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sexta-feira, 31 de março de 2017

HOMILIA DO 5º DOMINGO DA QUARESMA - ANO A


LÁZARO, VEM PARA FORA!

Jesus era muito amigo de Maria, Marta e Lázaro. Tratava-se de uma relação profunda. Em Betânia, Jesus era da família, era de casa, podia descansar e recobrar as forças. É muito interessante este aspecto da vida história de Jesus, o que revela um dos seus traços mais humanos. Jesus, como todos nós, precisava de relações profundas, de amigos, de aconchego, de acolhida… Desse modo, não é de se estranhar a reação de Jesus diante da morte de Lázaro. Jesus vai até o túmulo de seu amigo, e certamente sentiu a sua morte de um modo profundo. Somente nesta página do Evangelho, conta-se de um modo explícito que Jesus chorou. Sim, o Filho de Deus chorou de tristeza, de dor… Mostra-nos que a dor diante do fracasso em nossa luta contra o limite humano, as nossas lágrimas de tristeza e saudade não são vãs, não se trata de uma fraqueza que deva ser vencida por uma aparente coragem. Isso pelo simples fato de que Deus chorou, humanamente. Ao chorar diante do túmulo de Lázaro, todos perceberam quão grande era o seu amor. Sim, o seu coração humano amava. O seu coração humano continua nos amando. E nos ama com a solidariedade de quem compreende o profundo de nossa dor humana.
É preciso entender a ressurreição de Lázaro como um sinal, ou seja, mais importante que a historicidade do fato é o seu significado catequético. Inclusive os estudiosos duvidam de uma reanimação de Lázaro. E mesmo que tivesse voltado à vida, teria morrido novamente. A ressurreição não é uma simples reanimação de um corpo, mas uma transformação da realidade visível, uma glorificação. Tendo isso bem claro, poderemos entender o sentido deste texto do Evangelho: a proclamação da vida sobre a morte, uma catequese sobre a ressurreição.
Neste domingo vemos que o Batismo é vida nova. A morte não tem poder sobre os filhos da luz: “Quem crê em mim não morre” (Jo 11,26). O Senhor quer nos mostrar que nós, os batizados, não morremos, mas passamos para uma nova vida. Esta nova vida já começa aqui. Morreremos um dia, mas na verdade será a passagem para a nova vida, como nos indica segunda leitura.
Há uma morte batismal, uma morte de conversão, uma morte para o pecado. Há uma morte para a vida terrena. Quem souber morrer nesta vida, fará de sua morte um batismo: passagem para a vida verdadeira, então haverá Páscoa. Tais mortes são, na verdade vida: morremos para uma vida velha, para uma vida de pecado e automaticamente nascemos e vivemos para Deus. Morremos para uma existência efêmera e ressuscitamos para uma nova vida.
Lázaro vem para fora!” O convite de autoridade de Jesus quer nos arrancar das sombras da morte. Por vezes, estamos atados pelas faixas que nos imobilizam: é preciso retirar tudo aquilo que nos deixa estáticos, sem vitalidade, sem entusiasmo, sem capacidade para lutar e viver. É preciso sair para fora, retirando a pedra que nos deixa na escuridão. É preciso ter a coragem de deixar para trás tudo o que nos leva para a morte e caminhar ao encontro do Cristo. Então faremos a nossa Páscoa espiritual, uma passagem da morte para a vida que acontece, em primeiro lugar, no interior de nosso coração.
Jesus quer nos ressuscitar para uma vida nova. Embora o pecado esteja em nós, o Espírito nos ressuscita. Que esta Quaresma nos prepare para que ressuscitemos o Cristo. Na mesa da Eucaristia nós temos vida nova: “Quem come da minha carne e bebe do meu sangue permanece em mim e eu nele”.
Pe. Roberto Nentwig

quinta-feira, 30 de março de 2017

O EVANGELHO DO DOMINGO É USADO NO ENCONTRO DE CATEQUESE? QUANDO? ANTES OU DEPOIS?


Andei perguntando por aí (com segundas intenções, confesso!), como e, “SE”, é feito um trabalho com a Liturgia Dominical ou Evangelho nos encontros de catequese. Aproveitei a interação que nos grupos de catequistas do Facebook para levantar a questão.

Fora o fato de que (cada vez mais!), me convenço de que alguns catequistas entram em grupos de catequese meio sem saber por que (porque nunca respondem, comentam ou curtem o que quer que seja), descobri que esse é um assunto que não parece ser preocupação de muita gente. Num universo considerável, de digamos, umas DUAS MIL PESSOAS, eu recebi resposta de VINTE E SEIS! Ou seja 1%... UM POR CENTO! E a maioria delas, negativa.

E agora eu faço uma pergunta retórica, antes de começar o assunto de verdade...

- Sendo assim, não dá pra vocês reclamarem se só 1% das suas crianças frequentam a missa!! Dá?

E antes que se comece a considerar que eu sou tão “desinteressante” para vocês, como a missa é para as crianças, vamos a nossa questão!

Primeiro, por que trabalhar a liturgia dominical nos encontros de catequese? 
Por falta de assunto? 

É claro que se esse último for o motivo, podemos considerar que a proposta de solução é das mais felizes. E algumas paróquias usam mesmo o Evangelho do domingo como roteiro de catequese.

Mas, vamos ao “porque” do por que?

Precisamos trabalhar a liturgia dominical nos encontros de catequese, porque a nossa catequese PRECISA ser LITÚRGICA, ou seja, conduzir à liturgia e ao grande mistério da nossa fé “contado” na “mesa da Palavra” e vivido na Mesa do Pão, todos os domingos.

Para o DNC, a proposta ideal é de uma catequese litúrgica, que leve para os encontros a reflexão e os ensinamentos que provêm da leitura do Evangelho Dominical e que depois se estendem para a vida de cada um. “A catequese como celebração da fé e a liturgia como celebração da fé são duas funções da única missão evangelizadora e pastoral da Igreja”. (DNC 120)

E vamos considerar outra coisa: se não for pelas leituras ou menção do Evangelho que se faz na catequese, ele nem seria conhecido já que a maioria das nossas crianças NÃO VAI À MISSA!

Entre as respostas que recebi do “não” se trabalhar o Evangelho do Domingo, o motivo está no fato de que já temos (e tomara isso fosse uma realidade para todo mundo!), indicados em nossos roteiros, leituras para trabalhar nos encontros.

Hum.... É um fato! Mas não penso que a “memória” da missa dominical vá causar algum “desarranjo” no nosso encontro. Muito pelo contrário. Vai é “arranjar” as coisas. Porque, de uma forma ou de outra, os Evangelhos acabam sendo “tema” da nossa catequese. Às vezes só não estão na mesma ordem que o índice do nosso “livrinho”. Por isso a importância de se adaptar os temas ao calendário litúrgico.

E antes de falar do antes ou depois, quero trazer aqui um dos nossos grandes dilemas, que tem a ver com esse assunto também: O que fazer para que nosso catequizando participe da missa... (E nem boto ponto de interrogação porque já nem adianta perguntar mais).

Mas, certamente, a resposta não é a “exigência” de que ele vá à missa, se nem sequer falo sobre um dos pontos centrais dela, que é a liturgia da Palavra! O fato é que nossos catequizandos não “veem” muita ligação entre a catequese semanal e a missa dominical.

- Já não basta ir ao encontro? Pra que ir à missa?

Outra coisa, nossos catequizandos da Eucaristia (e a grande “massa” dos nossos catequizandos está nesta fase), participam da Liturgia Eucarística como “ouvintes” e não como “participantes”. Ou seja, eles não participam ainda do “banquete”. Estão se preparando para ele. Como? Ouvindo as leituras dominicais e fazendo catequese até que estejam prontos, preparados e sejam “eleitos”.

Então, vamos achar aí um espacinho de tempo para lembrar da liturgia dominical na catequese. Sempre! E não só nas festas e eventos especiais.

Se na missa nos é impossível fazer uma “leitura orante”, a catequese nos permite fazê-lo. Pelo menos a parte do ler “novamente”, pausadamente e com reflexões pessoais a respeito.

- Ah! Não dá tempo! É muita coisa!

Numa catequese de uma hora não dá mesmo. Pense em rever com sua coordenação esse aspecto do “tempo de duração de um encontro”.

Mas, a gente fala do Evangelho do Domingo, antes ou depois dele acontecer?

O ideal é que o encontro fale do Evangelho do Domingo ANTERIOR ao encontro. Isso porque, tendo participado da celebração e ouvido as leituras e a proclamação do Evangelho, o catequizando trará consigo a reflexão feita na homilia e seus próprios questionamentos e opiniões sobre o tema tratado. Riqueza para ele, mais riqueza aos nossos encontros!

Tirando esta justificativa (e acho que nem precisava de outra!), dou mais algumas, fruto de minhas próprias reflexões.

Com toda essa nossa verdadeira “ojeriza” em fazer com que as crianças participem da Missa Dominical, contar (antes) a elas o que vai acontecer, é um excelente motivo para ela acreditar que não precisa ir à missa. Já sabe, afinal, o que vai ler lido lá e a catequista até já fez a “homilia”!  

- E vira pro canto, puxa as cobertas e dorme mais um “pouquinho”!

Segundo o DGAE 21 – 2003/2006: “A liturgia é considerada lugar privilegiado de educação da fé (DNC 118). A proclamação da Palavra na liturgia torna-se para os fiéis a primeira e fundamental escola da fé”. Então, se ela é a “primeira”, por que vamos “antecipá-la” no encontro de catequese? O encontro (feito depois) neste caso, servirá para aprofundamento dessa educação.

Outra coisa: Quem é o “nosso” catequista na paróquia? (Catequista dos catequistas).

Pelo menos na dimensão bíblica, é o PADRE. É nas reflexões e na homilia dele que a primeira catequese se faz, inclusive para o próprio catequista!

Eu uso a homilia dele para complementar a minha catequese. Não faço uma “homilia” antes dele. Mesmo porque posso até falar sem o devido preparo. Os nossos presbíteros são preparados para isso, tem conhecimento bíblico, oratória e sua missão é “conduzir” o rebanho paroquial. A mim cabe, depois dele (aproveitando que tenho mais tempo e não estou ligada ao rito), rememorar a liturgia para que, realmente, ela permaneça e faça parte da vida do catequizando.

Finalizo, respondendo a minha pergunta:

Uso o Evangelho dominical na catequese sim. Às vezes com mais profundidade, se ligada ao tema de um encontro, noutras mais de “leve”, apenas para lembrar daquilo que ouvimos e deve conduzir-nos pela vida afora. Sempre “depois”. Porque, como os discípulos de Emaús, primeiro eu “aprendo”, “escuto”, faço “arder” meu coração... Depois ensino e faço ecoar a mensagem que aprendi.

Ângela Rocha 
Catequista


CATEQUESE DO PAPA: QUARTA-FEIRA - 30/03/2017


"MARAVILHA DO SACERDÓCIO DE CRISTO, DEIXEMO-NOS PERDOAR POR DEUS"

Neste última quarta-feira, na Casa Santa Marta e inspirando-se na Carta aos Hebreus, o Papa Francisco dedica-se a falar do sacerdócio de Cristo. "Jesus é o sumo sacerdote. E o sacerdócio de Cristo é a grande maravilha, a maior maravilha que nos faz cantar um canto novo ao Senhor, como diz o Salmo responsorial."

O sacerdócio de Cristo se realiza em três momentos, explicou o Papa. 

O primeiro momento é a Redenção: enquanto os sacerdotes na Antiga Aliança tinham que oferecer sacrifícios todos os dias, “Cristo ofereceu a si mesmo, uma vez por todas, pelo perdão dos pecados”. Com esta maravilha, “nos levou ao Pai”, “recriou a harmonia da criação”, destacou Francisco.

O segundo momento é o que o Senhor faz agora, isto é, rezar por nós. “Enquanto nós rezamos aqui, Ele reza por nós, por cada um de nós”, ressaltou o Papa: “agora, vivo, diante do Pai, intercede para que não falte a fé. Quantas vezes, de fato, se pede aos sacerdotes que rezem porque sabemos que a oração do sacerdote tem uma certa força, justamente no sacrifício da Missa”. 

O terceiro momento será quando Cristo voltar, mas esta terceira vez não será em relação ao pecado, será para “fazer o Reino definitivo”, quando nos levará a todos com o Pai:

“Há esta grande maravilha, este sacerdócio de Jesus em três etapas: Quando perdoa os pecados uma vez por todas; Quando intercede agora por nós; quando Ele voltar."


Mas, segundo o Papa, há também o contrário, "a blasfêmia imperdoável":

É duro ouvir Jesus dizer essas coisas, mas, Ele falou disso e, se o diz, é porque é verdade. ‘Em verdade Eu digo que tudo será perdoado aos filhos dos homens',  e nós sabemos que o Senhor perdoa tudo se abrirmos um pouco o coração. Tudo! Os pecados e também todas as blasfêmias serão perdoadas! Mas, quem blasfemar contra o Espírito Santo não será perdoado eternamente’”.

Para explicar isso, o Papa faz referência à grande unção sacerdotal de Jesus: foi o que fez o Espírito Santo no seio de Maria, afirmou, e também os sacerdotes na cerimônia de ordenação são ungidos com o óleo:

Também Jesus como Sumo Sacerdote recebeu esta unção. E qual foi a primeira unção? A carne de Maria com a obra do Espírito Santo. E quem blasfema contra isto, blasfema o fundamento do amor de Deus, que é a redenção, a recriação; blasfema contra o sacerdócio de Cristo. ‘Mas como é mau o Senhor, não perdoa?’ – ‘Não! O Senhor perdoa tudo! Mas quem diz essas coisas está fechado ao perdão. Não quer ser perdoado! Não se deixa perdoar!’. Este é o aspecto negativo da blasfêmia contra o Espírito Santo: não deixar-se perdoar, porque renega a unção sacerdotal de Jesus, que fez o Espírito Santo”.

Concluindo, o Papa retomou as grandes maravilhas do sacerdócio de Cristo:

Hoje nos fará bem, durante a Missa, pensar que aqui sobre o altar se faz a memória viva, porque Ele estará presente ali, do primeiro sacerdócio de Jesus, quando oferece a sua vida por nós; há também a memória viva do segundo sacerdócio, porque Ele rezará aqui; mas também, nesta Missa – o diremos depois do Pai-Nosso – há aquele terceiro sacerdócio de Jesus, quando Ele voltará e a nossa esperança da glória. Nesta Missa, pensemos nessas belas coisas. E peçamos a graça ao Senhor de que o nosso coração jamais se feche – jamais se feche! – a esta maravilha, a esta grande gratuidade”.

FONTE: radiovaticana.va 






quarta-feira, 29 de março de 2017

ROTEIRO DE ENCONTRO COM PAIS: SER IGREJA, SER COMUNIDADE

Um roteiro para encontro com os pais nas primeiras fases da catequese. Precisamos envolver mais as famílias na catequese, mostrando que todos somos IGREJA!


ROTEIRO DE ENCONTRO COM PAIS DE CATEQUIZANDOS

Tema: Ser Igreja, ser comunidade

Interlocutores: Pais da 1ª e 3ª Etapa da catequese de Eucaristia. (Neste caso o encontro foi feito com a 1ª Etapa separada da 3ª. A 1ª porque os pais estão sendo inseridos na comunidade, na 3ª por ser parte do Itinerário de conteúdos a serem abordados).

Tempo Estimado: 1 hora e 15 minutos sem intervalo
Local: Auditório do Centro de Pastoral

Material e Ambientação:

- Na recepção, na mesa onde estiver as listas de presença para assinatura dos pais, colocar uma cesta com pequenas pedrinhas e entregar uma ou mais pedrinhas para cada um que chegar.

Foto: Fernanda Pires - Rio Verde GO
- As pedras podem ter o "nome" das pessoas (catequizandos ou pais), assim, elas sentem-se responsáveis, individualmente pela construção da Igreja

(Fernanda Pires: Acrescentei um detalhe que deu certo. Como pode ver nas fotos, escrevi com caneta permanente o nome de cada participante nas pedras.)



- À frente da assembleia, uma mesa decorada com flores, com duas velas e lugar para a Bíblia;
- Uma outra mesa com uma jarra de vidro com água e um outro recipiente de vidro transparente, vazio. Uma velinha flutuante e fósforo para acendê-la;

Foto: Fernanda Pires - Rio Verde - GO
- Um modelo do convite enviado aos pais, em tamanho maior (A4);

- Um cartaz grande (cartolina), com a mesma Igreja do convite, sem ter nada escrito, mas, dentro das portinhas colar várias figuras de crianças, famílias, pessoas, tipo um porta-retrato gigante;
 

- Para a dinâmica do "Onde está o meu filho": Bexigas, canetas ou canetinhas para desenhar nas bexigas.

ENCONTRO:

19h30 – Abertura/acolhida – Coordenação
- Boa noite, boas vindas...
(Se o padre estiver presente, convidá-lo para uma palavra de acolhida a todos).
- Pedir para que todos fiquem em pé para leitura da Palavra...

(Uma catequista faz a entrada da Bíblia e todos cantam “A Bíblia é a Palavra de Deus, semeada no meio do povo...”. A mesma catequista ou outra faz a leitura Bíblica.) 

Leitura Bíblica – Efésios 2, 19-22

"Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; na qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito".

19h40 –  O que é ser Igreja?

- Lembrar do convitinho enviado a eles, perguntar quem recebeu e se gostaram do convite (Mostrar o modelo maior em A4). Falar da “chamada” do convite “Venha ser Igreja!”, colocada no alto, no lugar dos sinos que “chamam os fiéis”. Falar da mensagem do convite colocada dentro da “portinha”... e abrindo a portinha mostrar que, com aquele texto, todos estão ali, naquele momento, e foram “acolhidos” para estar “dentro” da nossa Igrejinha/comunidade...

Falando do que é Igreja:

Nós ouvimos essa palavra em quase todos os nossos ambientes. Muitos usam esse nome para descrever um belo edifício construído em um determinado lugar. Outros usam o termo para falar de uma organização religiosa. É de fundamental importância saber o que significa o termo Igreja. Origina-se do grego e do latim: A palavra Igreja deriva de Eckesia, que em grego quer dizer “assembleia”, eram assim chamadas as reuniões em Atenas, na Grécia antiga. Já em latim, a palavra Eclesia significa Igreja como lugar de reunião. Originalmente, Eclésia é “curral de ovelhas”, lembrando aqui, que Jesus nos chamava de “suas ovelhas”, sendo Ele nosso Pastor.

Mas, o que é “Igreja” para nós? O que pensamos e lembramos quando alguém diz: “Vou à Igreja”? (Incentivar a participação dos ouvintes, que alguém dê um “palpite”). O que nos vem a mente primeiro é a imagem do “prédio”, da construção da Igreja, não é?

Mas, será que Igreja é só uma edificio, um lugar onde as pessoas se reúnem? Não, ela não é apenas uma construção com blocos, pedras e cimento, mas um edifício construído com “pedras vivas”...

- Pedir a todos que venham colocar as pedrinhas que ganharam na entrada, no recipiente de vidro ali na frente...

Lembrar então, o conceito de “pedras vivas” da carta de São Pedro:

Também vós mesmos, como pedras que vivem, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo". (1 Pedro 2, 5)

- Relembrar a leitura bíblica feita no começo do encontro, destacando os termos em negrito:

"Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e sois família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; na qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente estais sendo edificados para habitação de Deus no Espírito". (Efésios 2, 19-22)

E como nós podemos ser santos? Como seremos família? Como vamos nos “ligar”, unir as pedras, para nos tornamos edifício da habitação de Deus no Espírito?

- Despejar a água na jarra, lentamente no recipiente com as pedras...

Agora, com a água despejada aqui, não “ligamos” todas as pedras?

(Neste momento brinquei dizendo que queria trazer argamassa ali mas que a coordenadora não deixou... )

E o que vem a ser essa “água”? (Incentivar a participação dos ouvintes... se conhece os pais, perguntar a alguém em particular...)

Esta água simboliza o nosso “batismo”, nosso “renascimento”. A água nos torna cristãos, nos torna Igreja, nos torna “edifício da habitação do Senhor”. Mas ainda falta uma coisa...

- Colocar a vela flutuante acesa no recipiente com as pedrinhas e a água...

Falta nesta nossa construção o fogo do “Espírito Santo”, que nos dá força, luz, energia!

Esse edifício é chamado a atingir uma finalidade, isto é, ser santo, viver em comunhão e oferecer sacrifícios agradáveis a Deus.

- Lembrar que a água do batismo é o que une as “pedras”, que nos faz parte de um “corpo”.

Portanto, a Igreja é um corpo, nela não há separação, se existe divisão é porque ainda não aprendemos a ser Igreja. O corpo é formado por vários membros, a Igreja é formada e representada por muitas pessoas e a esse conjunto de pessoas chamamos de comunidade. Seremos Igreja quando formos comunidade chamada a sair e anunciar a Palavra. Isso se faz com humildade e com a intenção de agradar a Deus.

Não estamos falando do edifício em si, mas estamos falando da criação de um “corpo”, no Bairro ......................, na cidade de........................ (colocar o nome do bairro e cidade), com pessoas diferentes e um objetivo comum: Santificar, ensinar e disseminar o Projeto de Jesus Cristo.

Hoje em dia, os desafios são bem mais acentuados quando da criação da paróquia há tantos anos atrás (se souber, citar). O mundo secularizado e pluralista oferece às pessoas não só uma autonomia, mas também muitos valores que nada tem a ver com a ética cristã, dando à sociedade um prazer imediato e a ilusão de ter alcançado os seus objetivos saciando seus desejos meramente materiais. Ninguém mais parece preocupado em ser “Igreja”, comunidade de pessoas unidas em prol do bem comum. E alguns, que estão na Igreja no momento das celebrações, parecem ter esquecido  que não basta só estar lá rezando por si mesmo... É preciso sair da celebração da missa, transformando ela em “missão”, em projeto, em “fazer” pelo bem da comunidade.

E o que é comunidade? Comunidade é ter algo em “comum”, é “partilhar” o pão, repartir aquilo que temos. Igreja que não é comunidade, é apenas um prédio de tijolos...

A Igreja, na pessoa de nossos líderes, o Papa, os bispos, nossos padres... têm insistido em uma nova evangelização, cujo foco central é a pessoa de Jesus Cristo: caminho, verdade e vida. É isso que a Igreja deseja realizar com a ajuda de seus batizados. Os desafios de hoje são imensos no campo da evangelização, mas a nossa esperança é maior ainda e, por isso, podemos sonhar com uma sociedade que expressa uma fé madura, levando-a a um comprometimento com a Igreja. Mas tudo depende de nossas ações. A Igreja é o nosso próprio retrato.... Querem ver?

- Mostrar o cartaz da Igreja como “porta-retrato”... Abrir as portinhas e mostrar o rosto das pessoas, que somos nós mesmos...

Modelo do cartaz:

Foto: Fernanda Pires - Rio Verde -GO

(Se for apropriado e oportuno, convidar a equipe do dízimo para expor as razões e necessidades da Igreja, incentivando os pais a partilhar)

20h10 – Dízimo – Equipe do Dízimo

20h20 – Avisos e recomendações – Coordenação

- Falar sobre “comprometimento”, sobre sermos uma pequena “comunidade”, a catequese, dentro de uma comunidade maior que é a paróquia. Que os pais se comprometam realmente com a catequese dos filhos.

- Avisos e assuntos pontuais da catequese.

20h30 – Dinâmica: “Onde está meu filho?”

(O roteiro da dinâmica pode ser encontrado AQUI

- Interessante chamar os pais para um salão onde tenha um espaço vazio. Se não houver tempo, realizar pelo menos a primeira parte da dinâmica.

- Pequena reflexão – usar o “gancho” da brincadeira e apresentar cada uma das catequistas aos pais... elas dirão seus nomes, dia e horário da catequese e o primeiro nome de seus catequizandos.

- Benção de despedida.

- Pedir que fiquem, dois a dois, um de frente para o outro: Lembrar da sua crisma, da imposição das mãos pelo bispo onde ele, com este gesto, pediu a proteção de Deus e lhe infundiu o Espírito Santo. Lembrar do quanto é importante pedirmos a bênção aos nossos pais, avós... abençoarmos nossos filhos, afilhados, sobrinhos. Convidar os pais a “resgatar” este bonito gesto da nossa Igreja.
- Então, primeiro um depois o outro fará a seguinte bênção: coloca as duas mãos sobre a cabeça do outro e diz: “Deus te abençoe e te guarde...” em seguida abraça o outro, primeiro de um lado dizendo: “Te dê muita paz”... e depois do outro: “Te dê muito amor... Amém”.
- Convidar a todos para, de mãos dadas, rezar o Pai- Nosso.

20h45 – Reunião com catequista da turma

- Convidar os pais a acompanhar as suas catequistas às salas.

20h30 – Encerramento/término

Despedida feita pelos próprios catequistas de cada turma/sala.


AVALIAÇÃO DO ENCONTRO:

Tivemos a participação de cerca de 30% dos pais. Não há, ainda, uma conscientização de que os mesmos “precisam” também de catequese. Um aspecto negativo é que, por causa da chuva, tivemos que esperar um pouco para começar. Começamos com 20 minutos de atraso.

Este encontro precisa, pelo menos de 1 hora e meia para ser desenvolvido a contento. O tempo ficou meio “apertado”.

No entanto, os pais que estiveram no encontro mostraram-se bem interessados no desenrolar do roteiro. Eles ainda são um pouco tímidos para se manifestar, mas brinquei bastante com eles durante a minha fala. E deu para perceber que eles  estavam a vontade.
Na hora da dinâmica dos balões eles amaram a brincadeira! Mostraram-se tão preocupados em “cuidar” dos seus filhos, que poucos os perderam de vista.

Gostaram também da bênção que fizemos no final.

Perguntei às catequistas, eram seis, o que sentiram do encontro e como foi a reunião com os pais na sala. Elas disseram que os pais gostaram do encontro e que também gostaram de conversar com a catequista de seu filho as questões individuais de cada um.

Penso que precisamos nos reunir mais. Dar mais oportunidades de participação aos pais, encontros mais frequentes e “leves”, sem muita “falação”, “cobrança. Colocando assuntos que os interesse e motive. No segundo semestre, fazer encontros a cada dois meses, assim, pais que faltem em um, podem vir a outro.


MODELO DO CONVITE





Mais informações sobre encontros com os Pais:



Ângela Rocha
Equipe catequistas em Formação
(Com contribuição de fotos da Fernanda Pires, catequista de Rio Verde - GO, que viu o roteiro e realizou o encontro em sua comunidade).

O QUE A CATEQUESE, QUE NÃO É "ESCOLA, TEM A VER COM A EDUCAÇÃO?


Falando com o grupo de catequistas no Facebook, do quanto a minha pós-graduação em Metodologia do Ensino contribuiu para minha formação como catequista, lembrei que, entre os desafios propostos no nosso DNC, no ítem 14, está colocado o seguinte:

"Integrar na catequese as conquistas das ciências da educação, particularmente a pedagogia contemporânea, discernida à luz do Evangelho".

(DNC 14, letra h)

Por mais que catequese não seja "aula", ela é um processo de "ensino" da fé e, como tal, precisa ser pensada como processo educativo. É o que lembra os itens 150 e 151 do DNC - Diretório Nacional de Catequese, que reproduzo abaixo:

2. Catequese como processo educativo

2.1. A catequese e as ciências pedagógicas

150. Em todas as épocas, a Igreja preocupou-se em buscar os meios mais apropriados para o cumprimento de sua missão evangelizadora (cf. CT 46).
Ela não possui um método único e próprio para a transmissão da fé, mas assume os diversos métodos contemporâneos na sua variedade e riqueza, desde que respeitem integralmente os postulados de uma antropologia cristã e garantam a fidelidade do conteúdo. Utiliza-se das ciências pedagógicas e da comunicação levando em conta a especificidade da educação da fé.


151. O catequista necessita de algum conhecimento de ciências humanas que possa oferecer boas indicações para o seu trabalho educativo. A filosofia, a psicologia, a sociologia, a biologia ajudam a compreender as pessoas e seus relacionamentos, nas diversas situações em que se encontram. A sensibilidade do catequista para os problemas e aspirações dos catequizandos pode aprimorar-se a partir dessas áreas de conhecimento.

Na comunicação há muito a aprender do que o mundo vem descobrindo. Um catequista que gosta de aprender, também fora do âmbito da Igreja, será mais criativo e terá mais recursos para dar conta da sua missão (cf. CT 58).

FONTES: DNC - Diretório Nacional de Catequese. Brasília: CNBB, 2005. Pgs 25, 103, 104.

E VOCÊ, COMO CATEQUISTA, ESTÁ OBSERVANDO ESTA NECESSIDADE OU ESTÁ APENAS SEGUINDO O "MANUAL"? 

"Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção." (Paulo Freire).

E Rubem Alves, lembra o seguinte: "Na "profissão" (e aqui estou fazendo uma analogia com a catequese, uma "profissão" que abraçamos) tem que saber. E o saber leva tempo para crescer..."
E mais uma coisa que acho absolutamente linda, escrita por Rubem Alves e que a gente PRECISA transferir para o nosso fazer e "entender" catequético:

"Se fosse ensinar a uma criança a beleza da música não começaria com partituras, notas e pautas. Ouviríamos juntos as melodias mais gostosas e lhe contaria sobre os instrumentos que fazem a música. Aí, encantada com a beleza da música, ela mesma me pediria que lhe ensinasse o mistério daquelas bolinhas pretas escritas sobre cinco linhas. Porque as bolinhas pretas e as cinco linhas são apenas ferramentas para a produção da beleza musical. A experiência da beleza tem de vir antes". 

(Rubem Alves).

PARAFRASEANDO:

Se eu fosse ensinar a uma criança a beleza e a alegria de ser cristão, eu não começaria com Gênesis, Êxodo, Profetas ou as doutrinas. 

Primeiro, ouviríamos juntos as belas palavras de Jesus e eu lhe contaria como Ele era sábio e amoroso e como é belo o Reino de Deus. 
Aí, encantada com a beleza dos seus ensinamentos, ela mesma me pediria que lhe ensinasse sobre o que está escrito naqueles 73 livros formados pelos escritos de muita gente antes dele. 
E assim, ela entenderia o mistério daquela fé inabalável, de onde veio todo aquele amor e esperança... Sim, a experiência da "beleza" tem que vir antes!


Ângela Rocha
Equipe Catequistas em Formação

terça-feira, 28 de março de 2017

DICAS PRECIOSAS PARA COMUNICAR MAIS



Humanize a sua comunicação...


As crianças e jovens têm dezenas de horas de aula por semana. Não é particularmente divertido ter mais uma “aula" de catequese. Não tenha medo de transformar a catequese num tempo diferente.

Personalize suas histórias...


Não diga “havia um homem que conhecia um outro”; diga que “João era um grande amigo de Simão e que ambos eram pescadores no mar da Galileia”.

Atente-se aos detalhes...


Como um bom jornalista, quando falar, procure responder às cinco perguntas-chave: Quem? O quê? Onde? Quando? Porquê? Mas sem ser pesado e sem perder de vista o objetivo da comunicação.

Dramatize recorrendo ao diálogo...


Assim você envolverá os catequizandos naquilo que está dizendo.

Use Palavras-imagem...


Um estilo abstrato não serve para crianças. Elas precisam "ver". Use palavras capazes de sugerir imagens. As suas frases devem estar cheias de objetos, de cores, de sensações, de movimentos.

Pratique a Escuta ativa...

Se algum dos catequizandos quer intervir, encoraja-o mostrando o teu interesse.

Fonte: Agenda Salesiana do catequista 2008/2009.