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sábado, 30 de outubro de 2021

REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DOMNGO - O CAMINHO DO AMOR É O CAMINHO DA SOLIDARIEDADE


 31º DOMINGO DO TEMPO COMUM: Marcos 12,28-34

No evangelho para este final de semana, a comunidade de Marcos apresenta-nos Jesus ensinando o mandamento maior no templo de Jerusalém (Mc 11,27; 12,35). Auxiliado pela sinagoga, o templo era o pilar de um sistema que garantia o ensino e o cumprimento das leis, bem como a aplicação das penas para quem não as cumprisse.

Nesse templo, um escriba ouviu a discussão de Jesus com os saduceus e como respondera muito bem a eles (Mc 11,18-27). Os saduceus compunham o partido judaico mais poderoso naquele momento. Nele, juntavam-se os que controlavam a religião a partir do templo, os sacerdotes, e os que detinham o poder sobre o comércio em Jerusalém, isto é, os anciãos.

Em nossos dias, diríamos que é o partido do capital financeiro com apoio da grande mídia empresarial e de setores eclesiais. E não é por acaso que continuam armando ciladas contra os direitos do povo e contra suas lideranças, através de calúnias, de condenações sem provas e de golpes institucionais. O conflito entre diferentes projetos de vida leva-nos a perceber que a plataforma do Reino de Deus revoluciona todos os sistemas, os de ontem e os de hoje, grandes ou pequenos, dentro ou fora de nós.

O especialista da lei pergunta a Jesus pelo primeiro de todos os mandamentos. Era uma pergunta que até uma criança responderia com o Shemá (Escuta), que os judeus recitavam todos os dias (Dt 6,4-9). Talvez ele quisesse, como os saduceus, ridicularizar Jesus. Mas o que o escriba não esperava é que Jesus acrescentaria um segundo mandamento tão importante quanto o primeiro. Prestar culto a Deus com ritos até que é fácil, mas amar o próximo na mesma medida que amamos a nós mesmos…

Ao colocar o amor como motivação maior para todo o nosso agir, Jesus torna relativas todas as leis, doutrinas e tradições. Elas somente estão conforme a vontade de Deus, caso tiverem, como fonte primeira, o amor. O amor é o único caminho do Reino.

Na troca de ideias com Jesus, o escriba teve uma atitude diferente dos saduceus. Repetiu o que Jesus dissera e, além disso, fez memória de Oseias 6,6, dizendo que “o amor está acima de todos os holocaustos e todos os sacrifícios” (Mc 12,33). E Jesus ficou admirado, ao ponto de dizer que o legista não estava longe do Reino de Deus (Mc 12,34).

Jesus resgata o espírito da lei

Em que parte das Escrituras Jesus busca o espírito da lei, o princípio do amor? Para o primeiro mandamento, ele recorre a um dos livros da lei judaica, o Deuteronômio (6,4-5).

Convém percebermos que, diferentemente de Mateus e Lucas, Marcos recorda que Jesus também citou a frase que antecede o mandamento do amor a Deus: “Ouve, ó Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor” (Dt 6,4). Assim, Jesus deixa claro que o projeto do Reinado de Deus está diametralmente oposto ao projeto de César, considerado o único senhor no Império Romano.

E segue: “Amarás o Senhor, teu Deus…”. É um amor intenso, isto é, com todo o nosso ser: coração e alma, força vital e mente.

Jesus encontra o segundo mandamento em outro escrito do Pentateuco, o livro do Levítico (19,18): “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Também esse é um amor profundo, pois é amar o próximo tanto quanto amamos a nós próprios.

Segundo o sermão da montanha (Mt 5–7), Jesus diz o mesmo em outras palavras, resumindo a lei e os profetas, isto é, todas as Escrituras: “Tudo que desejais que as pessoas vos façam, fazei-o vós a elas” (Mt 7,12). Jesus vai além do senso comum que dizia: “Não faça às outras pessoas o que não queres que te façam”. Ele propõe um amor mais intenso. E amar intensamente é acolher de coração. É cuidar com corpo e com alma. É escutar com mente aberta. É solidariedade, força de vida…

O amor é a força do universo, é o centro da vida nutrida em Deus, pois Deus é amor (1Jo 4,8.16). Segundo o apóstolo Paulo, se andamos no caminho de Deus, vivemos o amor que gera vida, “pois toda a lei se resume neste único mandamento: amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Gl 5,14; Romanos 13,9). Portanto, “o amor é o cumprimento pleno da lei” (Rm 13,10). Ao dizer que “toda lei e os profetas dependem desses dois mandamentos” (Mt 22,40), Jesus torna todas as Escrituras relativas. Elas têm sentido somente quando estão em relação ao amor, dele dependem e por ele são dinamizados. Somente o amor é absoluto e dá sentido às Escrituras. O amor, portanto, é critério para reler qualquer texto da Bíblia.

Os judeus mais piedosos haviam catalogado todas as leis do Pentateuco. Chegaram a relacionar 613 leis. Dessas, 365 eram proibições como, por exemplo, “não matarás” (Ex 20,13). E 248 eram leis afirmativas como “lembra-te de santificar o dia de sábado” (Ex 20,8). Uma quantidade tão grande de leis era difícil para o povo cumprir. De um lado, por não saber ler e, por isso, não conhecer as leis em seus detalhes. De outro, por não ter, na luta cotidiana pela sobrevivência, condições de cumprir a lei em todos os seus pormenores.

Conforme uma informação que encontramos no evangelho segundo João, fariseus diziam que “esse povinho que desconhece a lei, são uns malditos” (Jo 7,47-49). Segundo essa postura preconceituosa e intolerante de fariseus, as pessoas “menos informadas” sobre a lei e, em consequência, não a cumprindo, estariam em pecado e, por isso, seriam amaldiçoadas por Deus. E essa era a situação da maioria do povo pobre daquele tempo. Apenas uma minoria considerava-se abençoada por Deus pelo fato de ser “mais informada” e cumprir a lei, bem como as tradições orais sobre o puro e o impuro. Ainda hoje, há pessoas e grupos que se consideram mais próximas de Deus do que outros movimentos ou grupos religiosos.

Ao dar valor relativo às inúmeras prescrições e ao colocar o amor como único princípio no cuidado e promoção da vida, Jesus abre a possibilidade aos pobres de também fazerem parte das bênçãos do Pai. Para muitos fariseus, por considerarem os pobres “menos informados” sobre a lei, estes estariam excluídos dessas bênçãos de Deus. Somente eles achavam ter esse privilégio. No entanto, em sua prática, Jesus derruba os muros que impediam o acesso dos pobres ao Reino. E mais. Alegra-se porque são justamente eles que acolheram a Boa Nova (Mt 11,25-27; Lc 10,21-22), enquanto os que se achavam “os mais informados”, porém, prisioneiros de inúmeras regrinhas e preconceitos, fecharam-se ao projeto de Deus. Assim, diante da dificuldade para cumprir tantas leis, Jesus propõe um caminho alternativo, o caminho do amor.

O caminho do amor é um novo jeito de caminhar, é uma nova prática. Sua vivência não é algo abstrato, teórico, mas é um amor bem concreto. Antes de procurar um próximo para amar, importa tornar-se próximo de quem precisa de solidariedade. É isso que a comunidade de Lucas quer-nos lembrar ao acrescentar, à narrativa em que revela o mandamento do amor, a parábola do samaritano compassivo (Lc 10,25-37), convidando-nos a fazer-nos próximos de que está à margem do caminho. Caminhemos, portanto, no caminho do amor, da compaixão, da misericórdia.

Definitivamente, o caminho do amor é o caminho da solidariedade.

As comunidades de João, diferentemente das de Mateus, Marcos e Lucas, não separam o mandamento de Jesus em dois: amar a Deus, de um lado, e o próximo como a si mesmo, de outro. Elas vão mais fundo e identificam o amor a Deus com o amor ao próximo: “Se alguém disser: ‘amo a Deus’, mas odeia o seu irmão, é mentiroso; pois quem não ama o seu irmão a quem vê, não poderá amar a Deus, a quem não vê” (1Jo 4,20).

Ademais, as comunidades joaninas consideram insuficiente “amar o próximo como a si mesmo”. É preciso ir além: “Amai-vos uns aos outros. Como eu vos amei, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros” (Jo 13,34; 15,12.17).

O amor deve ser sem limites, tal como Jesus mesmo amou, isto é, sendo fiel ao projeto do Pai até as últimas consequências. E sabemos que essa fidelidade lhe custou a vida. Porém, ela também é a razão fundamental porque ele continua vivo, presente na luta de quem o segue pelo caminho da justiça do Reino.

Oração
Ó Deus de ternura e de bondade,
diante da crise em que o Brasil e o mundo se encontram,
permite-nos que teu amor nos conduza
na superação de todas as estruturas de morte
que ameaçam a vida no planeta. Amém
!

 

Texto do Ildo Bohn Gass

 

Fonte: cebi.org.br

sexta-feira, 29 de outubro de 2021

REFLEXÃO SOBRE O EVANGELHO DE MARCOS 12, 28b - 34

 


No Evangelho proposto para o 31º do Tempo Comum (Mc 12, 28b-34), Jesus e os discípulos já estão em Jerusalém. O capítulo 11 do Evangelho da comunidade de Marcos já tinha nos contado sobre o início da caminhada de Jesus em Jerusalém, após ele entrar na referida cidade montado em um jumentinho. Depois, continuando a caminhada com Jesus, vivenciamos o acontecimento da figueira sem frutos e a expulsão dos comerciantes do Templo. Caminhando um pouco mais, chegamos à encruzilhada em que o texto de hoje nos situa mais de perto: fariseus, herodianos e saduceus, aproximando-se de Jesus, enquanto ele circulava pelo Templo, criando armadilhas, “para pegá-lo em alguma palavra” e assim, antecipar sua condenação. E, é após uma dessas artimanhas (saduceus querendo pegar Jesus em contradição, a partir de um questionamento sobre a ressurreição), é que um certo doutor da Lei, que tinha ouvido a discussão entre Jesus e os saduceus, e gostado da resposta de Jesus, aproximou-se dele e perguntou qual era o primeiro de todos os mandamentos.

Pode parecer, mas essa pergunta não era tão simples, pois os líderes religiosos tinham catalogado 613 preceitos na Lei. Logo, não era fácil escolher um entre tantos.

Bem… Jesus respondeu ao doutor da Lei:

– O primeiro mandamento é: “Ouça, Israel! O Senhor nosso Deus é o único Senhor. Ame o Senhor seu Deus com todo o seu coração, com toda a sua alma, com toda a sua mente, com toda a sua força”. O segundo é: “Ame o seu próximo como a si mesmo. Não existe outro mandamento maior que estes”, sendo ambos inseparáveis.

Ao escutar a resposta, o doutor da lei disse a Jesus:

– Muito bem, mestre. Com razão disseste que Deus é o único, e que não existe outro além dele. E que amá-lo com todo o coração, com a toda a inteligência e com toda a força, e amar o próximo como a si mesmo, vale mais que todos os holocaustos e sacrifícios.

Por sua vez, Jesus viu que o doutor da Lei respondeu com inteligência e lhe disse:

– Você não está longe do Reino de Deus”. (E eu senti vontade de complementar: “apesar de ser sábio e inteligente”). “Eu te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste essas coisas aos sábios e entendidos, e as revelaste aos pequeninos” (Mt 11,25).

A partir desse diálogo amigável, digamos assim, a sabatinada de perguntas a Jesus, por parte dos grupos religiosos e políticos da época, deu uma trégua naquele momento, pois o Evangelho conclui dizendo: “E ninguém mais tinha coragem de fazer perguntas a Jesus”.

Um fato curioso nesse texto bíblico é que em Marcos a primeira vez que o doutor da Lei se dirige a Jesus, ele não o chama de mestre. Porém, após a resposta de Jesus, o doutor da Lei diz: “Muito bemmestre”. Essa atitude do doutor da lei pode nos ensinar, entre outras coisas, que fora do grupo dos discípulos, ou fora das nossas bolhas, existem pessoas abertas e dispostas aos ensinamentos de Jesus. Jesus não é privilégio exclusivo de determinados grupos.

Ao dizer “não existe outro mandamento maior que estes”, Jesus nos ensina que o amor, e nada mais que o amor, é critério para fundamentar qualquer ação na Vida e, para ler qualquer texto da Bíblia. O amor é que dá sentido às nossas atitudes, e não fórmulas e aparatos rituais. O que nos deixa perto do Reino de Deus é amar a Deus e o próximo, com a inteireza do nosso ser. A nossa fé, a nossa prática precisam se expressar e serem expressão do amor. No diálogo presente no texto, o doutor da Lei complementa: “Amar vale mais que todos os holocaustos e sacrifícios”. Essa afirmação é muito significativa em um contexto em que o pátio do Templo era um verdadeiro mercado de animais que eram vendidos para serem sacrificados, com finalidade religiosa.  Além disso, como um bom estudioso da Escritura do seu povo (Leis e Profetas), provavelmente aquele doutor da Lei conhecia a profecia de Oséias (6, 6) que diz: “Porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos”.

Mas, por que Jesus agrega dois mandamentos? (Dt 6,4-5 e Lv 19,18)

Provavelmente para nos ensinar que não é possível amar a Deus e ser indiferente às pessoas caídas à beira do caminho, porque lhe foram retiradas a sua dignidade e modos de sobrevivência. Ou, uma religião que anuncia o amor a Deus e se esquece das pessoas oprimidas e violentadas nos seus corpos, é uma grande falsidade.

Por fim, em tempos de pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19) e de mudanças climáticas, em que a Terra grita por causa de um modelo baseado na exploração econômica ininterrupta dos seus recursos, na degradação ambiental desenfreada e na sujeição sociocultural dos povos, é preciso ampliar os olhares e as ações sobre as “relações-proximais”, de forma que “todas as criaturas encontrem seu lugar para florescerem na Casa Comum”.

Texto do Múria Carrijo

Fonte: cebi.org.br


sábado, 23 de outubro de 2021

REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DOMINGO: BARTIMEU, O CEGO DE JERICÓ, DISCÍPULO MODELO PARA NÓS

 


30º DOMINGO DO TEMPO COMUM: Marcos 10, 46-52

COMENTANDO

Finalmente, após longa travessia, chegam a Jericó, última parada antes da subida para Jerusalém. O cego Bartimeu está sentado à beira da estrada. Não pode participar da peregrinação que acompanha Jesus. Mas ele grita, invocando a ajuda de Jesus: “Filho de Davi! Tem compaixão de mim!” O grito do pobre incomoda. Os que acompanham Jesus tentam abafá-lo. Mas “ele gritava mais ainda!” E Jesus, o que faz? Ele escuta o grito, para e manda chamá-lo! Os que queriam abafar o grito incômodo do pobre, agora, a pedido de Jesus, são obrigados a ajudar o pobre a chegar até ele.

Bartimeu larga tudo e vai até Jesus. Não tem muito. Apenas um manto. Mas era o que tinha para cobrir o seu corpo (cf. Ex 22,25-26). Era a sua segurança, o seu chão! Jesus pergunta: “O que você quer que eu faça?” Não basta gritar. Tem que saber por que grita! “Mestre, que eu possa ver novamente!” Bartimeu tinha invocado Jesus com ideias não inteiramente corretas, pois o título “Filho de Davi” não era muito bom. O próprio Jesus o tinha criticado (Mc 12,35-37). Mas Bartimeu teve mais fé em Jesus do que nas suas ideias sobre Jesus. Assinou em branco. Não fez exigências como Pedro. Soube entregar sua vida aceitando Jesus sem impor condições. Jesus lhe disse: “Tua fé te curou!” No mesmo instante, o cego recuperou a vista. Largou tudo e seguiu Jesus no caminho para o Calvário (10,52).

Sua cura é fruto da sua fé em Jesus (Mc 10,46-52). Curado, Bartimeu segue Jesus e sobe com ele para Jerusalém. Tornou-se discípulo modelo para Pedro e para todos os que queremos “seguir Jesus no caminho” em direção a Jerusalém: acreditar mais em Jesus do que nas nossas ideias sobre Jesus! Nesta decisão de caminhar com Jesus estão a fonte da coragem e a semente da vitória sobre a cruz. Pois a cruz não é uma fatalidade, nem uma exigência de Deus. Ela é a consequência do compromisso assumido com Deus de servir às irmãs e aos irmãos e de recusar o privilégio.

ALARGANDO

A fé é uma força que transforma as pessoas

A Boa Nova do Reino anunciada por Jesus era como um fertilizante. Fazia crescer a semente da vida que estava escondida no povo, escondida como fogo em brasa debaixo das cinzas das observâncias sem vida. Jesus soprou nas cinzas e o fogo acendeu, o Reino desabrochou e o povo se alegrou. A condição era sempre a mesma: crer em Jesus.

A cura de Bartimeu (Mc 10,46-52) explicita um aspecto muito importante da longa instrução de Jesus aos discípulos. Bartimeu tinha invocado Jesus com o título messiânico “Filho de Davi” (Mc 10,47). Jesus não gostava deste título (Mc 12,35-37). Porém, mesmo invocando Jesus com ideias não inteiramente corretas, Bartimeu teve fé e foi curado.

Diferentemente de Pedro (Mc 8,32-33), Bartimeu acreditou mais em Jesus do que nas ideias que tinha sobre Jesus. Converteu-se, largou tudo e seguiu Jesus no caminho para o Calvário (Mc 10,52). A compreensão plena do seguimento de Jesus não se obtém pela instrução teórica, mas sim pelo compromisso prático, caminhando com ele no caminho do serviço, desde a Galileia até Jerusalém.

Quem insiste em manter a ideia de Pedro, isto é, do Messias glorioso sem a cruz, nada vai entender de Jesus e nunca chegará a tomar a atitude do verdadeiro discípulo. Quem souber crer em Jesus e fazer a “entrega de si” (Mc 8,35), aceitar “ser o último” (Mc 9,35), “beber o cálice e carregar sua cruz” (Mc 10,38), este, como Bartimeu, mesmo tendo ideias não inteiramente corretas, conseguirá enxergar e “seguirá Jesus no caminho” (Mc 10,52). Nesta certeza de caminhar com Jesus estão a fonte da coragem e a semente da vitória sobre a cruz.

Texto do Mesters e Lopes

Fonte: cebi.org.br

 

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

Não podemos deixar de anunciar o que vimos e ouvimos!

Imagem: doutoresecommerce

Leia a reflexão sobre Marcos 10,46-52, texto de Itacir Brassiani

Estamos entrando na última semana do mês que dedicamos à oração e à animação missionária. Neste domingo, celebramos o Dia Mundial de Oração pelas Missões. O Papa Francisco nos convida, citando os Apóstolos da primeira hora, a não calar aquilo que vimos e ouvimos (cf. At 4,20). Trata-se daquilo que vimos e ouvimos nestes quase dois anos de pandemia, de genocídio, de faturamento em cima da tragédia, de negociatas obscenas sem o mínimo de empatia e compaixão, mas também de gestos de doação sem medida, de avanço rápido na busca de soluções, de uma capacidade inaudita de resiliência.

É o desejo insaciável de plenitude, de bem viver e conviver que faz com que a pessoa humana se coloque a caminho. Apagar este desejo, ou substituí-lo pela rasteira satisfação de uma segurança feita sob medida para os fortes, equivale a começar a morrer. O ser humano só fica sentado à beira da estrada e condena quem é diferente quando ainda não alcançou sua própria maturidade, ou quando teve roubada a sua dignidade. Só quem ousa caminhar para além do presente é capaz de recusar uma vida sustentada por algumas migalhas.

O desejo mobilizador, criativo e emancipador é também o lugar do encontro com Deus. Quem busca Deus fora da insaciável sede de plenitude e de convivência inclusiva e solidária acaba fabricando ídolos que só fazem amedrontar os viventes e devorar vidas. É Deus quem nos fez sonhadores, misturando ao pó da terra o sopro divino. E é nessa abertura radical que nada pode preencher que ele costuma vir ao nosso encontro, acolhendo-a não como sinal de nossos limites, mas como expressão do infinito que nos habita. É também do adorável fundo desta condição de criaturas desejantes que brota a verdadeira oração.

É na oração que revelamos nossos verdadeiros e mais profundos desejos. Então, o que é que andamos pedindo a Deus? Dirigimo-nos a Deus como se ele fosse um capitão pronto a eliminar, em nosso nome, as pessoas e grupos que não nos agradam ou sentimos como ameaça? Confiamos a ele a frágil economia e a duvidosa moral da nossa família e imploramos que dê segurança às nossas poupanças e propriedades? Talvez cheguemos até a pedir paz, segurança e sucesso à nossa Igreja na concorrência com as demais denominações, que tratamos como concorrentes…

Como são pobres e medíocres estes desejos! Não passam de necessidades geradas no ventre do medo. Por isso, quando se trata de oração, não é suficiente pedir com insistência: é preciso desejar e pedir com ousadia e corretamente grandes coisas. Venha a nós o vosso Reino! Seja feita a vossa vontade! Democracia radical e respeito aos pobres… Bartimeu, que pede esmolas à margem do caminho, começa pedindo compaixão àquele que carrega nas próprias entranhas as esperanças dos pequenos. Antes de manifestar propriamente um desejo, o filho de Timeu expressa sua própria condição de dor e alienação.

Apesar da contrariedade dos que o circundam e seguem, Jesus para e se dirige ao cego e mendigo que implora: “O que você quer que eu faça por você?” Encorajado pelos discípulos, Bartimeu balbucia um pedido que vem do fundo da condição humana, que espanta todos os medos e exorciza todas as limitações: “Mestre, eu quero ver de novo!” Neste pedido, aquele homem cego e mendigo resume todas as suas necessidades e desejos: ver claramente as coisas, avaliar com retidão os acontecimentos, vislumbrar o Reino de Deus chegando como graça, tomar decisões políticas responsáveis à luz da razão ética e não dos medos e ódios…

No mesmo conjunto narrativo, um jovem rico havia voltado atrás, entristecido, porque era refém dos próprios bens (cf. Mc 10,17-22), e João e Tiago haviam expressado seus sonhos de poder. Mas o cego se livra do único meio de sobrevivência que possui e se aproxima de Jesus. E é essa fé ativa e dinâmica que abre seus olhos. “Pode ir, a sua fé curou você!” E ele não volta para casa ou para a caserna, mas põe-se a seguir Jesus. Mostra-se mais livre que o jovem rico, que voltou atrás desiludido, e mais lúcido que João e Tiago, que desejam os primeiros lugares. E ele jamais calou aquilo que experimentou, viu e ouviu.

Jesus de Nazaré, peregrino no santuário das dores e sonhos humanos! Escuta o grito que brota das entranhas da terra e abre os nossos olhos para reconhecer-te passando por nossos caminhos. Converte os cristãos do Brasil, para que não ignorem os desejos e sonhos que movem a humanidade. Desperte em nós e em nossas comunidades a corajosa alegria de não calar aquilo que vimos e ouvimos, que estamos vendo e ouvindo. E que ninguém cale em nós o grito do desejo de bem viver, mais forte que todas as razões. Assim seja! Amém!

 

FONTE: https://cebi.org.br/reflexao-do-evangelho/nao-podemos-deixar-de-anunciar-o-que-vimos-e-ouvimos/

sábado, 16 de outubro de 2021

REFLEXÃO DO EVANGELHO DO DOMINGO: EU VIM PARA SERVIR

 

29º DOMINGO DO TEMPO COMUM: Marcos  10, 35-45

Vamos refletir sobre a conversa entre Jesus e seus discípulos (Marcos 10,36-45), ocorrida após o terceiro anúncio da paixão (Marcos 10,32-35). Este anúncio da paixão está situado no caminho para Jerusalém, o caminho do seguimento (v. 32). É o caminho da diaconia, isto é, do serviço. É o caminho em que Jesus vai abrindo, aos poucos, os olhos dos discípulos ainda cegos. Até que ponto, continuamos cegos em nossos dias, quando sabemos que o pior cego é aquele que não quer enxergar?

A comunidade que é de Jesus não reproduzir as relações deste mundo, que são de luta por poder, riquezas, consumismo e prestígio a qualquer custo. E, para garantir esses privilégios, espalham preconceitos e mentiras, calúnias e intolerâncias, ódio e violência. E isso tudo focado no indivíduo e não em pessoas, satisfazendo interesses individualistas sem se preocupar com a realidade das pessoas mais necessitadas.

A comunidade cristã será expressão das relações do reinado de Deus e semente de uma nova sociedade, somente estabelecendo relações alternativas às do mundo, fundamentadas na acolhida e na verdade, no amor e na paz. Ao lembrar o modo opressivo de os romanos exercerem o poder, Jesus sentencia: “Entre vós não deverá ser assim” (Mc 10,43).

Luta por poder

Depois do segundo anúncio da paixão (Marcos 9,30-32), Jesus já tentara abrir os olhos dos discípulos quanto à forma de exercer o poder, uma vez que a discussão pelo caminho era sobre “qual dentre eles seria o maior”. “Se alguém quiser ser o primeiro, seja o último e aquele que serve a todos” (cf. Marcos 9,33-35). No entanto, parece que o ensino de Jesus não teve o efeito esperado. É que a questão do poder privilégio volta novamente à tona.

Agora, Tiago e João disputam os melhores cargos no reinado de Jesus (Marcos 10,35-37). E são eles mesmos que vão pleitear as melhores posições junto ao líder. Diferente é em Mateus, onde a mãe dos filhos de Zebedeu, acompanhada pelos dois jovens, vem fazer lobby junto a Jesus, a fim de que conceda os cargos mais importantes a eles. Ela imagina que sua pressão em favor dos filhos sensibilize o coração de Jesus.

No texto de hoje, em resposta a Tiago e João, Jesus diz que até podem beber do mesmo cálice que ele beber e receber o mesmo batismo que ele receber, isto é, sofrer morte violenta por fidelidade ao projeto do Pai. No entanto, na proposta de Jesus não há espaço para privilégios, para a desigualdade (Marcos 10,38-40). Sua política é igualitária.

E nós, como exercemos a autoridade em nossas comunidades? Como estabelecemos relações de poder quanto às questões étnicas e de gênero? Também fazemos como os filhos de Zebedeu?

Autoridade que serve

A partir dali, Jesus novamente ensina qual é seu projeto de poder. Primeiro, refere-se à forma como não devemos exercer a autoridade. E o faz, lembrando como os romanos, “aqueles que vemos governar as nações”, exerciam o poder. Eles “oprimem e tiranizam” os povos que subjugam. Os poderosos daquele mundo alcançavam a paz através da vitória, impondo a derrota com violência a quem resistisse contra a sua tirania. E eles chamavam a isso de pax romana. A paz de Jesus não é a da vitória pela violência, mas é a paz fruto da justiça. É por isso que ele diz: “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou. Não vo-la dou como o mundo a dá” (João 14,27). Em consequência, a comunidade que quer ser semente de uma nova sociedade não pode reproduzir as relações deste mundo: “Entre vós não deverá ser assim” (Marcos 10,43).

Em segundo lugar, Jesus faz a sua proposta: “aquele que dentre vós quiser ser grande, seja o vosso servidor; e aquele que quiser ser o primeiro dentre vós, seja o servo de todos” (Marcos 10,43-44). Para Jesus, o poder é diaconia, é serviço. E ele deu o exemplo, pois não veio para ser servido, mas para servir. Veio para dar a sua vida em resgate de muitos (Marcos 10,45). Ele é o messias diácono, servidor. No evangelho segundo João, é na narrativa do lava-pés que Jesus ensina a respeito de como viver relações igualitárias na comunidade (João 13,1-17), de modo que ela seja luz para mundo e sal para a terra (Mateus 5,13-16).

Que, tal como Jesus aprendeu de sua mãe, também nós aprendamos a dizer com Maria de Nazaré: “Eis aqui a serva do Senhor” (Lucas 1,38).

Concluindo e ampliando

O problema não é o poder em si, mas a forma como o exercemos. Assim também é com a riqueza criada por Deus. A questão é o que fazemos com ela, se a acumulamos ou partilhamos. Jesus chamava a riqueza acumulada de “tesouro da terra”, ao passo que chamava a riqueza repartida de “tesouro do céu” (cf. Mateus 6,19-20).

O “poder sobre”, o poder vertical ou de cima para baixo é um poder que oprime, faz sofrer e serve a poucos. É autoritário. O que Jesus condena é justamente essa forma de exercício da autoridade. Ao passo que o “poder com”, o poder horizontal ou de braços dados em comunhão é uma autoridade exercida em parceria e serve à maioria. É uma autoridade participativa e democrática. E somente pode viver essa autoridade quem experimenta o “poder de dentro”, do interior, que empodera a autonomia, a liberdade de quem o exerce.

Mais que dar a vida por Jesus, ser discípulo e discípula dele é, como ele, doar-se para que todas as pessoas tenham vida, e vida em abundância. Ser discípulo é ser como o cego Bartimeu. De um lado, é buscar ardentemente a superação da cegueira da mente e do coração na luta por poder. De outro, enxergando como Bartimeu, é buscar clareza a respeito do projeto de Jesus, segui-lo pelo caminho e servir, isto é, de cego a discípulo (Marcos 10,46-52).

A partir da prática de Jesus em relação ao exercício do poder, podemos ampliar sua dimensão de serviço. As nossas comunidades continuam a ser chamadas a viver a diaconia, não somente quanto às relações de poder, mas também no serviço a quem mais precisa e sofre discriminação em nosso meio. É o serviço às pessoas que não têm direito à liberdade nem à saúde, ou que não têm o que comer nem beber, com que se vestir ou onde morar e trabalhar com dignidade (cf. Mateus 25,35-36). Vivendo relações de serviço, já antecipamos, em nossas comunidades, o resgate da democracia, o outro mundo possível e urgentemente necessário, a fim de evitar o autoritarismo que leva à barbárie.

texto do Ildo Bohn Gass

Fonte: cebi.org.br

 

sexta-feira, 8 de outubro de 2021

SOBRE A "QUARESMA" DE SÃO MIGUEL ARCANJO

São Miguel Arcanjo

Vocês devem ter percebido que "vira e mexe" algum membro tenta publicar aqui os encontros da Quaresma de São Miguel Arcanjo e acabamos por excluir a postagem.

E não é porque somos "malvadas" ou só queremos publicações nossas... Temos na verdade dois motivos.

Um deles é que este grupo tem por objetivo a FORMAÇÃO DE CATEQUISTAS e todas as publicações que fogem deste objetivo são excluídas. Incluindo aí a transmissão de missas.

O outro motivo é que trata-se de uma questão DEVOCIONAL, que não atinge a todos. Eu, por exemplo não tenho esta devoção. E penso que entrar nesta propagação de devoções não é bem o que se espera de um(a) catequista.

Mas, a título de conhecimento e, portanto, formação, vamos falar sobre a Devoção a São Miguel Arcanjo, um pouco da história e de como este movimento se propagou.

Em 15 de agosto, Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, inicia-se para os católicos um tempo devocional denominado “Quaresma de São Miguel Arcanjo”. É um período de 40 dias (excluídos, portanto, os domingos) que vai até 29 de setembro, encerrando-se com a festa dos Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael.

A origem dessa devoção está ligada à vida de intensa penitência de São Francisco de Assis. Quando ele se converteu, entrou para a Ordem dos Penitentes, sendo que um dos períodos especiais em que Francisco se mortificava era justamente o dos quarenta dias anteriores à festa de São Miguel Arcanjo. Foi durante esse tempo, a propósito, que ele, já no fim de sua vida, recebeu os estigmas de Cristo.

Por devoção aos anjos, São Francisco celebrava uma quaresma de jejuns e orações durante os quarenta dias que seguem a Assunção da Santíssima Virgem Maria. A São Miguel, a quem cabe o papel de introduzir as almas no paraíso, a devoção era especial, em razão do desejo que tinha o santo de salvar a todos os homens. Era do conhecimento de Francisco a autoridade e o auxílio que o Arcanjo Miguel tem sobre o exercício das almas, em salvá-las no último instante da vida e o poder de ir ao purgatório retirá-las. (Leiam as questões atuais sobre o Purgatório, por favor...)

No passado, a devoção a São Miguel era intensa e muito praticada, inclusive na récita da Oração de São Miguel Arcanjo em todas as Missas, após a Comunhão, que foi prescrita pelo Papa Leão XIII após uma visão dos terríveis ataques que a Igreja sofreria.

No entanto esta devoção, de origem Franciscana, durante muito tempo se restringiu à ordem e às Igrejas da congregação.

À partir da década de 80, vimos ressurgir no nosso catolicismo, muitas das devoções populares. Um pouco por influência dos carismáticos e mais por uma busca de novas identidades capazes de responder aos dilemas da vida cotidiana. No entanto, a complexidade dos fenômenos religiosos e suas aplicações, são temas para longos debates sobretudo em contextos sociais tão complexos como o nosso.

Assim, vimos ressurgir com força a "Quaresma de São Miguel Arcanjo", que explicamos a seguir.

É muito importante ressaltar que o DEVOCIONISMO na Catequese, deve ser objeto de muita atenção. O DNC em seu item 131, esclarece:

"A devoção à Mãe de Jesus e aos santos será vista no contexto do seguimento de Jesus Cristo e confiança no pai. Aparições, milagres, anjos, devoções, lugares sagrados e outros temas que podemos abordar na catequese e que são apreciados pela religiosidade popular têm sentido quando estiverem ligados aos pontos fundamentais e forem por eles iluminados".

Portanto, a devoção aos santos e suas manifestações e ritos, devem ser expostos tendo em vista o Cristocentrismo que deve permear a nossa catequese.

Ângela Rocha

 SÃO MIGUEL ARCANJO NA BÍBLIA E NA TRADIÇÃO

São Miguel é um dos três arcanjos a quem os católicos costumam nutrir uma fiel e especial devoção, a fim de pedir-lhe proteção e libertação dos ataques do inimigo de Deus. Segundo a tradição da Igreja, esse Arcanjo possui 4 importantes e imprescindíveis funções. São elas:

 - Conduzir as almas para o céu, depois de tê-las pesado na balança da justiça divina;

- Defender a Igreja e o povo cristão dos ataques do inimigo de Deus, ou seja, do demônio;

- Resgatar as almas dos fiéis do poder do inimigo de Deus, especialmente na hora da morte;

- E lutar contra Satanás.

Ele é conhecido por ser um guerreiro de Deus contra o mal. O nome Miguel do hebraico significa “Quem como Deus?” – o que quer dizer que ninguém é como Deus.

Existem apenas quatro textos sobre o Arcanjo São Miguel nas Sagradas Escrituras. Dois deles encontram-se no livro de Daniel (Dn 10, 13-22; Dn 12), um no livro de Judas (Jd 1,9); e o outro no livro do Apocalipse de São João (Ap 12, 7-8). Há ainda outro episódio que supostamente faz referência a São Miguel Arcanjo na Bíblia. Apesar de não citar o nome do arcanjo, Josué menciona uma figura, cuja descrição é possível considerar ser São Miguel Arcanjo (Jos 5, 13-14). 

(https://basilicasaomiguelarcanjo.org.br/palavra-de-deus-sobre-sao-miguel/ - São Miguel Arcanjo – SP.)

SOBRE A QUARESMA DE SÃO MIGUEL ARCANJO

Em 15 de agosto, Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, inicia-se para os católicos um tempo devocional denominado “Quaresma de São Miguel Arcanjo”. É um período de 40 dias (excluídos, portanto, os domingos) que vai até 29 de setembro, encerrando-se com a festa dos Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael. 

A origem dessa devoção está ligada à vida de intensa penitência de São Francisco de Assis. Quando ele se converteu, entrou para a Ordem dos Penitentes, sendo que um dos períodos especiais em que Francisco se mortificava era justamente o dos quarenta dias anteriores à festa de São Miguel Arcanjo. Foi durante esse tempo, a propósito, que ele, já no fim de sua vida, recebeu de Deus os santos estigmas. 

No passado, a devoção a São Miguel era intensa e muito praticada, inclusive na récita da Oração de São Miguel Arcanjo em todas as Missas, após a Comunhão, que foi prescrita pelo Papa Leão XIII após uma visão dos terríveis ataques que a Igreja sofreria.

Como funciona a Quaresma:

Todos os dias:

- Acender uma vela (benta) diante da imagem de São Miguel Arcanjo

- Oferecer jejuns, penitências e abstinências

- Fazer o Sinal da Cruz

- Rezar a oração inicial “Pequeno Exorcismo do Papa Leão XIII” *

- Rezar a Ladainha de São Miguel Arcanjo *

- Rezar a Consagração a São Miguel Arcanjo *

- Fazer o pedido de uma graça a ser alcançada.

* orações logo abaixo.

Podem ser adicionadas várias outras orações, conforme a devoção pessoal: ladainhas diversas, orações,  salmos, textos bíblicos, o terço de São Miguel, o terço tradicional…

Durante a quaresma, é importante fazer uma Confissão.

Outros elementos:

O altar – Na Quaresma de São Miguel Arcanjo, costuma-se fazer um pequeno altar ou oratório com a imagem de Arcanjo (pode ser uma foto também) e se possível no momento da oração acenda uma vela (benta), que simboliza a luz de Cristo.

Jejuns e penitências – Durante o período destes 40 dias, é indicado que cada pessoa faça uma penitência. Exemplos: abster-se de algum alimento prazeroso, do cigarro, da bebida, da internet, da televisão… Praticar o jejum ao menos às sextas-feiras, dia em que a Igreja aconselha habitualmente a prática.

Participar da Santa Missa (se possível diariamente) em honra a São Miguel e, após a comunhão, rezar a Oração de São Miguel Arcanjo.

AS ORAÇÕES:

ORAÇÃO INICIAL PARA TODOS OS DIAS

Pequeno Exorcismo do Papa Leão XIII

São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate, sede o nosso refúgio contra as maldades e ciladas do demônio. Ordene-lhe Deus, instantemente o pedimos, e vós, príncipe da milícia celeste, pela virtude divina, precipitai no inferno a satanás e aos outros espíritos malignos, que andam pelo mundo para perder as almas. Amém.

Sacratíssimo Coração de Jesus tende piedade de nós! (3x) 

LADAINHA DE SÃO MIGUEL ARCANJO

Senhor tende piedade de nós.
Jesus Cristo tende piedade de nós.
Senhor tende piedade de nós. Jesus Cristo ouvi-nos.
Jesus Cristo atendei-nos.
Pai Celeste, que sois Deus, tende piedade de nós.
Filho, Redentor do Mundo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Espírito Santo, que sois Deus, tende piedade de nós.
Trindade Santa, que sois um único Deus, tende piedade de nós.
Santa Maria, Rainha dos Anjos, rogai por nós.
São Miguel, rogai por nós.
São Miguel, cheio da graça de Deus, rogai por nós.
São Miguel, perfeito adorador do Jesus, rogai por nós.
São Miguel, coroado de honra e de glória, rogai por nós.
São Miguel, poderosíssimo Príncipe dos exércitos do Senhor, rogai por nós.
São Miguel, porta-esim Trindade, rogai por nós.
São Miguel, guardião do Paraíso, rogai por nós.
São Miguel, guia e consolador do povo israelita, rogai por nós.
São Miguel, esplendor e fortaleza da Igreja militante, rogai por nós.
São Miguel, honra e alegria da Igreja triunfante, rogai por nós.
São Miguel, Luz dos Anjos, rogai por nós.
São Miguel, baluarte dos Cristãos, rogai por nós.
São Miguel, força daqueles que combatem pelo estandarte da Cruz, rogai por nós.
São Miguel, luz e confiança das almas no último momento da vida, rogai por nós.
São Miguel, socorro muito certo, rogai por nós.
São Miguel, nosso auxílio em todas as adversidades, rogai por nós.
São Miguel, arauto da sentença eterna, rogai por nós.
São Miguel, consolador das almas que estão no Purgatório, rogai por nós.
São Miguel, a quem o Senhor incumbiu de receber as almas que estão no Purgatório,
São Miguel, nosso Príncipe, rogai por nós.
São Miguel, nosso Advogado, rogai por nós.

Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, atendei-nos, Senhor.

Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.
Cordeiro de Deus, que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós.

Rogai por nós, ó glorioso São Miguel, Príncipe da Igreja de Cristo, para que sejamos dignos de Suas promessas.

 Oração1:

Senhor Jesus, santificai-nos, por uma bênção sempre nova, e concedei-nos, pela intercessão de São Miguel, esta sabedoria que nos ensina a ajuntar riquezas do Céu e a trocar os bens do tempo pelos da eternidade. Vós que viveis e reinais em todos os séculos dos séculos.

Ao final, reza-se:

Um Pai Nosso em honra de São Gabriel.

Um Pai Nosso em honra de São Miguel Arcanjo.

Um Pai Nosso em honra de São Rafael.

Um Pai Nosso em honra ao nosso Anjo da Guarda.

Gloriosíssimo São Miguel, chefe e príncipe dos exércitos celestes, fiel guardião das almas, vencedor dos espíritos rebeldes, amado da casa de Deus, nosso admirável guia depois de Cristo; vós, cuja excelência e virtudes são eminentíssimas, dignai-vos livrar-nos de todos os males, nós todos que recorremos a vós com confiança, e fazei pela vossa incomparável proteção, que adiantemos cada dia mais na fidelidade em servir a Deus.

V. Rogai por nós, ó bem-aventurado São Miguel, príncipe da Igreja de Cristo.
R. Para que sejamos dignos de suas promessas.

Oração 2: 

Deus, todo poderoso e eterno, que por um prodígio de bondade e misericórdia para a salvação dos homens, escolhestes para príncipe de Vossa Igreja o gloriosíssimo Arcanjo São Miguel, tornai-nos dignos, nós vo-lo pedimos, de sermos preservados de todos os nossos inimigos, a fim de que na hora da nossa morte nenhum deles nos possa inquietar, mas que nos seja dado de sermos introduzidos por ele na presença da Vossa poderosa e augusta Majestade, pelos merecimentos de Jesus Cristo, Nosso Senhor.

CONSAGRAÇÃO A SÃO MIGUEL ARCANJO

Ó Príncipe nobilíssimo dos Anjos, valoroso guerreiro do Altíssimo, zeloso defensor da glória do Senhor, terror dos espíritos rebeldes, amor e delícia de todos os Anjos justos, meu diletíssimo Arcanjo São Miguel , desejando eu fazer parte do número dos vossos devotos e servos, a vós hoje me consagro, me dou e me ofereço e ponho-me a mim próprio, a minha família e tudo o que me pertence, debaixo da vossa poderosíssima proteção.

É pequena a oferta do meu serviço, sendo como sou um miserável pecador, mas vós engrandecereis o afeto do meu coração; recordai-vos que de hoje em diante estou debaixo do vosso sustento e deveis assistir-me em toda a minha vida e obter-me o perdão dos meus muitos e graves pecados, a graça da amar a Deus de todo coração, ao meu querido Salvador Jesus Cristo  e a minha Mãe Maria Santíssima, obtende-me aqueles auxílios que me são necessários para obter a coroa da eterna glória. Defendei-me dos inimigos da alma, especialmente na hora da morte. Vinde, ó príncipe gloriosíssimo, assistir-me na última luta e com a vossa arma poderosa lançai para longe, precipitando nos abismos do inferno, aquele anjo quebrador de promessas e soberbo que um dia prostrastes no combate no Céu.

São Miguel Arcanjo, defendei-nos no combate para que não pereçamos no supremo juízo.

 

FONTE: Blog do Padre Alexandre Fernandes.

https://www.padrealexandrefernandes.com.br/