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sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

HOMILIA DA SAGRADA FAMILIA

Sagrada Família, Jesus Maria e José

A Sagrada Família de Nazaré é um ícone de beleza. Leva-nos rapidamente aos sentimentos de pureza, obediência e silêncio. Contudo, a celebração deste dia, no tempo do Natal, não nos deve levar a uma busca moralista de um modelo de família. Uma contemplação idealista, aquela que procura se nortear por um ideal supremo, pode conduzir ao erro de desconsiderar os limites humanos próprios de qualquer história familiar. Pois, onde há ser humano, há conflitos; existem problemas para se resolver ou para se considerar.
Primeiramente os textos nos apontam para as virtudes da vida em família. O primeiro eles é o respeito aos pais, nas palavras do Eclesiástico: “Quem honra o seu pai, alcança o perdão dos pecados; evita cometê-los e será ouvido na oração quotidiana. Quem respeita a sua mãe é como alguém que ajunta tesouros. Meu filho, ampara o teu pai na velhice e não lhe causes desgosto enquanto ele vive. Mesmo que ele esteja perdendo a lucidez, procura ser compreensivo para com ele; não o humilhes, em nenhum dos dias de sua vida” (Eclo 3,4-5.14-15). Hoje vemos o egoísmo invadir as relações. Os mais velhos, tão considerados por sua sabedoria nas sociedades orientais, são vistos no Ocidente, em muitos casos, como pesos, como pedras que precisam ser descartadas. A Palavra de Deus exorta aos filhos para que respeitem e cuidem de seus pais.
Outro elemento fundamental é o amor e o perdão: “revesti-vos de sincera misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente, se um tiver queixa contra o outro. Como o Senhor vos perdoou, assim perdoai vós também. Mas, sobretudo, amai-vos uns aos outros, pois o amor é o vínculo da perfeição” (Cl 3, 12-14; grifo nosso). Este tempo é propício para que examinemos o nosso coração, identificando os rancores. São comuns as histórias de ressentimentos profundos, causados por fatos longínquos entre pais e filhos. O perdão é um remédio terapêutico, pois as dores do passado nos incomodam, trazem tristeza, melancolia, depressão, além de doenças físicas. Também os esposos são convidados a não viver numa submissão passiva, mas compreendendo os limites um do outro, na doação.
O Evangelho nos mostra os primeiros momentos após o nascimento de Jesus. José e Maria, como bons judeus e cumpridores das tradições, vão até o templo para apresentar o menino. Lá encontram dois personagens – Simeão e Ana, que profetizam sobre a criança. Simeão afirma que Jesus seria causa de contradição e ainda que “uma espada transpassaria a alma de Maria”. De fato, ser mãe é inevitavelmente causa de sofrimento. Especialmente no caso de Maria, pois ela viveu a dificuldade de compreender os passos dados pelo seu filho. Junto com José, formaram uma família humilde, que viveu do esforço árduo do trabalho em um clã de um lugarejo desconsiderado. Desde a infância do Salvador Menino, seus pais enfrentaram dificuldades que muitas das famílias também suportam nos dias de hoje. Sinal importante de que constituir família significa uma luta árdua para que os filhos cresçam com dignidade.
E Jesus crescia “em estatura, sabedoria e em graça”. Não bastava a Ele o mero crescimento físico, mas foi ajudado por seus pais e parentes a crescer no sabor das coisas da vida e na graça de seu Pai Eterno. Hoje a sociedade compele os pais a darem sustento e educação direcionada ao mundo do trabalho, visando uma boa condição financeira no futuro dos infantes. O exemplo da Sagrada Família é uma inspiração para que se considerem os valores, a formação na fé e até o lazer criativo na educação dos filhos.


Um feliz 2015 a todos!

Pe. Roberto Nentwig

"Basta-te a minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força!"
(2Cor 12,9)

sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

HOMILIA DO DOMINGO - ADVENTO 2014 - ANO B

4º. Domingo do Advento - Ano B

“Por que acreditar no poder da graça de Deus, quando me percebo tão dono de mim, tão capaz de realizar tantas coisas?” Esta foi, logo no início do Gênesis, a presunção de Adão no seu desejo de ser como Deus, de se colocar no lugar do próprio Criador. O pecado de Adão é repetido pela sua descendência ao longo dos séculos.

Percebe-se hoje que Deus é uma lacuna, mesmo quando o Natal se aproxima. Os jornais ainda falam de Jesus, mas como um adendo, um acessório. O que importa para a mídia nestes tempos são as luzes, as cores, os presentes... Então o drama do pecado original se perpetua: Adão ainda se acha presunçoso, auto-suficiente. Deus é eclipsado, sem escrúpulos.

Mesmo um homem religioso como Davi, quis construir uma casa para o Senhor, achando-se o principal ator da obra. Paradoxalmente, para agradar a Deus, esqueceu-se do próprio Deus. O Senhor, que dobra os poderosos, mostrou por intermédio do profeta Natã que Ele mesmo construiria uma casa para o seu povo, e já havia começado, pois tinha percorrido toda a trajetória do rei, exterminando os inimigos, vencendo batalhas e tornando-o grande.

A história de Davi, na primeira leitura, revela que o advento é uma espera. O Senhor que vem é um dom, não uma posse. É fruto da bondade de Deus, de um amor gratuito, não fruto de nossos esforços. Deus continua vindo e continua nos pedindo apenas a abertura do coração, o espaço para ter onde nascer e habitar, o sim do ser humano. Não deseja habitar nos templos de pedra suntuosos, nem nos shoppings, mas no coração de cada ser humano. Prefere as construções vivas às pedras frias. Quando descobrimos nossa verdadeira humanidade, então Deus encontrou sua morada.

Foi este “aceito” que o Senhor pediu a Maria ao perguntar: “Posso entrar?” E a resposta, duvidosa no início, foi: “Pode, mas como?” A réplica do Anjo não deixa oportunidade para maiores defesas: “Para Deus nada é impossível!” Mais uma vez, Deus no pede uma abertura e uma confiança no poder de Deus, uma confiança na gratuidade. Mais uma vez ele se faz morada, arma a sua tenda, basta que acreditemos e aceitemos o seu amor, que façamos a nossa parte, que digamos o nosso sim.

O Senhor não arromba a casa, mesmo sendo dono. Ele construiu a casa, deu-nos de presente e depois pediu para entrar. Só o amor é capaz de fazer tanto. Maria deixou o Senhor entrar, em nome de todos nós. Agora, ao longo dos séculos, convida homens e mulheres a repetir o seu “sim”.

O seu sim à graça já estava explicito na saudação do Anjo, pois Maria recebeu, de início, um nome novo: “Cheia de graça”. Em grego a expressão “Kechariteméne” tem a raiz na palavra cháris = graça, amor, simpatia, favor, charme... O tempo verbal empregado denota uma ação já realizada. Portanto, Maria foi objeto da ação do Espírito Santo, foi-lhe comunicado o Espírito e agora é para sempre. Ela é antecipadamente repleta do “charis”, ou seja, Maria é já antecipadamente agraciada, escolhida e isenta de todo o pecado, pois é plena da graça. Onde a graça é transbordante, não há espaço para o pecado.

O anjo disse “Alegra-te”. Nós dizemos “Ave Maria”. Na oração cotidiana e por vezes irreflexiva, parece uma simples saudação, mas na verdade é uma palavra que convida à alegria. Tal alegria é a manifestação dos tempos messiânicos (como em Sf 3,14-17; Jl 2,21-27). É uma alegria que brota do fato de Maria ser a mãe de Deus, a agraciada. Deus é conosco e habita em nosso meio, portanto, não cabe mais o medo e a hesitação.

Neste tempo que antecede a vinda do Salvador, somos convidados à alegria. Não basta a alegria das férias, das festas, dos presentes, das cores, mesmo da emoção da família reunida. Tudo isso é apenas sinal. Nossa alegria está no fato de que o Senhor é graça e quer estar conosco. Nossa alegria está na confiança de que o Senhor não só veio, mas continua vindo em nosso socorro, convidando-nos a viver em seu amor! Alegra-te, o Senhor está contigo, veio trazer a sua graça transbordante! A resposta fica por conta de cada um de nós...

Pe. Roberto Nentwig

"Basta-te a minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força!”
 (2Cor 12,9)

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

É NATAL!


Que neste natal haja...

Paz na terra, entre todos os homens de boa vontade. 
Paz àquele que anseia crescer, evoluir, entender.
Paz àquele que deseja em cada pensamento, em cada atitude, melhorar.
Paz àquele que busca dentro de si entendimento e aceitação,
Paz àquele que estende a mão a procura de bênçãos.
Paz àquele que abençoa com alegria e pureza de coração.
Paz àquele que em um sorriso traz calma e tranqüilidade.
Paz àquele que procura ensinamentos e que esteja em oração.
Paz àqueles que abrem seus corações em luzes puras,
amorosas, que envolvem a terra e permitem abrandar os aflitos...
Paz enfim Senhor, a todos os seres que habitam este universo...
Que a luz traga a todos os homens a fé renovadora,
a força e a coragem.
Que se unam em pensamento todos os de boa vontade.
E que nesta noite busquem a Paz.


Catequistas em Formação


Feliz Natal e um Ano Novo repleto de bênçãos!!

domingo, 7 de dezembro de 2014

A catequese se faz com as mãos...

Mais um ano que finda! E com este final sempre vêm sentimentos de realização por tudo de bom que fizemos e certa tristeza por aquilo que deixou de ser feito. Mas, não finda nunca a nossa esperança em realizar mais ainda nos anos vindouros.

A Catequese de nossa paróquia neste ano, com a graça de Deus, alcançou algumas realizações que são sonhos ainda, em outros lugares. Estamos dando os primeiros passos para uma catequese de verdadeira iniciação cristã, envolvente e mistagógica.

Começamos com a implantação dos Ritos de Entrega nas Celebrações. Quem não lembra o quão lindo e emocionante foi a Entrega da Oração do Pai Nosso nas mãos dos catequizandos do 2º Tempo; ou a Entrega dos pergaminhos com a Profissão de Fé (Creio) aos catequizandos do 3º Tempo? Pais passando às mãos dos seus filhos o mais belo tesouro da nossa fé. São ritos históricos de uma evangelização que marca nossa Igreja há séculos e que agora foram resgatados como passagens marcantes na vida de fé das crianças e dos pais.

Este ano tivemos também, nos primeiros meses do ano, nossa Catequese de Iniciação, o chamado “querigma”, com três meses de encontros com as famílias e os catequizandos que ingressam no primeiro tempo de preparação à Eucaristia. Foram nove encontros realizados aos domingos de manhã envolvendo crianças, pais, mães, irmãos, avós e até amigos dos nossos catequizandos. Sem dúvida um tempo privilegiado de conversão que culminou com a acolhida aos catequizandos em maio, início do nosso “ano catequético”. Nesta celebração, nossos catequizandos recebem também, das mãos dos seus pais, a Bíblia, Palavra de Deus que os acompanhará em todos os cinco anos de catequese e pela vida afora. Esperamos com expectativa o início de 2015 para retornamos com este projeto.
Além da acolhida dos novos catequizandos, em maio tivemos uma grande Gincana Catequética, envolvendo todos os catequizandos numa divertida e competitiva manhã de sábado. E foi pelas mãos de nossos catequistas que este evento aconteceu.

Igualmente marcante, foi o segundo Workshop da Bíblia, realizado no final de setembro como fechamento do Mês da Bíblia, com a participação e envolvimento de todas as turmas da catequese. Uma exposição realizada no Centro de Pastoral mostrando todo o trabalho que é feito com a Palavra de Deus e o quanto é importante valorizá-la. Tivemos também o Terço com os catequizandos do 3º Tempo, onde, a muitas mãos e corações, as dezenas foram construídas.

E foram vários eventos festivos marcando e dinamizando a catequese. Tudo feito a quatro, seis, dez, vinte... Muitas mãos. Mãos da coordenação, envolvida e comprometida; mãos do nosso pároco, sempre apoiador da catequese; mãos das nossas lideranças e demais pastorais, parceiras na evangelização; mãos dos nossos (as) catequistas, incansáveis e abnegados; mãos das nossas famílias e mãos dos nossos catequizandos; sempre lembrando que “onde dois ou mais estiverem reunidos, ali estarei com eles” (Mt 18,20).


E é com esta “Coroa de Mãos” que finalizamos o ano. Símbolo do Advento e da espera de Cristo Salvador, nossa coroa não poderia deixar de ser feita de “mãos”. Pequenas e quase grandes mãos dos nossos catequizandos, recortadas em verde, símbolo da vida e da esperança em tempos melhores.

Uma feliz “espera” do Salvador a todos! Que nossas mãos se juntem novamente em preces e ações no ano novo que vem aí!

Ângela Rocha

Pastoral Catequética

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

VAMOS VIAJAR! FÉRIAS, PRAIA... TEM COISA MELHOR? MAS, CUIDADO!

Chega o verão e junto com ele muitas coisas boas acontecem. É hora de arrumar as malas e viajar com a família e os amigos, curtir uma boa praia e festejar o tão esperado Natal e Ano Novo. Algumas dicas para você se divertir no verão sem se esquecer de alguns cuidados importantes.

Mantenha-se sempre hidratado, beba no mínimo 2 litros de líquido por dia, preferencialmente água, água de coco e sucos naturais. As crianças e os idosos são mais vulneráveis à desidratação e merecem atenção redobrada. Evite bebidas alcoólicas, pois ressecam e desidratam.


Coma alimentos leves e ricos em água, como frutas, legumes, saladas e vitaminas. Coma pouca carne. Evite alimentos gordurosos. Fracione a quantidade de alimentos em 4 ou 6 refeições durante o dia. Evite longos períodos em jejum. Evite o consumo diário de alimentos industrializados. Reduza o consumo de sal e açúcar refinado. Tome cuidado com os alimentos, pois no calor eles estragam mais rápido e podem causar intoxicação alimentar.


Evite ou diminua a exposição solar no horário das 10h às 16h, quando o sol é mais forte. Use um protetor solar, refazendo a aplicação a cada 2 horas, ou após nadar ou suar em excesso, durante o tempo em que permanecer ao sol. Evite o bronzeamento artificial, a luz ultravioleta emitida por lâmpadas causa queimaduras semelhantes à solar, envelhecimento precoce e aumentam o risco de desenvolver câncer de pele.

Facilite a transpiração, usando roupas folgadas, de tecidos leves e claros. Inclua chapéu ou boné no figurino, para proteger o rosto e os cabelos. Use óculos escuros, com proteção ultravioleta total para evitar queimaduras da córnea e da retina, que causam lesões irreversíveis. Mantenha crianças e idosos protegidos do sol, usando protetores solares e expondo-as em horários favoráveis.

Faça atividade física e dê preferência aos extremos do dia (pela manhã até as 10 horas e a tarde após as 17 horas). Um corpo esteticamente adequado é a consequência natural de um programa de atividade física bem conduzida ao longo dos anos e não de um período curto de dois ou três meses. Sempre que possível, diminua a frequência e a intensidade do esforço físico quando o dia estiver muito quente.  Lembre-se de hidratar-se a cada 20 minutos.

Use o cinto de segurança, respeite os limites de velocidade e se beber NÃO DIRIJA EM HIPÓTESE ALGUMA.

Se você possui algum problema crônico de saúde, não esqueça as medicações e mais do que isso, siga rigorosamente as orientações do seu médico.


Se tiver algum problema e precisar de atendimento, alguns contatos do litoral do Paraná:

ATENDIMENTO EM GUARATUBA:
AMEL - Assistência Médica de Emergência do Litoral (41)3472-2373 - Rua Dr João Cândido, 647

ATENDIMENTO EM  MATINHOS:
CLÍN MÉDICA SÃO FRANCISCO DE ASSIS (clínica médica, fisioterapia, gastroenterologia, nutrição, otorrinolaringologia, psiquiatria, psicologia, radiologia, urologia, pediatria, ginecologia e otorrino) - (41)3453-1072, R.Juscelino Kubitschek de Oliveira, 200.

ATENDIMENTO EM  PARANAGUÁ:
EMERGENCIA HOSPITALAR – Hospital Paranaguá - (41)3721-8000 Rua Nestor Vitor, 222.


BOAS FÉRIAS! BOM VERÃO!

Fonte: Dicas do Saúde Caixa.

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Pais, escola, sociedade e catequese...

Não sei se acontece em mais lugares, mas, tenho observado que a procura pela catequese em nossa Paróquia diminui a cada ano. Temos turmas com 10 catequizandos em média. Claro que isso é uma realidade que ainda não supera a grande falta de catequistas na maioria das paróquias. Mas, todo ano temos menos catequizandos inscritos. Será que não estão nascendo mais crianças?

Existe também um fato que tem acontecido bastante: muitos pais nem estão batizando mais os filhos. Estão deixando que eles escolham a religião que querem seguir e quando receber o sacramento. 

O que não acontece muito com o time do coração. Os pais já vestem a camisa do Corinthians (eca!) na criança, recém-saída da maternidade. Isso não tem escolha!

Agora, que a educação que os pais dão, hoje, para os filhos, deixa muito a desejar, é fato comprovado. Estão aí os problemas que temos enfrentado, cada vez mais cedo, com nossas crianças. Que começa pela falta de limites, educação, respeito; e acaba em drogas, gravidez precoce, rebeldia, violência, etc. Então, antes que levantemos aquela velha bandeira do “isso é culpa dos pais”, quero aqui fazer uma defesa de “Mãe” e não de catequista. E meu palpite nisso é o de uma mãe de quatro filhos, cujos primeiros três já são adultos. 

O meu filho mais velho fez catequese e recebeu a crisma. Os outros dois pararam no primeiro ano da catequese de crisma e não quiseram mais saber. E nenhum dos três frequenta a Igreja hoje em dia. Fui criada na Igreja católica e meu marido também. Estou na catequese há quase 10 anos, exemplos e limites podem ter certeza, que demos e damos até hoje. Minha filha de 14 anos já recebeu a crisma e me ajuda na catequese. Mas, quando tem vontade.

Em minha defesa digo que, não são só os pais, que educam os filhos! A escola, a sociedade e a Igreja, têm parte nisso também.

Como pais, é nosso dever, ensinar valores aos nossos filhos. Valores éticos, morais, de justiça, honestidade, respeito ao próximo. 

À escola, cabe ensinar os conhecimentos para que eles possam, um dia, ser úteis á sociedade. E, é claro, eles aprendem também como se comportar naquele que é o primeiro meio social em que entram depois da família. E olha que a vida escolar tem um reflexo enorme na vida das pessoas. Passamos de doze a dezesseis anos na escola. Todos os dias da semana, durante 200 dias no ano. Isto quando não fazemos especialização, mestrado, etc.

Lá pelos sete anos, também, a criança começa a viver em outros grupos que são os amigos da escola, do futebol, do curso de inglês, do clube, da rua (isso onde ainda é possível). 

E, somente aos oito anos (vejam só!), a criança começa a frequentar o grupo de catequese, ou seja, começa o ensinamento da doutrina da fé e então ela vai para o grupo "religioso". Claro que esperamos que a criança tenha alguma vivência de fé na família. Notadamente, a maioria não tem. 

E encontramos algumas crianças, raras eu diria, cujos pais deixaram que escolhessem se queriam ir ou não. Agora, em que se baseia isso? Se os pais não vivem ou tem religião, é óbvio que não haverá esta escolha. Pelo menos na infância e adolescência. Só se algum outro grupo, escola e amigos, influenciar. Mas, quem “escolheu” ir, pode ter certeza que tem o dedo dos avós no meio...

E é aí, nesta tal “deixa que ele escolha”, que encontramos aquelas pessoas que chegam à Igreja por pressão da sociedade. O matrimônio ou, casamento na Igreja, ainda é um "costume" determinado pela sociedade. E muita gente, por causa disso, vai a Igreja, depois de adulto, completar os sacramentos. Erro nosso em não dar uma atenção maior á catequese destas pessoas. 

Mas, tem outro lado, encontramos cada vez mais casais, que não fazem questão de Igreja na história de suas vidas. E aí? Pra quem é que vamos fazer catequese de adultos quando ninguém mais “procurar”? Sabem aquela fala do “discípulo missionário” que a Igreja tanto insiste? Não é com criança que ela funciona... É aí mesmo que ela cabe!

Voltemos a nossa questão dos outros "sistemas", que não os pais, que são responsáveis pela educação das crianças e jovens. 

Como eu disse, a escola tem grande influência na vida das pessoas. E encontramos um sistema de ensino cada vez mais precário. Em nome da laicidade do estado e da liberdade de escolha religiosa, já não se pode mais nem falar em Deus lá. Não temos mais aula de religião. A não ser em colégios ligados a alguma doutrina. Também temos exemplos bastante preocupantes de comportamentos “exemplares” na escola. Sabemos que o grupo exerce forte influência na formação do indivíduo. Chega um momento que se tem necessidade de “pertencer” a algum outro grupo além da família. 

Ah, e o que um adolescente não é capaz de fazer para ser aceito! E não importa que os pais tenham ensinado que "aquilo" que o grupo faz ou pensa, está errado...

Agora vamos à influência que a Igreja, religião ou mesmo, a catequese, pode ter na vida de uma criança ou adolescente. Se compararmos os outros dois grupos à catequese, observando o tempo que se passa neles, poderíamos dizer que é... NENHUMA!

Que diferença pode fazer, na vida de alguém, trinta horas falando de fé e religião ao longo de um ano? Bom seria se fossem muitos e muitos anos... Mas em alguns lugares a catequese só dura um ano. E que diferença poderá fazer na vida de uma pessoa participar das missas por obrigação? Nenhuma, porque, com certeza, ela não ouviu nada e nem entendeu nada!

Agora, não pensem vocês aqui que estou dizendo que a catequese não adianta de nada. É claro que ela é importante e necessária. Mas ela é COMPLEMENTO daquilo que a pessoa vive em família, na sociedade, na escola, com amigos e companheiros de time. Ela só é eficaz, e atinge seus objetivos, quando é feita com mais que boa vontade e, para quem quer, ou seja, teve o anúncio querigmático! Quer ouvir, quer conhecer, quer experimentar JESUS!

Aqui então eu me faço outra pergunta: E quando a própria catequese é que tira a criatura do caminho? Vai que a família fez um bom trabalho, que a sociedade inflama a criatura a fazer alguma coisa, que os amigos chamam... Mas, a catequese se prova uma grande perda de tempo, uma chatice e um trololó de doutrina interminável?

Ângela Rocha
Catequista

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

CATEQUESE DO PAPA SOBRE O CHAMADO A SANTIDADE - 19/11/14


CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 19 de novembro de 2014
Boletim da Santa Sé
Queridos irmãos e irmãs, bom dia,
Um grande dom do Concílio Vaticano II foi aquele de ter recuperado uma visão de Igreja fundada na comunhão e de ter interpretado também o princípio da autoridade e da hierarquia em tal perspectiva. Isto nos ajudou a entender melhor que todos os cristãos, enquanto batizados, têm igual dignidade diante do Senhor e têm em comum a mesma vocação, que é aquela à santidade (cfr Cost. Lumen gentium, 39-42). Agora nos perguntamos: em que consiste essa vocação universal a ser santos? E como podemos realizá-la?
1. Antes de tudo devemos ter bem presente que a santidade não é algo que nós procuramos, que obtemos com as nossas qualidades e as nossas capacidades. A santidade é um dom, é o dom que nos dá o Senhor Jesus, quando nos toma consigo e nos reveste de si mesmo, torna-nos como Ele. Na carta aos Efésios, o apóstolo Paulo afirma que “Cristo amou a Igreja e deu a si mesmo por ela, para torná-la santa” (Ef 5, 25-26). Bem, realmente a santidade é a face mais bela da Igreja, a face mais bela: é nos recobrir em comunhão com Deus, na plenitude da sua vida e do seu amor. Entende-se, então, que a santidade não é uma prerrogativa somente de alguns: a santidade é um dom que é oferecido a todos, ninguém excluído, pelo qual constitui o caráter distintivo de cada cristão.
2. Tudo isso nos faz compreender que, para ser santos, não é preciso necessariamente ser bispo, padre ou religioso: não, todos somos chamados a nos tornar santos! Tantas vezes, depois, somos tentados a pensar que a santidade seja reservada somente àqueles que têm a possibilidade de destacar-se dos assuntos ordinários, por dedicar-se exclusivamente à oração. Mas não é assim! Alguns pensam que a santidade é fechar os olhos e fazer cara de imagem. Não! Não é isto a santidade! A santidade é algo maior, mais profundo que Deus nos dá. Antes, é justamente vivendo com amor e oferecendo o próprio testemunho cristão nas ocupações de cada dia que somos chamados a nos tornar santos. E cada um nas condições e no estado de vida em que se encontra. Mas você é consagrado, é consagrada? Seja santo vivendo com alegria a tua doação e o teu ministério. É casado? Seja santo amando e cuidando do teu marido ou da tua esposa, como Cristo fez com a Igreja. É um batizado não-casado? Seja santo cumprindo com honestidade e competência o seu trabalho e oferecendo tempo ao serviço aos irmãos. “Mas, padre, eu trabalho em uma fábrica; eu trabalho como contador, sempre com os números, ali não se pode ser santo…” – “Sim, pode! Ali onde você trabalha você pode se tornar santo. Deus te dá a graça de se tornar santo. Deus se comunica a você”. Sempre em cada lugar é possível tornar-se santo, isso é, pode-se abrir a esta graça que nos trabalha por dentro e nos leva à santidade. Você é pai ou avô? Seja santo ensinando com paixão aos filhos ou aos netos a conhecer e a seguir Jesus. E é preciso tanta paciência para isto, para ser um bom pai, um bom avô, uma boa mãe, uma boa avó, é preciso tanta paciência e nesta paciência vem a santidade: exercitando a paciência. Você é catequista, educador ou voluntário? Seja santo tornando-se sinal visível do amor de Deus e da sua presença próxima a nós. Então: cada estado de vida leva à santidade, sempre! Na sua casa, na estrada, no trabalho, na Igreja, naquele momento e no teu estado de vida foi aberto o caminho rumo à santidade. Não desanimem de andar neste caminho. É o próprio Deus que nos dá a graça. O Senhor só pede isto: que nós estejamos em comunhão com Ele e a serviço dos irmãos.
3. Neste ponto, cada um de nós pode fazer um pouco de exame de consciência, agora podemos fazê-lo, cada um responde a si mesmo, dentro, em silêncio: como respondemos até agora ao chamado do Senhor à santidade? Tenho vontade de me tornar um pouco melhor, de ser mais cristão, mais cristã? Este é o caminho da santidade. Quando o Senhor nos convida a nos tornar santos, não nos chama a algo de pesado, de triste… Tudo outra coisa! É um convite a partilhar a sua alegria, a viver e a oferecer com alegria cada momento da nossa vida fazendo-o se tornar ao mesmo tempo um dom de amor para as pessoas que estão próximas a nós. Se compreendemos isso, tudo muda e adquire um significado novo, um significado belo, um significado a começar pelas pequenas coisas de cada dia.
Um exemplo. Uma senhora vai ao supermercado fazer as compras e encontra uma vizinha e começam a falar e depois vem as fofocas e esta senhora diz: “não, não, não, eu não falarei mal de ninguém”. Isto é um passo para a santidade, ajuda-nos a nos tornar mais santos. Depois, na sua casa, o filho te pede para falar um pouco das suas coisas fantasiosas: “ah, estou tão cansado, trabalhei tanto hoje…” – “Você se acomode e escute o teu filho, que precisa disso!”. E você se acomoda, escute com paciência: isto é um passo para a santidade. Depois termina o dia, estamos todos cansados, mas tem a oração. Façamos a oração: também isto é um passo para a santidade. Depois chega o domingo e vamos à Missa, fazemos a comunhão, às vezes precedida de uma bela confissão que nos limpa um pouco. Este é um passo para a santidade. Depois pensamos em Nossa Senhora, tão boa, tão bela, e pegamos o rosário e o rezamos. Este é um passo para a santidade. Depois vou pelo caminho, vejo um pobre necessitado, paro, pergunto algo pra ele, dou algo a ele: é um passo para a santidade. São pequenas coisas, mas tantos pequenos passos para a santidade. Cada passo para a santidade nos tornará pessoas melhores, livres do egoísmo e do fechamento em si mesmo, e abertos aos irmãos e às suas necessidades.
Queridos amigos, na Primeira Carta de São Pedro é dirigida a nós esta exortação: “Cada um viva segundo a graça recebida, colocando-a a serviço dos outros, como bons administradores de uma multiforme graça de Deus. Quem fala, faça-o como com palavras de Deus; quem exercita um ofício, cumpra-o com a energia recebida de Deus, para que em tudo seja glorificado Deus por meio de Jesus Cristo” (4, 10-11). Eis o convite à santidade! Vamos acolhê-lo com alegria e apoiando-nos uns aos outros, porque o caminho rumo à santidade não se percorre sozinho, cada um por contra própria, mas se percorre juntos, naquele único corpo que é a Igreja, amada e tornada santa pelo Senhor Jesus Cristo. Sigamos adiante com coragem neste caminho da santidade.
FONTE: Canção Nova.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Aprendendo a fritar ovo...

Eu estava conversando com uma amiga e ela estava me contando sobre a catequese do filho adolescente. Que o menino andou fugindo alguns dias e ficou na praça jogando bola. E que mesmo o catequista sendo bem preparado e tudo, inventando coisas diferentes e tal, às vezes o filho não quer nem saber da coisa.

E aí me lembrei de outra mãe que me contou que o catequista da filha é nota 10, no entanto, teve que se ausentar por problemas de saúde e a “substituta” estragou todo o trabalho dele. Era uma pessoa sem preparo e sem trato com os adolescentes. Em resumo, quando o “titular” voltou encontrou uma revolta só. E acabou perdendo a paciência e estragando mais ainda o que já estava estragado.

Aí é que está o grande problema: nossa Igreja não tem tantos catequistas preparados assim. Todos os catequistas deveriam estar preparados e envolvidos no processo. Mas só alguns estão.

E outra coisa que ando percebendo, alguns catequistas andam "apelando". Não acho que levar computador ou inventar mil e quinhentas brincadeiras vá resolver o problema de conseguir a atenção dos jovens. Talvez até torne o encontro interessante. Mas será que os jovens vão achar o “assunto” interessante, colocar o “assunto Jesus” e o assunto fé, na internet?

Aliás, eu ando meio "revolucionária". Acho que temos que mostrar a igreja como ela é, cheia  de defeitos. E mostrar o projeto que Jesus queria. E mostrar o mundo como ele é... E conclamar os JOVENS a tentar mudá-lo. É nessa idade que a gente quer mudar o mundo!

Eu acredito na força do jovem, na vontade dele em mudar o mundo em que vive. Claro que ele é meio narcisista nesta fase, mas ele é cheio de ideais também.

O que a gente encontra é muita divergência de método e de conteúdo. Dentro até de uma mesma paróquia. As dioceses estão ainda meio perdidas. Mas enfim, é o seguinte: o que o Brasil, o mundo inteiro, aliás, já percebeu, é que a catequese de modo geral precisa mudar. E isso não é de hoje, é desde o Concílio Vaticano II (que alguns catequistas nunca ouviram falar).

Mas, COMO MUDAR??? A idéia é voltar aos primeiros tempos da igreja. Ao catecumenato, a mistagogia da fé. Voltar a fazer uma catequese de símbolos, rituais, etc. e tal. Sem essa parafernália de escola de doutrina. Porque a doutrina da Igreja Católica é mal interpretada e se não for entendida e contextualizada, afasta muita gente. Precisa capricho em saber ensiná-la.

É como aprender a cozinhar: ao invés da gente aprender primeiro a fritar ovo, ficar craque no mexido, na farofinha, na gema mole... A gente quer logo aprender a fazer Creme Brulée*.

Ângela Rocha

* Creme Brulée é uma requintada sobremesa francesa a base de ovos.


segunda-feira, 17 de novembro de 2014

HOMILIA DO DOMINGO - CRISTO REI - ANO A


Solenidade de Cristo Rei do Universo - A

Dois extremos se colocam diante de nossa reflexão neste domingo: por um lado, a Festa de Cristo Rei celebra a vitória gloriosa e triunfante do Senhor no final dos tempos; por outro lado, o Cristo é exaltado nos gestos simples de amor de cada dia. Ou seja, falar do futuro reinante de Deus em Cristo Senhor, implica em falar da história de um Reino que se descortina diante de nossos olhos pelo amor. Os dois extremos se colocam na dinâmica do “já e ainda não”. Somos peregrinos que almejam o Céu, enquanto construímos o Céu aqui. Estamos de passagem, rumo a Terra Definitiva. Mas Deus não preparou um Céu finalizado que tem uma porta aberta a nos esperar. Antes quer que façamos a nossa parte na construção deste Céu, apressando, assim, o Reino definitivo.

Qual é o critério para participar plenamente do Reinado Definitivo? O amor, sobretudo o amor pelos mais sofredores. No Evangelho vemos claramente que o Senhor não perguntará sobre uma lista de preceitos ou orientações canônicas, não vai se fixar em uma lista de mandamentos. Perguntará sobre nossas disposições em amar. Mais ainda: não perguntará sobre o amor de forma abstrata, mas sobre os gestos de amor que de modo bem concreto fomos capazes de realizar. O que nos justifica é o ato de alimentar, vestir, visitar, dar abrigo, consolar... O juízo do fim da história se antecipa em cada gesto de amor ou na renúncia do amor ao longo de nossa existência.

Não precisamos ser fundamentalistas. Muitos de nós nunca visitamos um presídio, por exemplo. Tal lacuna não significa o inferno. O que Jesus nos revela fundamentalmente é que sua religião não se fixa nos ritos e nas leis, mas na compaixão. Uma religião sem compaixão não é religião. E mais: em cada sofredor que surge diante de nós está o Senhor: nos desvalidos, no pecador rejeitado, na mulher violentada, no faminto, no triste, no desamparado. Ali está o Senhor, Rei de todo o Universo.

Não precisamos ter medo de Deus ou do juízo, pois o medo nos afasta de Deus. Mas devemos avaliar a nossa conduta a cada dia, pois nossas disposições (e indisposições) para amar serão eternizadas. No fim dos tempos, não haverá um julgamento aterrador de um juiz severo e condenador. É o mesmo Senhor que ama os pobres e perdoa os pecadores que nos julgará, com a mesma misericórdia.

O Senhor é Rei!  Prostrar-se diante dele, quando o Santíssimo é elevado ou diante de qualquer sacrário, pode ser uma abertura ao seu projeto de amor ou uma mera atitude piegas, fundamentalista ou uma prática formal e sem vida. O que define o nosso reconhecimento sobre o seu Reinado é amá-lo no ser humano. Que o Senhor verdadeiramente reine em nossas vidas até que o seu Reino sem fim se estabeleça. Amém!

Pe. Roberto Nentwig

"Basta-te a minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força!" (2Cor 12,9)

sábado, 15 de novembro de 2014

ROTEIRO DE ENCONTRO – TEMPO DO ADVENTO

O ideal é promover este encontro na 1ª Semana do Advento e continuar a acender as velas enquanto houver encontros de catequese. Peça aos catequizandos que acompanhem as missas dos domingos do Advento durante o mês de dezembro e vejam as velas sendo acendidas. 


AMBIENTE:

- Bíblia, imagem de Jesus menino;
- Cartaz ou folder do Ano Litúrgico;
- Papel dupla face (color set/papel cartão) verde, tesoura, lápis, cola, quatro velas: (vermelha, verde, rosa e branca), flores para enfeitar, fita vermelha;
- Confeccionar um cartão/marca página com a Oração do Advento.

ENCONTRO:

- Iniciar o encontro conversando com os catequizandos sobre o Tempo Litúrgico mostrando o cartaz/folder com a figura e pedindo a eles que identifiquem em que tempo estamos agora. Faça-os acompanhar a trajetória do ano.
- Em seguida pergunte a eles se sabem o significado da palavra ADVENTO.
- Use exemplos de “anúncio”, como por exemplo de um filme que está para ser lançado. As produtoras normalmente criam cartazes e trailers para anunciar o filme e provocar interesse nas pessoas em assistir. (Pode-se usar exemplo de algum filme que esteja sendo bem esperado o lançamento). Comentar sobre a expectativa que isso gera, a vontade de que aconteça logo e como isso nos causa alegria.
- Fazer agora a analogia com o anúncio do nascimento do Salvador. Volte àquele tempo em que era grande a espera por aquele que viria a salvar a humanidade. Volte ao contexto da época e explique porque as pessoas esperavam o messias.

Leitura Bíblica: Isaías 9, 1-6.

Depois da leitura bíblica, lembre da “grande luz” anunciada pelo Profeta Isaías e fale sobre a COROA DO ADVENTO, usando as informações do texto base e outras que você conheça.

Texto base: O que significa a Coroa do Advento?

O advento é o tempo litúrgico que antecede o Natal. São quatro semanas nas quais somos convidados a esperar Jesus que vem. Por isso é um tempo de preparação e de alegre espera do Senhor. Neste tempo montamos a COROA DO ADVENTO.

A vela sempre teve um significado especial para o homem, sobretudo porque antes de ser descoberta a eletricidade ela era a vitória contra a escuridão da noite. À luz das velas São Jerônimo traduzia a Bíblia do grego e do hebraico para o latim, nas grutas escuras de Belém onde Jesus nasceu. Em casa, a noite, quando falta a energia, todos correm atrás de uma vela e de um fósforo, ainda hoje.

Acender velas nos faz lembrar também a festa judaica de “Chanuká”, que celebra a retomada da Cidade de Jerusalém pelos irmãos macabeus das mãos dos gregos do rei Antíoco IV.

Antes da era cristã os pagãos celebravam em Roma a festa do deus Sol Invencível (Dies solis invicti) no  solstício de inverno, em 25 de dezembro. A Igreja sabiamente começou a celebrar o Natal de Jesus neste dia, para mostrar que Cristo é o verdadeiro Deus, o verdadeiro Sol, que traz nos seus raios a salvação. É a festa da luz que é o Cristo: “Eu Sou a Luz do mundo” (Jo 12, 8). No Natal desceu a nós a verdadeira Luz “que ilumina todo homem que vem a este mundo” (Jo 1, 9).
Na chama da vela estão presentes as forças da natureza e da vida. Cada vela marca um ano de nossa vida no bolo de aniversário. Para nós cristãos simbolizam a fé, o amor e  o trabalho realizado em prol do Reino de Deus. Velas são vidas que se imolam na liturgia do amor a Deus e ao próximo. Tudo isso foi levado para a liturgia do Advento. Com ramos de pinheiro uma coroa com quatro velas prepara os corações para a chegada do Deus Menino.

Nessas quatro semanas somos convidados a esperar Jesus que vem. É um tempo de preparação e de alegre espera do Senhor. Nas duas primeiras semanas do Advento, a liturgia nos convida a vigiar e esperar a vinda gloriosa do Salvador. Nas duas últimas, a Igreja nos faz lembrar a espera dos Profetas e de Maria pelo nascimento de Jesus.

A Coroa é o primeiro anúncio do Natal. O verde é o sinal de esperança e vida, enfeitada com uma fita vermelha que simboliza o amor de Deus que se manifesta de maneira suprema no nascimento do Filho de Deus humanado. A branca significa a paz que o Menino Deus veio trazer; a roxa clara (ou rosa) significa a alegria de sua chegada.

A Coroa é composta de quatro velas nos seus cantos presas aos ramos formando um círculo. O círculo não tem começo e nem fim, é símbolo da eternidade de Deus e do reinado eterno do Cristo. A cada domingo acende-se uma delas.

As quatro velas do Advento simbolizam as grandes etapas da salvação em Cristo.
1 – No primeiro domingo do Advento, acendemos a primeira vela – vermelha - que simboliza o perdão a Adão e Eva. Cristo desceu a Mansão dos mortos para dar-lhes o perdão.
2 – No segundo domingo -  a segunda vela – verde - esperança, acesa com a primeira, representa a fé dos Patriarcas: Abraão, Isaac, Jacó, que creram na Promessa da Terra Prometida, a Canaã dos hebreus; dali nasceria o Salvador, a Luz do Mundo.
3 – A terceira vela -  rosa - acessa com as duas primeiras, simboliza a alegria do rei Davi, o rei que simboliza o Messias porque reuniu sob seu reinado todas as tribos de Israel, assim como Cristo reunirá em si todos os filhos de Deus. É o domingo da alegria. Esta vela têm uma cor mais alegre, o rosa ou roxo claro.
4 – A última vela – branca -  simboliza os Profetas, que anunciaram um reino de paz e de justiça que o Messias traria.  É a vela branca.

Tudo isso para nos lembrar o que anunciou o Profeta:

“Um renovo sairá do tronco de Jessé, e um rebento brotará de suas raízes. Sobre ele repousará o Espírito do Senhor, Espírito de sabedoria e de entendimento, Espírito de prudência e de coragem, Espírito de ciência e de temor ao Senhor”. (Is 11,1-2)

“O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; sobre aqueles que habitavam uma região tenebrosa resplandeceu uma luz. Vós suscitais um grande regozijo, provocais uma imensa alegria; rejubilam-se diante de vós como na alegria da colheita, como exultam na partilha dos despojos. Porque o jugo que pesava sobre ele, a coleira de seu ombro e a vara do feitor, vós os quebrastes, como no dia de Madiã. Porque todo calçado que se traz na batalha, e todo manto manchado de sangue serão lançados ao fogo e tornar-se-ão presa das chamas; porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado; a soberania repousa sobre seus ombros, e ele se chama: Conselheiro admirável, Deus forte, Pai eterno, Príncipe da paz.  Seu império será grande e a paz sem fim sobre o trono de Davi e em seu reino. Ele o firmará e o manterá pelo direito e pela justiça, desde agora e para sempre. Eis o que fará o zelo do Senhor dos exércitos” (Is 9,1-6).



DINÂMICA: COROA DO ADVENTO - feito com as "mãos" das crianças.

- Convide os catequizandos a fazer uma “coroa do advento” com suas “próprias mãos”.
- Desenhar as mãos dos catequizados num papel cartão/colorset (dupla face) verde e recortar, depois de recortadas as mãozinhas, cole umas nas outras formando um círculo. - Formar uma coroa imitando as folhas (que significa vida). Enfeitar com flores e fitas vermelhas e no centro colocar pequenas velinhas, vermelhas ou com as cores litúrgicas da Coroa do Advento.




MOMENTO DE ORAÇÃO:

- Acenda a primeira vela da Coroa.
(Pode-se cantar com as crianças um canto ou mantra apropriado).
 - Convide-os a ler e refletir o Evangelho do 1º Domingo do Advento: Mc 13, 33-37.

ENCERRAMENTO:

- Sugira aos catequizandos que pesquisem na internet sobre a Coroa do Advento e os vários modelos e incentivem seus pais a fazer uma coroa também. Pode ser com as mãos dos membros da família ou com qualquer modelo disponível.
- Entregue os cartões com a Oração do advento, encerrando o encontro com a oração.




OBS. Se houver tempo, repetir nos próximos encontros o ritual de acender a vela e ler o Evangelho dos domingos do Advento.


Angela Rocha

Catequista – Paróquia Rainha dos Apóstolos – Londrina PR