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sexta-feira, 26 de julho de 2024

ESPIRITUALIDADE PRÁTICA OS 10 ENSINAMENTOS DO SERMÃO DA MONTANHA - 7º


ESPIRITUALIDADE PRÁTICA
OS 10 ENSINAMENTOS DO SERMÃO DA MONTANHA
(Mateus 5, 6 e 7)

Pe. Rui Santiago, cssr.

O SÉTIMO ENSINAMENTO – acumular tesouros (Mt 6, 19-21, 24.

“Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e onde os ladrões minam e roubam”.

Passamos a vida toda tentando provar a Jesus que não é bem assim... que Ele exagera um pouquinho: Deus Jesus e Deus dinheiro. No original, Jesus não disse “dinheiro” versículo 24, falou sobre o deus Mamom, (deus pagão da prosperidade) palavra aramaica/hebraica para dinheiro, riqueza, aqui personificada por Jesus. Ou seja, esse mandamento prático é o da liberdade com relação às coisas, que é tão difícil.

O nosso problema não é sermos escravos das coisas, mas a ideia das coisas, a ganância das coisas, é o endeusamento do TER. Aqui há uma cadeia: ter dá-nos a ilusão tão grande de poder que acreditamos que “se eu tiver, eu posso”... Eu queria, mas não posso, não tenho...

Dá-nos uma enorme sensação de poder, poder nos dá a ilusão tão grande de controlar. Controlar nos dá a grande ilusão de estarmos seguros. E no fundo esta é a questão: o nosso desejo mais profundo é estarmos seguros. Então todo o resto é entrar na cadeia desta ideia de segurança que passa pelo ter, poder para controlar, para estar tranquilo, para estar seguro. O que é uma ilusão.

O mundo já tem tempo e história para percebermos que que é uma ilusão. Mas, ao mesmo tempo, o que é curioso, é que nenhum de nós é imune a esta ilusão, somos receptivos a isso. O que aprendemos de Jesus e de tantos outros seguidores é que só podemos dar o que temos. O que você não é capaz de dar, não te pertence. O que não é capaz de dar, se precisar, você não tem. A coisa que te tem. Qual é a maneira mais eficaz de não ser roubado? 100% eficaz? Qual é o método antirroubo 100% eficaz? É DAR. Não há outro.

Se não quiser que nada na sua vida seja roubado, ponha sua vida em forma de dádiva, ponha tua vida em formato de casa de partilha, abra a mesa, abra os braços, abra a mão, parta o pão, distribua o vinho.

Como a morte morreu na morte de Jesus? Morreu porque quando chegou a Jesus já não tinha nada para tirar, Ele deu tudo antes dela, ela chegou tarde demais na vida de Jesus. Esta é a lógica de Jesus. Este é o convite do Reino de Deus. A partilha é o segredo da abundância. A segurança não nos vem pela cadeia do ter, poder, etc. A segurança vem dos irmãos. Você arranja um irmão e aí vai estar a sua segurança. Você cria, você gera, você entra na cadeia da fraternidade e aí vai ter a experiência profunda, verdadeira, definitiva do que é estar seguro, tranquilo e poder respirar em paz, porque sabe que não está só. Aconteça o que acontecer vai viver em rede. Não ande na vida sem rede, por falta dela você se estatela no chão na hora da queda, a sua segurança está na irmandade. Na cadeia da fraternidade não está o ter para poder, para controlar, para ter segurança. Não se fie no ter, poder, controlar para estar seguro.

Este é o segredo de Jesus. Que quando começa a chamar os seus discípulos, começa a formar uma rede de irmãos. André e seu irmão Simão, Tiago e sue irmão João que eram pescadores que viviam consertando redes, agora são irmãos que vem construir redes, mas são redes para outras pescas, porque são redes de mãos dadas, é gente em rede. E são os nós que nos salvam. Jesus fez da sua vida uma experiência como um pão que se parte e reparte. Fazer da vida um cálice com que se brinda, que se passa de mão em mão, que se verte para outros.

Jesus não amaldiçoou o dinheiro, os bens, amaldiçoou a ganância, porque aí é que está o problema. Viver na lógica do dom é o que diz este sétimo ensinamento de sabedoria. O que vem a seguir é olhar os lírios do campo, as aves do céu, olhai...

E vocês andam cheios de medo. Por que? Por que vivem como órfãos? É o que Jesus diz: Vocês não têm um Pai que sabe do que vocês precisam? Que está de olho aberto? Vivem como se não tivessem Pai, como se não fossem irmãos...

Qual o mandamento que Jesus dá aqui? Procurem em primeiro lugar o Reinado de Deus. Não é para que em primeiro lugar trate da sua vidinha e depois no tempo livre vê lá o que pode fazer pelo Reino de Deus, tipo voluntariado. Procure primeiro o Reino de Deus, viva dessa maneira, é o que Jesus diz. E o resto será acrescentado. A lógica do dom funciona. Não é a lógica da preguiça. Jesus não está fazendo elogia da preguiça, é o elogio da fraternidade, porque esse é o modo de proceder do Reino de Deus.

Por que vocês vivem como se não tivessem Pai e como se não tivessem irmãos? Porque cada um vai tratar de si e depois, insensatamente, espera que Deus vã tratar de todos? Isso não funciona! Porque Deus não trata de todos um a um, Deus trata do todo, não de todos, mas DO TODO. Essa é a lógica do Reino. Procurem primeiro o Reino de Deus, todo os resto será acrescentado.

Jesus não amaldiçoa o dinheiro e os bens. Amaldiçoa a nossa desconfiança. A lógica da partilha nós não acreditamos que funcione. Nós achamos que a esmola chega, mas, a esmola não é evangélica. A partilha funciona, a esmola não chega para cumprir o mandato do reino, porque a esmola não faz do outro um irmão, a esmola mantem o outro como um pobre.

A lógica evangélica é a lógica do Reino de Deus é dar o salto da boa esmola para a ousadia da fraternidade, para a ousadia da partilha e para usar a irmandade. Este é o salto do Reino de Deus, do modo de proceder do Reino de Deus, que vai além. Jesus conta aquela parábola de um homem rico que teve num ano uma grande sorte na colheita e que pensou consigo mesmo: “Onde vou por tudo isso? Não cabe no celeiro”. Era tratar de si para consigo, teve uma oportunidade de partilha... e morreu.

Pe. Rui Santiago - Centro de Espiritualidade Redentorista de Braga PT.

Obs. Transcrição do sermão feito no CER de Braga – Portugal, por Ângela Rocha.




quinta-feira, 25 de julho de 2024

ESPIRITUALIDADE PRÁTICA: OS 10 ENSINAMENTOS DO SERMÃO DA MONTANHA - 6º



ESPIRITUALIDADE PRÁTICA: OS 10 ENSINAMENTOS DO SERMÃO DA MONTANHA 

O SEXTO ENSINAMENTO – Tenha coerência (Mt 5, 37).

Sim, sim, não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna.

Não é um “nim”, é diabólico isso. O que está em questão é a ruptura, a separação, a divisão entre o sim e o não. É preciso ter autenticidade existencial, saber para que lado se está virado, coerência no que gosta e no que não gosta.

Não somos camaleões para nos colocarmos da cor da parede, no discurso feito no momento. Não tenha más intenções, não esconda a mão no jogo da vida. Fazer o discernimento do espírito em nós é a linguagem do Novo Testamento: Por que gosto disso? Por que gosto de estar ali? Por que decido assim? Por que falo? Sem enganar a mim mesmo, o que eu procuro? No fundo, qual é a minha intenção. Não seja dúbio, enganador. Acima de tudo opte pela ousadia de não ser manhoso consigo mesmo. Não enganar a mim mesmo nas minhas intenções. Começa por aí.

Mas, atenção! Que o modo de falar o sim, sim e o não, não, não tenha nada a ver com ser bruto. Tipo: “Não me calo, a mim ninguém cala”. Isso é só brutalidade, de gente que não cresceu, mais nada. “A verdade, eu digo todas”, como você disse isso? Porque é verdade! Nãos e trata da verdade como palavra, a verdade para o ser humano é a verdade que se põe numa relação.

Se uma criança de seis anos desenha um gato porque ouviu a história, e você diz: “Que avião bonito!”. Desenha mal o menino, muito mal... pois é... diga que está bonito, mas que pode desenhar de novo. Isso cria uma relação de verdade. Eu não digo: “É um gato? Qual a raça desse gato? Persa ou Boeing 747?”. Não vamos confundir. A verdade humana tem V maiúsculo, é um formato existencial, não crueza de comunicação. Não tem a ver com a maneira como falamos, mas a maneira como existimos diante de mim, dos outros e de Deus.

O que está em causa é ter espinha dorsal, não viver para agradar a gregos e troianos. Não é possível viver sem optar. Não é possível! Conhecemos as vezes, pessoas que passam pela vida sem tomar decisões ou opções que a comprometam. A gente percebe que são gelatinas humanas, vira um “treme-treme”. Lá pelo meio da vida não é possível viver sem escolher as opções. Porque as opções que se toma para você ser quem é, não podem ser guardadas pra si mesmo, correndo o risco delas se tornarem verdadeiras opções, porque as opções só são humanas quando postas em prática. Porque o ser humano faz-se fazendo-se e fazendo por suas opções.

Uma pessoa “invertebrada” é um espetáculo lamentável. Gente que diz um sim envergonhado a tudo e todos, e na hora da verdade fogem. Depois nós não temos o dom da obliquidade. Há três coisas que são uma desgraça (contrário de uma vida graciosas, cheia de graça): espetáculo triste, de doer o coração, dar pena, bradam aos céus:
- Uma criança mal-amada – lidar com uma criança mal-amada é um espetáculo triste;
- Um velho insensato – é uma tristeza, espetáculo dramático;
- Um adulto que vai ao saber do vento, um adulto invertebrado que por qualquer opinião se fia – coisa triste.

Que Deus nos ajude e nossas crianças sejam bem-amadas e felizes, que sejamos velhos sensatos e sábios e que sejamos adultos com estrutura, com coluna, com espinha dorsal.

Os puros de coração verão a Deus. O que está em jogo é a inocência do coração – que não tem nada a ver com ingenuidade, que é não perceber o que está acontecendo na vida, no mundo, nos acontecimentos. Não ser capaz de discernimento do que é válido e maduro nas situações. Jesus não propõe ingenuidade como modelo de vida, não faz parte da sua espiritualidade prática. Mas, Jesus fala de inocência, que é agir sem malícia, não ter maldade no olhar para os outros, não ter malícia nas intenções, no discernimento que se faz dos fatos, nas decisões que se tem, nas avaliações que se faz.

Pe. Rui Santiago - Centro de Espiritualidade Redentorista de Braga PT.

Obs. Transcrição do sermão feito  no CER de Braga – Portugal, por Ângela Rocha.

 


quarta-feira, 24 de julho de 2024

ESPIRITUALIDADE PRÁTICA OS 10 ENSINAMENTOS DO SERMÃO DA MONTANHA - 4º e 5º


ESPIRITUALIDADE PRÁTICA
OS 10 ENSINAMENTOS DO SERMÃO DA MONTANHA
(Mateus 5, 6 e 7)
ENSINAMENTO 4º e 5º

O QUARTO ENSINAMENTO - (Mt 5, 44-48)

Amar os nossos inimigos, rezar por quem nos faz mal. O sol bate sobre os justos e os pecadores. Sede perfeitos como Vosso pai é perfeito. Como? Amar os inimigos? Rezar por eles?

Esta é a joia da coroa da nossa fé, a carga de dinamite no centro do cristianismo, capaz de revolucionar o mundo se for levado isso a sério. Amar os inimigos é a arma mais revolucionária que há no mundo. Endireitar o mundo. Lutar contra o rancor, o ressentimento, este espírito impuro que faz da vida um inferno. Inferno que contagia e se espalha. Passar da amargura ao perdão. Use a estratégia da oração. Jesus diz: Reze, reze, bendiz diante de Deus os teus inimigos. Perdoar é da ordem da vontade. Como o amor é. Perdoar não “acontece”, a não ser que fossemos perfeitos. Perdoar é da ordem da vontade: quer-se, faz-se, treina-se, escolhe-se, opta-se... é da ordem do amor. Perdoar é querer perdoar.

Mas, e se eu continuo a sentir raiva? Mas, o que você quer? Eu quero perdoar! Se eu continuar no caminho, a raiva passa, porque tudo passa. Eu não esqueço, é normal não esquecer.

Lembre-se: ou você se ressente, em looping, requentando a raiva ou perdoa. Perdão é da ordem da decisão. Eu decido, escolho, mesmo .......dizer a ti... rezar por ti...

Perdoar é vontade, opção. Esquecer não é opção, é memória. Perdoei, mas, não esqueci. Que tipo de memória ficou? Memória de impacto ou de rancor? Esquecer ou lembrar é mecanismo psíquico, estão aí.

Esquecer é impacto psicológico, afetivo, emocional, tem mais ou menos importância, depende do tempo. . isso não está em suas mãos. Decidir está em suas mãos. Decide-se que mais vale o bem querer. Perdão = amor = bem querer. O resto segue os passos do tempo, pacifica-se, cura-se. O espírito faz o caminho, sabe como somos, nos conhece, se ele diz que o caminho é.... Tudo se cura quando vai na direção certa. É amar quem não gosto, perdoar quem me faz mal.

O QUINTO ENSINAMENTO – Pagar o mal com o bem (MT 5, 39-42).

Dê a quem te pede – Não importa quem, pague o mal com o bem.

A quem te pede: dá. Não dê resistência ao mal. Adoramos minimizar, fazer de conta que não entendemos. Diante do mal, não fique sem dar resposta, não fique passivo, não pague mal com o mal. Mas, como reagir ao mal e a violência?

Pagar o mal com o bem. Um bem não previsto, não merecido, não fácil, não natural, não espontâneo. Usar o que não faz parte da natureza, somos reativos e temos que nos libertar desta lógica e nos entregarmos ao domínio do espiritual. Não entregar o mundo a engrenagem do mal.

Duas coisas deixam o mal vencer o mundo: torna-se mal e tornar-se escravo. A única vitória possível é aceitar a proposta de Jesus: a suprema liberdade diante do mal, suprema valentia diante da injustiça. Uma força, aparentemente frágil, é reagir ao mal com uma provocação desarmada. Coisa para lúcidos e fortes.

O exemplo de dar a outra face não é uma ética de incompetentes existenciais, nem uma moral de fracos. Só os fortes são capazes de fazer isso. A nossa fraqueza é reagir, revidar (natural). A nossa força é sermos capazes de nos termos na mão (controle) para desengatilharmos o mecanismo da vingança. Porque é um gatilho: o mal nos toca e nós disparamos.

O que Jesus propõe com esta metáfora? Vingar-se com Jesus! Mas, desativar a lógica da vingança, não é, justamente, não se vingar? O que é vingança? É procurar a vitória sobre o outro, é a agressão ao outro. Nós usamos a palavra vingança num sentido negativo.

Jesus nunca disse que não é pra fazer nada diante do mal. Não disse: Fica calado e vai embora. Ou agredir, ou deixar a injustiça e a violência ora lá. Nunca! Ele incentiva um BEM! Diz ele: Não se deixe vencer pelo mal, inventa um bem nessa hora e leve-o adiante. Quando te baterem numa face, dá a outra. Aí, leva a tua capa (túnica), caminha um quilômetro, dois quilômetros. O primeiro é dele, o segundo é seu. Jesus nunca disse “não se vingue”. Jesus disse: vamos nos vingar de uma maneira que cure o mundo. Vamos nos vingar, já que a vingança é a procura de uma vitória sobre o mal.

A única forma do mal ser vencido é ser coberto por um bem maior. A única hipótese é o bem ser mais teimoso. Enquanto não acreditarmos nisso, vamos continuar nos zangando muitas vezes. E termos uma grande dificuldade em não nos reconciliarmos com o outro, porque acreditamos que o mal tem a palavra definitiva sobre tudo... sobre a vida, sobre o mundo, o país, sobre as nossas relações. E isso não é verdade!

A palavra definitiva sobre a vida, sobre todas as coisas, é a palavra – teimosíssima palavra – do BEM, da bondade, da beleza. A vingança cristã é o perdão. Vamos nos vingar sem cessar, sempre, grande, bem como Jesus, que professou a vida toda e no fim, protestou deixando-se morrer.

CONTINUA...

Pe. Rui Santiago - Centro de Espiritualidade Redentorista de Braga PT.

Obs. Transcrição do sermão feito no CER de Braga – Portugal, por Ângela Rocha.

terça-feira, 23 de julho de 2024

ESPIRITUALIDADE PRÁTICA OS 10 ENSINAMENTOS DO SERMÃO DA MONTANHA - 3º


ESPIRITUALIDADE PRÁTICA
OS 10 ENSINAMENTOS DO SERMÃO DA MONTANHA
(Mateus 5, 6 e 7)

Pe. Rui Santiago, cssr.

O TERCEIRO ENSINAMENTO – Reconheça a sua fragilidade 

(MT 5, 23-25):


Mostrar-se conciliador com o outro (5, 23-25), enquanto ele “caminha com você”, enquanto ainda estão “juntos” e podem de fato conversar.

Porque depois, lá no “tribunal”, no “julgamento”, haverá outras coisas a se considerar, principalmente o tempo que passa e faz a frieza se tornar uma pedra impossível de se quebrar. PERDOE! Tome a iniciativa da reconciliação. Vá primeiro. Lembra disso? “Felizes os construtores da paz” (Mt 5,9). Isso nos “filia”, nos torna filhos de Deus. Colocar a relação à frente do “eu”. Ter sempre razão é muito chato! Nos deixa sós. É preciso ser grande para não querer sempre ser o maior. Vai primeiro! Não cobre isso do outro se você não é capaz de fazer. Quando perdoar for tão natural quanto respirar, seremos verdadeiramente filhos de Deus. Seremos “misericordiosos como o Pai”. Seremos verdadeiramente livres!

Ah! Nada é tão difícil quanto amar os inimigos! Rezar por quem nos faz mal (5, 44-48). A chuva cai e o sol derrama seu calor para os bons e os maus, justos e pecadores. E não adianta eu me perguntar: Por que eu? Por mais difícil que seja o Pai nos pede: “Sede perfeitos”. Mas, como amar os inimigos? Rezar por eles?

Amar os inimigos e rezar por eles é a joia da coroa da nossa fé. O amor é a “carga de dinamite” capaz de revolucionar o mundo. Se levar isso a sério, se todos que se dizem cristãos, levassem isso a sério, seria a arma mais revolucionária e poderosa que há no mundo. Lutar contra o rancor, o ressentimento, espírito impuro que faz da vida um inferno, e o inferno contagia e espalha-se. Passar da amargura ao perdão pela estratégia da oração, é o que Jesus nos diz. Perdoar é da ordem da “vontade”, como o amor. Perdoar não “acontece” simplesmente, a não ser que fôssemos, de fato, tão perfeitos. Perdoar é da ordem da vontade: Quer-se, faz-se, treina-se, escolhe-se, opta-se. Perdoar é da ordem do amor. Perdoar é querer perdoar.

Mas, se eu continuo a sentir raiva? O que faço? Eu quero perdoar! Se eu continuar no caminho, a raiva passa. Tudo passa. Eu não esqueço, mas, isso é normal do ser humano. Só não posso fazer disso um espinho a me cutucar. Perdoar é vontade, opção. Esquecer não é opção, é memória. Perdoei, mas, não esqueci. Esquecer ou lembrar são mecanismos psíquicos. Estão aí. A memória do rancor causa impacto. A lembrança faz que você viva um looping, um sentimento “requentado”.

Perdoar é da ordem da decisão: eu decido, eu escolho, mesmo que não consiga dizer a você, vou dizendo a Ele, rezando... rezando por ti. O Espírito faz o caminho, sabe como somos, nos conhece, se Ele diz que é o caminho, é porque é verdade, Ele não mente.

Perdão é igual amor, igual bem querer. Mas, nem sempre é igual esquecer, porque esquecer depende do impacto psicológico, afetivo e emocional que teve em você. Pode levar mais ou menos tempo. Isto não está nas suas mãos. Mas, você pode decidir o que está nas suas mãos. O bem querer está nas suas mãos, decida por ele, o resto segue-lhe os passos, pacifica-se, cura-se. Tudo se cura se vai na direção certa... que é amar quem eu não gosto, perdoar quem me faz mal.

Continua...

Pe. Rui Santiago - Centro de Espiritualidade Redentorista de Braga PT.

Obs. Transcrição do sermão feito  no CER de Braga – Portugal, por Ângela Rocha.


segunda-feira, 22 de julho de 2024

ESPIRITUALIDADE PRÁTICA: 10 ENSINAMENTOS DO SERMÃO DA MONTANHA - 2º


ESPIRITUALIDADE PRÁTICA - OS 10 ENSINAMENTOS DO SERMÃO DA MONTANHA - (Mateus 5, 6 e 7)

Pe. Rui Santiago, cssr.

2º ENSINAMENTO 

Reconcilie-se com seus adversários (Mt 5, 22):

“Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encolerizar contra seu irmão, terá de responder no tribunal; aquele que chamar ao seu irmão: ‘cretino!’, estará sujeito ao julgamento do Sinédrio; aquele que lhe chamar ‘renegado’ terá de responder na geena de fogo". (versão da Bíblia de Jerusalém).  

Quando você chama seu irmão de imbecil ou estúpido, será réu diante do tribunal. Como no primeiro ensinamento, que a questão não era o olho ou a mão e sim, a ocasião; aqui a questão não é o imbecil ou estúpido e sim, o irmão. A coisa está na aprendizagem do autodomínio, de dominar a irritação.

O problema aqui é a ira que vem de dentro... e traz todo fel amargo que você esconde tão bem. Tudo começa na maneira de olhar. É preciso aprender a dominar a ira e segurar a boca, mandar na boca. No livro de Ben Sirac (Eclesiástico) há um versículo muito precioso: Senhor quando eu for dizer asneiras, puxe minha mão para a boca.  Não é possível engolir de volta o que se falou. E algumas palavras doem, machucam, ferem de morte muitos relacionamentos de amor. 

Dominar a ira e não se deixar dominar por ela, esse é o ensinamento prático de Jesus. Há uma longa tradição bíblica sobre a língua. A língua tem uma força ambígua na Bíblia: Senhor solte minha língua para que te cante louvores... Senhor segura minha língua na hora de maldizer. Ainda no livro de Bem Sirac encontramos: “Cuidado meu filho, com a língua, não te fies por ela ser pequena, porque um barco grande também tem um leme pequeno, mas, é esse leme que dá a direção para onde ele vai”. É assim a língua dentro da tua boca, é o leme que vai dirigir a tua vida.

 

Em palavras nossas, esse segundo ensinamento de Jesus, diz: irmãos: tempo na língua! Pensar um pouquinho antes de soltar tudo. “Tempo da língua” é uma extraordinária sabedoria para vivermos como Jesus. 

Um dado da psicologia atual: As palavras criam a realidade. As palavras funcionam para melhor e para pior, as palavras têm eficácia, não são apenas “símbolos” da linguagem. Elas não apenas exprimem a realidade, como a criam, identificam e influenciam a realidade. A ponto de fazer, por exemplo, uma criança que ouve tantas vezes que é “burra”, passar a acreditar e se tornar burra. Assim como de tanto dizer que ela é linda, maravilhosa, ela pode acreditar e tornar-se tirana. Palavras criam realidade. Não acredite naquela “treta” de que “isso são só palavras, é da boca para fora”, porque é mentira. Nenhuma palavra é só palavra quando dita da boca de um ser humano. A língua é o “leme” da nossa vida, ela direciona para o bem ou para o mal.

Continua...

Pe. Rui Santiago - Centro de Espiritualidade Redentorista de Braga PT. 

Obs. Transcrição do sermão feito  no CER de Braga – Portugal.


domingo, 21 de julho de 2024

ESPIRITUALIDADE PRÁTICA: OS 10 ENSINAMENTOS DO SERMÃO DA MONTANHA

Hoje eu estava pensando no quanto nós somos “teóricos” nas nossas crenças e em nossa espiritualidade. Porque a verdade é que temos um discurso, e na hora de colocar em prática... falhamos miseravelmente! Então estou tentando aprender a ter uma “espiritualidade prática”. E o lugar onde se pode adquirir um conhecimento muito grande disso é no que Jesus diz nos evangelhos. Ele fala bastante o que é preciso fazer para exercer essa coisa de “ser cristão”, sem muito mistério e sem muitas delongas.

E eu vivo dizendo isso para os outros e não digo para mim mesma. Aliás, acho que eu nunca li “pra mim” o sermão da montanha. Leio para “os outros” e interpreto para meus catequizandos. Nunca olhei de fato, ou entendi de fato. Mas, minha visão mudou depois que escutei este “sermão”...

Aqui estão os 10 Ensinamentos práticos do Sermão da Montanha, Evangelho de Mateus, capítulo 5, 6 e 7, Carta Magna do Reino de Deus, que Jesus abre com as Bem-Aventuranças - e desenrola, segundo a “Espiritualidade prática com Jesus” do padre Rui Santiago, em 10 ensinamentos, como foram 10 os mandamentos de Deus para o povo do deserto. Vou publicar nesta postagem o 1º Ensinamento, e os demais, um a cada dia. Acompanhe!

Peço licença para dar um pouco da minha interpretação aos ensinamentos de Padre Rui, pois, escutei tudo em áudio e fiz a transcrição em texto, primeiro à mão e depois digitando. Algumas palavras e expressões do português “de Portugal” precisam ser adaptadas ao nosso português, para entendermos melhor. Foi isso que fiz.

ESPIRITUALIDADE PRÁTICA
OS 10 ENSINAMENTOS DO SERMÃO DA MONTANHA
(Mateus 5, 6 e 7)

Pe. Rui Santiago, cssr.

1º - Domine a irritação – Pratique o autodomínio (Mt 5,22)

2º - Reconcilie-se com seus adversários – Perdoe sempre (Mt 5, 23-25)

3º - Perdoe: reconheça a sua fragilidade (Mt 5, 29-30)

4º - Seja coerente – Sim é sim, não é não (Mt 5,37)

5º - Dê a quem te pede – Não importa quem, pague o mal com o bem (Mt 5, 39-42)

6º - Ame os seus inimigos - (Mt 5, 44-48)

7º - Não acumule tesouros – Não se apegue aos bens materiais (Mt 6, 10-21; 24)

8º - Domine o seu olhar – Domine a inveja e o preconceito (Mt 6, 22-23)

9º - Não julgue - (Mt 7, 1ss)

10º - Não desperdice o sagrado que há em você - (Mt 7, 6).



1. O PRIMEIRO ENSINAMENTO – Autodomínio (Mt 5,22).

"Se teu olho é ocasião de pecado, arranca-o e joga fora, se a tua mão é ocasião de pecado, corta-a e joga fora...”

Mais vale entrar no Reino dos céus caolho e maneta do que com os dois olhos e as duas mãos, do que você acabar na lixeira. O vale da lixeira de Jerusalém era a Gia... No vale de Gia, do fogo, porque era assim que se tratava o lixo, queimando, era a única maneira. Daí vem a nossa crença de que o “inferno” é cheio de fogo.

E aqui o problema não é o "olho" ou a "mão", é muito mais a "ocasião". O negócio é não "se achar" e se considerar forte e invencível. Não somos! E nos magoamos porque achamos que está tudo sobre controle! Ignoramos nossos limites, não assumimos nossas fragilidades e ambiguidades e teimamos em andar “no fio fino do horizonte, entre a luz e a escuridão”. Achamos que somos os “tais”, que não estamos sujeitos a cair e a sentir coisas que não deveríamos sentir. Temos que cortar a ocasião, não a mão ou o olho!

Cuidado com as ocasiões, porque somos mais frágeis do que pensamos. Ignorar os nossos limites é perigoso. Ignorar que em nós há assuntos mal resolvidos. Assumir que tenho tudo sempre sob controle e que sou sempre forte, vai me trazer muitos dissabores. Tipo aquela tal de inveja, ciúme, maldade. Somos tentados ao mal por natureza! Por que a gente se acha “intocável”.

E como Jesus na sua espiritualidade prática, precisamos a prender a dizer “não”. E quantas vezes nosso "não" vem depois da hora. Precisamos aprender a dizer "não" a tempo. Eu preciso “atempar” o não. Não deixar acontecer o mal para depois ter que arrancá-lo a força. Não dizer o que acho no calor do momento e depois me arrepender, arrepender, arrepender... E não saber bem como consertar.

E preciso aprender a aceitar uma coisa muito óbvia em mim: não sou nada forte! Sou absurdamente frágil e minha autoestima é do tamanho de uma titica de galinha. Porque meus relacionamentos precisam demais de "recíproca". Eu PRECISO de reciprocidade, não adianta eu me fazer de forte e poderosa, porque não sou! Preciso assumir que sou frágil e que vou me magoar por “achar” alguma coisa... e acabar dizendo coisas que deveria calar.

E é claro que é difícil cortar uma mão e jogar fora, assim como é difícil cortar estas "ocasiões" que me são oferecidas. E Jesus está lá, dizendo: "Não quer ter raiva, ciúme, decepção? Corta as oportunidades de isso acontecer!"

E como se trata de uma espiritualidade "prática", vamos ver se consigo botar isso para acontecer. Dizer “não” a tempo e não um “não” fora de tempo. Pensar mais, julgar menos. É preciso ter autodomínio, dominar a irritação.

Continua...

Pe. Rui Santiago - Centro de Espiritualidade Redentorista de Braga PT.


Obs. Transcrição do sermão feito  no CER de Braga – Portugal, por Ângela Rocha




terça-feira, 16 de julho de 2024

O QUE APRENDI NA CATEQUESE...



Sabe o que aprendi que as crianças precisam aprender na catequese?

Que ali, na Igreja, no templo, no pátio, nas salas, nas pastorais, é LUGAR de Jesus, do seu coração puro e misericordioso, que não abraça ninguém com segundas intenções. 

É lugar de gente feliz por estar ali, e não atolada e preocupada com horário, com reunião e normas, leis, procedimentos, comportamentos adequados...

As crianças só precisam saber que a Missa é lugar de encontro, de lembrança daquele que tanto fez por nós, que nos ama a ponto de se deixar morrer por nós. 

Não precisam ser obrigadas a acordar cedo, para receber um "carimbo" numa caderneta, uma figurinha, , uma estrelinha, um comprovante pra mostrar depois para a catequista... que nem sempre está lá... e que quando está, só sabe olhar com reprovação a sua vivacidade e alegria.

As crianças querem levantar, sair do lugar, sentar, tomar água, fazer xixi, perguntar o que não sabem; e não receber "pitos", reprimendas e sermões sobre o que nem estão preparados para entender ainda.

E, não se trata de "falta de educação" e de "pais que não educam". 

Trata-se de ser criança num mundo onde a grande maioria dos adultos vai por obrigação ou por motivos, muitas vezes bem mais graves, egoístas e profundos do que, simplesmente, amar a Deus.

Ângela Rocha  - Catequista

Graduada em Teologia PUCPR.







quinta-feira, 4 de julho de 2024

SANTÍSSIMA TRINDADE - ROTEIRO DE ENCONTRO

Imagem: Paróquia Bom Pastor - RJ.

SANTÍSSIMA TRINDADE
Encontro Celebrativo

Interlocutores: Crismandos ou adultos.

Objetivos do encontro: Lembrar a solenidade da Santíssima Trindade aos crismandos, que, com certeza já viram o tema na catequese de eucaristia. Não se trata aqui de “explicar” a Trindade, mas, de celebrar a data.

Ambientação: Bíblia, cruz, velas (devem ser acesas durante a celebração), ícone da Santíssima Trindade.

Iniciando o encontro: Convidar a todos para entrar em clima de oração para a celebração.

Oração inicial:

Pai eterno, a criação que tirastes vós do nada,
Repousando em vossa mão, um acorde brada:
Quem me fez foi vosso amor, Glória a vós, Pai criador!
Filho eterno, nosso irmão, vossa morte deu-nos vida,
Vosso sangue, salvação. Toda a igreja, agradecida,
Louva, exalta a vós, Jesus, glória canta a vossa cruz!
Deus Espírito, sol de amor, procedeis do Pai, do Filho.
Vossos dons sempre mandais a nós pobres que louvamos
Santo, santo é o Senhor, Uno e Trino, Deus de amor.

D.: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

T.: Amém.

D.: Ao celebrarmos a solenidade da Santíssima Trindade, tomamos consciência da verdadeira face daquele Deus que Jesus nos revelou, por isso, que a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus Pai e a comunhão do Espírito Santo, estejam sempre conosco.

T.: Bendito seja Deus que nos reuniu no amor de Cristo.

Ato Penitencial:

D.: O sinal da cruz que traçamos em nosso corpo no início desta celebração é a nossa profissão de fé no Deus Trino, o único Deus que é Pai e Filho e Espírito Santo, o Deus que por amor nos criou e nos redimiu. Para estar na presença do Deus três vezes santo e ouvirmos dignamente a sua Palavra, peçamos perdão para sermos purificados de nossos pecados.

(Breve momento de silêncio)

D.: Senhor, enviado pelo Pai para buscar os perdidos, tende misericórdia de nós.

T.: Senhor, tende piedade de nós!

D.: Cristo, que continuais a nos visitar com a graça do seu Espírito, tende misericórdia de nós.

T.: Cristo, tende piedade de nós!

D.: Senhor, que vieste criar um novo mundo fundado no Amor, tem piedade de nós.

T.: Senhor, tende piedade de nós!

D.: Deus Todo-Poderoso, tenha misericórdia de nós, perdoe nossos pecados e nos conduza à vida eterna.

T.: Amém.

Hino de louvor (orado ou cantado):

Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens por Ele amados. Senhor Deus, rei dos céus, Deus Pai todo-poderoso: nós vos louvamos, nós vos bendizemos, nós vos adoramos, nós vos glorificamos, nós vos damos graças por vossa imensa glória. Senhor Jesus Cristo, Filho Unigênito, Senhor Deus, Cordeiro de Deus, Filho de Deus Pai. Vós que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós. Vós que tirais o pecado do mundo, acolhei a nossa súplica. Vós que estais à direita do Pai, tende piedade de nós. Só vós sois o Santo, só vós, o Senhor, só vós, o Altíssimo, Jesus Cristo, com o Espírito Santo, na glória de Deus Pai. Amém.

D.: Oremos

Ó Deus, nosso Pai, enviando ao mundo a Palavra da verdade e o Espírito da santidade, revelastes o vosso inefável mistério. Fazei que, professando a verdadeira fé, reconheçamos a glória da Trindade e adoremos a Unidade onipotente. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.

T.: Amém.

Leitura Bíblica: Mt 28,16-20

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espirito Divino, ao Deus que é, que era e que vem pelos séculos. Amém.

L.: Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Mateus.

T.: Glória a vós, Senhor.

Naquele tempo, os onze discípulos foram para a Galileia, ao monte que Jesus lhes tinha indicado. Quando viram Jesus, prostraram-se diante dele. Ainda assim alguns duvidaram. Então Jesus aproximou-se e falou: “Toda a autoridade me foi dada no céu e sobre a terra. Portanto, ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei! Eis que eu estarei convosco todos os dias, até ao fim do mundo”. Palavra da Salvação.

T: Glória a vós, Senhor.

(Pequeno momento de silêncio, meditação ou partilha da Palavra)

O mistério da Trindade – Santo Agostinho

Caminhando na praia deserta me vi a pensar no mistério da Trindade Santa. Quando ao longe um menino tentava com uma concha colocar o mar num buraquinho na areia. Logo me aproximei dizendo a ele que era um trabalho em vão. Qual surpresa, era um anjo! Que me olhou e então me disse: "É mais fácil pôr o mar aqui que compreenderes a Trindade e todo o seu mistério".

D.: Vamos professar juntos nossa fé:

T.: Creio em Deus Pai, todo-poderoso, criador do céu e da terra; e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, que foi concebido pelo poder do Espírito Santo; nasceu da Virgem Maria, padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; desceu à mansão dos mortos; ressuscitou ao terceiro dia; subiu aos céus; está sentado à direita de Deus Pai todo-poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos. Creio no Espírito Santo, na santa Igreja católica, na comunhão dos santos, na remissão dos pecados, na ressurreição da carne, na vida eterna. Amém.

Preces

D.: Elevemos os nossos corações, nosso pensamento, nosso olhar para o alto e intercedamos pelas nossas necessidades na terra.

L.: Ó Santíssima Trindade, quando fomos batizados o ministro fez cair água três vezes sobre nossas cabeças e disse: "Eu te batizo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo"... Fomos, portanto, batizados na trindade do seu amor. Ajuda-nos a difundir entre nós esta comunhão de amor para sermos dignos de ser chamados "Filhos de Deus", rezemos.

T.: Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo.

L.: Ó Deus Pai, abre os nossos olhos ao espanto e a maravilha diante da beleza e à harmonia da criação, abre os nossos lábios ao agradecimento por nos tê-la confiada e abre as nossas mãos à ação responsável para guardá-la com cuidado e amor, rezemos…

L.: Ó Jesus, Filho de Deus, com a tua encarnação, morte e ressurreição revelaste-nos o rosto de Deus, ajude-nos a observarmos o teu novo mandamento de amar-nos uns aos outros como nos amaste, rezemos ...

L.: Ó Espírito Santo, inflama os nossos corações com o fogo da caridade para conhecer a Deus, amá-lo e servi-lo com humildade, fidelidade e generosidade, rezemos ...

(Preces espontâneas...)

D.: Ó Deus, nosso Pai, nos tornamos intercessores diante de Ti, pedimos, se for da tua vontade que, atenda as preces que fizemos comunitariamente e aquelas que estão no silêncio do nosso coração. Por Cristo, nosso Senhor, na unidade do Espirito Santo.

T.: Amém.

D.:. Em Jesus encontramos a graça do Senhor, um Deus misericordioso e compassivo, lento para a ira, rico em graça e fidelidade. É por isso que ousamos dizer...

T.: Pai Nosso ...

BENCÃO

D.: O Senhor esteja conosco.

T.: Ele está no meio de nós.

D.: Deus todo-poderoso nos abençoe na sua bondade e infunda em nós a sabedoria da salvação.
Sempre nos alimente com os ensinamentos da fé e nos faça perseverar em boas obras. Oriente para ele os nossos passos, e nos mostre o caminho da caridade e da paz. Abençoe-nos Deus todo-poderoso, Pai e Filho e Espírito Santo.

T.: Amém.

D.: Glorifiquemos o Senhor com nossa vida; fiquemos em paz e o Senhor nos acompanhe.

T.: Amém.


APROFUNDAMENTO (SUBSÍDIO PARA O CATEQUISTA)

SOBRE A SANTISSIMA TRINDADE

A Solenidade da Santíssima Trindade é comemorada no domingo após o de Pentecostes, 56 dias depois da Páscoa. É uma data bastante especial para o Catolicismo onde se comemora um dos mais sublimes dogmas da fé. Mas, para se falar da Santíssima Trindade, é preciso entender como é formada. Santo Agostinho define :

“O Pai, o Filho e o Espírito Santo perfazem uma unidade divina pela inseparável igualdade de uma única e mesma substância. Não são, portanto, três deuses, mas um só Deus, embora o Pai tenha gerado o Filho, e assim, o Filho não é o que é o Pai. O Pai não é o que o Filho é. E o Espírito Santo não é o Pai nem o Filho”.

Um pouco confuso a princípio, mas a Trindade é segundo o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica 1, 44: “o mistério central da fé e da vida cristã” e está presente desde a iniciação cristã no sacramento do Batismo, que é celebrado em nome do Pai do Filho e do Espírito Santo. Esse mistério possui muita importância, pois “é a fonte de todos os outros mistérios” (CCIC 1, 45).

Para algumas pessoas, pode parecer um pouco absurdo a ideia de que três pessoas possam ser uma só, entretanto, deve-se estar cientes de que a Trindade não é possível de ser totalmente entendida somente pelo uso da razão, Santo Tomás de Aquino na Suma Teológica, 32 Art. I. já alertava: “É impossível chegar, pela razão natural, ao conhecimento da Trindade das Pessoas divinas”.

Essa colocação de Santo Tomás gera uma dúvida: se não podemos conhecer a unidade entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo, como então podemos saber que essa unidade realmente existe? A resposta é simples! Temos uma fonte inquestionável que nos ensina sobre esse assunto: a Bíblia. Mas, ainda na Bíblia, a Trindade não é algo simples de ser percebida, até hoje muitos cristãos negam essa realidade, sendo necessário muito estudo até compreender essa Verdade.

Para entender o dogma da Santíssima Trindade, precisamos entender três pontos básicos:

-  Existe somente um único Deus;

- Tanto o Pai, quanto o Filho e o Espírito Santo são igualmente Deus; e

- A pessoa do Pai é diferente da pessoa do Filho, que por sua vez também é diferente da pessoa do Espírito Santo.

A primeira afirmação, não pode ser questionada por nenhum cristão, pois existem dezenas de passagens bíblicas que reforçam esse ponto. Por exemplo temos a Carta de São Paulo aos Coríntios (1Cor 8,4): “Por conseguinte, a respeito do consumo das carnes imoladas aos ídolos, sabemos que o ídolo nada é no mundo e que não há outro Deus a não ser o Deus único”.

O segundo ponto exige um pouco mais de atenção. A primeira pessoa da Trindade, o Pai, deixa claro, em diversas passagens, que Ele é Deus: “Há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; há um só Deus e Pai de todos, que está acima de todos, e que está acima de todos, por meio de todos e em todos ” (Ef 4, 5-6).

A segunda pessoa, o Filho: “No princípio, era o Verbo e o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus (…) E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e nós vimos a sua glória, glória que ele tem junto ao Pai como filho único (1 Jo 1, 1-14).

E a terceira pessoa, o Espírito Santo é também descrito como Deus: “Disse-lhe então Pedro: Ananias, por que encheu Satanás teu coração para mentires ao Espírito Santo, retendo parte do preço do terreno? Porventura, mantendo-o não permaneceria teu e, vendido, não disporias do dinheiro à vontade? Por que, pois, concebeste em teu coração este projeto? Não foi a homens que mentiste, mas a Deus” (At 5, 3-4).

O último ponto deste dogma é a distinção das três pessoas da Trindade. Sabe-se que o Pai é diferente do Filho, quando São Paulo diz: “Bendito seja o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo o Pai das misericórdias e Deus de toda Consolação” (2 Cor 1, 3).

Também se pode afirmar que Jesus é diferente do Espírito Santo quando o próprio Jesus diz: “Essas coisas vos disse estando entre vos. Mas o Paráclito, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, vos ensinará tudo e vos recordará tudo o que vos disse” (Jo 14, 25-26).

Este texto tem a intenção de apenas apresentar o dogma da Trindade, e reforçar também que a Trindade é um mistério de Deus que não pode ser entendido na sua plenitude pela razão humana. Nossa razão é limitada de modo que não podemos conhecê-lo totalmente, entretanto, o pouco que conhecemos já é digno de todo o amor e credibilidade que somos capazes de ter, mesmo que não vejamos a totalidade de Deus, pois, “felizes os que não viram e creram! ” (Jo 20, 29).

(Wallyson F. Lira - Paróquia Nossa Senhora das Dores - Diocese de Crato – CE)

Referências:

AGOSTINHO. A Trindade. Capítulo IV, Doutrina da fé católica sobre a Trindade.
COMPÊNDIO DO CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA Capítulo Primeiro, Questão 44.

TOMÁS DE AQUINO. Suma Teológica. Livro 1, Parte 1 Sobre a Doutrina Sagrada, Questão 32 Art. I.

* Todas as passagens bíblicas citadas são transcrições literais da tradução A Bíblia de Jerusalém. Editora Paulus. 14ª edição.


Este e outros encontros, você encontra em nossa coleção de CATEQUESE CRISMAL

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segunda-feira, 1 de julho de 2024

TUDO QUE RECEBO OU PESQUISO, POSSO DIVULGAR?

 

O tema REFERENCIALIDADE é pouco discutido no mundo da internet, ainda mais nas redes sociais. O que temos hoje na internet e nas redes sociais é, sem dúvida nenhuma, uma quantidade enorme de FAKE NEWS, que vão se espalhando sem o menos controle. Como catequistas, temos que nos perguntar:

Tudo que recebo ou pesquiso, posso divulgar? 

Como saber se a fonte é verdadeira e confiável?

Referencialidade aqui, é um termo que vamos usar para falar de “verdade” e coerência. Não que estes dois termos possam ser aplicados exatamente ao que se encontra hoje na internet. Sem dúvida uma fonte inesgotável de informação, mas, não necessariamente de verdades. Para começar, tudo que se vê na internet é informação, mas, não exatamente “notícia”. E estas informações vão sendo repassadas sem que saibamos “quem foi que disse”.

Estou sempre clicando aqui e ali em blogs e sites de catequese. E observei que dinâmicas e roteiros, disseminam-se por aí como se fossem rastilho de pólvora. E nas que falam do Espírito Santo nem falta "fogo"! Mas, a autoria ou as informações que dão embasamento a estes roteiros, são bastante controversos. 

Vejam só este exemplo: Próximo de Pentecostes, vemos inúmeras sugestões de encontros e celebrações que utilizam a simbologia do fogo. Algumas me provocam, numa primeira reação, um total e completo horror! Não pela dinâmica ou sugestão em si, mas pensando nas "consequências" da mesma. Dificilmente eu ia conseguir fazer com que meus queridos "pensam-que-são-grandes-mas-não-são", chegassem com a mão perto da chama de uma vela sem fazer alguma "besteira". Velas e fogo, ou qualquer experiência do gênero, estão, simplesmente, fora de cogitação quando se trata de crianças. As últimas experiências que tive com vela acesa - e foi na Igreja, no espaço sagrado do Presbitério - me fizeram cometer pelo menos umas duas dúzias de pecados em pensamento, desde dar uns gritos até colocar umas crianças no joelho e dar umas palmadas, aliás, essas foram as coisas mais "santas" que pensei. Isso em plena renovação das promessas do batismo, quando meu menininho mais comportado, botou fogo no suporte da vela que segurava e tive que sair correndo até ele, jogar a vela no chão e apagar o fogo com meus pés. Enfim... 

Mas a questão em si, não é esta. É o fato de que os catequistas, quase que de modo geral, estão carentes de "receitas". Não exatamente receita do "bolo", mas do "modo de preparar" o bolo. É o “como fazer” é que faz uma falta danada! Em quase todos os lugares eu vejo pedidos de como fazer “isso” ou como fazer “aquilo”. E eu não sou contra o pedido de ajuda e muito menos a publicação da solução! Louvo quem se dedica a resolver os problemas dos outros. Assim como louvo quem tem a humildade de pedir. E também acredito que material de catequese deve ser partilhado. 

No entanto, eu penso demais em como as coisas são feitas no final. Ou se cada um adapta a matéria a sua realidade ou ao conteúdo proposto ou até mesmo ao itinerário proposto pelas suas instâncias catequéticas. É isso mesmo, porque cada paróquia tem acima dela, um decanato, um setor, uma forania, uma região, uma diocese, um regional e por aí vai... E deve (ou pelo menos deveria) ter um itinerário para seguir. 

E é bom que o catequista se pergunte: 

ü  Estou fazendo aquilo que deve ser feito ou aquilo que EU acho que deve ser feito?

ü Estou buscando experiências locais e participando de reuniões de planejamento com os catequistas da minha paróquia ou estou correndo a Internet em busca de soluções?

ü  Estou me dedicando a pensar na “minha” catequese ou é mais fácil copiar de alguém?

Cuidado, cuidado! Muito cuidado mesmo, pois, coloca-se a mão no fogo, quando a confiança é muita. Pergunte pra quem já colocou... clique aquiNem sempre a resistência é a mesma. 

Onde buscar informações na internet? Em que sites confiar?

São muitos os recursos que você pode utilizar para dinamizar os seus encontros, torná-los mais atrativos e dinâmicos. Você pode usar a sua criatividade, mas, também, buscar modelos e práticas que já deram certo. Isso você pode buscar em sites, blogs, livros, filmes, enfim, são muitas as opções. O problema é saber quais são as fontes confiáveis para dar credibilidade ao que se está fazendo.

Copiando um pouco o sistema de pesquisa de trabalhos acadêmicos, existem algumas dicas que podem ajudar você nesse percurso. Confira:

1. Cada autor ou escritor tem uma opinião, porém isso não significa que um texto é menos confiável que outro. Analisar as fontes e citações utilizadas por eles é uma boa dica. Busque aqueles que falam a linguagem da Igreja para os dias atuais.

2. As melhores fontes são diretas e concisas, ou seja, evitam enrolar muito sobre o assunto.

3. Lembre-se de que qualquer pessoa pode publicar um artigo na internet. Procure saber mais sobre os autores de todos os textos que você lê e o que eles fazem. Procure não usar material sem saber quem foi que criou.

4. Livros geralmente são mais confiáveis do que artigos digitais, por conta do processo de edição. É muito difícil uma informação incorreta ser publicada.

5. Artigos de revistas também são ótimas fontes para enriquecer a prática catequética. Não se limite aos textos de livros ou a material encontrado na internet.

6. É importante ter em mente que filmes são ficções. Mesmo filmes baseados em fatos reais são ficção, portanto, ao utilizar um filme, tome muito cuidado com as informações. Tente conciliar a análise do filme com o texto que o respalde.

7. No caso de artigos publicados na internet, ler os comentários da página é uma boa forma de confirmar a reputação do autor.

8. Procure um autor ou sua popularidade. As chances de um site ou blog ser confiável são maiores se alguém está disposto a colocar seu próprio nome nele. Você também pode e deve pesquisar sobre o autor (se houver) na internet e ver se há alguma informação sobre ele que torne o site confiável. Se o autor não pode ser contatado ou não há nenhum registro sobre ele, ou ainda se o site não é popular na internet, então o endereço pode ser considerado duvidoso. A pessoa que trabalha com evangelização e não se identifica ou “aparece”, é porque tem alguma coisa errada.

9. Sempre registre as fontes e autoria de material que for usar ou compartilhar. É por não se ter este cuidado que a internet virou essa “terra de ninguém”. Quantos textos, artigos, enxertos são creditados a autores que nunca sequer imaginaram escrever sobre aquele assunto ou tem aquele estilo?

10. Use o que encontrar na internet, mas, com coerência e cuidado. Nada como fazer planejamento e criar seus próprios roteiros antecipadamente, sem precisar se preocupar em procurar algo para “amanhã”, no imediatismo. Faça com tempo. O tempo te dará a segurança necessária na utilização de qualquer informação.

Ângela Rocha - Catequista

Graduada em Teologia pela PUCPR.




segunda-feira, 17 de junho de 2024

ESCRUTINIOS E EXORCISMO NA CATEQUESE DE CRISMA

Olá, Catequistas!

Recebi algumas perguntas a respeito dos "Escrutínios" na Catequese de Crisma.

Os escrutínios são celebrações pertinentes à catequese de Iniciação à Vida Cristã com adultos, no entanto, com a adaptação de vários ritos na catequese de crianças e adolescentes, muitos catequistas se perguntam o que fazer a respeito do Exorcismos e Escrutínios.

Vamos à fonte! O RICA – Ritual da Iniciação Cristã de adultos:

O que encontramos no RICA a respeito dos Exorcismos chama-se:

RITO DO EXORCISMO MENOR OU PRIMEIRO EXORCISMOS (RICA 109-118)

Conforme o RICA 109, Os Exorcismos Menores são celebrados pelo sacerdote ou pelo diácono, ou até por um catequista digno e competente, autorizado pelo Bispo para realizar este ministério. Quem preside a celebração, estendendo a mão sobre os catecúmenos inclinados ou ajoelhados, diz uma das orações indicadas nos n° 113-118.

Estes exorcismos serão feitos numa igreja ou capela ou na sede do catecumenado (salas), dentro de uma celebração da palavra de Deus; ou ainda, se for oportuno, no princípio ou no fim das reuniões de catequese; ou até, por motivos especiais, em particular a cada um dos catecúmenos (RICA 110).

O RICA apresenta duas proposta de ritos do exorcismo. Os Primeiros Exorcismos e os Escrutínios. O RICA chama de “exorcismo” algo diferente da conotação que essa palavra tem no imaginário das pessoas. São orações pedindo a proteção de Deus, força para resistir ao mal e às tentações, ou seja, a expressão exorcismo é aplicada de forma bem típica desse processo de iniciação, não são ritos assustafores, são orações dentro das celebrações que pedem a libertação de todo mal.

As duas propostas carregam o mesmo sentido, a diferença é que os “Primeiros exorcismos”, como o nome diz, são os primeiros e podem ser celebrados em qualquer época do processo de catequese, mesmo junto com o Rito de acolhida dos iniciantes ou junto com a entrega do Pai Nosso, por exemplo.

Já os três Escrutínios que o RICA apresenta, saõ orações de exorcismos de caráter purificador para a Quaresma. Os exorcismos da Quaresma pedem a libertação das conseguencias do pecado e da influência maligna, para que os catecúmenos sejam fortalecidos em seu caminho espiritual e abram o coração para os dons do Senhor (RICA, 156). Como se vê este rito deve ocorrer na Quaresma, com as leituras do ciclo do Ano A e se adequam mais aos adultos. Eles fazem parte do Tempo da Purificação e Iluminação que antecede a recepção dos sacramentos. Sendo a Crisma de adolescentes uma celebração que pode acontecer em várias datas do ano, dependendo a agenda do Bispo, não convém que se faça com os adolescentes, mesmo porque, a vasta maioria não é catecúmeno (não batizado).

Outrossim, o catequista pode adaptar o Rito dos Primeiros Exorcismos, descritos acima, em qualquer época do ano ou mesmo próximo a recepção do sacramento.

Sugestão de Roteiro

O roteiro abaixo é do Rito dos Primeiros Exorcismos que podem ser feitos dentro de uma celebração em qualquer época do ano ou do processo de catequese.

Essa sugestão busca fazer com que os pais e padrinhos, tenham uma participação efetiva no rito, mas, o catequista, pode usar de sua criatividade (e bom senso, para não fugir da proposta do rito). Converse com o padre e a equipe de liturgia e veja qual é a melhor maneira para celebrar com a comunidade.

Recomendações para antes da celebração em que ocorre o rito do Exorcismo Menor ou Primeiro Exorcismo:

- Consulte o RICA 109-118.Leia atentamente o Rito e procure tirar qualquer dúvida com o padre.

- Combine tudo com a equipe responsável pela liturgia da celebração.

- Reúna-se com os catequizandos e seus familiares; avise pais e padrinhos sobre a importância de presenciarem o Rito. Se possível reúna-os numa data antes do Rito, explique o que vai acontecer durante a celebração. Repasse com eles os gestos e participação deles nos rito.

RITO DO EXORCISMO MENOR – 1ª OPÇÃO:

Nessa celebração os catequizandos podem participar da Procissão de entrada ou da entrada da Bíblia, levando velas acessas. Combinar com a equipe de liturgia. A celebração prossegue como de costume até a Homilia. Os catequizandos são chamados para a frente e ajoelham-se em frente de quem preside, pondo-se de joelhos.

Animador: Queridos catequizandos, queiram aproximar-se do altar para a oração que será feita sobre vocês. Essa oração quer nos lembrar do dever de nos afastarmos de todo mal e ao mesmo tempo pedir a proteção de Deus contra as tentações desta vida. Fiquemos de joelhos.

Presidente: Oremos irmãos e irmãs por estes iniciandos.

Enquanto a assembleia ora em silêncio, quem preside impõe as mãos sobre cada iniciando (se forem muitos, impõe sobre todos ao mesmo tempo) e diz a oração:

Oremos. Deus eterno e omnipotente, que por meio de vosso Filho Unigénito nos prometestes o Espírito Santo, atendei à oração que Vos dirigimos por estes catecúmenos que em Vós confiam. Afastai deles todo o espírito do mal, todo o erro e todo o pecado, para que possam tornar-se templos do Espírito Santo. Fazei que a palavra que procede da nossa fé não seja dita em vão, mas confirmai-a com aquele poder e graça com que o vosso Filho Unigênito libertou do mal este mundo. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. (RICA 113).

Todos: Amém.

A Celebração prossegue como de costume com o Creio ou a Oração dos fiéis.

RITO DO EXORCISMO MENOR – 2ª OPÇÃO:

Nessa celebração os catequizandos podem participar da Procissão de entrada ou da entrada da Bíblia, levando velas acessas. Combine com a equipe de Liturgia. A celebração segue como de costume até o Rito da Comunhão, incluindo a Oração do pai Nosso. O presidente depois do Pai Nosso, ao invés de seguir com o “Livrai-nos de todos os males, ó Pai”, segue ara o Rito do Exorcismo menor. Os catequizandos são chamados para a frente e ajoelham-se em frente de quem preside, pondo-se de joelhos,

Animador: Queridos catequizandos, queiram aproximar-se do altar para a oração que será feita sobre vocês. Essa oração quer nos lembrar do dever de nos afastarmos de todo mal e ao mesmo tempo pedir a proteção de Deus contra as tentações desta vida. Fiquemos de joelhos.

Presidente: Oremos irmãos e irmãs por estes iniciandos.

Enquanto a assembleia ora em silêncio, quem preside impõe as mãos sobre cada iniciando (se forem muitos, impõe sobre todos ao mesmo tempo) e diz a oração:

Oremos: Deus todo poderoso e eterno que nos prometestes o Espírito santo por meio de Vosso Filho Unigênito, atendei a oração que vos dirigimos por estes iniciandos que em vós confiam. Afastei deles todo o espírito do mal, todo o erro e todo o pecado, para que possam torna-se templo do Espírito Santo. Fazei que a palavra que procede da nossa fé não seja dita em vão, mas confirmai-a com o poder e a graça com que o Vosso Filho libertou do mal este mundo. Por Cristo, nosso Senhor.

Todos: Amém.

A Celebração prossegue como de costume com o convite a saudação da paz.

Nos números 114-118 do RICA há outras sugestões de Oração de exorcismo.

(118) Oremos. Senhor nosso Deus, que sabeis ler no íntimo dos corações e recompensar todas as nossas obras, olhai com bondade para os esforços e progressos destes vossos servos. Tornai-os firmes no seu caminho, aumentai a sua fé, aceitai a sua penitência, e abri-lhes largamente as portas da vossa justiça e da vossa bondade, para poderem participar dos vossos sacramentos na terra e viverem em vossa companhia no céu. Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo. Todos: Amém.


Ângela Rocha – Catequista
Graduada em Teologia pela PUCPR.

 whats: (041) 99747-0348