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quarta-feira, 13 de novembro de 2019

TÁ FALTANDO “SENSO CRÍTICO” POR AÍ!


Uma coisa que se pode observar no mundo midiático, principalmente das redes sociais, é que o ser humano, de modo geral, esqueceu total e completamente o que é “senso crítico”. E podemos perceber isso também nas nossas relações cotidianas. Cada vez mais as pessoas querem ter razão, porém, a “sua razão” e não aquela razão lógica e comprovada. E como o senso crítico faz falta para nossa civilização!

E não pense que isso é um assunto "filosófico" somente. Ele se enquadra também naquilo que fazemos como catequistas, ou seja, ajudamos a aprofundar a fé e também a "pensar", "refletir" e encontrar o melhor caminho. Portanto, orientar nossos catequizandos a desenvolver senso crítico, vai torná-los pessoas melhores e desta forma, criar um mundo melhor.

O senso crítico é o avesso do senso comum: enquanto este é a atitude dos que emitem meras opiniões (em grego, doxa), aquele é baseado em conhecimentos testados e aprofundados metodologicamente (em grego, episteme). O senso comum são ideias que se desenvolvem em uma sociedade baseadas, muitas vezes, na herança cultural de cada povo. Senso crítico é o principal fundamento da filosofia e significa a capacidade de questionar e analisar as situações de forma racional e objetiva.

Ao contrário do senso comum, baseado nas informações meramente sensíveis, a atitude crítica exige reflexão constante e avaliação radical das causas e das consequências do conhecimento. Se o senso comum geralmente confirma as opiniões alheias sem processá-las, o senso crítico coloca-as em questão, para serem confirmadas ou refutadas.

A pessoa que desenvolve criticidade tem gosto pelo diálogo e pelas opiniões divergentes e é capaz de desenvolver e comunicar de maneira respeitosa suas próprias opiniões. Quando se valoriza a visão crítica, não há perdedores: todos ganham quando a verdade - produto do debate e do intercâmbio de ideias - é alcançada. Posso desenvolver o senso crítico? Mas é claro!

Que perguntas posso me fazer se quero ser uma pessoa com senso crítico?

- Faço julgamentos com maturidade e responsabilidade, favorecendo a liberdade de opinião e o respeito pela experiência própria dos outros?

- Critico e discordo de opiniões alheias de maneira cordata e gentil, sendo capaz de renunciar a um ponto de vista em benefício da verdade?

- Sou capaz de ouvir e de discutir sem paixões exageradas, mas, a fim de compreender melhor as razões dos outros?

- Permaneço atento às variantes em jogo numa argumentação e busco sempre desenvolver um raciocínio lógico e contextualizado?

- Faço adequadas intervenções em discussões e debates, visando à aprendizagem pessoal e coletiva?

- Assumo meus próprios posicionamentos, sem generalizá-los como sendo visão de todos?

Posso ajudar as pessoas a desenvolver senso crítico? Sim! Faz parte da nossa missão como educadores.

Que perguntas posso me fazer se quero ser uma pessoa que estimula o senso crítico?

- Promovo a interlocução crítica como modelo de participação e valorizo a participação de todos numa discussão ou debate?

- Aceito naturalmente feedback por parte dos outros?

- Tenho autoconfiança sem ser pedante?

- Ouço e respeito as opiniões alheias, mas mantenho coerência com as normas e os valores da sociedade e das instituições de que faço parte?

- Tenho capacidade de decisão e juízo autorregulatório, ou seja, sei refrear atitudes que não condizem com o bem comum?

- Sei argumentar com ponderação, com base em evidências, contextos, conceitualizações, métodos e critérios?

Respondidas todas estas perguntas...

E agora, tenho senso crítico ou vou pelo senso comum? Ou ainda, uso meu próprio senso sempre?

FONTE:
* Adaptado de: Princípios orientadores dos processos de ensino e aprendizagem na graduação da PUCPR. – Curitiba: PUCPRess, 2016.  

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