👨👩👧Castidade Segundo o Catecismo — Explicado para Pais
A Igreja fala sobre castidade de um jeito muito diferente do que normalmente imaginamos. Nada de listas de proibições, exageros ou discursos que colocam medo. Nos parágrafos 2339 a 2342, o Catecismo apresenta um caminho surpreendentemente humano, positivo e realista sobre como viver a sexualidade — especialmente na adolescência.
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1. Castidade é aprender a se
controlar — e isso é sinal de liberdade (CIC 2339)
O Catecismo diz que castidade é domínio
de si. Isso significa: não ser escravo dos próprios impulsos, mas
aprender a tomar decisões com liberdade, consciência e maturidade.
A pessoa que se domina:
- escolhe com clareza,
- vive com mais paz,
- não se deixa levar pela pressão dos outros,
- e age conforme seus valores, não conforme o clima
do momento.
Não se trata de “reprimir” nada,
mas de colocar sentimentos e desejos no lugar certo, sem exageros nem
medos.
2. É um caminho, não um peso —
e ninguém nasce sabendo (CIC 2340)
O Catecismo reconhece que ninguém
nasce pronto. O autocontrole se aprende pouco a pouco e envolve:
- conhecer a si mesmo,
- evitar situações que tirem a paz,
- fortalecer a vontade,
- seguir valores que fazem bem,
- ter vida de oração.
Esse processo ajuda o adolescente
a “juntar os pedaços” dentro de si e encontrar equilíbrio entre emoções, corpo,
desejos e escolhas.
Castidade é isso: integração
interior.
3. A castidade depende da
temperança — que é equilíbrio (CIC 2341)
Temperança é a virtude que ajuda
a viver tudo na medida certa. Nem permissividade total, nem rigidez excessiva.
Para o Catecismo, viver a
castidade significa permitir que a razão, a consciência e a fé orientem as
escolhas, evitando que sentimentos desordenados dominem.
É maturidade emocional.
4. O esforço é para a vida
toda — e é ainda mais delicado na adolescência (CIC 2342)
O Catecismo é realista: ninguém
domina totalmente seus impulsos para sempre.
É um esforço que se retoma muitas
vezes, e em algumas fases ele é mais difícil — especialmente na adolescência.
Por quê?
- O corpo muda rápido.
- As emoções ficam intensas.
- A pressão dos amigos aumenta.
- A internet influencia tudo.
- Os desejos aparecem antes da maturidade emocional.
- A personalidade ainda está sendo construída.
Ou seja: é normal que os
adolescentes tenham dificuldades. A Igreja sabe disso — e acolhe isso com
misericórdia.
O que a Igreja espera das
famílias?
O Catecismo não pede perfeição. Ele
pede acompanhamento, diálogo, proximidade e formação da
consciência.
Os pais não precisam dar aula de
biologia nem discursos longos. Precisam apenas:
- conversar com sinceridade,
- ensinar valores,
- transmitir segurança,
- ajudar o adolescente a perceber o que faz bem e o
que machuca,
- e mostrar que corpo, sentimentos e fé caminham
juntos.
A catequese ajuda — mas a família é o primeiro espaço de educação afetiva.
Uma frase para guardar:
Castidade, no
Catecismo, não é dizer “não” ao sexo.
É dizer “sim” à liberdade interior, ao amor verdadeiro e à dignidade da pessoa.
Ângela Rocha
Catequista e Formadora


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