NA MISSA É VIVER A PAIXÃO E MORTE REDENTORA DO SENHOR
Na audiência geral desta última
quarta-feira, o Papa deu início a uma nova série de catequese, centrada sobre a
Eucaristia, pois que – disse – é fundamental para os cristãos compreender bem o
valor e o significado da Santa Missa.
Não podemos esquecer – frisou – o
grande número de cristãos que ao longo da história da Igreja – ontem e hoje –
resistiram e resistem até à morte para defender a Eucaristia. E deu o exemplo
de um grupo de cristãos que no ano 304, no Norte de África, foram detidos
porque celebravam a Missa. E à pergunta porque o faziam se era proibido,
responderam que “não podiam viver sem o domingo”, ou seja sem
celebrar a Eucaristia. E foram mortos por isso, deixando o testemunho de que se
pode renunciar à vida terrena, mas não à vida eterna.
E antecipando que Eucaristia significa
agradecimento a Deus, Pai, Filho e Espírito Santo que nos envolve e nos
transforma na sua comunhão de amor, o Papa afirmou que nas próximas catequeses,
vai debruçar-se sobre a Eucaristia e a Santa Missa, para descobrir como,
através deste mistério da fé, resplandece o amor de Deus.
Um dos intentos fortes do Concílio
Vaticano II era levar os cristãos a compreender a grandeza da fé e a beleza do
encontro com Cristo; com esse objetivo, sob a guia do Espírito Santo, deu
início a uma adequada renovação da Liturgia, pois é dela que a Igreja
incessantemente vive e é graças a ela que se renova. Um tema central, que os
Padres Conciliares sublinham, é a formação litúrgica dos fiéis, indispensável
para uma verdadeira renovação. E esta é precisamente a finalidade do ciclo de
catequeses que hoje tem início:
“Crescer na consciência deste grande
dom de Deus que nos deu a Eucaristia. A Eucaristia é um acontecimento maravilhoso
no qual Jesus Cristo, nossa vida, se faz presente. Participar na Missa “é viver
mais uma vez a paixão e morte redentora do Senhor. É uma teofania: o Senhor se
faz presente sobre o altar para ser oferecido ao Pai para a salvação do mundo.
O Senhor está ali presente conosco.”
Acontece, porém, muitas vezes, que
estamos ali a conversar, a olhar para o lado, distraídos, a achar que a Missa,
ou melhor o Padre, é chato, tudo sem nos darmos conta realmente que é o Cristo
que está ali. No entanto, se viesse aqui o Presidente da Republica, todos
gostaríamos de aproximar dele, de o cumprimentar – disse Francisco que
recomendou:
“Não vos esqueçais: participar na
Missa “é viver mais uma vez a paixão e morte redentora do Senhor” .
O Papa convidou depois a pôr-se algumas
perguntas simples como, por exemplo, porque fazemos o sinal da cruz e o ato
penitencial no início da Missa. Significa que somos redimidos com a Cruz do
Senhor; e as leituras, porque estão ali? Porque três leituras aos domingos e
duas nos outros dias? Ou então, porque é que a dado momento o sacerdote que
preside à celebração diz: “Coração ao alto?” Não diz: “Ao alto os nossos
celulares para tirar fotos, eh!”, Não, é uma coisa feia, eh! E digo que a mim
dá tanta tristeza quando celebro aqui na Praça ou na Basílica e vejo tantos
celulares elevados não só dos fieis, mas também de alguns padres e mesmo
bispos. Mas, por favor! “A Missa não é um espetáculo: é ir ao encontro da
paixão, da ressurreição do Senhor. Por isso é que o sacerdote diz: “Ao alto os
nossos corações”. O que quer dizer isto? Recordai-vos, nada de celulares”
O objetivo do Papa é levar os fieis a
redescobrir o que é essencial, através do que se vê e se toca na celebração dos
Sacramentos. A este respeito recordou que a exigência posta pelo Apóstolo São
Tomé para crer em Jesus ressuscitado – ou seja, ver e tocar as chagas no corpo
de Jesus – nasce do nosso desejo de poder, de algum modo, «tocar» Deus para
crer n’Ele. O que São Tomé pede ao Senhor é aquilo de que todos nós sentimos
necessidade: vê-Lo e tocar n’Ele, para O reconhecermos.
Os Sacramentos são a resposta de Deus a
esta necessidade humana. Sinais do amor de Deus, os Sacramentos, e de forma
particular a Celebração Eucarística, são caminhos privilegiados para nos
encontrarmos com Ele. Para viver cada vez mais plenamente a nossa relação com
Deus é fundamental compreender bem o valor e o significado da Santa Missa –
rematou o Papa pedindo a Nossa Senhora para nos acompanhar neste novo troço da
caminhada em direção à redescoberta da beleza que se esconde na celebração
eucarística e que, uma vez, desvendada, dá sentido pleno à vida de cada um de
nós.
RADIOVATICANA.VA
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