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sábado, 9 de dezembro de 2023

ANDAR NA CONTRAMÃO - Mc 1, 1-8

Frei Carlos Mesters dizia que pertencer ao Reino de Deus, para a Comunidade de Marcos, era viver na contramão. À luz dessa compreensão vamos caminhar com este texto.

1. Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus

Andar na contramão é trazer a boa notícia de que o povo de Deus não é composto dos judeus ricos, mas de todo pobre, de qualquer lugar, que reconhece que o Filho de Deus é Jesus de Nazareth e não o imperador de Roma.

2. Como está escrito nos profetas: Eis que eu envio o meu anjo ante a tua face, o qual preparará o teu caminho diante de ti. 3 Voz do que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.

Andar na contramão era ler as Escrituras de modo diferente dos doutores da Lei, Deus falava pela boca de João Batista e não pelos rabinos fariseus.

3. Apareceu João batizando no deserto, e pregando o batismo de arrependimento, para remissão dos pecados. 5. E toda a província da Judeia e os de Jerusalém iam ter com ele; e todos eram batizados por João. 6. E João andava vestido de pelos de camelo, e com um cinto de couro em redor de seus lombos, e comia gafanhotos e mel silvestre.

Quando o tempo chega, as multidões são capazes de correr o mundo para refrescar a alma. Andar na contramão é não fazer nenhuma concessão. João Batista não vestia roupas finas e se alimentava de gafanhotos e mel. Não participava dos banquetes dos opressores, em que o prato principal era a cabeça dos profetas. Pela boca de João Deus gritava no deserto que chegou o momento do juízo. A foice de Deus derrubava a maldade pela raiz e queimava a terra para que não sobrasse nenhum broto. Mas as águas sagradas do Jordão poderiam lavar os pecados de quem estivesse disposto a mudar de vida.

4. E pregava, dizendo: após mim vem aquele que é mais forte do que eu, do qual não sou digno de, abaixando-me, desatar a correia das suas alparcas. 8. Eu, em verdade, tenho-vos batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo.

Andar na contramão é denunciar e anunciar que o tempo dos pobres chegou. A melhor notícia é a de que Jesus foi trazido pela Brisa Santa para fazer a escuridão virar dia, a doença virar saúde, a tristeza virar alegria. Jesus inventa um novo batismo. O antigo lavava o corpo. O novo, o da Brisa Santa, lava a alma para que chegue o tempo do amor.

Marcos Monteiro
Recife, 02 de dezembro de 2023.
CEBI.ORG

quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

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domingo, 3 de dezembro de 2023

A CHEGADA DO REINO DE DEUS


A grande pergunta que fica é esta: o que vai acontecer depois da destruição de Jerusalém? Será que o mundo vai acabar? Será que a história vai continuar? Jesus responde com imagens tiradas da profecia de Daniel (Dn 7,1-14). Daniel diz que, depois das desgraças causadas pelos reinos deste mundo, virá o Reino de Deus. Os reinos deste mundo, todos eles, têm figura de animal: leão, urso, pantera e besta-fera (Dn 7,3-7). São reinos animalescos, desumanizam a vida, até hoje! O Reino de Deus, porém, aparece com o aspecto de Filho do Homem, isto é, com aspecto de gente (Dn 7,13). É um reino humano. Construir este reino que humaniza é a tarefa do povo das comunidades. É a nova história que devemos realizar e que deve reunir gente dos quatro cantos do mundo.

Marcos 13,28-32: No fim, Jesus dá três conselhos

Primeiro, com a parábola da figueira. É como se dissesse: “Aprendam das árvores como ler os sinais dos tempos para descobrir onde Deus está atuando e chagando!” (Mc 13,28-31). Em seguida, fala bem claramente sobre o dia e a hora do fim do mundo: “Quanto a esse dia e essa hora, ninguém sabe nada, nem os anjos, nem o Filho, mas somente o Pai!” (Mc 13,32). Finalmente, uma última advertência de vigilância. “O que digo a vocês, digo a todos: fiquem bem vigilantes!” (Mc 13,33-37).

Alargando

A vinda do Messias e o fim do mundo

Hoje, muita gente vive preocupada com o fim do mundo. Alguns, lendo o Apocalipse de João, chegam a predizer a data exata do fim. Durante muitos séculos se dizia: “De 1000 passou, mas de 2000 não passará!” Por isso, na medida em que o ano 2000 chegava mais perto, muitos ficavam preocupados. Teve até gente que, angustiada com a chegada do fim do mundo, chegou a cometer suicídio. Mas o ano 2000 passou e nada aconteceu. O fim não chegou! A mesma problemática havia nas comunidades cristãs dos primeiros séculos.

Elas viviam na expectativa da vinda iminente de Jesus. Jesus viria realizar o Juízo Final para transformar a história injusta do mundo cá de baixo e inaugurar a nova fase da história, a fase definitiva do Novo Céu e da Nova Terra. Achavam que isto aconteceria dentro de uma ou duas gerações. Muita gente ainda estaria viva quando Jesus fosse aparecer glorioso do céu (1Ts 4,16-17; Mc 9,1). Havia até pessoas que já nem trabalhavam mais, porque achavam que a vinda fosse coisa de poucos dias ou semanas. Assim pensavam. Mas até hoje a vinda de Jesus ainda não aconteceu! Como entender esta demora? Nas ruas das cidades, a gente vê pintado nas paredes “Jesus voltará!” Vem ou não vem? E como será a vinda?

Muitas vezes, a afirmação “Jesus voltará!” é usada para meter medo nas pessoas e obrigá-las a frequentar uma determinada igreja! No Novo Testamento, porém, a volta de Jesus sempre é motivo de alegria e de paz! O medo é para os que oprimem e exploram o povo. Para os explorados e oprimidos, a vinda de Jesus é uma Boa Notícia!

Quando vai acontecer essa vinda? Entre os judeus, as opiniões eram variadas. Os saduceus e os herodianos diziam: “Os tempos messiânicos já chegaram!” Achavam que o bem-estar deles durante o governo de Herodes fosse expressão do Reino de Deus. Por isso, não queriam mudança e combatiam a pregação de Jesus que convocava o povo a mudar e a converter-se. Os fariseus diziam: “O Messias ainda deve chegar! Vai depender do nosso esforço na observância da lei!” Os essênios diziam: “O Reino prometido só chegará quando tivermos purificado o país de todas as impurezas.”

Entre os cristãos havia a mesma variedade de opiniões. Alguns da comunidade de Tessalônica na Grécia, apoiando-se na pregação de Paulo, diziam: “Jesus vai voltar logo!” (1Ts 4,13-18; 2Ts 2,2). Paulo responde que não é tão simples como eles imaginavam. E aos que já não trabalhavam avisa: “Quem não quiser trabalhar não tem direito de comer!” Provavelmente, eram uns preguiçosos que, na hora do almoço, iam mendigar a comida na casa do vizinho. Outros cristãos eram de opinião que Jesus só voltaria depois que o evangelho fosse anunciado no mundo inteiro (At 1,6-11). E achavam que, quanto maior o esforço de evangelizar, mais rápido viria o fim deste mundo. Outros, cansados de esperar, diziam: “Ele não vai voltar nunca!” (1Pd 3,4). Outros, baseando-se em palavras do próprio Jesus, diziam acertadamente: “Ele já está o meio de nós!” (Mt 25,40).

Hoje acontece o mesmo. Tem gente que diz: “Do jeito que está, está bem, tanto na Igreja como na sociedade!” Eles não querem mudança. Outros esperam pela volta imediata de Jesus. Outros acham que Jesus só voltará através do nosso trabalho e anúncio. Para nós, Jesus já está no nosso meio (Mt 28,20). Ele já está do nosso lado na luta pela justiça, pela paz, pela vida. Mas a plenitude ainda não chegou. Por isso, aguardamos com firme esperança a libertação plena da humanidade e da natureza (Rm 8,22-25).

Texto partilhado pelo autor e pela autora.

Ilustração de capa: Luis Henrique Alves Pinto