Sim, é possível. Desde que
sigamos algumas “regrinhas” básicas. A primeira delas é entender que está se
fazendo isso com CRIANÇAS! Então, parta do princípio de que haverá um pouquinho
de stress da sua parte. Para começar, as crianças não conseguem ter a abstração
necessária e nem concentração por muito tempo. E existem outras formas de
Adoração que não é a da exposição no ostensório.
Então vamos lá!
A Adoração ao Santíssimo
precisa ser precedida de CATEQUESE a respeito. Não uma "aula"
teórica, na salinha, mas numa visita ao templo. Peça a um dos ministros ou a
alguém responsável pelos objetos litúrgicos da Igreja, que MOSTRE o ostensório
às crianças, que explique o significado dele e da hóstia "gigante"
que fica lá. Deixe-os tocá-lo com referência e respeito (o ostensório) e
faço-os crer que a Hóstia ao ser colocada nele e exposto em adoração é JESUS
VIVO. Explique qual é a origem da adoração na Igreja, quando, porque e onde se
faz. Nesta primeira visita é de "conhecimento", Crie a
"expectativa" de uma outra visita para ADORAÇÃO.
Por favor, NÃO FAÇA ISSO com
crianças pequenas! O tempo ou idade ideal é quando eles estão próximos da
Eucaristia. Se eles tem idade para receber o Corpo de Cristo, então eles terão
idade para compreender a Adoração.
NUNCA faça uma adoração em
grandes grupos. Sempre em pequenos grupos, no máximo de 15 crianças. Não queira
botar todos os catequizandos da paróquia para adorar Jesus de uma vez só. É stress
total na certa! Vocês não vão conseguir adorar Jesus... Vão fazer uma sessão de
“tortura” para as crianças e vocês.
Comece com um tempo curto:
10, 15 minutos no máximo, da primeira vez. Crie um roteiro onde todos tenham
uma fala, uma oração. Isso fará com que eles tenham atenção ao que está
acontecendo.
Ensine-lhes os mantras e
orações da tradição. Faço-os compreender que a repetição não é
"aborrecida", é mais um "canto" de louvor.
Com as crianças, faça um
roteiro resumido seguindo os passos da "Conversa" com Jesus, sugerida
por Santo Antonio Maria Claret, na linguagem deles e adaptando ao contexto em
que eles vivem.
Depois que vocês fizerem
adoração duas ou três vezes na catequese, tente inseri-los numa Adoração comum
da comunidade, junto de outras pessoas. Informe os dias, horários.
Você
Catequista: fazer a sua Adoração diária de pelo menos 15 minutos, é
perfeito e louvável, mas, não queira inserir seus catequizandos nesta prática
sem que eles saibam o valor disso e tenham maturidade para esta ação, pois pode
ser cansativo e o efeito pode ser de banalização de um ato tão sublime de amor
a Cristo.
ALGUMAS
INFORMAÇÕES:
A adoração é o primeiro ato
da virtude da religião. Adorar a Deus é reconhecê-lo como Deus, como o Criador
e o Salvador, o Senhor e o Mestre de Tudo o que existe, o Amor infinito e misericordioso.
“Adorarás
o senhor teu Deus, e só a ele prestarás culto.” (Lc 4,8), diz
Jesus, citando o Deuteronômio (6,13).
“Adorar a Deus é, no respeito e na submissão absoluta, reconhecer o nada
da criatura, que não existe a não ser por Deus. Adorar a Deus é, como Maria no
Magnificat, louvá-lo, exaltá-lo e humilhar-se a si mesmo, confessando com
gratidão que Ele fez grandes coisas e que seu nome é Santo. Adoração do Deus
único liberta o homem de se fechar em si mesmo, da escravidão do pecado e da
idolatria do mundo.” (CIC 2096 e 2097).
Toda vez que estivermos
perante o Santíssimo esteja Ele exposto ou no sacrário devemos nos colocar numa
atitude de despojamento e professarmos a fé na sua presença no pão e no vinho
que para nós são Corpo e Sangue de Cristo. E podemos fazê-lo com estas palavras
ou de forma espontânea:
“Meu Deus! Eu creio, adoro, espero e amo-Vos; peço-Vos perdão para os
que não creem, não adoram, não esperam e não Vos amam”.
A adoração a Cristo
exprime-se nas diversas formas de devoção eucarística:
- Na Santa Missa: no momento da transubstanciação (mudança da substância do pão e vinho na substância do corpo e sangue de Jesus Cristo no ato da consagração) e da elevação;
- Na exposição do Santíssimo Sacramento: quando o corpo de Cristo (Eucaristia) é exposta em um ostensório;
- Na visita ao Sacrário: nos momentos em que a Igreja está aberta, visitar Jesus no sacrário para adoração;
- Na genuflexão (ato de ajoelhar) diante do Sacrário: dobrar o joelho até ao chão ao passar em frente ao Santíssimo Sacramento quando estiver exposto ou no sacrário;
- Na adoração da Cruz: na Sexta-Feira Santa.
Para VOCÊ, catequista: tente
seguir o roteiro de Adoração de Santo Antonio Maria Claret. São 15 minutos ou
até meia hora seguindo os seguintes conselhos:
- Deve-se fazer a oração
diante do Santíssimo, por um período mínimo de quinze minutos, se possível
diariamente. Inicie sempre a sua Adoração procurando ouvir a Voz de Jesus
dizendo-lhe: “Não é preciso, meu filho(a), saber muito me agradar; basta
amar-me fervorosamente. Fala-me, pois, de uma maneira simples, assim como
falarias com o mais íntimo dos amigos…”. Imagine Jesus conversando com você...
-
Tens algum pedido em favor de alguém?
Menciona-me o seu nome e
diz-me o que desejas que eu lhe faça. Pede muito. Não receies pedir. Conversa
comigo, simples e francamente, sobre os pobres que gostarias de consolar, sobre
os doentes que vês sofrer, sobre os desencaminhados que tanto desejas ver no
caminho certo. Diz-me a favor deles ao menos uma palavra.
-
E tu, não precisas de alguma graça?
Diz-me abertamente que te
reconheces orgulhoso, egoísta, inconstante, negligente…E pede-me, então, que Eu
venha em teu auxílio nos poucos ou muitos esforços que fazes para te livrares
dessas faltas. Não te envergonhes! Há muitos justos, muitos santos no céu, que
tinham exatamente os mesmos defeitos. Mas pediram com humildade, e… pouco a
pouco se viram livres deles. Tão pouco deixes de me pedir saúde, bem como bons
resultados nos teus trabalhos, nos teus negócios ou estudos. Posso dar-te e
realmente te darei tudo isso, contanto que não se oponha à tua santificação,
mas antes a favoreça. Mas quero que o peças. O que necessitas precisamente
hoje? Que posso fazer por ti? Ah, se soubesses quanto Eu desejo ajudar-te!
-
Andas preocupado com algum projeto?
Conta-me. O que é que te
ocupa? Que pensas? Que desejas? Que posso Eu fazer por teu irmão, por tua irmã,
pêlos teus amigos, pela tua família, pêlos teus superiores? Que gostaria tu de
lhes fazer? E no que se refere a mim, não sentes o desejo de me ver
glorificado? E não queres fazer um favor aos amigos que amas, mas que talvez
vivam sem jamais pensar em mim?
-
Dize-me, em que se detém hoje, de maneira especial, a tua atenção?
Que desejas mais vivamente?
Quais os meios que tens para alcançar? Conta-me se não consegues fazer o que
desejas e Eu te indicarei as causas do insucesso. Não gostarias de conquistar
os meus favores?
-
Por acaso estás triste ou mal-humorado?
Conta-me com todos os
pormenores o que te entristece. Quem te feriu? Quem ofendeu o teu amor próprio?
Quem te desprezou? Conta-me tudo. Então, em breve, chegarás ao ponto de me
dizer que imitando-me, queres perdoar tudo e de tudo te esqueceres. Como
recompensa hás de receber a minha bênção consoladora.
-
Acaso tens medo?
Sentes na tua alma
melancolia e incerteza que, embora não justificadas, não deixam de ser
dolorosas? Lança-te nos braços da minha amorosa Providência. Estou contigo, a
teu lado. Vejo tudo, ouço tudo e, em momento algum te desamparo. Sentes frieza
da parte de pessoas que antes te queriam bem e que agora, esquecidas, se
afastam de ti apesar de não encontrares em ti motivo algum para isso? Roga por
elas, pois se não forem obstáculo à sua santificação, Eu as trarei de volta a
teu lado.
-
Não tens alguma alegria que possas partilhar Comigo?
Por que não me deixas tomar
parte na tua vida com a força de um bom amigo? Conta-me o que desde ontem,
desde a tua última visita, consolou e agradou teu coração. Talvez fossem surpresas
agradáveis; talvez se tenham dissipado teus negros receios; talvez tenhas
recebido boas noticias, uma carta, uma demonstração de carinho; talvez tenhas
conseguido vencer alguma dificuldade ou sair de algum apuro. Tudo é obra minha.
Dize-me simplesmente, como um filho ao seu pai: “Obrigado, meu Pai, obrigado!”
-
E não queres prometer-me alguma coisa?
Bem sabes que eu leio que
está no fundo do teu coração. É fácil enganar os homens, mas a Deus não podes
enganar. Fala-me, pois, com toda a sinceridade. Fizeste o propósito firme de,
no futuro, não mais te expores àquela ocasião de pecado, de te privares do
objeto que te seduz, de não mais leres o livro que exalta a tua imaginação, de
não procurares a companhia das pessoas que perturbam a paz da tua alma? Serás
novamente amável e condescendente para agradar àquela outra, a quem, por ter te
ofendido, consideraste até hoje como inimiga?
Ora,
meu filho, volta agora às tuas ocupações habituais: ao teu trabalho, à tua
família, aos teus estudos; mas não esqueça os quinze minutos desta agradável
conversa que tiveste aqui, a sós comigo, no silêncio do santuário. Pratica
tanto quanto possível o silêncio, a modéstia, o recolhimento, a serenidade e a
caridade para com o próximo. Ama e honra minha Mãe que é também tua. E volta
amanhã, com o coração mais amoroso, mais entregue a mim. No meu coração hás de
encontrar, em cada dia, um amor totalmente novo, novos benefícios e novas
consolações. Vem que Eu aqui te espero”.
(Texto extraído do livro:
“Uma visita ao Santíssimo Sacramento” – Editora Canção Nova).
São
João Bosco aconselhava:
“Quereis
que o Senhor vos dê muitas graças? Visitai-o muitas vezes no Sacrário."
Ângela Rocha
Catequista