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domingo, 31 de agosto de 2025

EVANGELHO DO DOMINGO: O LUGAR DE HONRA

22º Domingo do Tempo Comum – Ano C
31 de agosto de 2025
Evangelho: Lucas 14, 1.7-14
O banquete de casamento

“Aconteceu que, ao entrar num sábado em casa de um dos chefes dos fariseus para uma refeição, eles o observavam. Observando também como os convidados escolhiam os primeiros lugares, propôs-lhes uma parábola: “Quando fores convidado para um banquete de casamento, não te coloques no primeiro lugar, pois pode ser que tenha sido convidado outro mais importante do que tu, e vindo aquele que convidou a ti e a ele, te diga: ‘Cede-lhe o lugar’. Então, envergonhado, irás ocupar o último lugar. Mas, quando fores convidado, vai sentar-te no último lugar, para que, quando vier quem te convidou, te diga: ‘Amigo, sobe mais’. Então serás honrado diante de todos os convidados. Pois todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado.” Disse também ao que o havia convidado: “Quando deres um almoço ou um jantar, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos ricos; pois também eles poderiam te convidar, e isso já seria tua recompensa. Ao contrário, quando deres uma festa, convida pobres, aleijados, coxos e cegos. Serás feliz porque eles não têm como te retribuir. A tua recompensa virá na ressurreição dos justos.” Palavra de salvação. Glória a vós, Senhor.

(Bíblia de Jerusalém)

REFLEXÃO: 

No mundo onde o “status” vale mais que o serviço, Jesus dá um “choque de humildade”! Ele nos lembra que quem corre atrás dos primeiros lugares, dos aplausos, das curtidas, corre o risco de ser colocado lá no fundão... enquanto quem se contenta em servir, pode acabar sendo exaltado.

E mais: Jesus inverte tudo de novo ao dizer que os convidados preferidos de Deus são aqueles que não têm nada para nos oferecer em troca – os esquecidos, os marginalizados, os que o mundo ignora. Isso sim é evangelho puro: amar sem esperar retorno.

💭 Perguntas para refletir ou partilhar com o grupo:

  • Eu me esforço para ser humilde, ou gosto de aparecer?
  • Quem são os “excluídos” que eu ignoro no meu dia a dia?
  • Eu costumo fazer o bem esperando algo em troca?

 

Ângela Rocha – Catequista e formadora





quarta-feira, 27 de agosto de 2025

MATERIAL PARA O DIA DO CATEQUISTA - 2

 MATERIAL PARA O DIA DO CATEQUISTA

  • Mensagem para o Dia do catequista
  • Oração do catequista inspirada no Antiquum Ministerium
  • 1. Celebração de Envio Missionário dos Catequistas
  • 2. Celebração Jubilar de Envio Missionário dos Catequista.


1.   CELEBRAÇÃO DE ENVIO MISSIONÁRIO DOS CATEQUISTAS

 1. Ritos Iniciais

  • Ambientação: no centro, uma cruz missionária, uma Bíblia aberta em Mt 28,16-20 e uma vela grande acesa. Ao redor, espaço para colocar as pequenas cruzes de papel dos catequistas.
  • Canto de entrada: um canto missionário alegre (Ex.: "Ide pelo mundo e anunciai" ou outro conhecido na comunidade).
  • Saudação inicial:
    • Animador: “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.”
    • “Irmãos e irmãs, chegamos ao fim deste caminho de formação humana, mas cada fim é também um começo. Hoje, como discípulos missionários, somos enviados a testemunhar o Evangelho no mundo. A cruz de Cristo e a sua Palavra nos guiam nessa missão.”

2. Acolhida/Dinâmica – Meu compromisso missionário

  • Cada catequista recebe uma pequena cruz de papel/cartão.
  • Momento de silêncio: cada um escreve nela “Minha missão hoje é…” e completa com um gesto ou atitude concreta.
  • Em procissão simples, todos colocam suas cruzes aos pés da cruz missionária.
  • Breve silêncio orante diante desse gesto.

(Pode-se cantar suavemente um refrão de envio, como “Eis-me aqui, Senhor, envia-me”)

3. Liturgia da Palavra

  • Primeira leitura: Atos 1,8 – “Recebereis a força do Espírito Santo e sereis minhas testemunhas até os confins da terra.”
  • Salmo: Salmo 116 (115) – “Ide por todo o mundo, anunciai o Evangelho.” (pode ser recitado ou cantado).
  • Evangelho: Mateus 28,16-20 – Proclamação solene do Evangelho.
    • Ao final, proclamar: “Palavra da Salvação.”“Glória a vós, Senhor!”

4. Reflexão/Partilha

  • Breve reflexão preparada pelo animador, ressaltando:
    • O Diretório para a Catequese (139-140): o catequista é chamado a ser testemunha madura, cristã e missionária.
    • O envio missionário é permanente e se realiza na vida cotidiana.
    • O catequista é guardião da memória de Deus e testemunha de Cristo.
  • Pode-se abrir um momento de partilha espontânea: cada catequista expressa em uma frase o que significa para si ser missionário.

5. Atividade/Planejamento Missionário

  • Breve reunião em pequenos grupos (5-10 min): pensar em uma ação missionária concreta que a equipe de catequese possa realizar (visita, gesto solidário, encontro com famílias, etc.).
  • Socializar no grande grupo e assumir juntos um compromisso comunitário de missão.

6. Rito de Envio

  • O animador convida todos a se aproximarem da cruz missionária.
  • Cada catequista recebe novamente sua pequena cruz (ou uma vela acesa da vela central).
  • O animador proclama solenemente:
    • “Ide, catequistas, testemunhar a fé no mundo! O Senhor vos acompanha e o seu Espírito vos fortalece. Sede sal da terra e luz do mundo!”
  • Todos respondem: “Eis-me aqui, Senhor, envia-me!”
  • Pode-se rezar juntos esta Oração do Catequista (inspirada no Antiquum Ministerium).

Oração do Catequista – Inspirada no Antiquum Ministerium

Senhor Jesus,
Tu que chamaste os discípulos a serem testemunhas do teu Evangelho,
hoje nos chamas para servir como catequistas, guardiães da tua Palavra e mensageiros da tua esperança.

Concede-nos um coração sensível ao teu Espírito, para que saibamos ensinar com amor, guiar com paciência e acompanhar cada pessoa que nos confias.

Faça-nos testemunhas coerentes: que nossa fé se traduza em vida, nossas palavras em gestos, e nossa presença seja sinal da tua misericórdia no mundo.

Fortalece-nos na missão, especialmente nos momentos de dificuldade;
renova nossa alegria de anunciar o Evangelho; e faz de nossa comunidade catequética um espaço de comunhão, crescimento e fé viva.

Senhor, que cada gesto nosso seja semente de esperança, cada palavra, luz que ilumina, e cada ação, prova concreta do teu amor.

Nós te entregamos nossa vida, nosso tempo e nosso serviço.
Que sejamos sempre fiéis ao teu chamado, discípulos e missionários do teu Reino, até que venhas novamente para nos conduzir à tua glória.

Amém.

7. Oração Final e Bênção

  • Oração de envio (em forma de prece comunitária):

“Senhor Jesus, que chamaste os apóstolos para anunciar o Evangelho, hoje nos envias também. Concede-nos a graça de viver com alegria nossa missão de catequistas, sendo testemunhas autênticas do teu amor. Acompanha-nos em cada passo, fortalece-nos nas dificuldades e faz de nós sinais da tua presença no mundo. Amém.”

  • Bênção:

“O Senhor vos abençoe e vos guarde.

Ele vos mostre a sua face e se compadeça de vós.

O Senhor vos volte o seu rosto e vos dê a paz.

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.”

 

  • Canto final: um hino missionário (ex.: “Quem nos separará”, “A serviço do povo” ou outro da tradição local).

 

 2. CELEBRAÇÃO JUBILAR DE ENVIO MISSIONÁRIO DOS CATEQUISTAS

(Inspirada no Ano Jubilar 2025 – “Peregrinos da Esperança”)

1. Ritos Iniciais

  • Ambientação: no centro, uma cruz missionária, uma Bíblia aberta em Mt 28,16-20, uma vela grande acesa e um símbolo do Jubileu (imagem do logotipo ou a palavra “Esperança”).
  • Canto de entrada: “Pelos Caminhos da Esperança” (ou outro canto que fale de esperança e missão).
  • Saudação inicial:
    • Animador: “Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.”
    • “Irmãos e irmãs, vivemos este encontro em sintonia com o Ano Jubilar 2025, que nos chama a sermos peregrinos da esperança. Como catequistas, também somos peregrinos: caminhamos com nossos catequizandos, levando a luz de Cristo, guardando a memória de Deus e anunciando a esperança que não decepciona (Rm 5,5). Hoje, concluímos esta etapa de formação e somos enviados como missionários da esperança.”

2. Acolhida/Dinâmica – Meu compromisso missionário

  • Cada catequista recebe uma pequena cruz de papel/cartão.
  • Momento de silêncio: cada um escreve nela “Minha missão de esperança hoje é…”.
  • Em procissão, todos colocam suas cruzes aos pés da cruz missionária, junto ao símbolo do Jubileu.
  • Breve silêncio orante.

(Cantar suavemente um refrão de envio: “Eis-me aqui, Senhor, envia-me” ou “A esperança não decepciona”)

3. Liturgia da Palavra

  • Primeira leitura: Isaías 52,7 – “Como são belos, sobre os montes, os pés do mensageiro que anuncia a paz, que traz a boa notícia, que anuncia a salvação e diz a Sião: ‘Reina o teu Deus’.”
  • Salmo responsorial: Salmo 116 (115) – “Ide por todo o mundo, anunciai o Evangelho.”
  • Evangelho: Mateus 28,16-20 – Proclamação solene.

4. Reflexão/Partilha

  • O animador pode ligar a Palavra ao Jubileu:
    • O Jubileu é tempo de esperança, de renovação da fé e de conversão missionária.
    • O catequista é chamado a ser testemunha da esperança diante de um mundo muitas vezes desanimado.
    • Nossa missão é ajudar os catequizandos a descobrirem que a fé é fonte de sentido e esperança para a vida.
  • Partilha em grupo: “De que forma posso ser um catequista que transmite esperança?”

5. Atividade/Planejamento Missionário

  • Em grupos: planejar uma ação missionária de esperança, ligada ao Ano Jubilar (ex.: visita a doentes e idosos, roda de conversa com jovens desanimados, gesto de reconciliação com famílias em conflito, ação solidária com os pobres).
  • Socializar e assumir o compromisso como comunidade catequética.

6. Rito Jubilar de Envio Missionário

  • O animador convida: “Agora, como discípulos missionários, recebemos nosso envio jubilar. Seremos catequistas missionários da esperança.”
  • Cada catequista recebe novamente sua cruz de papel (ou uma vela acesa).
  • Animador proclama solenemente:
    • “Catequistas, peregrinos da esperança, ide testemunhar a fé no mundo! Que a alegria do Jubileu renove vossa missão e vos faça luz para aqueles que caminham nas sombras.”
  • Todos respondem: “Eis-me aqui, Senhor, envia-me!”

7. Oração Final e Bênção Jubilar

§  Oração de envio:  “Senhor Jesus, peregrino conosco na estrada da vida, dá-nos a graça de sermos catequistas jubilares, testemunhas de esperança, guardiões da tua memória e anunciadores do teu Evangelho. Que cada gesto nosso ilumine os corações, levando paz, alegria e fé. Amém.”

§  Bênção: “O Senhor, Deus da esperança, vos encha de alegria e paz na fé, e vos faça abundar na esperança pelo poder do Espírito Santo (Rm 15,13). Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.”

  • Canto final: um hino missionário com tom jubilar (“Esperança do Povo” ou “Igreja peregrina”).

👉 Assim, o encontro fica todo em sintonia com o Jubileu da Esperança, reforçando que o catequista é enviado como missionário da esperança para a comunidade e para o mundo.


Ângela Rocha - Catequista e Formadora






MATERIAL PARA O DIA DO CATEQUISTA


MATERIAL PARA O DIA DO CATEQUISTA
  • Mensagem para o Dia do catequista
  • Oração do catequista inspirada no Antiquum Ministerium
  • Celebração de Envio Missionário dos Catequistas
  • Celebração Jubilar de Envio Missionário dos Catequistas


MENSAGEM PARA O DIA DO CATEQUISTA

Queridos catequistas,

Neste Ano Jubilar, em que a Igreja nos convida a sermos Peregrinos da Esperança, celebramos também a missão que o Senhor nos confiou: ser semeadores da fé e testemunhas vivas do Evangelho.

Vocês, catequistas, são como pontes entre a Palavra de Deus e os corações que buscam sentido; são lamparinas que iluminam os passos de crianças, jovens e adultos na estrada da fé; são companheiros de caminhada, que não apenas ensinam, mas também escutam, acolhem e partilham a vida.

O Jubileu nos recorda que a missão não se cumpre sozinhos: caminhamos juntos, como povo de Deus, carregando a esperança que não decepciona (Rm 5,5). E, quando o cansaço ou as dificuldades pesarem, lembrem-se: a semente lançada germina no tempo de Deus, não no nosso.

Neste Dia do Catequista, recebam nossa gratidão e oração. Que cada encontro, cada sorriso, cada gesto de paciência e dedicação seja sinal do amor de Cristo que age em vocês. Que Maria, Mãe e Mestra, os sustente na missão e os guarde como verdadeiros peregrinos da esperança, catequistas da alegria e da vida nova em Cristo.

Com carinho e bênção,

[Assinatura da comunidade/pastoral]

********

Oração do Catequista – Inspirada no Antiquum Ministerium

Senhor Jesus,
Tu que chamaste os discípulos a serem testemunhas do teu Evangelho,
hoje nos chamas para servir como catequistas, guardiães da tua Palavra e mensageiros da tua esperança.

Concede-nos um coração sensível ao teu Espírito, para que saibamos ensinar com amor, guiar com paciência e acompanhar cada pessoa que nos confias.

Faça-nos testemunhas coerentes: que nossa fé se traduza em vida, nossas palavras em gestos, e nossa presença seja sinal da tua misericórdia no mundo.

Fortalece-nos na missão, especialmente nos momentos de dificuldade;
renova nossa alegria de anunciar o Evangelho; e faz de nossa comunidade catequética um espaço de comunhão, crescimento e fé viva.

Senhor, que cada gesto nosso seja semente de esperança, cada palavra, luz que ilumina, e cada ação, prova concreta do teu amor.

Nós te entregamos nossa vida, nosso tempo e nosso serviço.
Que sejamos sempre fiéis ao teu chamado, discípulos e missionários do teu Reino, até que venhas novamente para nos conduzir à tua glória.

Amém.


Continua....






domingo, 24 de agosto de 2025

A DINÂMICA DA PORTA ESTREITA

 

Imagem: IA

Sempre que usamos o Evangelho para passar uma mensagem, precisamos deixar que esta mensagem chegue perto daquilo que nossos catequizandos e catequizandas vivem, veem, escutam e experienciem. Por isso a imaginação e a criatividade do catequista são tão importantes para a evangelização.

Para trabalhar com meus catequizandos o Evangelho da Porta Estreita, preparei uma dinâmica simples, mas muito simbólica. Reuni todas as malas que tinha em casa e pedi emprestado mais algumas de outras catequistas. Dentro de uma delas coloquei objetos de viagem — como secador de cabelo, escovas, lenços de pescoço — representando coisas supérfluas e fúteis. Além disso, preparei cartões com palavras fortes, representando atitudes e sentimentos que muitas vezes carregamos na vida: EGOÍSMO, ORGULHO, MENTIRA, INVEJA, mas também FÉ, AMOR AO PRÓXIMO, PERDÃO, DOAÇÃO.

Com esse verdadeiro “exagero de bagagem”, fui até a porta da sala de catequese e comecei a tentar entrar com todas aquelas malas. Fiz questão de insistir um pouco, tropeçar, me atrapalhar, e ali fiquei por alguns minutos tentando passar pela porta com tudo aquilo. Como esperado, os catequizandos começaram a perguntar o que estava acontecendo. Com naturalidade, respondi:

— “Ah, é que depois do encontro eu vou viajar, e aproveitei pra trazer minhas malas...”.

Eles riram e logo vieram me ajudar a entrar, tentando carregar comigo tudo aquilo. Foi quando, já dentro da sala, provoquei:

— “Nossa, acho que estou levando muita coisa! Nem sei se vou conseguir levar tudo isso. Vocês me ajudam a ver se posso deixar algumas coisas de fora?”

Foi então que abrimos uma das malas, justamente aquela em que estavam os objetos e os cartões com palavras. A cada item que tirávamos, íamos conversando:

— Será que isso é realmente necessário?

— Isso aqui nos aproxima de Deus ou nos afasta?

— Esse sentimento cabe na mala de quem quer seguir Jesus?

Fomos separando os itens bons e ruins, até ficarmos apenas com o essencial: fé, amor, perdão, caridade, humildade....

Nesse momento, liguei a experiência à mensagem do Evangelho:

Jesus nos disse que o caminho que leva à vida eterna é estreito, e que nem todos conseguirão passar por ele. A porta é estreita, e só entra quem carrega o necessário — o que é leve, o que vem do amor. Muitas vezes, estamos tão cheios de nós mesmos, das nossas vaidades, mágoas, vícios, que simplesmente não conseguimos passar pela porta.”

Finalizamos refletindo juntos: o que precisamos deixar para trás para seguir Jesus de verdade? O que temos carregado que nos impede de passar pela porta estreita?

A dinâmica foi simples, mas impactante. A imagem das malas e da dificuldade de entrar pela porta ficou clara para todos — e rendeu uma conversa profunda sobre escolhas, desapego e conversão.

Ângela Rocha – Catequista e Formadora




EVANGELHO DO DOMINGO: A PORTA ESTREITA

21º Domingo do Tempo Comum – Ano C
24 de agosto de 2025
Evangelho: Lucas 13, 22-30
“Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão”.

“Jesus atravessava cidades e aldeias, ensinando e prosseguindo o seu caminho para Jerusalém. Alguém lhe perguntou: ‘Senhor, é verdade que são poucos os que se salvam?’ Ele lhes respondeu: ‘Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque eu vos digo que muitos tentarão entrar e não conseguirão. Depois que o dono da casa se levantar e fechar a porta, ficareis de fora, batendo e dizendo: “Senhor, abre-nos a porta!” Mas ele responderá: “Não sei de onde sois.” Então direis: “Comemos e bebemos contigo, e tu ensinaste em nossas praças!” E ele vos dirá: “Não sei de onde sois; afastai-vos de mim, todos vós que praticais a iniquidade.” Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac e Jacó, e todos os profetas no Reino de Deus, e vós sendo lançados fora. Virão do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus. E eis que há últimos que serão primeiros, e primeiros que serão últimos.’Palavra da salvação.

(Bíblia de Jerusalém).

REFLEXÃO

Jesus nos alerta com firmeza: a salvação não é automática, nem se conquista por aparência ou convivência superficial com Ele. A "porta estreita" é um símbolo do esforço necessário para viver o Evangelho com autenticidade. Entrar por ela exige renúncia ao egoísmo, conversão, compromisso com o bem.

Ser cristão é mais do que dizer “Senhor, Senhor” – é viver como Ele viveu, escolher o amor ao invés do orgulho, o perdão ao invés da vingança, a partilha ao invés do acúmulo.

Aplicação para a catequese / vida

  • A pergunta de hoje pode ser: Como está minha vida cristã? Estou mesmo seguindo Jesus ou apenas simpatizando com Ele?
  • A fé exige prática: não basta ouvir, é preciso colocar em ação.
  • “Muitos tentarão entrar e não conseguirão” – porque deixaram para depois, ou viveram apenas de aparência.

Sugestão de gesto/compromisso

Pensar em um "esforço espiritual" concreto para esta semana:

  • reconciliar-se com alguém;
  • dedicar tempo à oração;
  • evitar atitudes egoístas;
  • ajudar alguém que precisa;

Cada pequeno gesto é um passo pela porta estreita!

Ângela Rocha – Catequista e Formadora




domingo, 17 de agosto de 2025

EVANGELHO DOMINICAL: O FOGO QUE JESUS VEIO TRAZER

20º Domingo do Tempo Comum – Ano C
17 de agosto de 2025
Evangelho: Lucas 12, 49-53 - O fogo que Jesus veio trazer

Eu vim lançar fogo sobre a terra; e como gostaria que já estivesse aceso! Tenho de receber um batismo, e como estou angustiado até que se realize! Pensais que eu tenha vindo trazer a paz sobre a terra? Não, eu vos digo, mas sim a divisão. Pois, doravante, estarão cinco divididos numa só casa: três contra dois e dois contra três; estarão divididos: o pai contra o filho e o filho contra o pai, a mãe contra a filha e a filha contra a mãe, a sogra contra a nora e a nora contra a sogra.” Palavra de salvação.

(Bíblia de Jerusalém)

Reflexão

Este é um Evangelho que causa desconforto à primeira vista. Jesus, o Príncipe da Paz, declara que veio trazer fogo, divisão, conflito… Como entender essa mensagem?

Jesus está falando do fogo do Espírito Santo, aquele que purifica, transforma e inflama o coração dos que decidem segui-Lo de verdade. Ele está dizendo que o Evangelho é exigente e que nem todos estarão dispostos a aceitá-lo. Por isso, surgem divisões, inclusive dentro das famílias.

Ser cristão não é buscar uma vida tranquila e sem confronto, mas uma vida coerente com o Evangelho. Essa coerência muitas vezes nos coloca em choque com os valores do mundo. É isso que Jesus está nos alertando: o discipulado exige coragem, postura, fidelidade… até quando isso nos custa.

Aplicação para a catequese / vida

  • Como cristãos, muitas vezes teremos que nos posicionar com firmeza: dizer “não” à injustiça, à mentira, à corrupção, mesmo que isso nos afaste de certas amizades ou do “grupo”.
  • É preciso viver com autenticidade a fé, mesmo quando isso parecer estranho ou impopular.
  • O fogo que Jesus veio trazer é transformador – ele queima o que é superficial e acende em nós a paixão pelo bem, pela justiça, pela verdade.

Sugestão de gesto/compromisso

Durante a semana, pense em uma situação em que você precisa ser firme na sua fé. Pode ser uma escolha, um comportamento ou um posicionamento. Coragem: Jesus está contigo!

Ângela Rocha - Catequista e formadora



segunda-feira, 11 de agosto de 2025

MÊS DA BÍBLIA – ATIVIDADES PARA A CATEQUESE

Setembro é o mês dedicado à Palavra de Deus, um tempo especial para mergulharmos nas Escrituras e fortalecer nossa fé. Pensando nisso, preparamos uma apostila exclusiva para ajudar catequistas a viverem intensamente este momento com seus grupos.

A apostila "MÊS DA BÍBLIA – ATIVIDADES" traz um conjunto rico de materiais práticos e criativos, incluindo:

✅ Roteiros de encontros catequéticos inspirados na Carta aos Romanos (tema escolhido pela CNBB para este ano).

✅ Dinâmicas e jogos bíblicos para envolver crianças, adolescentes e adultos.

✅ Sugestões para Feiras Bíblicas, encenações e atividades em grupo.

✅ Reflexões e orações que ajudam a aproximar a Palavra de Deus da vida cotidiana.

O conteúdo foi preparado com base em subsídios da CNBB, Paulus, Paulinas e, claro, na própria Sagrada Escritura, com o carinho e a experiência de quem vive a catequese no dia a dia.

💰 Valor: R$ 30,00 (arquivo PDF)

📲 Como adquirir: Envie PIX para (41) 99747-0348 e receba o material no seu e-mail ou WhatsApp.

📌 Não deixe o Mês da Bíblia passar em branco! Inspire, motive e conduza seus  Catequizandos a uma verdadeira experiência de encontro com a Palavra.




domingo, 10 de agosto de 2025

EVANGELHO DOMINICAL: SEDE VIGILANTES E FIÉIS

 

EVANGELHO – 10 DE AGOSTO DE 2025

19º Domingo do Tempo Comum – Ano C - Lucas 12, 32-48

“Estai preparados, porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que menos esperardes.”

32 “Não temais, pequenino rebanho, porque aprouve ao vosso Pai dar-vos o Reino. 33 Vendei os vossos bens e dai-os em esmola. Fazei bolsas que não envelhecem, um tesouro inesgotável nos céus, onde o ladrão não chega e a traça não rói. 34 Pois onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração. 35 Estejam cingidos os vossos rins e acesas as vossas lâmpadas. 36 Sede como homens que esperam o seu senhor ao voltar das núpcias, para lhe abrirem logo que chegar e bater. 37 Felizes os servos a quem o senhor, ao chegar, encontrar vigilantes. Em verdade vos digo: cingir-se-á, fá-los-á sentar à mesa e, passando entre eles, os servirá. 38 E se vier pela segunda ou terceira vigília e assim os encontrar, felizes serão eles! 39 Ficai sabendo que, se o dono da casa soubesse a que hora viria o ladrão, não deixaria arrombar a sua casa. 40 Estai também vós preparados, porque o Filho do Homem vai chegar na hora em que menos pensais.” 41 Disse-lhe Pedro: “Senhor, é para nós que dizes esta parábola, ou também para todos?” 42 O Senhor respondeu: “Quem é, então, o administrador fiel e prudente, que o senhor porá à frente da sua casa para distribuir a ração de trigo, no tempo oportuno? 43 Feliz o servo que o senhor, ao chegar, encontrar procedendo assim! 44 Em verdade vos digo: fá-lo-á administrador de todos os seus bens. 45 Mas se aquele servo disser consigo: 'O meu senhor tarda a vir', e começar a espancar os criados e as criadas, a comer, a beber e a embriagar-se, 46 o senhor daquele servo virá no dia em que ele não espera e na hora que ele não sabe; expulsá-lo-á e dar-lhe-á o destino dos infiéis. 47 Aquele servo que, conhecendo a vontade do seu senhor, não se preparou nem fez segundo a sua vontade, receberá muitos açoites; 48 o que, porém, não conhecia essa vontade, mas fez coisas dignas de castigo, levará poucos açoites. A todo aquele a quem muito foi dado, muito será pedido; e ao que muito confiaram, mais será exigido.”  Palavra de Salvação. 

Glória a vós, Senhor.

(Bíblia de Jerusalém)

REFLEXÃO:

SEDE VIGILANTES E SEDE FIÉIS

Neste trecho do Evangelho, Jesus continua sua longa catequese sobre o verdadeiro tesouro e a vigilância interior. Ele nos convida a viver com o coração voltado para o alto, não presos ao que é passageiro, mas atentos ao que é eterno.

É bonito ver como Jesus começa este evangelho dizendo: “Não tenhais medo, pequeno rebanho!” — é um consolo para nós, catequistas e cristãos, que muitas vezes nos sentimos frágeis diante das dificuldades e da missão. Ele nos lembra que já temos o Reino! O desafio é vivê-lo com fidelidade, vigilância e serviço.

O evangelho traz ainda a famosa imagem do senhor que chega de viagem e encontra seus servos acordados. O espanto vem quando Jesus diz que o senhor irá servir os servos! Um Deus que se coloca à mesa conosco, que inverte papéis, que se faz dom... Isso não pode passar despercebido!

E na catequese?

Quantas vezes nós, catequistas, nos preocupamos com os conteúdos, os temas, os horários... e nos esquecemos da atitude interior de quem serve por amor? Catequese é serviço fiel, vigilante, constante.

E para os nossos catequizandos? Podemos falar sobre estar preparados para o bem, atentos às necessidades dos outros, disponíveis para ouvir, perdoar, recomeçar. Ser vigilante não é ter medo de Deus, é viver com responsabilidade e esperança.

E mais: o evangelho termina com um alerta — “a quem muito foi dado, muito será pedido.” Uma palavra forte, especialmente para nós, que recebemos o dom de anunciar. Que saibamos viver com leveza, mas também com seriedade nossa missão.

Para refletir e partilhar com o grupo:

  • O que significa “estar preparado” para mim, hoje?
  • Como posso ajudar meus catequizandos a viverem a fé com atenção e vigilância?
  • Tenho sido um servo fiel? Ou ando meio adormecido na caminhada?

 

Ângela Rocha – Catequista e Formadora

Graduada em Teologia pela PUCPR



terça-feira, 5 de agosto de 2025

TRAGÉDIAS MIGRATÓRIAS: O IMPACTO DE UM MUNDO EM CRISE

No último domingo tivemos notícia de mais uma tragédia migratória. Até agora, 76 migrantes morreram e dezenas são considerados desaparecidos após o naufrágio de uma embarcação que transportava principalmente migrantes etíopes na costa do Iêmen. Calcula-se que havia 157 pessoas no barco e só 32 sobreviveram.

A escolha do Iêmen como destino por migrantes africanos ilegais, especialmente da região do Chifre da África (principalmente da Etiópia e da Somália), é surpreendente, dado o contexto crítico do país. No entanto, isso se explica por uma combinação de geografia, rotas migratórias históricas e desinformação.

🛶 1. Por que migrantes africanos ilegais escolhem o Iêmen como destino?

Geografia e proximidade

  • O Iêmen está a apenas 30 km da costa de Djibuti, do outro lado do estreito de Bab al-Mandab, o que facilita travessias rápidas por barco, muitas vezes em condições precárias.
  • Essa rota é considerada mais acessível e barata do que atravessar o Saara em direção à Líbia, onde há riscos maiores de escravidão, tráfico humano e violência armada.

Rota de passagem (não destino final)

  • Para muitos, o Iêmen não é o destino final, mas sim um ponto de trânsito. O objetivo de muitos migrantes é chegar aos países do Golfo, como Arábia Saudita, Emirados Árabes e Catar, onde acreditam que terão oportunidades de emprego em construção civil ou serviços.

Falta de informação ou desinformação

  • Muitos migrantes são enganados por traficantes de pessoas, que prometem uma "vida melhor" do outro lado do mar, sem revelar o verdadeiro estado do Iêmen.
  • Há relatos de migrantes que não sabiam que o Iêmen está em guerra civil.

Custo mais baixo

  • A travessia para o Iêmen custa bem menos do que outras rotas migratórias, o que a torna "viável" mesmo para os migrantes mais pobres.

2. Como é o governo e a vida no Iêmen?

⚔️ Governo e conflito

  • O Iêmen está mergulhado em uma guerra civil desde 2015. Há dois principais lados em conflito:

-  Governo reconhecido internacionalmente, com apoio da Arábia Saudita.

-  Rebeldes houthis, apoiados pelo Irã.

  • Isso resultou em um Estado fragmentado, com governo fraco ou inexistente em muitas regiões.

Condições de vida

  • O Iêmen é considerado uma das piores crises humanitárias do mundo:

-  Fome extrema e insegurança alimentar.

-  Colapso do sistema de saúde.

-  Falta de acesso à água potável e saneamento.

  • Muitos migrantes acabam em campos de detenção, são explorados, forçados ao trabalho escravo ou mortos na travessia.

Direitos humanos e acolhimento

  • O país não tem estrutura para acolher migrantes.
  • Muitos são detidos, deportados ou abandonados à própria sorte.
  • Grupos armados e até forças de segurança abusam dos migrantes, há registros de tortura e extorsão.

Rota Migratória: Chifre da África → Iêmen → Golfo

Imagine esse trajeto:

1. Partida: Etiópia ou Somália

  • Migrantes viajam a pé ou em caminhões clandestinos até Djibuti (ou Somália, via Bossaso).
  • São explorados por traficantes de pessoas, que cobram por transporte e travessia.

2. Travessia pelo Mar Vermelho

  • De Djibuti ou Bossaso, atravessam o Estreito de Bab al-Mandab em barcos superlotados e precários.
  • Muitos morrem afogados na travessia.

3. Chegada: Sul do Iêmen (litoral de Aden, Lahij ou Shabwa)

  • Ao chegar, enfrentam forças armadas locais, milícias ou redes de tráfico.
  • São levados para campos, forçados a trabalhar, presos ou largados em áreas desertas.

4. Tentativa de entrar na Arábia Saudita

  • Se conseguem, seguem a pé até o norte do Iêmen, rumo à fronteira com a Arábia Saudita.
  • A travessia da fronteira é extremamente perigosa: muitos são baleados por guardas sauditas ou morrem no deserto.

Mapa

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Relatos reais de migrantes africanos no Iêmen

1. Morte no mar

“O barco virou no meio do caminho. Eu vi meninas se afogarem. Os contrabandistas não pararam para ajudar.” Menina etíope, 17 anos.

2. Tráfico humano e abuso

“Eles nos prenderam num galpão. Disseram que se a família não enviasse dinheiro, iriam nos torturar. Um amigo foi espancado até morrer.” Rapaz somali, 20 anos.

3. Tiro na fronteira com a Arábia Saudita

“Chegamos à fronteira e vimos corpos pelo caminho. Alguns foram baleados pelos soldados sauditas enquanto tentavam atravessar.” Testemunho à Human Rights Watch, 2023. 

Dados de organismos internacionais

  • Segundo a OIM (Organização Internacional para as Migrações), mais de 200.000 migrantes atravessaram essa rota nos últimos anos.
  • Há relatos contínuos de execuções sumárias, estupro, tortura e extorsão.
  • A Human Rights Watch documentou em 2023 o uso de fuzis automáticos e artilharia pesada contra migrantes na fronteira norte do Iêmen.

Por que as pessoas buscam saídas do Chifre da África?

As pessoas migram do Chifre da África — uma região que abrange principalmente Somália, Etiópia, Eritreia e Djibuti — por uma combinação de fatores estruturais graves, que envolvem conflitos armados, repressão política, fome, secas extremas e pobreza generalizada. Um resumo dos principais motivos:

1. Conflitos armados e perseguição política

  • Somália: sofre há décadas com a ausência de um governo central forte e o domínio de milícias extremistas como o Al-Shabaab.
  • Etiópia: enfrentou uma guerra devastadora na região de Tigre entre 2020 e 2022, com violações graves dos direitos humanos.
  • Eritreia: é governada por um regime altamente autoritário, onde o serviço militar obrigatório é por tempo indefinido e há pouca liberdade de expressão. Muitos jovens fogem para escapar disso.

2. Crises humanitárias e fome

  • A insegurança alimentar é gravíssima. A região enfrenta secas recorrentes devido às mudanças climáticas e ao fenômeno El Niño.
  • Agricultores e pastores perdem seus meios de sustento, o que leva à migração forçada em busca de alimentos e sobrevivência.
  • Segundo a ONU, milhões estão em situação de fome extrema, especialmente na Somália e Etiópia.

3. Mudanças climáticas

  • O Chifre da África é uma das regiões mais vulneráveis do mundo à crise climática.
  • As chuvas são cada vez mais imprevisíveis. Há alternância entre secas severas e inundações, o que destrói lavouras, gado e infraestrutura básica.
  • Isso causa deslocamentos internos e transfronteiriços. 

4. Pobreza extrema e falta de oportunidades

  • A maioria da população vive com menos de 2 dólares por dia.
  • O acesso a educação, saúde e emprego é extremamente limitado.
  • A juventude, especialmente, busca escapar do ciclo de miséria e vê na migração uma esperança de futuro.

5. Tráfico de pessoas e rotas migratórias já estabelecidas

  • Muitos são aliciados por traficantes de pessoas que prometem viagens fáceis para o Golfo Pérsico, Europa ou Israel, passando por Sudão, Egito ou Iêmen.
  • Essas rotas são perigosas, mas já fazem parte de uma rede migratória consolidada, o que encoraja outros a tentar.

Situação geral:

  • A região está entre as mais instáveis do planeta.
  • Milhões de refugiados vivem em campos ou como deslocados internos.
  • Apesar da ajuda humanitária internacional, a situação continua crítica e sem solução a curto prazo.
Ângela Rocha - Catequista e Formadora

FONTE: VaticanNews e outras.