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sábado, 25 de outubro de 2025

HISTÓRIA DA SALVAÇÃO PARA CRIANÇAS: ROTEIROS E ATIVIDADES

HISTÓRIA DA SALVAÇÃO PARA CRIANÇAS
Roteiros de encontros pensados especialmente para as etapas iniciais da catequese!

O material apresenta, de forma leve e envolvente, os principais momentos e personagens da História da Salvação — de Adão e Eva até o nascimento de Jesus.
Com linguagem acessível, ilustrações alegres e atividades criativas, as crianças aprendem a reconhecer que Deus sempre caminha conosco!
🌿

📘 Conteúdo:
✅ Roteiros de encontros prontos para uso

✅ Versões para colorir
✅ Ícones e símbolos catequéticos

✅ Jogo de Trilha ilustrada da História da Salvação

💰 Valor: R$ 30,00
📱 Pedidos pelo WhatsApp: (41) 99747-0348

📄 Formato: Arquivo digital em PDF 

quinta-feira, 16 de outubro de 2025

CATEQUESE COM OS PAIS: UM CAMINHO DE REDESCOBERTA DA FÉ

 Muitas vezes se fala sobre a falta de envolvimento das famílias na catequese, mas poucas ações concretas são realizadas para inseri-las verdadeiramente nesse processo. O grande desafio é que, em muitos casos, essas famílias nem mesmo estão integradas à vida comunitária. Limitam-se, ocasionalmente, a participar de algumas celebrações da missa. 


É sabido e constantemente reafirmado que os primeiros catequistas são os próprios pais. No entanto, é necessário fazer as seguintes reflexões: Os pais estão realmente preparados para catequizar os filhos? Foram, eles mesmos, catequizados de forma adequada? Ou trata-se apenas, de cristãos batizados que receberam uma formação mínima, voltada quase exclusivamente para a recepção dos sacramentos da Eucaristia e da Crisma? Há, de fato, vivência de fé suficiente para ser transmitida aos filhos? É certo que ninguém pode oferecer o que não possui, sendo assim, não seria uma exigência excessiva cobrar da família algo que ela não tem condições de dar?

A catequese de adultos ainda é um campo pouco explorado nas comunidades. Parte-se, muitas vezes, do pressuposto de que, uma vez batizada e tendo recebido os sacramentos da iniciação cristã, a pessoa já está plenamente formada na fé. No entanto, a realidade mostra o contrário. Há famílias com realidades religiosas diversas — pai de uma denominação, mãe de outra, avós católicos, filhos sem qualquer formação sólida.

Não são raros os relatos de crianças e jovens que dizem: “Minha mãe vem à missa, mas meu pai não.” Ou o contrário. Há também aqueles que participam da catequese por influência dos avós. Que testemunho de fé é esse? Que tipo de educação é essa, em que os pais esperam dos filhos uma vivência que eles mesmos não assumem? Não são poucos os pais que se revoltam quando se pede que também se confessem antes da Primeira Eucaristia dos filhos. Alguns consideram a proposta um exagero. Há quem diga: “Por que devo contar meus pecados a outro homem?” e, no entanto, se declara católico.

Enquanto isso, os catequistas se empenham em ensinar às crianças o que significa ser cristão, enfrentando a contradição de uma fé ensinada na catequese, mas pouco vivida em casa.

É urgente tomar atitudes concretas. A catequese precisa de uma verdadeira “revolução”. É necessário envolver as famílias, trazer os pais de volta à fé, criar espaços de partilha, convivência e oração. A catequese com os pais não é algo opcional, é essencial. Sem ela, dificilmente haverá frutos duradouros. As famílias estão sedentas de reencontro com Deus e com a comunidade. Cabe à catequese abrir novamente esse caminho.

Experiências de Retiro com Catequizandos e Pais

A partir dessa reflexão, surgiu a vontade de realizar algo que envolvesse não apenas as crianças, mas também suas famílias. No início, a ideia foi promover um “retiro espiritual” com os catequizandos, um pouco antes da Primeira Eucaristia. A proposta era fazer uma celebração à noite, à luz de velas, recordando a Última Ceia e o gesto do lava-pés. Assim foi feito em um dos anos. No entanto, percebeu-se que, para as crianças, o momento não teve o alcance desejado. Aos dez ou onze anos, ainda lhes falta maturidade para vivenciar plenamente esse tipo de experiência. Alguns pais que acompanharam sugeriram que o retiro deveria envolver toda a família.

No ano seguinte, tentou-se outro formato: um retiro de dia inteiro com as crianças, no meio do ano, com almoço, lanche e missa. Contudo, a experiência se mostrou cansativa e pouco proveitosa. As crianças se entediaram, o local não agradou, e as catequistas terminaram o dia exaustas. No final do ano, repetiu-se a experiência à noite, na sexta-feira anterior à Primeira Eucaristia. Mesmo dividindo as turmas, manter oitenta crianças em silêncio, à luz de velas, foi uma tarefa quase impossível. Além disso, havia uma incoerência: buscava-se celebrar a Eucaristia antes mesmo que as crianças a recebessem pela primeira vez.

Finalmente, no ano seguinte, o grupo de catequistas decidiu mudar a proposta. O retiro foi realizado fora da igreja, em um espaço amplo e agradável, com área verde, onde as crianças puderam brincar e se divertir. Jogaram bola, fizeram corrida do saco, cabo de guerra e participaram de uma gincana bíblica. O mais importante, porém, foi que o retiro foi planejado para as famílias.

Foram convidados pais, avós, irmãos, tios, primos e amigos — todos que quisessem participar. Cobramos uma pequena taxa para cobrir as despesas do almoço e do lanche da tarde, e pedimos aos pais que levassem os refrigerantes. Começamos às 11 horas com a acolhida das famílias. Após as boas-vindas e uma oração pedindo a bênção para o dia, partilhamos um almoço simples e saboroso.

Em seguida, formamos grupos e iniciamos a gincana. Foi um momento de alegria e comunhão: pais, avós, filhos e primos correram, procuraram versículos na Bíblia, responderam perguntas sobre fé e se divertiram juntos. Às 15 horas, enquanto as crianças continuavam brincando, convidamos os adultos para um momento especial. Fizemos com eles um “encontro de catequese”, semelhante ao que os filhos vivenciam ao longo do ano.

Com um roteiro preparado pelo Pe. Luiz Baronto, realizamos a “Ação de Graças pela Eucaristia”. Foi um momento profundo e comovente. Muitos pais se emocionaram e deram testemunhos sinceros, expressando o quanto sentem falta de encontros de fé e de partilha comunitária.

Em duas experiências realizadas, participaram entre 60 e 80 pessoas — entre pais, familiares e catequizandos — em momentos de convivência, oração e alegria. É claro que nem todos compareceram, mas os que estiveram presentes saíram renovados e desejosos de repetir a experiência.

Foi possível constatar que atingir as famílias é possível, sim. Basta um pouco de boa vontade, tempo e disposição para servir. É preciso estar pronto para “perder” um dia da semana com reuniões e preparativos, e um domingo inteiro com os catequizandos e suas famílias. A presença da própria família do catequista também é importante, pois somos todos Igreja, parte da mesma comunidade de fé.

Guardo com carinho a lembrança de uma catequizanda cujos pais são separados. Ela participou do retiro com o pai. Fiquei muito feliz em vê-los juntos. Depois, ela me disse: “Catequista, meu pai não queria ir... mas depois me disse que adorou ter ido.” E o pai não costuma participar da vida da Igreja, mas foi um dos mais animados na gincana. Vi a alegria nos seus olhos, e também as lágrimas durante a oração. Aquele encontro o tocou profundamente. E foi nesse instante que percebi: quando a fé se torna experiência vivida em família, a catequese cumpre sua missão mais primordial: Evangelizar.

O que as comunidades precisam pensar, é criar um Projeto de Catequese Familiar ou com a Família, tornando parte do itinerário catequético por etapas. Ou, investir no Catecumenato de Adultos focando as pessoas que se encontram afastadas. Não tenha medo de oferecer o Catecumenato a quem já tem os sacramentos, muitas vezes, é isso que os pais precisam.

Ângela Rocha
Catequista e Formadora
Graduada em Teologia pela PUCPR

 
                           Encontro com os Pais       Projeto de Catequese Familiar
Catequese para Famílias e Crianças que estão iniciando

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quarta-feira, 8 de outubro de 2025

GUIA PRÁTICO PARA USO DA BÍBLIA NA CATEQUESE

A ARTE DE ANUNCIAR: A PALAVRA DE DEUS NA CATEQUESE

Não raro, temos dúvidas sobre quais recursos utilizar para fortalecer a Bíblia na catequese. Pensando nisso, criamos uma apostila para ajudar os catequistas. O Guia Prático a seguir, é só uma das inúmeras informações e dicas que esta apostila traz.


GUIA PRÁTICO DE RECURSOS PARA USO DA BÍBLIA

NA CATEQUESE

Item

Objetivo

Sugestões de Uso

Cuidados / Observações

Leitura Orante (Lectio Divina)

Favorecer a escuta 

da Palavra, 

meditação e oração pessoal

1. Leitura devagar e clara

2. Meditação: pensar

“O que esse texto diz?”

3. Oração: frase curta inspirada na leitura

4. Contemplação: silêncio, escuta do coração

5. Ação: gesto concreto durante a semana

· Adaptar a linguagem

 à faixa etária;

· orientar a 

interiorização;

· Incentivar participação

 de todos

Dramatizações

Compreensão e memorização da

Bíblia através da vivência

1. Encenação de parábolas

 e milagres (Filho Pródigo, Multiplicação dos Pães, etc.

2. Dividir papéis; roupas

simples ou acessórios improvisados;

3. Debate após a

encenação.

·Evitar exageros 

  cênicos;

·Sempre refletir a mensagem bíblica;

· incentivar todos a participar

Dinâmicas Visuais e Criativas

Transformar leitura 

em experiência concreta

1. Desenho coletivo de passagens;

2. Linha do tempo de personagens ou eventos;

3. Símbolos bíblicos

· Orientar o uso do

material;

· Não substituir a

    reflexão bíblica;

· Valorizar a 

participação de todos

Música

Interiorizar a Palavra

e unir o grupo em oração

1. Início: cantar refrão simples;

2. Refrão-resposta: repetir versículo-chave

3. Criação de refrão: 

inventar a partir do 

versículo

4. Música de contemplação: suave, instrumental ou cantada

·   Sempre ligar 

música à Palavra;

·   Escolher canções adequadas;

·   Integrar canto

     à oração 

  e à reflexão;

·   Reaproveitar 

     refrões

Bíblia em Mãos

Familiarizar os catequizandos com a Bíblia e estimular leitura

1.Corrida bíblica;

2. localizar evangelhos;

3. diferenciar Antigo e 

Novo Testamento;

4. explorar estrutura 

interna da Bíblia;

5. Desafio de versículo memorável

·   Incentivar o 

manuseio físico da Bíblia;

·   Reforçar que é livro

vivo;

·   Integrar com outras atividades;

·   Elogiar descobertas

Recursos

Digitais

Tornar a Palavra acessível e atraente usando tecnologia

1. Vídeos curtos;

2. Aplicativos de Bíblia;

3. Slides e imagens;

4. Música online;

5. Quizzes e desafios

interativos

·  Usar a tecnologia como

suporte,

·  Selecionar conteúdo confiável;

·  Monitorar o uso para evitar distração

Filmes

Ilustrar valores cristãos, promover reflexão e empatia

1. Trechos de filmes

bíblicos ou históricos 

(Paixão de Cristo, 

O Príncipe do Egito);

2. Filmes com valores 

morais ou cristãos (Extraordinário, Invictus);

3. Debates, dramatizações, desenhos ou roteiros

Inspirados.

·  Selecionar 

     trechos curtos;

·  Relacionar sempre 

    com a Bíblia e a fé;

·  Evitar conteúdo

impróprio;

·  Promover reflexão

Guiada.

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quinta-feira, 2 de outubro de 2025

SITUANDO O TEXTO BÍBLICO NO CONTEXTO DA VIDA DE JESUS

A arte de anunciar
Ao trabalhar os Evangelhos com os catequizandos, é muito importante não apresentar os textos de forma isolada, como se fossem pequenas histórias independentes. Cada passagem faz parte de uma narrativa maior: a vida de Jesus. Por isso, sempre que possível, é enriquecedor situar a leitura dentro de um “antes” e um “depois”.

Explicar de onde Jesus vinha e para onde Ele estava indo, ajuda a compreender melhor a mensagem. Por exemplo: quando lemos a cura de um cego, podemos destacar que Jesus estava a caminho de Jerusalém, já se aproximando da sua Paixão. Isso muda a perspectiva: não é apenas um milagre, mas um gesto de amor no meio da caminhada decisiva de sua vida.

Esse cuidado faz com que o catequizando perceba que o Evangelho é um todo coerente, em que cada ação de Jesus está ligada ao Seu anúncio do Reino de Deus. Além disso, situar o texto fortalece a noção de que a Bíblia não é um conjunto de frases soltas, mas uma história de salvação contínua.

Praticamente, o catequista pode sempre se perguntar e ajudar os catequizandos a perceberem:

  • O que Jesus já tinha feito antes deste episódio?
  • Quem estava com Ele naquele momento?
  • Para onde Ele se dirigia em seguida?
  • De que forma esse acontecimento se conecta com sua missão e com o anúncio do Reino?

Essa prática simples ajuda a dar profundidade às leituras, evitando interpretações superficiais e permitindo que os catequizandos vejam a vida de Jesus como uma caminhada, um projeto que se desdobra passo a passo até sua entrega total na cruz e na ressurreição.


Ângela Rocha – Catequista e formadora
Graduada em Teologia pela PUCPR

* Esta e outras dicas você encontra em nossa apostila:
“A Arte de Anunciar” - A Palavra de Deus na catequese

Você já pensou em como tornar a Bíblia ainda mais viva e presente nos encontros de catequese? A apostila “A Arte de Anunciar” foi preparada especialmente para catequistas que desejam aprofundar a utilização da Palavra de Deus na catequese de forma criativa, dinâmica e transformadora.



terça-feira, 9 de setembro de 2025

A TERRA DE JESUS!!

 A PALESTINA NO TEMPO DE JESUS

Cidades e locais identificáveis no mapa:
  • Jerusalém: Capital religiosa e política da Judeia, onde ocorreram eventos significativos da vida de Jesus, como a Última Ceia e a crucificação.
  • Emaús: cidade dos discípulos que caminharam com Jesus ressuscitado.
  • Belém: Local de nascimento de Jesus, situado ao sul de Jerusalém.
  • Nazaré: Cidade onde Jesus cresceu e iniciou seu ministério público.
  • Cafarnaum: Cidade onde Jesus realizou muitos de seus milagres e ensinamentos
  • Cesareia: Esta cidade foi construída por Herodes, em homenagem ao imperador César Augusto. Ela serviu como um importante centro administrativo e portuário.
  • Mar (ou lago) da Galileia: Local onde Jesus caminhou sobre as águas e acalmou uma tempestade.
  • Rio Jordão: onde João Batista batizou Jesus.
  • Betânia: Localizada a leste de Jerusalém, a cerca de 3 km do Monte das Oliveiras. É a casa de Lázaro, Marta e Maria. Lugar dos eventos de hospitalidade e da ressurreição de Lázaro.
  • Galileia: Região ao norte, mais rural e agrícola. Terra de povos mais abertos a influências externas, considerada “menos rígida” religiosamente pelos judeus do sul. É onde Jesus cresceu e iniciou seu ministério.
  • Judeia: Região ao sul, centrada em Jerusalém, mais ligada à vida religiosa e política judaica. Era o coração do templo e da fé judaica oficial. Mais conservadora e ortodoxa.
  • Samaria: Região entre a Galileia e a Judeia. Os samaritanos, eram descendentes de judeus misturados com povos estrangeiros, e por isso eram rejeitados pelos judeus. Apesar da animosidade, Jesus teve interações importantes com eles, mostrando que a fé ultrapassa barreiras étnicas e culturais.
FONTE: Pinterest e Chatgpt.



segunda-feira, 8 de setembro de 2025

UMA CATEQUESE QUERIGMÁTICA E MISTAGÓGICA; ESTUDO


CATEQUISTAS EM FORMAÇÃO
FORMAÇÃO PARA CATEQUISTAS

Apresentamos neste artigo, texto para estudo e na sequência roteiro para encontro de formação com catequistas (+slides) 


UMA CATEQUESE QUERIGMÁTICA E MISTAGÓGICA

Ângela Rocha

“Na boca do catequista, volta a ressoar sempre o primeiro anúncio: ‘Jesus te ama, deu a sua vida para te salvar, e agora vive contigo todos os dias para te iluminar, fortalecer, libertar’.(...) Toda a formação cristã é , primariamente, o aprofundamento do querigma que se vai, cada vez mais e melhor, fazendo carne*, que nunca deixa de iluminar a tarefa catequética, e permite compreender adequadamente o sentido de qualquer tema que se desenvolve na catequese. ´E o anúncio que dá resposta ao anseio de infinito que existe em todo coração humano” (EG, nº 164-165).


Na missão de evangelizar, nós catequistas sempre nos deparamos com novos desafios. Hoje, a Igreja nos convida a olhar com mais carinho para duas grandes exigências: o querigma, que é o anúncio vivo e apaixonado de Jesus, e a mistagogia, que nos ajuda a conduzir as pessoas a mergulhar no mistério da fé. Pode parecer difícil num primeiro momento, mas é justamente nesse caminho que a nossa catequese ganha mais vida e se torna realmente transformadora.

A Evangelii Gaudium, nos números 163 a 168, apresenta um ensinamento precioso sobre a catequese, destacando sua dimensão Querigmática e Mistagógica. O Papa Francisco recorda que o coração da catequese é o querigma, ou seja, o primeiro anúncio: Jesus Cristo te ama, deu a sua vida por ti, ressuscitou e está vivo, caminhando contigo todos os dias. Esse anúncio é chamado de “primeiro” não porque fica restrito ao início da vida cristã e depois seja substituído, mas porque é o principal, o centro, aquilo que deve sempre ser repetido e aprofundado em todas as etapas do caminho de fé. É ele que dá sentido a todos os outros conteúdos da catequese e que vai, aos poucos, “fazendo-se carne” na vida do cristão, transformando atitudes, escolhas e comportamentos.

Francisco insiste que não existe nada mais sólido ou profundo que esse anúncio. Ele precisa ser comunicado de maneira que manifeste, antes de tudo, o amor de Deus, sem impor a verdade, mas convidando com liberdade e transmitindo alegria, esperança e vitalidade. Por isso, o catequista é chamado a adotar certas atitudes que tornam o anúncio mais fecundo: proximidade, abertura ao diálogo, paciência, acolhimento cordial e ausência de julgamentos.

Além disso, a catequese deve assumir uma dimensão mistagógica, isto é, um processo de iniciação progressiva, no qual toda a comunidade participa. Essa iniciação valoriza os sinais litúrgicos da vida cristã e propõe um caminho de crescimento que integra todas as dimensões da pessoa. O encontro catequético, assim, não se limita a uma explicação racional de conteúdos, mas envolve símbolos, ambientação, motivação atraente e inserção em um processo comunitário de escuta e resposta à Palavra de Deus.

Outro aspecto essencial é a atenção à via da beleza (via pulchritudinis). Seguir Cristo não é apenas uma questão de verdade e justiça, mas também de beleza, capaz de encher a vida de alegria e sentido, mesmo em meio às provações. Por isso, toda expressão de verdadeira beleza: na arte, na música, na liturgia, nas culturas; pode ser um caminho para o encontro com o Senhor. Cristo é a Beleza infinita que atrai e fascina. Cabe à catequese valorizar e incentivar o uso das artes e de novas linguagens, inclusive não convencionais, como meios eficazes para transmitir a fé de modo significativo para as pessoas de hoje.

Por fim, ao tratar da dimensão moral da catequese, o Papa destaca que a proposta não deve se reduzir a denúncias de erros ou a um tom de julgamento. Mais importante é apresentar sempre o bem desejável, o estilo de vida evangélico que leva à maturidade, à realização e à fecundidade. O catequista deve ser reconhecido como mensageiro alegre de propostas elevadas e guardião do bem e da beleza que brilham numa vida fiel ao Evangelho, e não como alguém que apenas aponta falhas ou anuncia desgraças.

Assim, a catequese, para ser fiel ao Evangelho e fecunda no mundo atual, deve ser querigmática, mistagógica, aberta à beleza e sempre positiva em sua proposta moral. Esse caminho faz da transmissão da fé uma experiência transformadora, que toca o coração, ilumina a inteligência e desperta para uma vida nova em Cristo.

📌 *Quando “faz carne”, o querigma encarna-se em nós: transforma nossa forma de amar, perdoar, servir, rezar e até de olhar para os outros. Lembra a Palavra que se encarnou: Jesus.

# Quando o Papa fala que o querigma vai “fazendo carne”, ele quer dizer que a fé não pode ficar só na cabeça ou nas palavras. É como quando você ouve algo bonito, mas aquilo começa a mudar sua vida de verdade.

# Se eu escuto que Deus me ama, isso não pode ser só informação. Precisa se tornar atitude: acreditar em mim mesmo, amar os outros, perdoar, ajudar.

É como se a fé “entrasse na pele”, virasse parte do meu jeito de viver.

Em resumo: “Fazer carne” = deixar que Jesus e o seu amor se tornem vida concreta em nós — nas escolhas, nos gestos, no coração.

 

Esse trecho (EG 163-168) é um dos mais ricos da Evangelii Gaudium sobre a Catequese.

Resumo de estudo: Catequese Querigmática e Mistagógica (EG 163-168)

🌟 1. O ponto de partida: o Querigma (EG 164-165)

  • O que é: Primeiro anúncio da fé – Jesus Cristo te ama, deu a vida por ti, ressuscitou e caminha contigo todos os dias.
  • Qualidade: É “primeiro” não porque vem antes e depois se esquece, mas porque é o mais importante e permanente.
  • Função:

-  Centro da evangelização e da catequese.

-  Aprofunda-se continuamente e “faz-se carne” na vida do cristão.

-  Dá sentido a todos os outros temas da catequese.

  • Características do anúncio:

-  Deve falar do amor de Deus antes das exigências morais.

-  Não impõe, mas convida com liberdade.

-  Deve ser alegre, vital, motivador e integral.

  • Atitudes do evangelizador: proximidade, diálogo, paciência, acolhimento cordial e não condenatório.

🌟 2. Mistagogia: iniciação progressiva na fé (EG 166)

  • Mistagogia significa:

1.   Caminho progressivo de iniciação, com toda a comunidade envolvida.

2.   Valorização dos sinais litúrgicos da iniciação cristã (Batismo, Eucaristia, Crisma).

  • Prática na catequese:

-         Palavra de Deus no centro.

-         Ambientação, símbolos, motivação atraente.

 Processo de crescimento comunitário, que integra todas as dimensões da pessoa.

🌟 3. A via da beleza (EG 167)

  • A fé é também bela: Seguir Cristo não é só verdade e justiça, mas algo que enche de esplendor e alegria.
  • Beleza como caminho de encontro com Deus:

-  Todas as expressões autênticas de beleza ajudam a abrir o coração ao Evangelho.

-  Cristo é a Beleza infinita que atrai a todos.

  • Aplicação catequética:

-  Valorizar arte, símbolos, música, expressões culturais e novas linguagens.

-  Coragem de usar sinais novos que falem ao coração das pessoas de hoje.

🌟 4. Proposta moral na catequese (EG 168)

  • Não basta denunciar o mal: é preciso apresentar sempre o bem desejável, o estilo de vida cristão.
  • O catequista deve ser:

-       Mensageiro alegre de propostas altas.

-  Guardião do bem e da beleza que brilham numa vida fiel ao Evangelho.

-  Não juiz sombrio ou profeta de desgraças, mas testemunha que inspira.

Em resumo:

  • O querigma é o coração da catequese.
  • A mistagogia ajuda a viver a fé de forma progressiva, comunitária e litúrgica.
  • A beleza é caminho de evangelização.
  • A proposta moral deve ser positiva, atraente e motivadora.

 

O trecho em estudo (EG 163-168):

Uma catequese querigmática e mistagógica

163. (...) Queria deter-me apenas nalgumas considerações que me parece oportuno evidenciar.

164. Voltamos a descobrir que também na catequese tem um papel fundamental o primeiro anúncio ou querigma, que deve ocupar o centro da atividade evangelizadora e de toda a tentativa de renovação eclesial. O querigma é trinitário. É o fogo do Espírito que se dá sob a forma de línguas e nos faz crer em Jesus Cristo, que, com a sua morte e ressurreição, nos revela e comunica a misericórdia infinita do Pai. Na boca do catequista, volta a ressoar sempre o primeiro anúncio: “Jesus Cristo ama-te, deu a sua vida para te salvar, e agora vive contigo todos os dias para te iluminar, fortalecer, libertar”. Ao designar-se como primeiro este anúncio, não significa que o mesmo se situa no início e que, em seguida, se esquece ou substitui por outros conteúdos que o superam; é o primeiro em sentido qualitativo, porque é o anúncio principal, aquele que sempre se tem de voltar a ouvir de diferentes maneiras e aquele que sempre se tem de voltar a anunciar, duma forma ou de outra, durante a catequese, em todas as suas etapas e momentos. Por isso, também “o sacerdote, como a Igreja, deve crescer na consciência da sua permanente necessidade de ser evangelizado” (João Paulo II, 1992).

165. Não se deve pensar que, na catequese, o querigma é deixado de lado em favor duma formação supostamente mais “sólida”. Nada há de mais sólido, mais profundo, mais seguro, mais consistente e mais sábio que esse anúncio. Toda a formação cristã é, primariamente, o aprofundamento do querigma que se vai, cada vez mais e melhor, fazendo carne, que nunca deixa de iluminar a tarefa catequética, e permite compreender adequadamente o sentido de qualquer tema que se desenvolve na catequese. É o anúncio que dá resposta ao anseio de infinito que existe em todo o coração humano. A centralidade do querigma requer certas características do anúncio que hoje são necessárias em toda a parte: que exprima o amor salvífico de Deus como prévio à obrigação moral e religiosa, que não imponha a verdade mas faça apelo à liberdade, que seja pautado pela alegria, o estímulo, a vitalidade e uma integralidade harmoniosa que não reduza a pregação a poucas doutrinas, por vezes mais filosóficas que evangélicas. Isto exige do evangelizador certas atitudes que ajudam a acolher melhor o anúncio: proximidade, abertura ao diálogo, paciência, acolhimento cordial que não condena.

166. Outra característica da catequese, que se desenvolveu nas últimas décadas, é a iniciação mistagógica, que significa essencialmente duas coisas: a necessária progressividade da experiência formativa na qual intervém toda a comunidade e uma renovada valorização dos sinais litúrgicos da iniciação cristã. Muitos manuais e planificações ainda não se deixaram interpelar pela necessidade duma renovação mistagógica, que poderia assumir formas muito diferentes de acordo com o discernimento de cada comunidade educativa. O encontro catequético é um anúncio da Palavra e está centrado nela, mas precisa sempre duma ambientação adequada e duma motivação atraente, do uso de símbolos eloquentes, da sua inserção num amplo processo de crescimento e da integração de todas as dimensões da pessoa num caminho comunitário de escuta e resposta.

167. É bom que toda a catequese preste uma especial atenção à “via da beleza (via pulchritudinis)”. Anunciar Cristo significa mostrar que crer n’Ele e segui-Lo não é algo apenas verdadeiro e justo, mas também belo, capaz de cumular a vida dum novo esplendor e duma alegria profunda, mesmo no meio das provações. Nesta perspectiva, todas as expressões de verdadeira beleza podem ser reconhecidas como uma senda que ajuda a encontrar-se com o Senhor Jesus. Não se trata de fomentar um relativismo estético (IM, 6), que pode obscurecer o vínculo indivisível entre verdade, bondade e beleza, mas de recuperar a estima da beleza para poder chegar ao coração do homem e fazer resplandecer nele a verdade e a bondade do Ressuscitado. Se nós, como diz Santo Agostinho, não amamos senão o que é belo, o Filho feito homem, revelação da beleza infinita, é sumamente amável e atrai-nos para Si com laços de amor. Por isso, torna-se necessário que a formação na via pulchritudinis esteja inserida na transmissão da fé. É desejável que cada Igreja particular incentive o uso das artes na sua obra evangelizadora, em continuidade com a riqueza do passado, mas também na vastidão das suas múltiplas expressões atuais, a fim de transmitir a fé numa nova “linguagem parabólica” (Bento XVI, 2012). É preciso ter a coragem de encontrar os novos sinais, os novos símbolos, uma nova carne para a transmissão da Palavra, as diversas formas de beleza que se manifestam em diferentes âmbitos culturais, incluindo aquelas modalidades não convencionais de beleza que podem ser pouco significativas para os evangelizadores, mas tornaram-se particularmente atraentes para os outros.

168. Relativamente à proposta moral da catequese, que convida a crescer na fidelidade ao estilo de vida do Evangelho, é oportuno indicar sempre o bem desejável, a proposta de vida, de maturidade, de realização, de fecundidade, sob cuja luz se pode entender a nossa denúncia dos males que a podem obscurecer. Mais do que como peritos em diagnósticos apocalípticos ou juízes sombrios que se comprazem em detectar qualquer perigo ou desvio, é bom que nos possam ver como mensageiros alegres de propostas altas, guardiões do bem e da beleza que resplandecem numa vida fiel ao Evangelho.

(Exortação apostólica Evangelii Gaudium (o anúncio do evangelho no mundo atual), 163-168. Papa Francisco, 24 de novembro de 2013).

 

OBS: O documento na íntegra encontra-se em https://www.vatican.va/content/francesco/pt/apost_exhortations/documents/papa-francesco_esortazione-ap_20131124_evangelii-gaudium.html

  

ROTEIRO DE ENCONTRO DE FORMAÇÃO PARA CATEQUISTAS

 Tema: Catequese querigmática e mistagógica (EG 163-168)

Objetivo: Ajudar os catequistas a compreenderem a centralidade do querigma, a importância da mistagogia, da via da beleza e da proposta moral positiva na catequese.

1. Ambientação

  • Colocar no centro uma Bíblia aberta e uma vela acesa.
  • Ao redor, símbolos de beleza: uma imagem de Cristo, flores, uma música suave de fundo.
  • Cartaz com a frase: “Jesus Cristo te ama, deu a vida por ti e caminha contigo todos os dias” (síntese do querigma).

 2. Acolhida

  • Recepção calorosa aos catequistas.
  • Breve dinâmica: cada participante recebe um papelzinho dobrado com a frase “Jesus te ama” e, sem abrir, troca com outra pessoa. Os dois abrem e mostram ao outro.
  • Comentário: “Jesus te ama e caminha contigo!”, esse é o anúncio central que nunca pode faltar na catequese.

 3. Leitura Bíblica (Lectio Divina)

  • Texto sugerido: Jo 1,14 – “E a Palavra se fez carne e habitou entre nós”.
  • Breve leitura orante em quatro passos:

1.   Leitura – escutar o texto.

2.   Meditação – o que significa para mim a Palavra se fazer carne?

3.   Oração – responder a Deus.

4.   Contemplação – acolher o convite de deixar a fé transformar a vida.

 4. Reflexão Formativa (conteúdo)

(Arquivo em powerpoint disponível ao final)

 Explicar em linguagem acessível os pontos principais da EG 163-168:

  • Querigma: anúncio fundamental e permanente da catequese.
  • Mistagogia: iniciação progressiva na fé, valorizando liturgia, símbolos e comunidade.
  • Via da beleza: mostrar que a fé é bela, usar arte, música, cultura e criatividade para evangelizar.
  • Proposta moral: não ser apenas denúncia, mas apresentar o bem e a vida plena no Evangelho.

 5. Atividade Prática

  • Dividir os catequistas em 4 grupos. Cada grupo recebe um tema:

1.   Querigma

2.   Mistagogia

3.   Via da beleza

4.   Proposta moral positiva

  • Tarefa: pensar em como aplicar esse aspecto num encontro de catequese com crianças/adolescentes.
  • Depois, cada grupo partilha em plenário.

 6. Compromisso

  • Cada catequista escreve no papel: Como vou tornar o querigma mais presente nos meus encontros?
  • Guardar esse compromisso no caderno ou Bíblia pessoal.

 7. Oração Final

  • Rezar juntos:

“Senhor, faz de nós catequistas querigmáticos, capazes de anunciar com alegria o Teu amor. Que nossa vida seja testemunho vivo, que nossos encontros sejam experiências mistagógicas e belas, e que nossa proposta de fé seja sempre positiva e atraente. Amém.”

  • Cantar um refrão alegre (sugestão: “Onde reina o amor, fraterno amor...” ou outro conhecido na comunidade).

👉 Esse roteiro cabe em 1h30 a 2h de encontro.

 Ângela Rocha - Catequista e Formadora


LINK PARA O ARQUIVO EM SLIDES:

https://docs.google.com/presentation/d/18O4VBg74rgFBzNtbNe17FKTSQ8kf-sx_/edit?usp=sharing&ouid=107383730316165916833&rtpof=true&sd=true

 

“Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor.”

(Cl 3,23)

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