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quarta-feira, 30 de abril de 2014

CELEBRAÇÕES CATEQUETICAS

Como vocês sabem o processo de Iniciação à Vida Cristã pede que se volte a fazer uma catequese “catecumenal”. A catequese dos primeiros tempos da Igreja, mistagógica e simbólica, que privilegia os momentos fortes da liturgia.

Ou seja, devemos voltar a "presenciar" as celebrações e não tratar delas numa sala de catequese. Durante muito tempo a gente ensinou os catequizandos o "como fazer", mas nunca "fazendo" de fato. Por que é tão difícil convencer pais e crianças a estar na missa? Simplesmente porque a missa parece não fazer parte do processo...

Pois bem, é difícil mudar uma cultura de séculos de uma hora para outra. Não estamos ainda nos debatendo com o Concílio Vaticano II, que está já fazendo 50 anos? Pois é. A “Catequese Renovada”, documento da Igreja que nos falava que a "catequese não deve ser sacramental...", já não tem mais de 30 anos e estamos fazendo a mesma coisa? É, as coisas não são fáceis de mudar.

Mas sugiro que todos comecem a prestar mais atenção no RICA, Ritual de Iniciação Cristã de Adultos, aprovado pela Igreja, e também a ler o Estudo 97 da CNBB – Iniciação á Vida Cristã, e ler um pouco as experiências de alguns padres que falam do catecumenato na catequese. Garanto que vocês vão ter idéias brilhantes para sacudir, pelo menos um pouco, a catequese das suas paróquias.

Claro que a Iniciação Cristã sugerida pelo Estudo 97 é uma coisa para toda a Igreja e não só para a catequese. Mas precisamos começar aqui, na catequese, onde se começa a evangelização, essas mudanças tão necessárias.

Para quem ainda não começou a pensar a respeito, o Estudo 97 da CNBB bem como o pequeno livrinho número 4, “Um caminho para formar discípulos Missionários” da Coleção Catequese a Luz do DNC, são excelentes subsídios para se começar.

Busquem ainda sugestões de Itinerários celebrativos para a catequese. Essas sugestões vocês encontram nos livros do Pe. Lucio Zorzi, editado pelas Paulinas, nos livros de Iniciação à Eucaristia da NUCAP das Paulinas, nos livros do Pe. Leomar Brustolim e também em um itinerário ótimo que a Arquidiocese de Curitiba editou chamado "Itinerário celebrativo para a Iniciação Cristã de Crianças e Adolescentes." Esse itinerário pode ser pedido pelo telefone (41) 2105-6318 ou pelo e-mail: catequese@arquidiocesecwb.org.br.

Mas o mais importante é que vocês comecem a REPENSAR as celebrações. Tornando-as um pouco mais mistagógicas e simbólicas. Algumas pequenas coisas podem ser feitas a princípio. Um exemplo é a acolhida aos novos catequizandos e a entrega solene da Palavra (bíblia) feita numa celebração especial do domingo, com a presença de toda a comunidade.

Aos poucos dá para levar nossos catequizandos e suas famílias a participar dos momentos fortes da nossa Igreja: Via sacra na quaresma, terço e coroação de Maria no mês de maio, celebração de Pentecostes, procissão de Corpus Christi, enfim... pequenos passos. Mas que podem levar a uma grande caminhada.

Com o estudo do processo catecumenal e com a ajuda do RICA, é possível ir criando um Itinerário celebrativo/catequético para os anos vindouros. Audacioso com certeza. Difícil? Nem tanto. Têm-se inúmeros subsídios da nossa Igreja e com a vontade de mudar, é mais que possível.

Uma outra sugestão para se “celebrar” na catequese, é o domingo do Evangelho onde Jesus ensina a Oração do Pai Nosso. Ideal para as crianças que estão na última etapa de preparação para a Primeira Comunhão e Crisma. Façamos a FESTA DO PAI-NOSSO, dedicando a celebração dominical a isso, à maravilhosa herança que Jesus nos deixou, que foi nos ensinar A REZAR. Durante a celebração, se faz a entrega solene da oração, em papel especial e enroladinha como pergaminho, a todas as crianças com a celebração do sacramento próximas. O sacerdote deve fazer uma monição especial e uma benção a todos.

A procissão de entrada, a entrada da palavra e o ofertório podem e devem ser feitos com a participação dos pais e dos catequizandos, (como em todas as missas da catequese). Fazer da celebração uma verdadeira FESTA, essa é a idéia.

E tudo pode começar “iniciando-se” os próprios catequistas, numa celebração especial na matriz com os catequistas recebendo das mãos do padre sua Oração em forma de pergaminho e um envio especial para trabalhar em suas comunidades aquilo que estarão vivendo ali. Desta forma, estaremos também, como catequistas, sendo iniciados neste processo.

Pensem nisso. Pensem se não seria uma oportunidade para tocar os corações de nossas crianças, das nossas famílias e das nossas catequistas. Claro que antes é preciso trabalhar com as crianças um encontro especial sobre a oração do Pai Nosso, coisa que em nossos manuais e itinerários normais, já se faz. Mas desta vez, de forma diferente, preparando a todos para um dia especial de celebração.

O roteiro do encontro de catequese sobre a oração do Pai Nosso, pode ser encontrado em muitos sites e blogs de catequese, mas o ideal é que cada paróquia faça uma adaptação sua. Assim, aos poucos vai se criando um Itinerário de celebrações da própria paróquia, inclusive com um calendário que facilitará a vida do padre e da comunidade.

Muito se pode adaptar do RICA – Ritual de Iniciação Cristã, assim como existem vários itinerários prontos que podem ser adaptados pelo sacerdote à realidade da catequese de sua paróquia.


Ângela Rocha
angprr@uol.com.br

terça-feira, 29 de abril de 2014

DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA



Doutrina Social da Igreja (DSI) é o conjunto dos ensinamentos contidos na doutrina da Igreja Católica e no magistério da Igreja Católica. Faz parte dela, numerosas encíclicas e pronunciamentos dos Papas e tem suas origens nos primórdios do cristianismo. A DSI tem por finalidade fixar princípios, critérios e diretrizes gerais a respeito da organização social e política dos povos e das nações. É um convite a ação. A finalidade da doutrina social da Igreja é "levar os homens a corresponderem, com o auxílio também da reflexão racional e das ciências humanas, à sua vocação de construtores responsáveis da sociedade terrena" (Encíclica Sollicitudo rei socialis, de João Paulo II, publicada em 1987, pelo 20º aniversário da Populorum progressio).


Foi enriquecida pelos Padres da Igreja, teólogos e canonistas da idade média e pelos pensadores e filósofos católicos dos tempos modernos. "A doutrina social da Igreja se desenvolveu no século XIX por ocasião do encontro do Evangelho com a sociedade industrial moderna, suas novas estruturas para a produção de bens de consumo, sua nova concepção da sociedade, do Estado e da autoridade, suas novas formas de trabalho e de propriedade" (CIC 2420). A Doutrina Social da Igreja considera que a "a norma fundamental do Estado deve ser a prossecução da justiça e que a finalidade de uma justa ordem social é garantir a cada um, no respeito ao princípio da subsidiariedade, a própria parte nos bens comuns." (Deus caritas est, 26-27).


Através de numerosos documentos e pronunciamentos, a Doutrina Social da Igreja aborda vários temas fundamentais, como a pessoa humana, sua dignidade, seus direitos e suas liberdades, a família, sua vocação e seus direitos, inserção e participação responsável de cada homem na vida social, a promoção da paz, o sistema econômico e a iniciativa privada, o papel do Estado, o trabalho humano, a comunidade política, o bem comum e sua promo-ção, no respeito dos princípios da solidariedade e subsidiariedade, o destino universal dos bens da natureza e cuidado com a sua preservação e defesa do ambiente, o desenvolvimento integral de cada pessoa e dos povos e o primado da justiça e da caridade. (Compêndio da Doutrina Social da Igreja).


A existência da Doutrina Social da Igreja, no entanto, não implica a participação do clero na política, que é proibida pela Igreja, exceto em situações urgentes. Isto porque “a missão de melhorar e animar as realidades temporais, nomeadamente através da participação cívico-política, é destinada aos leigos” (CIC 2242). Logo, a hierarquia eclesiástica, não está aí para formar ou dirigir governos, nem para escolher regimes políticos; ela está para formar pessoas que consigam formar e dirigir governos nos quais a liberdade leve à genuína realização humana.


Em 1891, com a revolução industrial, o papa Leão XIII, sentindo a urgência dos novos tempos e das "coisas novas" promulgou a encíclica Rerum Novarum. A ela seguiu-se a encíclica Quadragesimo anno, de Pio XI em 1931. O beato papa João XXIII publicou, em 1961, a Mater et magistra e Paulo VI a encíclica Populorum Progressio, em 1967, e a carta apostólica Octagesima adveniens, em 1971. João Paulo II publicou três encíclicas: Laborens exercens (1981), Sollicitudo rei socialis (1987) e, finalmente Centesimus annus em 1991. No entanto, a Doutrina Social da Igreja somente foi apresentada de modo sistematizado e orgânico em 2004 no Compêndio da Doutrina Social da Igreja, fruto de trabalho do Pontifício Conselho de Justiça e Paz.


O Compêndio da Doutrina Social da Igreja é um dos documentos mais belos sem e falando de valores sociais, e pode ser encontrado neste link:
http://www.vatican.va/roman_curia/pontifical_councils/justpeace/documents/rc_pc_justpeace_doc_20060526_compendio-dott-soc_po.html

Dinamica: CAIXA DOS SONHOS

SUGESTÃO DE ATIVIDADE PARA ABERTURA DA CATEQUESE
(Com catequistas ou catequizandos)



OBJETIVO:
Incentivar o início da caminhada anual. Lembrar que é preciso ter objetivos (sonhos) e acreditar que eles possam ser concretizados. Incentivar a crença na mudança e que somos parte primordial nisso ao planejarmos e acreditarmos que as coisas podem ser melhores. Incentivar a oração diária.

MATERIAL:
- Papel sulfite branco cortado em tiras de mais ou menos 2,5 cm. Depois de recortados confeccionar um “caderninho” com mais ou menos 10 folhas, usando para juntá-las um grampeador. Deve haver um “caderno” para cada participante;
- Confeccionar uma caixinha (quadrado de 10x10 cm com altura 5 cm) para cada participante. Pode ser em MDF, papelão ou qualquer material. (Uma sugestão somente, pode ser outro tipo de embalagem, tamanho, etc.);
- Um chocolate “Sonho de Valsa” para colocar em cada caixinha;
- Confeccionar um cartãozinho para colocar encima de cada caixinha escrito: “Coloque Deus no início e ele cuidará do fim”.


EXECUÇÃO:
- Distribuir aos participantes, logo na chegada, o “caderninho”;
- Logo depois das boas vindas perguntar a todos se eles tem expectativas para este ano. Se têm algum sonho a realizar (com relação a catequese ou a sua vida).
Lembrar de alguns sonhos que deixamos pra trás, esquecidos... (Utilizar algum texto de apoio e adaptar às necessidades do grupo);
- Pedir que cada um escreva nas folhas de papel os seus sonhos (um sonho em cada papel), incentivar a pegar mais papel se for necessário ou se não conseguir preencher todos que não tem problema, depois dobrar cada papel em quatro e segurar na mão...

Música de fundo: "Não deixe de sonhar"- Chimarruts, que você encontra neste endereço: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=ZiGalG62-KY#!

- Assim que todos tiverem terminado, pedir que se levantem devagar e peguem uma caixinha (que deve ter sido previamente colocado em uma mesa decorada com flores, toalha, etc.). Pedir para que não abram a caixa enquanto todos não estiverem de volta ao seu lugar;
- Assim que estiverem todos sentados, permitir que abram a caixa e pedir para que substituam o sonho ali de dentro (Sonho de Valsa) pelos sonhos que estão escritos no papel;
- Colocar um vídeo de motivação/música. Sugestão: Ressuscita-me (Aline Barros) ou alguma música que fale de sonhos, milagres, acreditar...;
- Criar um clima de emoção falando no quanto é importante ter sonhos, desejos, aspirações, sempre com Deus em seus corações, que mesmo que muitos desses desejos não se realizem, Deus sabe o que precisamos, a hora e o lugar. Mas que quando acreditamos de verdade e lutamos por aquilo que queremos, sejam coisas materiais e imateriais, fica bem mais fácil de realizar, e que os sonhos e muito do que pedimos, Deus realiza sem mesmo a gente saber ou perceber;
- Pedir a cada um que depois, deixe em sua casa a caixinha num lugar especial e que todo dia lembre de fazer uma oração pela concretização de seus sonhos (falar da importância de ACREDITAR e orar);
- Fazer uma oração pedindo a todos que segurem a caixinha junto ao coração e com a outra mão (a esquerda) toquem a pessoa que está do seu lado. Nesta oração fazer uma reflexão sobre aquilo que pedimos de “impossível”, aquilo que pedimos de espiritual, de material e se pedimos pelo nosso semelhante. Peça para que todos rezem pelos seus sonhos e pelos do seu irmão que está ali do lado. Finalizar com o Pai-Nosso.


Obs.: Esta dinâmica foi aplicada na escola onde faço trabalho voluntário, no primeiro dia da Semana Pedagógica. Fiz algumas adaptações.

*Ângela Rocha

VAMOS LIMPAR A INTERNET?


Eu confesso que sou uma internauta das mais fanáticas. A primeira coisa que faço todos os dias é ligar o computador, ler meus e-mails, as notificações do Facebook, olhar os blogs e navegar pelos sites de notícias e atualidades. Confesso que não sou muito fã de twitter e também de ler o Feed de notícias do Facebook. Invariavelmente eu me aborreço e começo a me perguntar o que será da humanidade... Mas vá lá. São necessários para manter a rede de contatos em dia. Mas, estou evitando de me cadastrar em mais redes. Haja tempo pra isso!

Quanto ao e-mail, eu possuo um só endereço de e-mail já fazem mais de dez anos. Até tenho outros, que tive que fazer para entrar nesta ou naquela rede, mas uso muito pouco. Participo de Grupos na internet e mantenho uma lista de contatos bem extensa.

Mas mesmo sendo essa “fanática”, uma coisa que sempre me determinei a fazer, desde que me propus a entrar nesse mundo virtual, é não “encher o saco” dos outros. Com isso eu quero dizer: não ficar repassando mensagens aos outros sem saber se elas têm utilidade ou não, se elas são informações confiáveis ou não; não repassar correntes e orações e não mandar essas mensagens que só entulham nossas caixas de e-mail. Escrevo textos longos, é verdade, com opiniões e reflexões, mas procuro publicar onde sei que é do interesse das pessoas ler.

Quem dera dez por cento das pessoas que navegam na internet pensassem assim! Com certeza nossa “correspondência” seria bem menor e não perderíamos tanto tempo tentando descobrir se alguma coisa presta no meio de tanta coisa.

E tem algo que me aborrece demais na internet: são os HOAX! Essa palavra é um termo em inglês que significa na verdade um “trote”. Como aqueles de telefone. Segundo a Wikipédia (a enciclopédia livre da internet, que também nem sempre é confiável), a tradução literal da palavra é embuste ou farsa. Mas esse termo é usado para definir as histórias falsas recebidas por e-mail, sites de relacionamento e na internet de modo geral. O conteúdo desses “hoax”, além das conhecidas correntes, consiste em apelos dramáticos falando de sequestros ou doenças, histórias melosas de cunho sentimental ou religioso, campanhas filantrópicas ou, ainda, dos famosos vírus letais que ameaçam destruir, contaminar ou formatar seu computador.

Bom, o fato é que muita gente acredita nessas coisas, nesses “hoaxes” que circulam pela internet. E dá-lhe espalhar desgraça por aí! Existem alguns hoaxes que falam de pessoas pobres que precisam de cirurgias e que determinada empresa irá pagar tantos centavos para cada e-mail repassado. Este tipo de mensagens leva os menos informados a distribuir o e-mail pelo maior número de contatos e, a finalidade disso, é entupir os servidores. E agora eles atacam as redes sociais também. Há uma infinidade de mensagens no Facebook divulgando essa ou aquela coisa que na verdade não existe. E a quantidade de xingamentos ao governo e aos políticos, disfarçados de “expressão de opinião”, é uma coisa fantástica.

Sem contar que esse tipo de mensagem, pode ser utilizado por pessoas mal intencionadas que se utilizam dos endereços de e-mails e das listas de contato das redes sociais, para construir uma base de dados, e posterior venda ou envio de SPAM. Um Hoax muito comum era o do fim imediato do MSN e do orkut, que o Messenger seria pago, reativar o Windows, fim da Internet, etc... Bom, o MSN e o Orkut praticamente se extinguiram, mas, não por “desgraça” ou “previsão”, e sim pela própria dinâmica da internet. Quem sabe quando acontecerá o mesmo com o Facebook? Esses Hoax são criados basicamente para "chamar atenção", e seu alvo são os usuários básicos. Portanto, o melhor a fazer, é apagar este tipo de e-mails e começar a quebrar a corrente do seu autor. Quando ao Facebook, é denunciar quando, claramente, for spam.

Nas redes sociais, mais especificamente o Facebook e os grupos (ferramenta que temos usado diariamente por aqui), a coisa está se tornando quase impossível de gerir de uns tempos para cá. As pessoas já não pedem adesão aos grupos por “afinidade” e sim porque ele parece que dá “status” e está no topo de uma lista. O mesmo se dá com os pedidos de amizade. E as publicações? Ó Deus! Simplesmente não passa pela cabeça de algumas pessoas que nem tudo é publicável num grupo, que está ali formado com um OBJETIVO, com pessoas que partilham dos mesmos interesses e que as publicações tem um fim específico. Em alguns dias entro no nosso grupo de FORMAÇÃO PARA CATEQUISTAS e parece que entrei numa feira de variedades... E as Republicações? Nossa! É espantoso como muitas pessoas fazem parte de um grupo e não leem o que o grupo publica. Só aquele vídeo do Youtube, com crianças falando sobre a Páscoa, foi publicado em nosso grupo mais de 20 vezes!

O que me faz pensar (e agora ter certeza), é que quantidade não é qualidade! Isso pelo número de pessoas que está em nosso grupo hoje: 3.254. E deste número espantoso, apesar de nossos apelos, apenas 622 se cadastraram para nos dizer se existem mesmo, onde estão e o que estão fazendo de verdade. Hoje temos mais de 140 pedidos de adesão “pendurados”, esperando que as pessoas se identifiquem. Nossa intenção é “cortar” quem não se identificar no prazo de três meses. Tanto os novos quanto quem já está no grupo.

E já li críticas a este respeito! Que não devíamos fazer isso. Que temos que aceitar todos, que estaremos evangelizando quem, porventura, entrou ali meio “perdido”, por engano. Que devemos ser acolhedores, etc. e etc.... Ora, me perdoem, mas, se num grupo de CATEQUISTAS tem pessoas que precisam ser “evangelizadas”, alguma coisa tá muito errada na nossa Igreja! Muita gente esquece que evangelização se dá em três etapas e que a catequese é a segunda delas. A primeira, ou seja, ANÚNCIO e CONVERSÃO, o catequista, aquele de verdade, já deveria ter tido e estar no SEGUIMENTO a Jesus 100%... e não estar ainda sendo convencido da coisa. Nosso grupo de catequistas pretende estar “formando” o catequista, fazendo “catequese”, trazendo aprofundamento ao ensino da fé e usamos uma linguagem que, quem não é catequista, não vai entender. Nós falamos de “realidade” e buscamos resposta a muitas questões.

Então, gostaria de fazer uma proposta. Algo que tem a ver com o apelo que o Papa e  nossos bispos têm feito sobre a comunicação na Igreja.

Evangelizem nas SUAS páginas, criem grupos DE evangelização. Muita gente se diz catequista e no seu perfil nem tem o nome da sua paróquia! Não se encontra qualquer menção religiosa lá! Que espécie de discípulo missionário eu sou se não uso os meios que tenho para exercer esse papel?

VAMOS USAR ESSE MEIO DE COMUNICAÇÃO PARA EVANGELIZAR! Ou melhor ainda, vamos considerar a internet UM MUNDO QUE PRECISA SER EVANGELIZADO. Vamos parar de enviar mensagens de procedência duvidosa, correntes de oração que prometem salvar nossa alma em troca de mais vinte e-mails, vamos parar de enviar críticas a aquele ou este político, vamos parar de emitir opiniões QUE NÃO SÃO AS NOSSAS e nem tem qualquer fundamento, chega de mensagens em PowerPoint sem qualquer quê nem pra quê, piadinhas obcenas, enfim, vamos fazer deste, um mundo um pouco mais limpo? Vamos usar nossa página no Facebook para fazer publicações interessantes, enaltecedores, trazer mensagens de Jesus e não um monte de bobagens? Vamos usar a NOSSA PÁGINA para publicarmos o que quisermos e não a dos outros? Vamos ser CATEQUISTAS NA internet? Vamos?

E vamos usar nosso grupo de FORMAÇÃO DE CATEQUISTAS para o objetivo que ele foi criado: FORMAÇÃO, PARTILHA, DISCUSSÃO, INTERAÇÃO... Mas, sempre sobre CATEQUESE e aquilo que interessa a ela. E LENDO o que está publicado diariamente. Só assim o grupo vai te servir, senão, ele será só mais uma coisa que te ocupa tempo.

Ângela Rocha
Catequista Amadora


segunda-feira, 28 de abril de 2014

ROTEIRO PARA CELEBRAÇÃO DA CRISMA

ROTEIRO PARA CELEBRAÇÃO DA CRISMA

01. COMENTÁRIO INICIAL - “ANIMADOR”

Irmãos e irmãs, celebramos a presença do Espírito Santo na vida de cada um de nós. É o mesmo Espírito que desceu a primeira vez sobre os apóstolos e que hoje desce com sua força vivificadora em cada crismando. A CRISMA é um sacramento de adultos, de pessoas responsáveis, que querem renovar sua fé em Cristo, participar da vida em comunidade e realizar serviços em favor dos irmãos, em vista da construção do Reino de Deus. Vamos acolher com alegria nossos crismandos e a equipe de celebração, cantando...


02. ENTRADA - “TE AMAREI SENHOR”

Me chamaste para caminhar na vida contigo / Decidi para sempre seguir-te e não voltar atrás / Me puseste uma brasa no peito e uma flecha na alma / É difícil agora viver sem lembrar-me de Ti.
Te amarei Senhor / Te amarei Senhor / Eu só encontro à paz e a alegria bem perto de Ti.
Eu pensei muitas vezes calar-me e não dar nem respostas / Eu pensei na fuga esconder-me ir longe de Ti / Mas Tua força venceu e ao final eu fiquei seduzido / É difícil agora viver sem saudades de Ti.
Ó Jesus, não me deixes jamais caminhar solitário / Pois conheces a minha fraqueza e o meu coração / Vem ensina-me a viver a vida na Tua presença / No amor dos irmãos, na alegria, na paz, na união.


03. ACOLHIDA

04. ATO PENITENCIAL - “SENHOR PIEDADE”

BISPO: Irmãos e irmãs, assim como os apóstolos se reuniram no cenáculo para receber o Espírito Santo, também nós aqui nos reunimos para celebrar este momento importante da vida que é CRISMA. Reconheçamos nossos pecados contra o amor e a unidade! (Pausa) E peçamos perdão, implorando:

CRISMANDOS: Senhor, que subindo ao céu nos deixastes como Dom o Espírito Santo, perdoai nossas faltas contra o amor e tende piedade de nós!
R - Senhor piedade, Senhor piedade, Senhor piedade, piedade de nós.
CRISMANDOS: Cristo, que pela CRISMA nos escolheis como pedras vivas da vossa Igreja, perdoai nossa faltas contra a unidade e tende piedade de nós!
R - Cristo piedade, Cristo piedade, Cristo piedade, piedade de nós.
CRISMANDOS: Senhor, que pela CRISMA nos chamais, não para ser servidos, mas para servir, perdoai nossa falta de colaboração e tende piedade de nós!
R - Senhor piedade, Senhor piedade, Senhor piedade, piedade de nós.
BISPO: Deus, que é nosso Pai, tenha compaixão de nós, perdoe nossos pecados e nos conduza à via eterna!
CRISMANDOS: Amém!


05. GLÓRIA - “LOUVADO SEJA O MEU SENHOR”
Louvado seja o meu Senhor... (4x).
Pelas Suas criaturas / Pelo sol e pela lua / Pelas estrelas no firmamento / Pela água e pelo fogo.
Por aqueles que agora são felizes / Por aqueles que agora choram / Por aqueles que agora nascem / Por aqueles que agora morrem.
O que dá sentido à vida / É amar-Te e louvar-Te / Para que a nossa vida / Seja sempre uma canção.

06. I LEITURA - Is 61, 1-3a. 6a.8b-9

COM.:  Isaías nos diz que todo aquele que anda segundo o Espírito nele está presente o amor de Deus; e suas obras dão testemunho da Boa Nova!

Leitura do Livro do profeta Isaías;
O Espírito do Senhor repousa sobre mim, porque o Senhor consagrou-me pela unção; enviou-me para levar a Boa Nova aos humildes, curar os corações doloridos, anunciar aos cativos a redenção, e aos prisioneiros a liberdade; proclamar um ano de graças da parte do Senhor, e um dia de vingança de nosso Deus; consolar todos os aflitos, da-lhes uma coroa em vez de cinzas, o óleo da alegria em vez de vestidos de luto, cânticos de glória em lugar de desespero. Então os chamarão carvalhos de justiça, plantados pelo Senhor para sua glória. A vós chamar-vos-ão sacerdotes do Senhor, de ministros de nosso Deus serão qualificados. Vós vos alimentareis coma as riquezas das nações, e brilhareis com a sua opulência. Por isso vou dar-lhes fielmente a sua recompensa, e concluir com eles uma aliança eterna. Sua raça tornar-se-á celebre entre as nações, e sua descendência entre os povos: todos vendo-os, reconhecerão que são a abençoada raça do Senhor.

PALAVRA DO SENHOR.


07. SALMO RESPONSORIAL - “SALMO 23”
Pelos prados e campinas verdejantes eu vou / É o Senhor, que me leva a descansar / Junto as fontes de águas puras, repousantes, eu vou / Minhas forças, o Senhor vai animar.
Tu és Senhor / O meu pastor / Por isso nada em minha vida / Faltará.
Nos caminhos mais seguros / Junto Dele eu vou / E pra sempre o Seu nome eu honrarei / Se eu encontro mil abismos / Nos caminhos eu vou, segurança sempre tenho, em Suas mãos.
Tu és Senhor / O meu pastor / Por isso nada em minha vida / Faltará.
Ao banquete em Sua casa / Muito alegre eu vou / Um lugar em sua mesa me preparou / Ele unge minha fronte, e me faz ser feliz / E transborda minha taça em seu amor.
Tu és Senhor / O meu pastor / Por isso nada em minha vida / Faltará.
Com alegria e esperança, caminhando eu vou / Minha vida está sempre em Suas mãos / E na casa do Senhor, eu irei habitar / E este canto, para sempre irei cantar.
Tu és Senhor / O meu pastor / Por isso nada em minha vida / Faltará.

08. II LEITURA - At 8, 14-25

COM.:A graça do Espírito de Deus é dada somente àqueles que pela fé acreditarem neste Dom gratuito e purificador.

Leitura do livro dos Atos dos Apóstolos:
Os apóstolos que se achavam em Jerusalém, tendo ouvido que a Samaria recebera a Palavra de Deus, enviara-lhe Pedro e João. Estes assim que chegaram, fizeram oração pelos novos fiéis, a fim de receberem o Espírito Santo, visto que não havia descido ainda sobre nenhum deles, mas tinham sido somente batizados em nome do Senhor Jesus. Então os dois apóstolos lhes impuseram as mãos e receberam o Espírito Santo. Quando Simão viu que se dava o Espírito Santo por meio da imposição das mãos dos apóstolos, ofereceu-lhes dinheiro, dizendo: “Dai-me também este poder, para que todo aquele a quem eu impuser as mãos receba o Espírito Santo”. Pedro respondeu: “Maldito seja o teu dinheiro e tu também, se julgas poder comprar o Dom de Deus com dinheiro! Não terás direito nem parte alguma neste ministério, já que teu coração não é puro diante de Deus. Arrepende-te desta tua maldade e roga a Deus, para que, sendo possível, te seja perdoado este pensamento do teu coração. Pois estou a ver-te no fel da amargura e nos laços da iniquidade”. Retorquiu Simão: “Rogai vós por mim ao Senhor, para que nada do que haveis dito venha a cair sobre mim”. Os apóstolos, depois de terem dado testemunho e anunciado a Palavra do Senhor, voltaram para Jerusalém e pregaram a Boa Nova em muitos lugares dos samaritanos.
Palavra do Senhor.


09. CANTO DE MEDITAÇÃO - “ME FAZ PROFETA”

Tu que me conheces / Sabes bem que eu sou / Os meus limites / Minha humanidade (2x).
Mas me impulsionas a caminhar / Por Ti Senhor / E me convidas a cantar / Tua Salvação.
Me faz profeta / Me faz olhar adiante / Do outro lado da montanha / E anunciar Tua Redenção.
Me faz profeta / Me faz olhar adiante / Do outro lado da montanha / E como Igreja Te levar Suma Riqueza.

COM: Vamos neste momento aclamar a Palavra de Deus! Ela nos apresenta Jesus que, repleto do Espírito Santo, dirige ao povo a mensagem da vida.


10. ACLAMAÇÃO DO EVANGELHO - “ALELUIA, ALEGRIA MINHA GENTE!”

Aleluia, alegria, minha gente! / Aleluia, aleluia!
O Espírito do Senhor, minha gente!/ Sobre nós repousou, aleluia.
Ele ungiu os seus servos, minha gente! / Para evangelizar, Aleluia.


11. EVANGELHO - Lc 4, 16-22a

O Senhor esteja convosco.
Ele está no meio de nós.
Proclamação do Evangelho de U Jesus Cristo segundo Lucas.
Glória a vós, Senhor!

Naquele tempo, Jesus foi a Nazaré onde fora criado e, segundo o seu costume, entrou em dia de sábado na sinagoga, e levantou-se para ler. Foi-lhe entregue o livro do profeta IsaÍas; abrindo-o encontrou o lugar onde está escrito: “O Espírito do Senhor repousa sobre mim, porque me ungiu; e enviou-me para anunciar a Boa Nova aos pobres, para sarar os contritos de coração, para anunciar aos cativos a redenção, aos cegos à restauração da vista, para pôr em liberdade os cativos, para publicar o ano da graça do Senhor. E Enrolando o livro, deu-o ao ministro e sentou-se; todos quantos estavam na sinagoga tinham os olhos fixos Nele. Ele começou a dizer-lhes: “hoje se cumpriu este oráculo que acabais de ouvir”. Todos lhe davam testemunho e se admiravam das palavras de graça, que procediam de sua boca.
Palavra da Salvação.

12. RITO DA CRISMA

Com: A Crisma nos dá força para que no decorrer da vida, possamos ser confirmados na dignidade e missão de batizados. Por isso neste momento, nós crismandos renovaremos as promessas do nosso batismo; e a partir deste momento estaremos à disposição do Cristo, de um modo mais consciente, estaremos nos guiando por sua luz e também sendo luz, para os demais irmãos e irmãs da comunidade.


13. RENOVAÇÃO DAS PROMESSAS DO BATISMO

BISPO: Renuncias a satanás e a todas as suas obras e seduções?
CRISMANDO: Renuncio!
BISPO: Credes em Deus Pai Todo Poderoso, criador do céu e da terra?
CRISMANDO: Creio!
BISPO: Credes em Jesus Cristo, seu Único Filho, e Nosso Senhor, que nasceu da Virgem Maria, padeceu e foi sepultado, ressuscitou dos mortos e está sentado a direita de Deus Pai.
CRISMANDO: Creio!
BISPO: Credes no Espírito Santo, Senhor e fonte de vida, que hoje pelo Sacramento da Confirmação, vos é dado de modo especial, como foi dado aos apóstolos no Dia de Pentecostes?
CRISMANDO: Creio!
BISPO: Credes na Santa Igreja Católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição dos mortos e na vida eterna!
CRISMANDO: Creio
BISPO: Esta é a nossa fé, que da Igreja recebemos e sinceramente professamos, razão de nossa alegria em Cristo Nosso Senhor.
TODOS: Amém.


14. IMPOSIÇÃO DE MÃOS


15. UNÇÃO DA CRISMA -

BISPO: Recebe por este sinal o Dom do Espírito Santo!
CRISMANDO: Amém!
BISPO: A paz esteja contigo!
CRISMANDO: E contigo também!


16. RITO DA CRISMA I - “ESPÍRITO SANTO”

Espírito Santo / Apossa-te de mim / Inesgotável fonte / De poder e de luz.
Espírito Santo / Me leva aos Teus rios / E neles me banha / Faz-me ser / Semelhança de Jesus.
Vem Espírito de Deus / Faz nascer em mim os Teus Dons / Tuas graças / Frutos de vida (2x).
Vem poder do alto / Vem Paráclito / Vem Consolador / Enche-me de novo / Vento Impetuoso / Sou Teu.


17. RITO DA CRISMA II - “VINDE, ESPÍRITO SANTO”

Vinde ó Espírito Santo / Enchei os corações dos vossos fiéis.
Acendei neles o fogo do vosso amor / Enviai o Vosso Espírito / E tudo será criado / E renovarei a face da terra.
Doce, doce Espírito Santo / Exemplo quero ser / Da Mãe do meu Senhor.
Doce, doce Espírito Santo / Fazei também de mim / Morada do senhor.
Como um sacrário vivo levando amor / Revelando coisas que eu não sei / Mistérios do grande Autor / Se eu conhecer / Por nada eu trocarei.


18. CREDO - “REZADO”


19. ORAÇÃO DA ASSEMBLÉIA - “CRISMADOS”

Senhor, escutai a nossa prece!
1. Por nossos pais e por nossos padrinhos, que nos incentivaram e nos apoiaram durante todo este tempo de preparação para a Crisma, para que cada vez mais saibam dar incentivo e o apoio certo no momento certo, e possam testemunhar os nossos passos na fé desta vida cristã; rezemos ao Senhor.
Senhor, escutai a nossa prece!
2. Por nós crismados, para que o Espírito Santo possa nos iluminar nesta nova caminhada, fortalecendo-nos ante as adversidades e não deixando que o Crisma seja apenas esta celebração, mas um projeto muito além, que devemos trazer para as nossas vidas; Rezemos ao Senhor.
Senhor, escutai a nossa prece!
3. Por todos os povos, para que na busca da tão almejada felicidade, possam cada vez mais, dar passos firmes e significativos de fraternidade e de paz, e para que encontrem no Cristo Filho de Deus “que é o Caminho, a Verdade e a Vida”; a inspiração necessária para os seus atos; Rezemos ao Senhor.
Senhor, escutai a nossa prece!
4. Por nossa Igreja que se alegra e reza para que todos os seus membros cresçam na fidelidade a Jesus Cristo e Seu testemunho no mundo; Rezemos ao Senhor.
Senhor, escutai a nossa prece!
5. Por nossos padres, para que, movidos pelo Espírito Santo, possam continuar seu dedicado trabalho pastoral nas paróquias, contribuindo sempre para o crescimento do Espírito missionário; Rezemos ao Senhor.
Senhor, escutai a nossa prece!
6. Por nosso bispo Dom..........., para que guiado pelo Santo Espírito de Deus, possa continuar conduzindo os destinos da Igreja da Diocese de ..............., com toda fé, entusiasmo e coragem que tem demonstrado no desempenho dessa missão apostólica; Rezemos ao Senhor.
Senhor, escutai a nossa prece!
7. Pela catequese de Crisma, para que a cada dia iluminada pelo Santo Espírito, possa atrair mais jovens para uma evangelização adulta e consciente dos deveres cristãos e para o testemunho do Amor do Cristo; Rezemos ao Senhor.
Senhor, escutai a nossa prece!
8. Por nossos catequistas, para que na fé em Cristo caminhem sempre juntos, pois pela fé em que foram unidos,permaneçam unidos em Cristo Jesus e continuem a missão a qual foram chamados; Rezemos ao Senhor.
Senhor, escutai a nossa prece!


20. PREPARAÇÃO DAS OFERTAS


21. PROCISSÃO DAS OFERTAS - “CRISMADOS”

- Ofertamos ao Senhor o pão, fruto do trabalho do homem, que vai se tornar o Pão da Vida, Corpo de Nosso Senhor Jesus Cristo.
- Ofertamos ao Senhor à água que lava e gera a vida, acompanhada do vinho, fruto da videira, que para nós, vai se tornar Bebida de Salvação, Sangue do Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
- Ofertamos ao Senhor a vela acesa, cujo fogo simboliza para nós a vida que se faz presente no Sacramento; a força do Espírito Santo.
- Ofertamos ao Senhor a Bíblia, que guarda a Palavra de Deus, luz para os nossos olhos, força para a nossa alma, caminho aberto para a salvação de todos os povos.


22. CANTO DO OFERTÓRIO - “SOBE A JERUSALÉM”

Sobe a Jerusalém / Virgem oferente sem igual / Vai, apresenta ao Pai / Teu menino, Luz que chegou no Natal / E, junto à Sua cruz / Quando Deus Morrer ficas de pé / Sim, Ele te salvou / Mas O oferecestes por nós toda fé.
Nós vamos renovar / Este sacrifício de Jesus / Morte e ressurreição / Vida que brotou de Sua oferta na cruz / Mãe, vem nos ensinar / A fazer da vida uma oblação / Culto agradável a Deus / É fazer oferta do próprio coração.


23. ORAÇÃO DA EUCARÍSTICA


24. SANTO - “A LUA E AS ESTRELAS”

A lua e as estrelas (O Senhor é Santo) / Uma ave no céu (O Senhor é Santo) / Tudo isso me que é Santo / O Senhor é Santo.
O verde das matas (O Senhor é Santo) / Um fruto maduro (O Senhor é Santo) / Tudo isso me que é Santo / O Senhor é Santo.
Céus e terra vão passar / Mil impérios desabar / Santo, Santo, Santo / Água, fogo, terra, e ar / Tudo isso a clamar / Santo, Santo, Santo.
As borboletas (O Senhor é Santo) / Uma planta vermelha (O Senhor é Santo) / Toda rosa me diz que Santo / O Senhor é Santo
O vento no rosto (O Senhor é Santo) / Saudades de alguém (O Senhor é Santo) / Todo canto me diz que Santo / O Senhor é Santo.


25. PAI-NOSSO - “REZADO”


26. ABRAÇO DA PAZ - “SEREI TEU AMIGO”

É preciso o caminho enfrentar / Quando o tempo difícil chegar / Com coragem caminharás / Porque ao teu lado eu quero estar / Deus nos ajudará.
Não vou te deixar! / Vou te amar! / Estarei sempre contigo / Seja inverno ou verão / Alegra teu coração! / Serei o teu amigo!. / Cada lágrima que cai / Fortalece-nos mais / Uooo / Sempre serei teu amigo.
Como é bom conviver partilhar / Os momentos alegres passar / Mas amigo fiel seguirá / Mesmo sabendo das lutas que tens / Ao teu lado estará.
No caminho teu / Quero andar / Precioso é para mim / O dom da tua vida / Se tristes estas / Vou te consolar / Mas se fores sorrir / Me alegrarás / Me alegrarás.


27. CANTO DA COMUNHÃO I -
“CORPO, SANGUE, ALMA E DIVINDADE”

Neste vinho e neste pão / Sei que posso me apoiar / Solução pra os meus problemas / Esta ceia me trará / Muito mais que um memorial / É Jesus Presente aqui / Se entregando hoje e sempre / Se doando ao Pai por mim.
Sim eu creio / No Corpo, Sangue, Alma e Divindade / No grandioso Deus que quer morar em mim / Que vem morar em mim / Eu canto glória / Ao Deus que se fez Pão / Ao Deus que se fez Vinho / Só por mim / Aleluia / Aleluia.
Quem não come do Teu Corpo / Do Teu Sangue não tomar / Não terá a vida eterna / Que nos prometestes dar / Quando bebes desde Vinho / E recebes desde Pão / se recorda no calvário / Morte e Ressurreição.


28. CANTO DA CRISMA II - “DAQUI DO MEU LUGAR”.

Daqui do meu lugar / Eu olho o Teu altar / E fico a imaginar aquele pão / Aquela refeição.
Partiste aquele pão / E o deste aos Teus irmãos / Criaste a religião do pão do céu / Do pão que vem do céu.
Somos a Igreja do pão / Do pão partilhado / E do abraço e da paz.
Daqui do meu lugar / Eu olho o Teu altar / E fico a imaginar aquela paz / Aquela comunhão.
Viveste aquela paz / E a deste a Teus irmãos / Criastes a religião do pão da paz / Da paz que vem do céu.
Somos a Igreja da paz / Da paz partilhada / E do abraço e do pão.


29. AÇÃO DE GRACAS - “É CERTO TUA PRESENÇA”

É certo Tua presença está aqui / É certo Teu Espírito nos unge / É certo outra vez o véu vai se rasgar / E como no calvário / Tua vida doar.
Adorado, bendito em todo viver / Exaltado em Teu corpo, em Teu sangue / Majestade, Supremo e Bom Senhor / Para Ti o meu canto / Para Ti, todo o meu louvor.
Tu és o princípio e o fim de tudo / Só Tu és a fortaleza / Rocha inabalável, confio em ti.

OREMOS (Pausa):

Acompanhai, ó Deus, com a vossa benção, aqueles que receberam a unção do Espírito Santo e foram nutridos pelo sacramento do vosso Filho, para que, superando todas as adversidades, alegrem a vossa Igreja por uma vida santa e a façam crescer no mundo por seu amor e suas obras. Por Cristo, nosso Senhor!
AS.: Amém!


30. CANTO FINAL - “VENHO TE AGRADECER”

Senhor, eu venho te agradecer / Por todos os dias agente poder conversar / Senhor, às vezes me vejo a chorar / Só tu és força que anima o meu caminhar.
Eu quero, te dizer agora / Que eu já vou embora / Evangelizar.
Senhor, eu vejo irmãos a sofrer / E sei pela fé que pedes me a todos amar / Senhor, o mundo precisa entender / Que só com amor a justiça sobreviverá.
Senhor às vezes me ponho a pensar/ E peço o fim da violência e da fome do irmão / Senhor o mundo precisa te conhecer / Mas eu Te prometo que vou evangelizar.


31. BENÇÃO FINAL

BISPO: Abençoe-vos Deus, Pai todo-poderoso, que vos fez renascer da água e do Espírito Santo e vos tornou seus filhos e filhas adotivos,
e vos conserve dignos de seu amor de Pai! AS.: Amém!
BISPO: Abençoe-vos seu Filho Unigênito, que prometeu que o Espírito da verdade permaneceria na Igreja, e vos confirme com sua força na profissão da verdadeira fé! AS.: Amém!
BISPO: Abençoe-vos o Espírito Santo, que acende o fogo do amor no coração dos discípulos, e vos conduza, unidos num só corpo e sem tropeço, à alegria do reino de Deus! AS.: Amém!
BISPO: Abençoe-vos Deus todo-poderoso, Pai e Filho + e Espírito Santo! AS.: Amém!
PR.: Proclamai a todos o amor de Deus! Ide em paz e o Senhor vos acompanhe! AS.: Graças a Deus!



domingo, 27 de abril de 2014

FORMAÇÃO LITÚRGICA MISTAGÓGICA

Mistagogia, o que é isso?

*Ione Buyst

“Mistagogia” vem de uma composição de duas palavras gregas: 'myst ' e 'agogein'. É uma palavra que indica uma prática muito antiga, redescoberta recentemente: guiar para dentro do mistério.

Antes de tudo, é a própria liturgia que nos guia para dentro do mistério que celebramos. Pela participação na ação ritual somos introduzidos/as, iniciados/as, mergulhados/a no mistério. A liturgia nos leva à experiência da fé através da participação nos 'ritos e preces' (Cf. SC 48).

Todos os elementos e o dinamismo das celebrações (eucaristia e outros sacramentos, palavra, ofício divino...) nos levam à participação no mistério da vida, morte e glorificação de Jesus, o Cristo. Ajudam-nos a nos identificar com ele nas inúmeras atividades do dia-a-dia, nas escolhas decisivas que temos de fazer em determinados momentos, nas encruzilhadas da vida em que tudo nos parece obscuro e incompreensível, sem saída, sem perspectivas, assim como nos momentos de certeza, de júbilo, de paz, de alegria, de doação, de entrega.

Uma palavra das escrituras,
Um aperto de mão ou um abraço,
O versículo de um salmo,
Um gesto de oração,
A água benta respingando em nós,
A luz de uma vela acesa,
O cheiro do incenso e sua subida para o alto,
A luz do sol que passa persistente por uma fresta da porta ou da janela,
As palavras ou o gesto da bênção,
Um profundo silêncio,
Uma aclamação vigorosa,
Um abraço verdadeiro de reconciliação,
O Pão e o Vinho partilhados,
A unção com o crisma ou com o óleo dos enfermos...

Tudo isto pode se tornar para nós um momento de descoberta, de revelação da profundidade do amor de Deus e do sentido de nossa vida e de nossa morte, de nossos encontros e desencontros, de nossas alegrias e tristezas, de nossas esperanças e desilusões... Tudo isso pode aprofundar nossa opção por ele, pelo caminho do seguimento e da missão em seu nome, na fidelidade a todo custo.

Mas é preciso que alguém nos ajude a perceber o caminho da participação espiritual, integral, de corpo, mente, coração, rumo ao mergulho no encontro com o Transcendente, com Deus, com o Cristo em sua morte-ressurreição, na profundidade da experiência ritual.

A catequese mistagógica nos oferece os elementos para podermos entender, intuir o que acontece conosco na ação ritual. Trata-se de ajudar na simbolização, guiar na passagem do sinal material, ‘significante’ (objeto, gesto, leitura, ação ritual), para a realidade teologal-espiritual significada e realizada pelo sinal, fazendo referência à história da salvação (experiências de vida vividas na fé). Aí entram a familiaridade com a Sagrada Escritura e o aprofundamento teológico, que culmina no encontro pessoal com Jesus Cristo, no momento atual, existencial de nossa vida pessoal, comunitária, social. A mistagogia nos leva a uma conversão da interioridade, uma adesão existencial à pessoa de Jesus Cristo e não apenas intelectual ou moral. E esta adesão nos leva a uma atitude ética, um modo de vida de acordo com o evangelho de Jesus Cristo.

Há pelo menos três instâncias nas quais deveríamos receber uma formação mistagógica: no catecumenato e na catequese, nas reuniões de preparação das celebrações (equipes de liturgia, ensaios dos ministros da música ritual), nos cursos de formação litúrgica. Além disso, não nos esqueçamos da importantíssima dimensão mistagógica da homilia.




* Ione Buyst,  atua há muitos anos na formação litúrgica, tanto no campo acadêmico como no campo pastoral e popular.  É professora universitária, assessora treinamentos, encontros e cursos de teologia e pastoral litúrgicas a pedido de institutos de teologia, dioceses e regiões pastorais, congregações religiosas, movimentos interclesiais de comunidades de base. Tem vários livros e artigos publicados, tanto na área acadêmica quanto na pastoral. É articulista e membro do conselho de redação da Revista de Liturgia; membro co-fundadora da Celebra, Rede de Animação Litúrgica; membro da equipe de elaboração do Ofício Divino das Comunidades; e uma das criadoras do Laboratório Litúrgico, uma técnica a serviço da formação litúrgica integral.


sábado, 26 de abril de 2014

O Concílio Vaticano II e a renovação litúrgica 50 anos depois


*Ione Buyst

O Concílio Vaticano II, sob o prisma da liturgia foi uma reviravolta e uma abertura maravilhosa não somente para dentro da Igreja Católica, como “volta às fontes” da fé (Bíblia, patrística...), mas também em relação às outras igrejas cristãs, ao diálogo com as outras tradições religiosas e – diria principalmente – uma abertura para com o “mundo”, uma atenção aos grandes problemas da humanidade. Só se pode celebrar a memória de Jesus Cristo no espírito do Concílio quando se têm o coração e as janelas abertas para a realidade: da pessoa humana, da comunidade de todos os povos e culturas, do cosmos...

A Constituição conciliar Sacrosanctum Concilium sobre a Sagrada Liturgia foi o primeiro documento a ser votado e promulgado pelo Concílio Vaticano II em 04-12-1963. As perspectivas litúrgicas que se abriram a partir deste documento são muitas. Na época, as reações de quem acompanhava o Movimento Litúrgico eram das mais entusiastas, porque o Concílio assumiu a maior parte das propostas do Movimento, como por exemplo: 
- Participação ativa de todo um povo sacerdotal (considerada uma revolução eclesiológica ‘copernicana’, porque até então a liturgia era do domínio unicamente do clero);
- A liturgia como ação teologal, celebração memorial do mistério pascal (e não mais como culto, como ‘exercício da virtude da religião’) e este enfoque do mistério pascal modificando a teologia e a espiritualidade de cada sacramento e sacramental (p.ex. batismo: não mais centralizado na eliminação do pecado original; eucaristia, não centralizada na presença real, mas na participação na morte e ressurreição do Senhor, na unidade de toda a comunidade eclesial pela partilha do Pão e do Vinho, no Espírito; as exéquias: em perspectiva de ressurreição e, portanto, sem os paramentos pretos de antes de concílio), etc.;
- A liturgia como fonte da espiritualidade cristã; talvez o ponto menos compreendido e posto em prática;
- Substituição do latim pelo idioma próprio de cada povo;
- Devolução da Sagrada Escritura ao povo de Deus, dentro e fora da celebração litúrgica; a proclamação e interpretação da Palavra de Deus na liturgia no idioma de cada povo e a restauração do salmo responsorial, da homilia e da oração universal; fato importantíssimo na reaproximação com as Igrejas da Reforma Protestante;
- Redescoberta da atuação do Espírito Santo na liturgia e a consequente introdução das epícleses (invocações do Espírito Santo) – superando assim um certo “cristomonismo” da Igreja Católica, aproximando mais das igrejas orientais; 
- Afirmação do sentido teológico da assembléia litúrgica como expressão do ser Igreja; 
- Sacramentalidade de toda liturgia (e não somente dos sete sacramentos) e daí a importância da ritualidade, ou seja, do resgate da dimensão antropológica da liturgia: gestos humanos (falar, ouvir, comer, beber, banhar, perfumar...), performativos..., para expressar e comunicar o mistério de nossa fé; 
- Restauração do ano litúrgico em torno da Vigília pascal e do Domingo, dia do Senhor; 
- Substituição do gregoriano por cantos na tradição musical de cada região (ainda que isso tenha levado vários anos a se concretizar, por causa da necessidade de estudos e aprofundamento, tanto da parte dos letristas e compositores, quanto dos corais e, principalmente, do povo em geral); 
- Introdução de ministérios litúrgicos não clericais: leitores, salmistas, acólitos, cantores... (onde antes, além do padre, havia somente coroinhas). Isso para citar apenas algumas perspectivas. Há muitas outras.

A Igreja pós-conciliar levou a efeito as decisões do Concílio, particularmente ao que se refere à liturgia, por um longo caminho, e isso foi feito em várias fases: 
1) um trabalho de vários anos para renovar todos os rituais com suas introduções, adequando-as às determinações do Concílio; este trabalho foi realizado por uma Comissão convocada pelo papa para este fim;
2) outro trabalho exaustivo: as traduções destes rituais nos vários grupos linguísticos e depois sua aprovação por ‘Roma’;
3) em seguida, a introdução destes novos rituais na prática pastoral em cada diocese, em cada paróquia e comunidade..., com a formação do clero e do povo! Trabalho pedagógico-pastoral, catequético, espiritual. Tratava-se não somente de informar, mas de formar clero, povo e especialistas em liturgia, levando a nova maneira de estudar, entender e participar da liturgia, unindo os gestos corporais com novas atitudes espirituais... E tudo isso coordenado e acompanhado pelas respectivas Conferências Episcopais, em nosso caso, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, reunindo peritos, preparando documentos e subsídios... Sem falar da mudança no ensino da liturgia e sacramentos nos institutos de teologia (trabalho até hoje não terminado!). 

Olhando para trás nesses 50 anos: foi um trabalho maravilhoso, criativo, renovador... E que não chegou ainda ao fim, pois a nova mentalidade, a nova teologia e espiritualidade litúrgicas estão longe de terem sido assimiladas! Falta a formação mistagógica  (na catequese, na formação litúrgica em todos os níveis).

A Igreja como povo de Deus foi certamente a tônica mais forte e opção decisiva do Concílio. Como categorias bíblico-teológicas, no entanto, “povo de Deus” e “comunhão” não são contraditórias, mas complementares. As relações do povo de Deus, vividas e fomentadas em pequenas comunidades, não estão baseadas numa ordem sociopolítica, nem de política eclesiástica, mas estão fundamentadas, enraizadas, na comunhão trinitária, do Pai, do Filho, do Espírito Santo. A “lei” que rege as relações no povo de Deus é o amor, fruto do Espírito Santo que nos foi dado, para podermos seguir a suprema “ordem” de Jesus: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, e cuja expressão sacramental mais forte se dá no batismo (Formamos um só corpo, porque fomos batizados em um só Espírito...; cf. 1Cor 12, 13) e na celebração eucarística (Comunhão no Corpo e sangue de Cristo, porque bebemos de um mesmo cálice e comemos de um mesmo Pão - cf. 1Cor 10, 16-17). E, a partir daí, sim, atuamos nas relações interpessoais, culturais, políticas.

É perigoso generalizar mas, depois de 50 anos da abertura do Concílio parece estar havendo uma estagnação, ou pior, na prática, uma negação de certos princípios básicos da reforma conciliar. Para citar apenas alguns aspectos:
1) Volta ao eclesiocentrismo, clericalismo, devocionalismo, sacramentalismo, ritualismo.
2) Fechamento da Igreja sobre si mesma, brecando o ecumenismo e a abertura para com o mundo. Parece haver mais preocupação em construir templos (cada vez maiores) e atrair multidões para uma liturgia-espetáculo, do que em formar um povo consciente e competente para agir na sociedade como fermento na massa, como pede o Concílio. Temos uma estrutura eclesiástica considerável, porém um laicato praticamente inexistente. Há, sim, pastorais sociais muito ativas e fazendo um trabalho eficiente, porém geralmente desconectadas da liturgia. E a maioria dos frequentadores de missas não acompanha e não recebe formação para viver toda a sua vida, inclusive as relações sociais e políticas, de acordo com aquilo que celebramos. É como se fossem duas ‘igrejas’, uma ao lado da outra.
3) Falta uma liturgia que fomente a espiritualidade e mística da missão no mundo, tendo como fonte a participação na liturgia, meta principal do Movimento Litúrgico.
4) Ao mesmo tempo, temos uma vida litúrgica muito interessante acontecendo, amadurecendo nas bases, com celebrações dominicais da Palavra, celebrações do Tríduo Pascal, celebrações da reconciliação, ofício divino das comunidades, vigílias de oração, unindo fé e vida, coordenadas por leigos e leigas. É uma esperança.
No entanto, levando em conta as recentes decisões do Papa Bento XVI em reintegrar os seguidores do bispo tradicionalista Marcel Lefevre, em retomar ritos litúrgicos de tradição tridentina, o momento da Igreja é de confusão e de perplexidade. É um anular das propostas litúrgicas e eclesiológicas do Concílio.

O Concílio deixou claro que o mais importante não é a Igreja, mas o Reino de Deus e o evangelho de Jesus Cristo. A Igreja deve sair de sua posição eclesiocêntrica, dominadora, e crescer na atitude de escuta, diálogo, serviço. Ou melhor, não a Igreja enquanto instituição, mas enquanto povo de Deus, conjunto de comunidades vivas construídas em torno da Palavra e da Liturgia, atentas ao Espírito que sopra onde quer e nos acompanha na missão de estimular a fraternidade universal, partindo dos pobres, dos necessitados.

É preciso dar prioridade à formação de cristãos conscientes, engajados, abertos ao “mundo”, abertos ao ecumenismo e ao diálogo inter-religioso, participantes ativos na busca de solução dos problemas que assolam a sociedade atualmente, em todos os níveis, local e internacional. Devemos reconhecer o pluralismo religioso numa sociedade pluricultural e criar atitude de diálogo e colaboração com as outras tradições religiosas e espirituais.

No tocante à liturgia, antes de tudo, celebrar em pequenas “comunidades de vida”, comunidades de base, onde é possível a relação pessoal, a partilha “das alegrias e esperanças, das tristezas e angústias”, como diz o documento Gaudium et spes  (sobre a Igreja no mundo de hoje), onde é possível meditar comunitariamente a Palavra de Deus proclamada, interpretando-a dentro do contexto vital daquela comunidade, vivenciar a partilha de vida, de bens, de informação e formação, atentos ao que acontece no mundo, atentos aos sinais do Reino de Deus na realidade local, nacional, mundial, com momentos profundos de “fração do pão” e da Palavra, como em Emaús (Lc 24, 16-35), como nas comunidades retratadas nos Atos dos Apóstolos (2,42; 20,7-12).

Outra coisa é que a mulher na Igreja Católica continua sendo considerada e tratada como membro eclesial de segunda categoria, num total descompasso com a situação da mulher na sociedade atual. Não tendo acesso à ordenação, não pode coordenar plenamente uma comunidade, nem presidir as assembleias litúrgicas; não participa das decisões realizadas em nível de episcopado. Isso é prejudicial em três níveis:
1) para as próprias mulheres, porque são consideradas cristãs de segunda categoria (contrariando p.ex. Gl 3,27-28 que fala da igualdade fundamental, baseada no batismo: “Vós todos que fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo. Não há mais judeu ou grego, escravo ou livre, homem ou mulher, pois todos vós sois um só, em Cristo Jesus”);
2) para a sociedade, porque esta atitude da Igreja Católica reforça o machismo e a discriminação das mulheres que persistem na cultura atual e que são contrários aos direitos da mulher como pessoa humana; 
3) prejudica a evangelização, porque distorce a própria imagem de Deus, pois fomos criados “à sua imagem e semelhança; homem e mulher ele os criou”, diz o livro de Gênesis. Pela organização patriarcal e machista da Igreja, ocultamos, portanto, 50% da imagem de Deus, seu lado feminino.

Ione Buyst é doutora em Teologia Dogmática com Concentração em Liturgia, pelo Centro de Liturgia da Pontifícia Faculdade de Teologia Nossa Senhora da Assunção, São Paulo. É articulista e membro do conselho de redação da Revista de Liturgia, São Paulo, desde 1972; membro e cofundadora da ASLI (Associação dos Liturgistas do Brasil) e da CELEBRA, Rede de Animação Litúrgica.