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segunda-feira, 7 de abril de 2025

FALTAS NOS ENCONTROS DE CATEQUESE: O QUE FAZER?

Imagem: Geo - Gestão escolar

Mais uma vez a questão é: o que fazer com os catequizandos(as) que faltam nos encontros de catequese?

Está mais do que claro que não estamos conseguindo fazer a evangelização acontecer plenamente. E não se trata de "culpa" minha como catequista, ou dos pais, dos padres ou de quem quer que seja. É todo um processo que precisa ser analisado e refletido a luz desta nova "era" que estamos vivendo. Desta nova época onde prevalece o individualismo e falta de pertença social.

Cada vez que uma catequista pergunta sobre a necessidade de "comprovante" de missa ou com quantas faltas se "reprova" na catequese, mais aparente fica o tamanho do nosso despreparo.

Não, não devemos "reprovar", excluir ou negar sacramento a uma criança. Pode ser que hoje ela não entenda do que se trata, esteja ali porque o pai e a mãe acham que deve, sem eles mesmos saberem porque professam a sua fé, mas, fechar a porta da Igreja a família, não é solução. É evidente que precisamos antes, evangelizar os adultos, aqueles que são responsáveis pelas idas e vindas das crianças.

E pensemos nesta questão: Os pais de hoje, foram catequizandos ontem, não foram? Como é que a gente pode jogar a "culpa" sobre os ombros deles? Em que Igreja eles foram iniciados? Não foi nesta mesma onde somos catequistas? Será que a catequese deles não teve os mesmos problemas? Será culpa dos avós e assim por diante?

A catequese católica tem diretrizes universais. Basta ler os diretórios de catequese da Santa Sé adaptados no Diretório Nacional. Em nenhum deles diz que alguém pode "reprovar" na catequese, pelo simples fato de que catequese não é "curso" para adquirir sacramento, nem o sacramento é um diploma. Se existir uma orientação "paroquial" para essa "reprovação", com certeza ela é uma elucubração mirabolante de alguém. Não tem respaldo do papa, com certeza.

Este modelo "obrigatório" de presença na Igreja não funciona para a conversão e o seguimento verdadeiro. Fosse assim não teríamos essa “fuga” em massa da Igreja. O que acontece é que esquecemos que a evangelização é um tripé: anúncio/conversão = catequese = seguimento. Uma coisa não acontece sem ser precedida da outra.

Ao invés de discutirmos o "remédio" para esta dor, deveríamos estar pensando no que causou a doença, para, então, buscar a cura. Por que uma criança que está na catequese falta tanto, e não vai à missa? Não tem alguma coisa mais profunda aí do que a "preguiça" dos pais? Será que a obrigatoriedade e a "reprovação" são mesmo características cristãs? Será que a fé pode ser "ensinada"? A fé é adquirida numa "escola"? Não estamos esquecendo o que Jesus fazia? "Deixai vir a mim as criancinhas...", que traduzindo nada mais é do que Amor, acolhimento, perdão, abraço. E acho que isso combina mais com catequista do que azedume, revolta, exigências, regras, normas...

A criança falta hoje? Mande um whatsapp perguntando o porquê. Vá à casa dela. Converse com a família. Não espere a segunda falta. Não deixe para o final do ano. Você não é um discípulo missionário de Jesus? Vá fazer missão! Se entre todos os compromissos da criança, a Igreja está em último lugar, tente convencer os pais a colocar em primeiro. Torne-se amigo da família e presença na vida do seu catequizando.

Chame os pais para a catequese familiar. Não faça "ameaça", faça convite. Não desista desta família, foi ela que procurou a Igreja primeiramente. Dê uma chance a ela, duas, três... Jesus não veio para os "sãos", veio para os doentes, para aqueles que precisam Dele, seja esse "rosto" de Cristo, imprima esta marca nas suas atitudes.

Se tudo fosse perfeito e todo mundo abraçasse a Igreja desde o nascimento, a Igreja não precisaria de nós. O catequista existe, porque existem pessoas a catequizar.

Ângela Rocha - Catequista e formadora
Graduada em Teologia pela PUCPR.



Um comentário:

Anônimo disse...

Esse artigo mudou meu modo de pensar.