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quinta-feira, 16 de outubro de 2025

CATEQUESE COM OS PAIS: UM CAMINHO DE REDESCOBERTA DA FÉ

 Muitas vezes se fala sobre a falta de envolvimento das famílias na catequese, mas poucas ações concretas são realizadas para inseri-las verdadeiramente nesse processo. O grande desafio é que, em muitos casos, essas famílias nem mesmo estão integradas à vida comunitária. Limitam-se, ocasionalmente, a participar de algumas celebrações da missa. 


É sabido e constantemente reafirmado que os primeiros catequistas são os próprios pais. No entanto, é necessário fazer as seguintes reflexões: Os pais estão realmente preparados para catequizar os filhos? Foram, eles mesmos, catequizados de forma adequada? Ou trata-se apenas, de cristãos batizados que receberam uma formação mínima, voltada quase exclusivamente para a recepção dos sacramentos da Eucaristia e da Crisma? Há, de fato, vivência de fé suficiente para ser transmitida aos filhos? É certo que ninguém pode oferecer o que não possui, sendo assim, não seria uma exigência excessiva cobrar da família algo que ela não tem condições de dar?

A catequese de adultos ainda é um campo pouco explorado nas comunidades. Parte-se, muitas vezes, do pressuposto de que, uma vez batizada e tendo recebido os sacramentos da iniciação cristã, a pessoa já está plenamente formada na fé. No entanto, a realidade mostra o contrário. Há famílias com realidades religiosas diversas — pai de uma denominação, mãe de outra, avós católicos, filhos sem qualquer formação sólida.

Não são raros os relatos de crianças e jovens que dizem: “Minha mãe vem à missa, mas meu pai não.” Ou o contrário. Há também aqueles que participam da catequese por influência dos avós. Que testemunho de fé é esse? Que tipo de educação é essa, em que os pais esperam dos filhos uma vivência que eles mesmos não assumem? Não são poucos os pais que se revoltam quando se pede que também se confessem antes da Primeira Eucaristia dos filhos. Alguns consideram a proposta um exagero. Há quem diga: “Por que devo contar meus pecados a outro homem?” e, no entanto, se declara católico.

Enquanto isso, os catequistas se empenham em ensinar às crianças o que significa ser cristão, enfrentando a contradição de uma fé ensinada na catequese, mas pouco vivida em casa.

É urgente tomar atitudes concretas. A catequese precisa de uma verdadeira “revolução”. É necessário envolver as famílias, trazer os pais de volta à fé, criar espaços de partilha, convivência e oração. A catequese com os pais não é algo opcional, é essencial. Sem ela, dificilmente haverá frutos duradouros. As famílias estão sedentas de reencontro com Deus e com a comunidade. Cabe à catequese abrir novamente esse caminho.

Experiências de Retiro com Catequizandos e Pais

A partir dessa reflexão, surgiu a vontade de realizar algo que envolvesse não apenas as crianças, mas também suas famílias. No início, a ideia foi promover um “retiro espiritual” com os catequizandos, um pouco antes da Primeira Eucaristia. A proposta era fazer uma celebração à noite, à luz de velas, recordando a Última Ceia e o gesto do lava-pés. Assim foi feito em um dos anos. No entanto, percebeu-se que, para as crianças, o momento não teve o alcance desejado. Aos dez ou onze anos, ainda lhes falta maturidade para vivenciar plenamente esse tipo de experiência. Alguns pais que acompanharam sugeriram que o retiro deveria envolver toda a família.

No ano seguinte, tentou-se outro formato: um retiro de dia inteiro com as crianças, no meio do ano, com almoço, lanche e missa. Contudo, a experiência se mostrou cansativa e pouco proveitosa. As crianças se entediaram, o local não agradou, e as catequistas terminaram o dia exaustas. No final do ano, repetiu-se a experiência à noite, na sexta-feira anterior à Primeira Eucaristia. Mesmo dividindo as turmas, manter oitenta crianças em silêncio, à luz de velas, foi uma tarefa quase impossível. Além disso, havia uma incoerência: buscava-se celebrar a Eucaristia antes mesmo que as crianças a recebessem pela primeira vez.

Finalmente, no ano seguinte, o grupo de catequistas decidiu mudar a proposta. O retiro foi realizado fora da igreja, em um espaço amplo e agradável, com área verde, onde as crianças puderam brincar e se divertir. Jogaram bola, fizeram corrida do saco, cabo de guerra e participaram de uma gincana bíblica. O mais importante, porém, foi que o retiro foi planejado para as famílias.

Foram convidados pais, avós, irmãos, tios, primos e amigos — todos que quisessem participar. Cobramos uma pequena taxa para cobrir as despesas do almoço e do lanche da tarde, e pedimos aos pais que levassem os refrigerantes. Começamos às 11 horas com a acolhida das famílias. Após as boas-vindas e uma oração pedindo a bênção para o dia, partilhamos um almoço simples e saboroso.

Em seguida, formamos grupos e iniciamos a gincana. Foi um momento de alegria e comunhão: pais, avós, filhos e primos correram, procuraram versículos na Bíblia, responderam perguntas sobre fé e se divertiram juntos. Às 15 horas, enquanto as crianças continuavam brincando, convidamos os adultos para um momento especial. Fizemos com eles um “encontro de catequese”, semelhante ao que os filhos vivenciam ao longo do ano.

Com um roteiro preparado pelo Pe. Luiz Baronto, realizamos a “Ação de Graças pela Eucaristia”. Foi um momento profundo e comovente. Muitos pais se emocionaram e deram testemunhos sinceros, expressando o quanto sentem falta de encontros de fé e de partilha comunitária.

Em duas experiências realizadas, participaram entre 60 e 80 pessoas — entre pais, familiares e catequizandos — em momentos de convivência, oração e alegria. É claro que nem todos compareceram, mas os que estiveram presentes saíram renovados e desejosos de repetir a experiência.

Foi possível constatar que atingir as famílias é possível, sim. Basta um pouco de boa vontade, tempo e disposição para servir. É preciso estar pronto para “perder” um dia da semana com reuniões e preparativos, e um domingo inteiro com os catequizandos e suas famílias. A presença da própria família do catequista também é importante, pois somos todos Igreja, parte da mesma comunidade de fé.

Guardo com carinho a lembrança de uma catequizanda cujos pais são separados. Ela participou do retiro com o pai. Fiquei muito feliz em vê-los juntos. Depois, ela me disse: “Catequista, meu pai não queria ir... mas depois me disse que adorou ter ido.” E o pai não costuma participar da vida da Igreja, mas foi um dos mais animados na gincana. Vi a alegria nos seus olhos, e também as lágrimas durante a oração. Aquele encontro o tocou profundamente. E foi nesse instante que percebi: quando a fé se torna experiência vivida em família, a catequese cumpre sua missão mais primordial: Evangelizar.

O que as comunidades precisam pensar, é criar um Projeto de Catequese Familiar ou com a Família, tornando parte do itinerário catequético por etapas. Ou, investir no Catecumenato de Adultos focando as pessoas que se encontram afastadas. Não tenha medo de oferecer o Catecumenato a quem já tem os sacramentos, muitas vezes, é isso que os pais precisam.

Ângela Rocha
Catequista e Formadora
Graduada em Teologia pela PUCPR

 
                           Encontro com os Pais       Projeto de Catequese Familiar
Catequese para Famílias e Crianças que estão iniciando

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