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terça-feira, 31 de dezembro de 2019

DIA MUNDIAL DA PAZ



Há 53 anos, no dia primeiro de cada ano, o Romano Pontífice dirige uma mensagem pelo dia Mundial da Paz. O tema da mensagem do Papa Francisco para a celebração do Dia Mundial da Paz em 01/01/2020 é “A paz como caminho de esperança: diálogo, reconciliação e conversão ecológica”.
 A paz é um bem precioso, objeto da esperança e desejada por todos, porém encontra obstáculos nas guerras e conflitos que assolam a humanidade e afetam, sobretudo, os indivíduos mais pobres e frágeis.
A intolerância perante a diversidade gera o desejo de posse e domínio sobre aquelas pessoas e culturas tidas como “diferentes”, ocasionando um verdadeiro fratricídio, ou seja, uma matança entre povos pertencentes a uma mesma raça, qual seja, a raça humana: irmãos matando irmãos. “É a destruição do próprio projeto de fraternidade”.
Um grande paradoxo se evidencia no fato de que muitos Estados buscam garantir a paz e a estabilidade por meio do medo e da desconfiança.Tal situação nunca alcançará seu objetivo, mas tão somente a falta de diálogo e a ocorrência de conflitos. A paz necessita da solidariedade, da cooperação entre os povos e da confiança mútua.
De acordo com o Santo Padre, “a paz e a estabilidade internacional são incompatíveis com qualquer tentativa de construí-las sobre o medo de mútua destruição ou sobre uma ameaça de aniquilação total”.
Desse modo, “a paz se alcança no mais fundo do coração humano, e a vontade política deve ser incessantemente revigorada para abrir novos processos que reconciliem e unam pessoas e comunidades”.
Na mesma esteira, o Papa afirmou: “só se pode chegar verdadeiramente à paz quando houver um convicto diálogo de homens e mulheres que buscam a verdade mais além das ideologias e das diferentes opiniões”.
No que tange ao diálogo, faz-se imprescindível preservar a memória e a história e repassá-las às gerações presentes e futuras, evitando-se, assim, os erros já cometidos e garantindo-se a esperança de que sempre haverá um caminho reto a ser seguido em direção a uma solução pacífica e proveitosa para todos os envolvidos, uma vez que “aquela memória que é garantia e estímulo para construir um futuro mais justo e fraterno”.
Tal como observou o Papa, “a esperança é a virtude que nos coloca a caminho, dá asas para continuar, mesmo quando os obstáculos parecem intransponíveis”.
Uma das fontes geradoras da esperança é o respeito e a melhor forma de respeitar o próximo é enxergá-lo como sendo seu irmão e não como um inimigo que deva ser combatido.
Para tanto, o perdão e a reconciliação devem sempre ser buscados sem que nos esqueçamos de que “o caminho da reconciliação requer paciência e confiança”. Conforme a mensagem assevera, “aprender a viver no perdão aumenta a nossa capacidade de nos tornarmos mulheres e homens de paz”.
Assim, recebido o seu perdão, em Cristo, podemos colocar-nos a caminho para oferecê-lo aos homens e mulheres do nosso tempo. Dia após dia, o Espírito Santo sugere-nos atitudes e palavras para nos tornarmos artesãos de justiça e de paz”.
Por fim, e não menos importante, o Santo Padre abordou a questão da conversão ecológica (em decorrência do Sínodo da Pan Amazônia, realizado em outubro de 2019) que consiste na necessidade de nos preocuparmos com tratamento dispensado ao meio ambiente como um todo, englobando o ser humano, a natureza e todas as criaturas que dela fazem parte.
Asseverou o Papa Francisco: “essa conversão deve ser entendida de maneira integral, como uma transformação das relações que mantemos com as nossas irmãs e irmãos, com os outros seres vivos, com a criação na sua riquíssima variedade, com o Criador que é origem de toda a vida”.
Além disso, não podemos nos esquecer de que o mundo é a “nossa casa comum” e nele habitarão as gerações futuras, as quais necessitarão dos recursos naturais hoje existentes.
Logo, “brotam daqui motivações profundas e um novo modo de habitar na casa comum, de convivermos uns e outros com as próprias diversidades, de celebrar e respeitar a vida recebida e partilhada, de nos preocuparmos com condições e modelos de sociedade que favoreçam o desabrochar e a permanência da vida no futuro, de desenvolver o bem comum de toda a família humana”.
Com base nessa mensagem podemos inferir três posturas a serem seguidas pela humanidade no ano que se iniciará, quais sejam: necessidade de se estabelecer o diálogo entre as nações e os povos, deixando de lado ideologias e opiniões divergentes; manutenção da memória “viva” da história para servir de referência para as sociedades atuais e respeito e cuidado com o meio ambiente.
Dom Eurico dos Santos Veloso
Arcebispo Emérito de Juiz de Fora - MG 

Fonte: CNBB

sábado, 28 de dezembro de 2019

CATEQUESE JUNTO À PESSOA COM DEFICIÊNCIA

                                                                                                     

  “O DIFERENTE NOS EDUCA” 
    Dom Elder Câmara

INFORMAÇÕES NORTEADORAS

O termo “deficiência” indica falta de algo, um déficit. É registrada pela comparação a semelhantes, ao costumeiro e usual, ao dito “normal”. Toda pessoa humana é limitada, isso é um denominador comum entre nós, no entanto, quando a falta ultrapassa certos limites demarcado pela ciência, chamamos “deficiência”.


Hoje, a tendência é considerar a deficiência do ponto de vista funcional, dinâmico, em um relacionamento centrado na pessoa. Por isso, o termo utilizado atualmente, é “pessoa com deficiência”, o que dá ênfase à pessoa e ao valor que lhe é próprio, mesmo sabendo que esse termo pode ter suas limitações. Sendo assim, os termos: deficiente, pessoa portadora de deficiência, pessoa portadora de necessidade especial, o autista, o síndrome de Down, não são mais usados. A pessoa não porta nada, ela tem a deficiência, mas antes de tudo é uma pessoa. Em outras palavras: ela não é a deficiência, ela é uma pessoa com deficiência.


No que se refere à Catequese, por muito tempo usou-se o termo Catequese Especial, mas atualmente a terminologia orientada pela Igreja é Catequese junto à pessoa com deficiência ou Catequese Inclusiva.

PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E AS SAGRADAS ESCRITURAS

O Texto Base da Campanha da Fraternidade de 2006, como o Tema “Catequese e pessoa com deficiência” apontou para o risco de se querer explicar a deficiência do ponto de vista da Teologia da Retribuição, muito presente no Antigo Testamento. Esta Teologia procurar mostrar um Deus que cumula os seus fiéis com riqueza e saúde, enquanto castiga os infiéis com miséria e enfermidades (Jó 11,13-20).


Neste sentindo, percebemos que são identificadas como benção as situações de felicidade: bem-estar, saúde, longevidade, fecundidade, boa fama e prosperidade; são consideradas maldições as situações de infelicidade: desconforto, enfermidade, empobrecimento, humilhação, esterilidade, angústia (Dt 7,9-10). As deficiências, na medida em que foram encaradas como situações geradoras de infelicidade, entraram na lista das maldições (Dt 28,28).


No Novo testamento existem vários textos que relatam o encontro de Jesus com as pessoas com deficiência. Os Evangelhos relatam a atitude humana e inclusiva de Jesus, retomando o verdadeiro sentido da Lei. Ele resgata o valor e o sentido da defesa da vida.

                   CATEQUESE JUNTO À PESSOA COM DEFICIÊNCIA

Algumas considerações para o trabalho

“Queremos sentir membros da Igreja de Cristo”: o grande trabalho da catequese inclusiva é fazer com que a pessoa com deficiência sinta-se Igreja. Para isso, é preciso criar espaço para elas, oportunizar sua de participação efetiva na comunidade, promovendo-a como sujeito ativo de sua história.


O documento recente da CNBB sobre Iniciação à vida cristã nos orienta sobre a formação de discípulos-missionários, mas para que isso aconteça, por primeiro os sujeitos precisar ter acesso à uma comunidade, à Palavra, à experiência com a pessoa Jesus. Só assim é possível traçar este itinerário para formar discípulos-missionários. No entanto, ainda são muitas as barreiras que impedem o acesso dos nossos irmãos com deficiência, sejam elas arquitetônicas, de comunicação e, a principal e pior delas, as atitudinais.


Não é raro em nossas comunidades as pessoas com deficiência serem dispensadas da catequese, a começar por uma iniciativa da família, muitas vezes o primeiro espaço social gerador de preconceitos. Isentá-las significa muitas vezes “menos trabalho” e/ou considerá-las incapazes. Envolvê-los exige esforço, dedicação, inspiração.


A definição da incapacidade é gerada principalmente num contexto em que a catequese tem caráter centrado no conteúdo e na doutrina e menos catecumenal e mistagógico. Ainda são comuns discursos como: “Ela receberá a Eucaristia e nem consegue fazer o sinal da cruz direto? Mal sabe ainda rezar a oração do Pai-nosso”.
"Toda pessoa é capaz de Deus!" 

É necessário nos questionarmos: a admissão aos sacramentos contempla uma dimensão puramente intelectual ou é sinal da presença de Deus na vida da pessoa?
Muitos catequistas também se sentem incapazes de conduzir crianças, jovens e adultos com deficiência. Nem sempre se sentem “à vontade” e os sentimentos são os mais diversos: dó, compaixão, medo, aflição, afastamento, emotividade. A maioria deles são naturais e possivelmente relacionados ao desconhecimento ou falta de convivência com pessoas com deficiência. Existe também uma questão psíquica/emocional, em outras palavras, o catequista não está preparado interiormente, consciente ou inconsciente, pois a diferença do outro pode destacar as nossas deficiências.


Os catequistas ideais para este trabalho são aqueles que se sentem a chamados a esta vocação se colocam à serviço. A constante experiência com a pessoa de Jesus e o estudo são dois pilares importantes para os catequistas que se dispõem a servir na Catequese Inclusiva como indica o Diretório Nacional de Catequese (2005): “É necessário levar em consideração as descobertas e avanços das ciências humanas e pedagógicas e assumir a pedagogia do próprio Cristo, que privilegiou os cegos, mudos, surdos, coxos, aleijados.”


A catequese inclusiva pode e deve desempenhar um papel de ponte entre a sociedade e a igreja, de modo que as mesmas conquistas na sociedade repercutam no seio da Igreja e suas experiências tenham um impacto social.



“As pessoas com deficiência não devem ser levadas ao coração da Igreja, como se fossem de fora, exteriores a esse coração. Ao contrário, de imediato, elas nos mostram onde está esse coração.”
 (Jean-Marie Lustiger- cardeal emérito de Paris).

Michele Toso
Fonoaudióloga e Psicopedagoga
Intérprete de Libras/Português
              Coord. Diocesana da Pastoral da Inclusão da Diocese de São Carlos-SP


sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

HISTÓRIAS DE PRESÉPIO...

Presépio do Miguel

Preciso contar uma história do meu amiguinho Miguel, neto de uma catequista da minha paróquia.
Ano passado, o Miguel veio até minha casa para ver o meu presépio (todos os anos eu capricho muito) e disse que ia fazer um no próximo ano.
Este ano a avó até pensou que ele havia esquecido, quando, de repente, ele aparece em casa com tudo o que ele achava que deveria ter no presépio: vaca, elefante, onça...
Mas, ao montar a sagrada família, Maria quebrou. A avó pensou em mil soluções para resolver o problema, mas, o Miguel já tinha uma solução: sai e volta com a imagem de Nossa Senhora Aparecida, dizendo que podia esta, já que Ela é a mãe de Jesus mesmo.
Creio que ele entendeu muito mais que muita gente por aí.

Catequista Suzana Lossurdo
Barra Bonita - SP

PRESÉPIO DA SUZANA: Um auto de Natal!










quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

CELEBRAÇÃO - ESPIRITUALIDADE



Já que falamos hoje aqui de "Espiritualidade", de desânimo e desaponto também, coloco aqui uma sugestão de celebração para fazermos com o nosso grupo de catequistas:

ESPIRITUALIDADE do CATEQUISTA

Reunir o grupo e convidar alguém para dirigir...

1-Espiritualidade é a capacidade que temos de viver guiados e animados pelo Espírito de Deus, na intimidade com o Seu Projeto. É um ardor, uma energia de Vida, um sopro que nos motiva e impulsiona em direção a Deus. Ele se revela e nos unifica.

Vamos SOPRAR BOLAS DE SABÃO? Perceberam que quanto mais sopramos mais as bolas se unificam? Mais ficam bonitas e voam pelo ar? É o sopro do “espírito” que nos faz voar, subir ao céu...

Depois da brincadeira, vamos dizer todos juntos contemplando e repetindo a frase do salmo 86,11 : “Senhor, unifica o meu coração!”

2- Uma vida de espiritualidade, cheia de fé, ajuda a realizar melhor a missão da catequese. Temos que perseverar na oração e viver a nossa espiritualidade que é baseada nos seguintes ponto:

Na Trindade - O catequista vive em comunidade assim como o nosso Deus é comunidade.
Temos que experimentar o Deus que nos cria e ama: PAI;
que nos salva e caminha conosco: o FILHO JESUS;
e que nos santifica: o Espírito Santo.
Façamos nossa dedicação à Trindade com o sinal da cruz (todos: em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, Amém!)

A Espiritualidade do catequista é BÍBLICA: Somos porta-voz da Boa Notícia, vamos recebê-la cantando: (Entrada da Bíblia com um canto).
A Espiritualidade do catequista é eclesial, litúrgica: A Igreja se reúne para celebrar e testemunhar o mistério de Cristo, vivo e ressuscitado. Por isso estamos aqui reunidos.

A Espiritualidade do catequista é Eucarística: A Eucaristia como ato central da sua vida, o sacramento da caridade que nos trás a salvação! (Cantar uma frase eucarística, um mantra). Fazer uma entrada com uma bandeja de pão e vinho (suco).

A Espiritualidade do catequista é mariana: Realiza na humildade o serviço, acolhendo a Palavra como nossa mãe Maria no seu Sim a Deus. Digamos todos agora o nosso sim levantando as mãos ao céu:

“Eis aqui a serva do Senhor! Faça-se em mim segundo a tua palavra”.

(No ambiente pode ser colocada uma imagem de Maria)


A espiritualidade do catequista é vivencial e não abstrata: A mensagem que transmite vem acompanhada sempre do próprio testemunho, comunicando amor, coerência de vida, oração e ação. Vamos nos dar o cumprimento da paz, nosso calor humano aos que estão ao nosso lado com um caloroso abraço.

A Espiritualidade do catequista é LIBERTADORA: revela a Boa Nova, a dignidade de cada filho de Deus. Trás alegria e Esperança, ânimo para perseverar na caminhada!

Tendo uma Espiritualidade baseada em todos esses traços, (dirigente aponta pra todos os símbolos) o catequista torna-se a LUZ e SAL na construção de uma nova sociedade.

(Entra a vela e o sal)
CANTO:Ó luz do Senhor que vem sobre a Terra, inunda meu ser, permanece em nós...”

DEUS nos convida a sermos a LUZ de nossa comunidade, de nossos catequizandos, a refletirmos a LUZ de Cristo. 

CANTO:Ó luz do Senhor...”


(Após o mantra, alguém vem e sopra apagando a vela).

Assim como um sopro de ar enche um corpo de vida, uma vela também se apaga com um pequeno sopro. A vida cristã, a nossa fé pode apagar-se diante das dificuldades de nossa missão. O que queremos pedir agora a Jesus é que a sua luz não se apague em nós. Que nosso “sopro” seja sempre de vida, para “dentro” e nunca um suspiro de desânimo, de cansaço e desalento.
Vamos colocar em voz alta, com uma palavra apenas o que precisamos: (ex: coragem, perseverança, etc... deixar falar...) Novamente, levantemos as mãos ao alto pedindo, todos juntos agora: “Ouvi-nos Senhor!”.

JESUS nos ensina a ouvir primeiro o que Deus quer de nós, vamos então em posição de alerta, de atenção(em pé) ouvir a Sua Palavra. (leitura de Mt 5,13-16 )
Após a leitura, um pouquinho de silêncio... Começa um canto e entrega pequenas lembranças: um saquinho de sal e uma vela decorada.
Convidar a todos para confraternizarem-se e partilhar do pão e do suco.

Um abraço e boa celebração

DICA: nunca façam um encontro assim, que pretende ser "espiritual" junto com uma reunião para "passar recado" ou uma formação com conteúdos mais complexos. A gente pode se reunir só para ser "espiritual", por que não?



Ângela Rocha
Administradora do Catequistas em formação

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

CARTÃO DE NATAL


Bate o sino pequenino, sinos de Belém...
Já nasceu o Deus menino para o nosso bem...

É... chegou o Natal. Data que nos faz mais emotivos, mais próximos de Deus.... Que bom estar com cada um (a) vocês aqui, ainda que por meio digital, estabelecemos laços de amizade, de perseverança, de torcida pela conquista do outro...

Natal é sempre uma festa maravilhosa, com muitas energias, alegrias, brindes... Mas, sem esquecer do motivo principal dessa festa – o nascimento de Jesus menino – nosso rei e salvador. Que Jesus possa nascer todos os dias em nossa vida!

Natal é a festa do amor, façamos Natal todos os dias, deixando o amor renascer em cada um e, deixar que o amor de Deus penetre em nossos corações.

Que no ano que se inicia, os laços que a catequese proporcionou sejam cada vez mais fortalecidos, estreitando novas amizades e trocas de experiência, que é um dos pilares do nosso grupo Catequistas em formação.

Que nossos votos de um ano feliz sejam compartilhados com nossos catequizandos, com suas famílias, com nossa comunidade, com nossa igreja.

Um FELIZ NATAL e abençoado ANO NOVO!



segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

QUE PRESENTE VOCÊ VAI OFERECER A JESUS NESTE NATAL?


                      Jesus não precisa de ouro, incenso ou mirra…
Enquanto passamos muito tempo pensando nos presentes que daremos à família e aos amigos no dia de Natal, com que frequência pensamos nos presentes que daremos a Jesus?
São João Crisóstomo, um bispo do século IV, fez uma série de homilias sobre o nascimento de Jesus e explicou à sua congregação quais presentes eles deveriam levar a Jesus no dia de Natal. Na época, o nascimento de Jesus não era amplamente celebrado. Por isso, ele explicou algumas das razões pelas quais os fiéis deveriam comparecer à Missa naquele dia:
Portanto, neste dia, peço que deixem suas casas com zelo e entusiasmo, e estejam aqui presentes, para que juntos possamos ver nosso Senhor envolto em panos, deitado na manjedoura. Que perdão pode haver para nós, se não viermos de nossas casas para procurá-Lo, que por nossa causa desceu do céu?
Os magos, embora fossem estrangeiros, se apressaram da Pérsia, para que pudessem contemplar o Salvador deitado na manjedoura. E nós, cristãos, não devemos suportar uma distância tão curta para o desfrute dessa vista abençoada? Pois se nos aproximarmos com fé, certamente o veremos deitado em uma manjedoura. Sua mesa sagrada suprirá o lugar de uma manjedoura. Pois espalhará o corpo de nosso Senhor, não envolto em panos como então, mas por todos os lados cercados por seu Espírito Santo. Aproxime-se, então, e faça a oferta de teus presentes, não como os apresentados pelos magos, mas presentes infinitamente mais preciosos.
Eles trouxeram ouro; traga temperança e virtude. Eles ofereceram incenso; ofereça a oração de um coração puro, que é incenso espiritual. Eles apresentaram mirra; apresente humildade, mansidão e caridade. Se você se aproximar com esses dons, poderá participar com muita confiança da Santa Ceia.
Naquele contexto, Crisóstomo estava incentivando sua congregação a trazer esses presentes quando eles se aproximavam do altar para receber a Santa Comunhão. Esse continua sendo o momento perfeito para oferecer a Jesus os nossos presentes de Natal.
Ao prepararmos o coração para o nascimento de Cristo, meditemos em quais presentes podemos levar a Jesus na Missa no dia de Natal e em quais virtudes podemos trabalhar.
Jesus não precisa de ouro, incenso e mirra, mas deseja um coração puro e virtuoso para nós.

FONTE: ALETEIA

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

FAZER O PRESÉPIO É CONVIDAR JESUS A ENTRAR NA NOSSA VIDA



"Jesus não muda magicamente as coisas, mas, se O acolhermos, todas as coisas podem mudar. Porque se Ele habita a vida, ela renasce. E se a vida renasce, é verdadeiramente Natal. Feliz Natal a todos”, disse o Papa Francisco na Audiência Geral.

Faltando apenas uns dias  para o Natal, o Papa Francisco dedicou a catequese desta quarta-feira (18/12) na Audiência Geral ao modo como estamos nos preparando para acolher o festejado.

Um modo simples, mas eficaz, afirmou o Pontífice, é preparar o presépio, recordando que este ano foi a Greccio – lugar do primeiro presépio idealizado por São Francisco – e que escreveu uma Carta Apostólica a respeito.

EVANGELHO VIVO
O presépio, de fato, é como um Evangelho vivo e nos recorda uma coisa essencial: que Deus não permaneceu invisível no céu, mas veio sobre a Terra, se fez homem.

“Fazer o presépio é celebrar a proximidade de Deus: é redescobrir que Deus é real, concreto, vivo e palpitante. Não é um senhor distante ou um juiz desapegado, mas é Amor humilde, que desceu até nós.”



Parar diante do Menino Jesus no presépio, aconselhou o Papa, é uma ocasião para falar das pessoas e das situações que temos no coração, fazer com Ele o balanço do ano e compartilhar as expectativas e as preocupações.

Ao lado de Jesus, vemos Nossa Senhora e José. A Sagrada Família é um evangelho doméstico. A palavra presépio, explicou Francisco, significa literalmente “manjedoura”, enquanto a cidade do presépio, Belém, significa “casa do pão”. Esses elementos nos recordam que Jesus é o nutrimento essencial, o pão da vida. “É Ele que alimenta o nosso amor, é Ele que doa às nossas famílias a força para ir avante e nos perdoar.”

CONVITE À CONTEMPLAÇÃO
O presépio, acrescentou o Papa, nos oferece outro ensinamento de vida: nos ritmos às vezes frenéticos de hoje é um convite à contemplação. Nos recorda a importância de parar. “Porque somente quando sabemos nos recolher, podemos acolher o que conta na vida.”
Francisco contou que ontem lhe deram de presente uma imagem pequena, com José acudindo o Menino e Maria descansando, cujo nome era: "Deixemos a mãe repousar". "Quantos entre vocês têm que dividir a noite entre marido e mulher para acudir a criança que chora, chora, chora...Deixemos a mãe repousar. É a ternura de uma família, de um matrimônio."

IMAGEM ARTESANAL DE PAZ
O presépio, portanto, é a imagem artesanal da paz num mundo onde todos os dias se fabricam inúmeras armas e tantas imagens violentas.
Queridos irmãos e irmãs, concluiu o Papa, do presépio podemos colher o ensinamento sobre o sentido próprio da vida. Agora não estamos mais sós, há uma novidade decisiva: Jesus.

“Jesus vem na nossa vida concreta, por isso é importante fazer um pequeno presépio sempre, porque nos recorda que Deus veio entre nós, nasceu entre nós, nos acompanha e se fez homem como nós. Na vida de todos os dias, não estamos mais sós. Ele habita conosco. Não muda magicamente as coisas, mas, se O acolhermos, todas as coisas podem mudar. Eu então faço votos de que fazer o presépio seja a ocasião para convidar Jesus na vida. Quando fazemos o presépio em casa, é como abrir a porta: entre Jesus. Fazer concreta esta proximidade, este convite a Jesus para que venha na nossa vida. Porque se Ele a habita, renasce. E se a vida renasce, é verdadeiramente Natal. 
Feliz Natal a todos!”

Papa Francisco 
VATICAN.NEWS

NATAL: FESTA DA VIDA




Natal é a história de uma fecundação, de um feto, de um embrião que foi gerado, cuidado, amado. Natal é festa de uma gravidez levada até o fim, mas que correu o risco do aborto. A mulher que engravidava fora do casamento em Israel, deveria ser apedrejada. Se os pais de Jesus não fossem pessoas de fé, teriam recorrido ao aborto para salvar uma situação bem constrangedora.

Natal é um parto, um nascimento, mais ainda, o aniversário de uma vida fecundada, gerada e nascida. Todo o tempo do Advento, corresponde à expectativa da criança, do nascituro da gravidez de Maria. Santo Agostinho diz que toda a história humana está grávida de Jesus. Nossas almas e nossos corações estejam grávidos da graça de Deus, sejam os novos úteros de Jesus, seus mais autênticos presépios. O primeiro útero que nos gerou, é o seio da Trindade como dizem as Escrituras: “Com amor eterno eu te amei”.

Natal é deixar Jesus nascer nas áreas ainda feridas ou paganizadas de nossa personalidade. Natal é nascer e renascer. Que a vida de Jesus possa tocar e influenciar nossas existências. Podemos ser novas criaturas. Cristo nos dá um novo ser.

No Natal de Jesus, lembramos de todos os agentes da saúde: parteiras, médicos, enfermagem, bombeiros, socorristas que ajudam as crianças nascer. As mães grávidas e as parturientes, são “deusas de vida” e seus úteros são verdadeiros altares e presépios da vida. Toda vida é dom de Deus. Ele é “amigo da vida” (Sab 11,26).

Natal é aniversário de Jesus. Cresçamos com Ele em estatura, sabedoria e graça. Sejam nossas famílias ninhos da vida. A família é o “útero espiritual”, onde os filhos crescem e amadurecem. Nós que defendemos em nossa legislação até os “ovos da tartaruga” em defesa da ecologia, não esqueçamos da ecologia humana, ou seja, da defesa do “ovo humano”, a origem da vida na fecundação.

Natal, festa da vida, mostra a que a vida deve transmitida, gerada, nascida, cuidada e consumada. Natal recorda a sublimidade da paternidade. Que os pais e mães reaprendam a gerar filhos. A vida é beleza vamos admirá-la; é bem-aventurança, vamos saboreá-la; é sonho, vamos concretizá-lo; é desafio, vamos enfrentá-lo; é dever, vamos cumpri-lo; é tesouro, vamos cuidá-lo; é mistério, vamos descobri-lo; é amor, vamos venerá-lo.

Neste Natal, festa da vida, lembremos os Dez Mandamentos do Motorista, para que a vida seja respeitada no trânsito. Lembremos que a doação de órgãos é um gesto de nobreza e humanismo. Lembremos que a nossa genealogia está no coração de Deus. Existimos porque somos amados.

“Sou amado, logo existo” (G. Marcel). A experiência mais intensa e profunda que podemos fazer é saber e crer que somos amados. “Antes da criação do mundo, Deus nos escolheu para sermos santos e íntegros, no amor” (Ef 1,4).

A vida é dom, maravilha e compromisso. É o bem primário e fundamental que se não for respeitado leva à ruína todas as instituições. Sim, a vida obedece à lei da vibração, da evolução e da harmonia. Tudo deriva de Deus, o Senhor da vida, que tanto nos amou que nos fez a dádiva da vida de seu Filho, nascido em Belém. A vida se manifestou. Apalpamos, tocamos a vida na pessoa de Jesus. Nasceu-nos um Menino, é festa da vida.

O Natal mudou a vida de José e Maria. Eles queriam casar-se, ter filhos, já eram noivos. Agora irão viver como irmãos, casados no civil, na obediência da fé, sua vida é totalmente tomada por Deus. O Natal mudou a vida dos pastores. Eles eram gente de má fama e pobres. Foram os primeiros convidados para ir ver o menino, Pastor dos pastores. Igualmente o Natal mudou a vida dos magos. Deixaram a magia para seguir a luz verdadeira, Jesus de Nazaré. Por isso, voltaram por outro caminho.


Dom Orlando Brandes
Arcebispo de Aparecida - SP


quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

PROPONHA DIFERENTES TEMAS E DINÂMICAS PARA CADA IDADE DE CATEQUIZANDOS




A catequese precisa tornar-se mais um alicerce para o despertar da religiosidade e para a descoberta de um ser que está pronto para se fazer gente: ser humano, social e religioso
É bom considerar que cada ser humano é único e dotado de características muito pessoais e próprias de sua idade, ou seja, cada ser humano é único, ímpar e insubstituível. Cada um tem o seu próprio nome, o seu próprio corpo, os seus próprios sentimentos, o seu próprio jeito de ver o mundo e as pessoas ao seu redor. Sendo assim, nós, catequistas, não podemos ignorar a riqueza que cada ser humano traz em si por suas diversas características e por suas diferentes experiências sócio-culturais e religiosas. A diversidade pode se tornar uma riqueza na experiência do diálogo, do encontro, da co-responsabilidade e da experiência de vida comunitária.
Primeiramente, o conceito e a experiência mística de Deus é totalmente individual. A concepção de Deus se fortalece a partir do acolhimento de sua presença e da experiência religiosa de cada um. Contudo, cada criança desperta-se para o sagrado e descobre o rosto de Deus, por suas próprias expectativas e sentimentos religiosos, partilhados no convívio familiar e social. Dessa forma, baseando-se em tais características, os temas adequados para essa faixa etária vão ajudar os catequistas de Pré-Catequese a motivar as crianças para a religião.
EXPLORE A CURIOSIDADE DAS CRIANÇAS
Nesta fase, as crianças são curiosas e fantasiam muito. Estão descobrindo o mundo e começando sua vida escolar. Têm o costume de admirar e imitar tudo o que vêem e escutam. Para que elas tenham o conhecimento dos fundamentos da fé, recorremos a temas e dinâmicas da criação e de figuras do Antigo Testamento, mas com a preocupação de apresentá-los como modelos construtivos (heróis) a fim de que compreendam e acolham o conteúdo proposto.
Os temas do Antigo Testamento devem ser apresentados como referenciais importantes para a Catequese, assim como a vida e a pessoa de Jesus, como amigo das crianças. Dessa forma, os temas vão apresentar o que é bom e bonito: amar, ajudar, repartir, agradecer, amar e cuidar da natureza, dos animais, das flores, dos amigos, possibilitando a descoberta do amor e da bondade de Deus.
CRIANÇAS DE 7 ANOS
Os temas propostos para crianças de sete anos, falam da criação, da felicidade de sermos criaturas do amor de Deus, criados à sua imagem e semelhança e nos apontam as figuras que souberam viver de acordo com a vontade de Deus, que nos pede para sermos felizes.
CRIANÇAS DE 8 ANOS
Os temas e dinâmicas para crianças de oito anos falam da pessoa de Jesus, que vem para ensinar como é importante amar e praticar o bem para que a felicidade dure e liberte as pessoas de todo mal.
TEMAS E DINÂMICAS PARA A CATEQUESE:
Proporcionar momentos de interiorização, descanso e relaxamento; Retomar as atividades que estimulem a memorização.
- É aconselhável usar jogos corporais e dança.
- Criar um momento para as atividades lúdicas; utilizar figuras e símbolos nos encontros de Catequese.
- Motivá-las para uma conversa aberta, ouvindo suas dúvidas e curiosidades; Ouvi-las com atenção, sem repreendê-las na frente de outras crianças;
- Tentar ouvir antes de falar e evitar críticas desnecessárias.
- Proporcionar às crianças o conhecimento do mundo e das coisas, por meio dos brinquedos, jogos e dinâmicas. 
- Reforçar a importância das pequenas regras e limites, nos jogos e brincadeiras;
- Nunca demonstrar o sentimento de preferência ou rejeição por uma ou mais crianças no grupo;
- Trabalhar com carinho os sentimentos de frustração quando erram ou não conseguem realizar o que querem;
 Integrar aos poucos a criança ao grupo (não gostam muito do sexo oposto); Motivá-las para a cooperação, participação e socialização. 
- Falar com autoridade e segurança (não incorrer no erro do autoritarismo)
 Apresentar e reforçar a figura de homens e mulheres importantes para Deus.
-  Apresentar modelos (heróis) construtivos para as crianças; 
- Despertar o sentido de participação da criança, dentro da igreja ou durante os encontros de catequese;
- Motivá-las para o canto e pequenas orações; 
- Contar pequenas histórias bíblicas : Jesus é amigo fiel, é um herói; 
- Motivá-las para as pequenas celebrações comunitárias na Catequese.


Pe. Paulo Cesar Gil
Coordenador da Dimensão Biblico-Catequética do Regional Sul I

FONTE: Revista Paróquias