemos abracá-Lo, mas, é fluído como o líquido; Jesus é o Verbo do Pai que se encarnou, é sólido, humano como nós; e o Espírito Santo é a brisa suave, produto do amor do Pai e do Filho.

Viram que coisa simples e bonita?
E dá para usar água benta no encontro...
E dá para usar picolés...
E dá para ferver água... Opa! Essa parte, sei não... rsrsrsr...
Fica pela criatividade de vocês.

Ângela Rocha
Catequista
Graduada em teologia pela PUCPR



sexta-feira, 10 de novembro de 2023

"EU ACHO QUE NÃO SEI O QUE É FÉ"


Li este texto no blog do Pe. Rui Santiago...
E só quem, como nós, convive com as crianças, sabe como a lógica delas é simples e ao mesmo tempo dotada de uma sabedoria sem igual.

Deliciem-se também com o texto...

"Olha, eu acho que não sei o que é a Fé!"

Pediram-me para ir fazer qualquer coisa parecida com uma palestra sobre a Fé... 
Ao chegar ao auditório veio ter comigo um garoto daqueles com ar vivíssimo, com movimentos de pardal. 
Olá Rui!” Não sei de onde me conhecia, não me lembrava dele.

Chama-se André e tem sete anos. Disse-me que queria me ajudar. Ajudou, então. Fui lá para a frente e ele foi comigo. Peguei uma cadeira para o meu dedicado assistente e coloquei-a ao meu lado, onde eu ia falar de pé. 

André, quando eu tiver a dizer asneiras, tu fazes-me sinal, ok?” Ele, com toda a seriedade deste mundo, disse-me que sim. Ele lá sabe do que eu sou capaz...

Comecei a falar com quem foi lá. Estava a lhes propor que conversassem um pouco uns com os outros sobre estas coisas da Fé, o que é para eles, para quê, de que maneira... 

O André interrompeu-me com o braço no ar. Chamou-me para me dizer um segredo. Encostei o ouvido e ele sussurrou: 

-“Eu tenho Fé no Afonso”
-"Quem é o Afonso?" 
-"O Afonso é meu amigo!" 

Eu sorri-lhe e agradeci ter-me contado o segredo. Endireitei-me outra vez, virei-me para a frente e mandei a assembleia começar a conversar. Fui-me sentar a um canto, sozinho, enquanto todos conversavam no auditório com os vizinhos do lado.

Lá à frente, o André abandonou a sua cadeira de meu ajudante e veio falar comigo. Fixou-me nos olhos: 

- “Olha, eu acho que não sei o que é a Fé” - foi o que disse soprado por aquele buraco do dente da frente em falta. E eu perguntei-lhe:
- “Então o que estava agora há pouco dizendo do teu amigo Afonso? Você disse que tinha Fé nele... O que é que queria dizer?” - Ele pensou um pouco, com os olhos abertos, enormes, e disparou rindo:
-"Oh! Eu tenho Fé no Afonso quer dizer que eu acredito que ele vai ser para sempre meu amigo!”  - E eu tremi. E agradeci-lhe: 
- “É isso mesmo André! É isso mesmo... Obrigado... Queria me ajudar e já ajudou muito!” E ele riu-se, encolheu os ombros com uma enorme despretensão e foi sentar no seu posto.

Eu lá fiquei no canto, mais tempo do que deveria ficar... precisava... e acho que durante muito tempo me vou lembrar de contar esta história.

Lembrem-me, ok? E, se quiserem, podem contá-la também. Ele chama-se André.

Publicado em 14/05/2013 por Rui Santiago cssr.

quinta-feira, 9 de novembro de 2023

AS QUATRO CARACTERÍSTICAS DA IGREJA CATÓLICA

Imagem: RealTrue
Vamos lembrar?

(É um dos temas da catequese de Eucaristia, quando se fala da Igreja).

As quatro marcas da Igreja ou quatro características da Igreja são um grupo de quatro adjetivos considerados como características que descrevem as marcas distintivas da Igreja de Jesus Cristo, sendo elas - Una, Santa, Católica e Apostólica. Essa crença é partilhada pela Igreja Católica, Ortodoxa, Nestoriana, Não-Calcedoniana, e pelo protestantismo histórico, algumas vezes é chamado de Atributos da Igreja.

Estas características foram dogmatizadas pelo Credo Niceno-Constantinopolitano, em 381, que professa: "Creio na Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica". Embora nenhuma afirmação de fé pode expressar a totalidade da teologia e crença cristã, as quatro marcas representam um resumo de algumas das afirmações mais importantes dela. Estas palavras foram usadas durante a Reforma Católica para distinguir a Igreja Católica das demais denominações surgidas da Reforma Protestante.

Esta composição foi defendida por diversos Padres da Igreja nos três primeiros séculos do cristianismo. Uma referência a ela é encontrada nas epístolas de Santo Inácio, Bispo de Antioquia, por Eusébio de Cesareia, Santo Atanásio e etc. O Primeiro Concílio de Nicéia realizado em 325, que desenvolveu o Credo Niceno, cita a catolicidade e apostolicidade da Igreja. Estas características foram dogmatizadas pelo Credo Niceno-Constantinopolitano, em 381: "Creio na Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica".

UNA

"Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo. Há um só Deus e Pai de todos, que atua acima de todos, por todos e em todos". (Ef 4:5-6). "Una" descreve a unidade do Corpo de Cristo. Essas palavras do Credo falam dos seguidores de Jesus Cristo, unidos em sua crença em um só Deus, um só Senhor, no Cenáculo. No discurso final de Jesus com seus discípulos, na noite de sua prisão, ele orou três vezes pedindo que eles pudessem ser apenas "um" (Jo. 17:20-23). Ele reza para que os cristãos possuam unidade, afirmando que esta unidade irá fornecer a evidência mais convincente para o mundo que ele é o seu Salvador.

SANTA

A palavra "santa" significa a procura constante da Igreja pelo aperfeiçoamento e amadurecimento espiritual, uma vez que todos os cristãos foram "chamados a serem santos" (Romanos, 1: 7). Jesus fundou sua Igreja terrestre para continuar a sua obra redentora e santificadora do mundo, sendo a santidade da Igreja derivada da santidade de Cristo. Porém isto não implica que os membros da Igreja são livres do pecado.

CATÓLICA

Porque a Igreja é universal e está espalhada por toda a Terra; é portadora da integralidade e totalidade do depósito da fé; "leva e administra a plenitude dos meios" necessários para a salvação" (incluindo os sete sacramentos), dados por Jesus à sua Igreja; "é enviada em missão a todos os povos, em todos os tempos e qualquer que seja a cultura a que eles pertençam"; e nela está presente Cristo.
Então Jesus veio para eles e disse:

"Toda a autoridade no céu e na terra foi dada a mim.
Portanto ide e fazei discípulos de todas as nações,
batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo e
ensinando-os a obedecer tudo o que vos tenho ordenado.
E eis que estou convosco todos os dias, até o fim dos tempos ".
Mateus 28,18-20.

APOSTÓLICA

Porque ela é fundamentada na doutrina dos Apóstolos cuja missão recebeu sem ruptura. Segundo a Doutrina Católica, todos os Bispos da Igreja são sucessores dos Apóstolos e o Papa, Chefe da Igreja, é o sucessor de São Pedro ("Príncipe dos Apóstolos"), que é a pedra na qual Cristo edificou a sua Igreja.

A palavra para "Pedro" e para "pedra" em aramaico são a mesma (Cepha, também transliterado Kipha), assim Pedro é a rocha da Igreja, o princípio da unidade e de estabilidade. Nos países da Antiguidade, a chave é um símbolo de autoridade, deste modo, dando a Pedro as "chaves do reino dos céus" Cristo promete que Ele vai conferir ao apóstolo o poder de governar o Igreja, no seu lugar como seu Vigário. Em todos os evangelhos do Novo Testamento, Pedro encabeça os apóstolos (Mt 10,1-4; Mc 3,16-19; Lc 6,14-16; At 1,13). Pedro era o primeiro que falava em nome dos apóstolos (Mt 18,21; Mc 8,29; Lc 12,41; Jo 6,69), e preside muitas cenas notáveis (Mt 14,28-32; Mt 17,24, Mc 10,28). "Em cada Evangelho, ele é o primeiro discípulo, à ser chamado por Jesus."

Fonte: Richard P. Brien, "As Marcas da Igreja (Credo Niceno)". National Catholic Reporter, Agosto, 2008.

quarta-feira, 8 de novembro de 2023

IVC - UM PROJETO A SER IMPLANTADO

 


Esta apostila se divide em duas partes:

I - Orientações e estudos sobre o Documento 107 da CNBB sobre a IVC - Iniciação à Vida Cristã;

II - Grupo de estudo com 70 catequistas espalhados pelo Brasil afora e suas percepções da implantação da Catequese pelo modelo Catecumenal. Uma delícia de acompanhar!

Não deixe de adquirir!

CONTATO WHATS (41) 99747-0348




ROTEIRO DE ENCONTRO (CELEBRAÇÃO): FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE

 

Um roteiro celebrativo de encontro para Catequese de adultos e Grupos de Reflexão, Encontros de Famílias, Pais...


ROTEIRO DE ENCONTRO (CELEBRAÇÃO)
FÉ, ESPERANÇA E CARIDADE

Iniciando o encontro:  Que tal pararmos um pouco para rezar pela nossa Igreja? Estes são dias propícios para nós, como cristãos, exercitarmo-nos na vivência das virtudes, sobretudo, no que diz respeito às virtudes teologais. Portanto, este momento é um convite para vivermos a Caridade, celebrarmos a Esperança e renovarmos a em Deus, que tudo realiza para a nossa santificação. Vamos celebrar!

Aprofundando o tema:

As virtudes teologais (fé, esperança e caridade), são aquelas que nos unem a Deus, possibilitando que nos relacionemos diretamente com Ele. Somente a partir desta vivência somos capazes de nos relacionar conosco mesmos, com os outros e com a criação, segundo os ensinamentos de Jesus. Das virtudes teologais, brotam todas as outras virtudes cristãs. 

Pela fé, cremos em Deus e em tudo o que nos revelou, compreendendo que Ele é a própria verdade. A esperança volta o nosso olhar para o céu, nos fazendo desejá-lo como a feliz meta da nossa vida, nos apoiando, para tanto, nas promessas de Jesus Cristo e na força do Seu Espírito Santo. 

A virtude da esperança corresponde ao desejo de felicidade que Deus imprimiu no coração de cada ser humano, protegendo contra possíveis desânimos durante a nossa caminhada cristã. 

Já a caridade, aquela que jamais passará, é a virtude pela qual nos tornamos capazes de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, sempre por amor ao Senhor.  

Iniciemos, assim, a nossa celebração, permitindo que o próprio Deus nos renove em Seu Amor. 

Celebração da fé, da esperança e da caridade 

Material necessário

1 – Pequeno altar com um crucifixo, uma imagem ou ícone à escolha;

2 – 3 velas adequadas para momentos litúrgicos (inicialmente apagadas, que ficarão sobre o altar);

3 – Manual da celebração, impresso ou digital;

4 – Bíblia para o leitor (as páginas das leituras devem ser marcadas previamente);

5 – Violão (caso haja um participante que saiba tocar). 

ACOLHIDA                     

Dirigente: Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo... 

Dirigente: Estamos reunidos com grande alegria, para celebrar a fé, a esperança e a caridade, unidos a Jesus Cristo, o nosso Salvador e Redentor. Para isto, clamemos a ação do Espírito Santo sobre nós: 

Todos: “Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso Amor. Enviai, Senhor, o Vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra. Oremos: Ó Deus, que instruíste os corações dos vossos fiéis, com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas, segundo o mesmo Espírito, e gozemos da sua consolação. Por Cristo Senhor nosso. Amém”. 

REFLEXÃO SOBRE A FÉ 

Dirigente: Estas velas apagadas representam a necessidade de ter a nossa vida constantemente iluminada pelas virtudes teologais, que são a fé, a esperança e a caridade. Estas virtudes nos unem firmemente a Deus. Pela fé, cremos em Deus e em tudo o que nos revelou, compreendendo que Ele é a própria verdade. Assim nos diz a Sua Palavra: 

Leitor: Leitura do Evangelho segundo São Marcos (Mc 5, 21-34) 

Tendo Jesus navegado outra vez para a margem oposta, de novo afluiu a ele uma grande multidão. Ele se achava à beira do mar, quando um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo, se apresentou e, à sua vista, lançou-se a seus pés, rogando-lhe com insistência: ‘Minha filhinha está nas últimas. Vem, impõe-lhe as mãos para que se salve e viva’. Jesus foi com ele e grande multidão o seguia, comprimindo-o. Ora, havia ali uma mulher que já por doze anos padecia de um fluxo de sangue. Sofrera muito nas mãos de vários médicos, gastando tudo o que possuía, sem achar nenhum alívio; pelo contrário, piorava cada vez mais. Tendo ela ouvido falar de Jesus, veio por detrás, entre a multidão, e tocou-lhe no manto. Dizia ela, consigo: ‘Se tocar, ainda que seja na orla do seu manto, estarei curada’. Ora, no mesmo instante se lhe estancou a fonte de sangue, e ela teve a sensação de estar curada. Jesus percebeu imediatamente que saíra dele uma força e, voltando-se para o povo, perguntou: ‘Quem tocou minhas vestes?’ Responderam-lhe os seus discípulos: ‘Vês que a multidão te comprime e perguntas: Quem me tocou?’ E ele olhava em derredor para ver quem o fizera. Ora, a mulher, atemorizada e trêmula, sabendo o que nela se tinha passado, veio lançar-se a seus pés e contou-lhe toda a verdade. Mas ele lhe disse: ‘Filha, a tua fé te salvou. Vai em paz e sê curada do teu mal’”. Palavra da Salvação. 

Todos: Glória a Vós, Senhor. 

O dirigente deve convidar os participantes a refletirem por um instante sobre o exemplo daquela mulher que, segundo a Palavra, por estar sofrendo de um fluxo de sangue, pela Lei de Moisés, não poderia tocar em outras pessoas. Porém, ela superou suas dificuldades e seus medos, atravessando a multidão que comprimia Jesus, a fim de tocar em Suas vestes. Jesus ia ao encontro da filha de Jairo, todavia, a fé daquela mulher O surpreendeu em Seu caminho. 

Temos “surpreendido” Jesus através dos nossos atos concretos de fé, ou permanecemos paralisados em nossas dificuldades, sem coragem de nos aproximar do Senhor? Pela fé, nos permitamos hoje tocar em Jesus, através desta celebração, suplicando-lhe a cura de nossas enfermidades físicas, psíquicas e, sobretudo, espirituais. Oremos juntos por um breve instante, através de preces espontâneas. 

(Havendo violão ou cantor, dedilhar bem baixinho durante as preces). 

Em seguida, o dirigente deve convidar os participantes a rezarem a Oração do Credo, enquanto a primeira vela é acesa, representando a luz da fé que se acende em nossos corações: 

Todos: Creio em Deus pai todo poderoso, criador do céu e da terra, e em Jesus cristo seu único filho, nosso Senhor, que foi concebido, pelo poder do Espírito Santo, nasceu da virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu à mansão dos mortos, ressuscitou ao terceiro dia, subiu aos céus e está sentado à direita de Deus Pai todo poderoso, donde há de vir e julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito santo, na Santa igreja Católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne e na vida eterna. Amém. 

REFLEXÃO SOBRE A ESPERANÇA 

Dirigente: Renovados na fé, passemos para a reflexão sobre a esperança. Esta é a virtude que volta o nosso olhar para o céu, nos fazendo desejá-lo como a feliz meta da nossa vida, nos apoiando, para tanto, nas promessas de Jesus Cristo e na força do Seu Espírito Santo. 

A virtude da esperança corresponde ao desejo de felicidade que Deus imprimiu no coração de cada um de nós, e que nos protege contra possíveis desânimos durante a nossa caminhada. Direcionemos, assim, o nosso olhar para o céu. Como cristãos, ainda falamos muito pouco a respeito das belezas do Reino dos Céus. Este céu é nosso fim e a realização das aspirações mais profundas que trazemos em nossos corações; é o estado supremo e definitivo de felicidade, no qual, junto com a Virgem Maria e todos os anjos e santos, louvaremos e cantaremos eternamente as bondades do nosso Deus. A esperança no céu está no centro do discurso de Jesus:    

Leitor: Leitura do Evangelho de São Mateus (Mt 5, 1-12) 

 Vendo aquelas multidões, Jesus subiu à montanha. Sentou-se e seus discípulos aproximaram-se dele. Então, abriu a boca e lhes ensinava, dizendo: ‘Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos Céus. Bem-aventurados os que cho­ram, porque serão consolados. Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão miseri­córdia. Bem-aventurados os puros de coração, porque verão Deus. Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus. Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. Bem-aventurados sereis quando vos caluniarem, quando vos perseguirem e disserem falsamente todo o mal contra vós por causa de mim. Alegrai-vos e exultai, porque será grande a vossa recompensa nos céus”. Palavra da Salvação. 

Dirigente: Façamos os nossos pedidos a Deus. Peçamos que Ele mesmo venha renovar a esperança e a alegria em nossos corações. 

Preces:

Leitor: Senhor Jesus, Te pedimos que geres hoje em nosso coração uma nova esperança. Enche nossas vidas com a alegria do céu. Retira nossos olhos das dificuldades, dos medos e das angústias que nos separam de Ti, fazendo-nos caminhar firmemente, mesmo em meios aos sofrimentos, a fim de encontrarmos o consolo somente em Ti.

Todos: Renova-nos, Senhor, na esperança do céu. 

Leitor: Senhor Jesus, Te pedimos neste momento por nossas famílias. Que as bem-aventuranças celestes sejam o guia para a vivência da misericórdia, da mansidão e do perdão em nosso meio familiar. Que sejamos, uns para os outros, degraus para alcançarmos juntos o céu.

Todos: Renova-nos, Senhor, na esperança do céu. 

Leitor: Senhor Jesus, te pedimos por todos os homens que vivem na desesperança, por não Te conhecerem. Socorre cada um destes que estão perdidos nas drogas, na violência, no egoísmo e nas falsas mentalidades, redirecionando os meios e o fim de suas vidas para o caminho do céu.

Todos: Renova-nos, Senhor, na esperança do céu. 

Leitor: Senhor Jesus, te pedimos por toda a Igreja. Abençoa a vida do Papa Francisco e a todas as dioceses, comunidades e fiéis do mundo inteiro. Concede-nos a graça de, como Igreja, sermos setas que apontam para as bem-aventuranças celestes.

Todos: Renova-nos, Senhor, na esperança do céu. 

Dirigente: Encerremos nossas preces com a oração do Pai Nosso, para que o Senhor, que está nos céus, digne-Se a atender nossas súplicas filiais. 

(Enquanto rezam a oração do Pai Nosso, a segunda vela deve ser acesa). 

Todos: Pai Nosso que estais nos Céus, santificado seja o vosso Nome, venha a nós o vosso Reino, seja feita a vossa vontade assim na terra como no Céu. O pão nosso de cada dia nos daí hoje, perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido, e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do Mal. Amém. 

REFLEXÃO SOBRE A CARIDADE 

Dirigente: Por fim, a caridade é a virtude que jamais passará. É pela caridade que nos tornamos capazes de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, sempre por amor ao Senhor. Vejamos o que o Senhor tem a nos dizer a respeito da caridade: 

Leitor: Leitura da Segunda carta de são Paulo aos Coríntios (II Cor 13, 1-8) 

 Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver caridade, sou como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine. Mesmo que eu tivesse o dom da profecia, e co­nhecesse todos os mistérios e toda a ciência; mesmo que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tiver caridade, não sou nada. Ainda que distribuís­se todos os meus bens em sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tiver caridade, de nada valeria. A caridade é paciente, a caridade é bondosa. Não tem inveja. A caridade não é orgulhosa. Não é arrogante. Nem escandalosa. Não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não guarda rancor. Não se alegra com a injustiça, mas se rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. A caridade jamais acabará“. 

Dirigente: Diante desta Palavra, o Senhor nos convida a viver, desde já, a virtude que jamais passará. No céu, não mais necessitaremos crer, pois veremos com nossos próprios olhos a Glória de Deus. Tampouco precisaremos esperar, pois teremos alcançado a meta de nossas vidas. Somente a caridade restará. No céu, não há vias que nos levam para nós mesmos, mas exclusivamente para o outro. Não há como vivermos a caridade sozinhos, necessitamos do outro para concretizá-la: necessitados do grande Outro, que é Deus, e, a partir Dele, do outro que é o nosso próximo. 

Para vivermos o amor a Deus e ao outro de forma encarnada em nosso dia a dia, em silêncio, pensemos em um ato concreto (e simples) de amor a Deus, que será realizado através do nosso próximo. Seja um pedido de perdão, a oração do terço por algum enfermo, ou mesmo uma ajuda material a um necessitado. 

(Pausa para a reflexão, se possível, ao som do violão) 

Durante esta semana, busquemos colocar em prática aquilo que o Senhor nos inspirou, e rezemos agora, com fé, uma Ave-Maria, suplicando a intercessão de Nossa Senhora, para que ela, a Mãe do Belo Amor, nos ajude a bem vivermos a caridade:    

(Enquanto rezam a Ave-Maria, a terceira vela deve ser acesa). 

Todos: Ave-Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o Fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte, amém. 

ORAÇÃO FINAL 

Dirigente: Senhor, nosso Deus, iluminados pela fé, esperança e caridade que brotam do vosso Filho, e guiados pelo vosso Espírito Santo, pedimos-vos que nos concedas a graça de sempre progredir na união Convosco, através da vivência das virtudes que infundistes em nós, por Jesus Cristo, vosso Filho, que vive e reina para sempre.

Todos: Amém. 

Dirigente: O Senhor nos abençoe, nos guarde e nos livre de todo mal, amém! 

(Enquanto o dirigente profere estas palavras, todos fazem o sinal da cruz). 

Dirigente: Cantemos o canto de encerramento da nossa celebração, honrando a Virgem Maria. 

(Havendo violão ou cantor, entoa-se uma música em honra à Nossa Senhora, na falta destes, reza-se uma Salve Rainha). 

Dirigente: Rezemos, honrando a Virgem Maria. 

Oração: Salve Rainha, mãe de misericórdia, vida, doçura e esperança nossa, Salve. A vós bradamos, degredados filhos de Eva, a vós suspiramos, gemendo e chorando neste vale de lágrimas. Eia, pois, advogada nossa, esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei, e depois deste desterro, mostrai-nos Jesus, bendito fruto do vosso ventre, ó clemente, ó piedosa, ó doce e sempre virgem Maria. Rogai por nós, Santa Mãe de Deus, para que sejamos dignos das promessas de Cristo, amém. 

FONTE: https://comshalom.org/roteiro-de-uma-celebracao-para-viver-em-familia/

Adaptação: Ângela Rocha