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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

DOC 107 - IVC - UM BREVE RESUMO



DOCUMENTO 107: INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ, ITINERÁRIO PARA FORMAR DISCÍPULOS MISSIONÁRIOS

O Documento 107, fruto de uma longa caminhada da igreja, foi aprovado pelos Bispos do Brasil em sua 55ª Assembleia, no ano de 2017, em Aparecida- SP e recebe o número de 107 da coleção azul da Conferência (CNBB). 

Sugiro a visualização do vídeo com explicações de alguns dos envolvidos:

O documento oferece novas disposições pastorais para a iniciação à vida cristã, presente nas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora desde 2011. O documento revela o propósito dos bispos em buscar novos caminhos pastorais e reconhecer que a inspiração catecumenal é uma exigência atual. Com a Iniciação à Vida Cristã a Igreja formará discípulos conscientes, atuantes e missionários. Em seis passos o documento apresenta os processos de iniciação ao discipulado de Jesus.

A Igreja não deve funcionar por “gavetas”: Dízimo, Catequese, Liturgia, etc. A Iniciação a Vida Cristã deve perpassar por tudo, transformar católicos em discípulos de Jesus.

Principais eixos:

§  A Família é o BERÇO da Iniciação à Vida Cristã
§  A Comunidade Igreja é a CASA da Iniciação à Vida Cristã
§  Inspiração catecumenal: proporcionar um encontro pessoal com Jesus Cristo e criar um sentimento de pertença à sua Igreja
§  Centralidade da Palavra de Deus
§  Centralidade do Mistério Pascal de Cristo, a missa em comunidade, favorecer o entendimento da liturgia e seus símbolos.
§  Acontece por etapas: Querigma, Catecumenato, Purificação e Iluminação, Mistagogia
§  A figura do introdutor: disposto a acompanhar a caminhada de fé do iniciante, mostrar Jesus, dizer de sua vida cristã para o outro, saber ser próximo (ícone João Batista). Para as crianças pode-se chamar os padrinhos e familiares como introdutores.
§  Catequese querigmática e mistagógica

Consequências:

§  Redimensionar o papel do catequista dentro da IVC
§  Agentes do processo de educação da fé: comunidade, família, introdutores, conselho pastoral paroquial, catequistas, liturgia, consagrados, diáconos, padres e Bispos.
§  Envolvimento da comunidade e de outras pastorais: batismo, catequese, liturgia, familiar
§  Refazer o calendário respeitando o Ano Litúrgico, marcando Batismos, Crisma e Eucaristia para o tempo Pascal.
§  Provocar questionamento – hoje se tem dificuldade
§  Igreja aberta e missionária
§  Adaptar o itinerário que foi pensado inicialmente para adulto para as crianças e adolescentes.

Necessidades:

§  Elaboração e seguimento de um Projeto Diocesano de Iniciação a Vida Cristã
§  “Fazer as pazes” com o tempo em uma época de urgências, não fazer correndo e queimar etapas.
§  Formação e envolvimento para os presbíteros e agentes de pastorais
§  Catequistas preparados, com processo de formação estruturado (catequese, Bíblia, liturgia, espiritualidade). O catequista deve ser orientado para SER + SABER + SABER FAZER
§  Investimento em formadores
§  Novas disposições pastorais: perseverança, docilidade, sensibilidade, trabalho em equipe
§  Boa preparação das celebrações
§  Experiência orante – ter o momento do dia para rezar
§  Desenvolver postura de escuta, com sensibilidade real quanto à situação pessoal do indivíduo
§  Voltar ao essencial, ao Evangelho de Jesus. Promover um segundo Anúncio/ Querigma aos batizados e crismados.
§  Grupo que possa acompanhar os adolescentes pós Crisma. Metodologia, temas e periodicidade adequados.

Desafios:

§  Igreja acolhedora
§  Envolver os padres e os agentes de pastoral para caminharem juntos
§  Processo lento e gradual
§  Tem que ser um projeto paroquial e não dos catequistas da paróquia
§  Busca da coerência
§  Mudança de vida, via da ternura
§  Inspiração catecumenal para inserção no Mistério de Cristo
§  Catequizar a geração NET – compreendendo a diferença entre comunidade (interdependência) e rede (autonomia). Entender que o virtual também é real e que temos que ter comportamento adequado nas mídias (o que postar, compartilhar, como tratar os outros), pois são como espelhos do indivíduo real.
§  Rever a possibilidade de adotar a sequência original dos Sacramentos da Iniciação: Batismo – banhar-se, Crisma – perfumar-se e Eucaristia – sentar-se à mesa.
§  Porque os pais pedem o Batismo para seus filhos?
§  A Crisma tem o sentido de sacramento da maturidade do Cristão?

O enfrentamento de um conflito é oportunidade de crescimento para os envolvidos, uma graça de Deus para que seja dado um passo qualitativo no serviço pastoral mediante a escuta, o diálogo, o respeito, a aceitação, o perdão, em busca do consenso possível (papel mediador do sacerdote).

Breve resumo

O Documento 107 da CNBB está assim dividido: Introdução, 4 capítulos e conclusão.

INTRODUÇÃO

Em 2013, o Papa Francisco, fazendo eco ao Sínodo sobre a Nova Evangelização para a transmissão da Fé Cristã, afirmou que nos encontramos em uma nova etapa evangelizadora que deve ser marcada pela alegria e deve indicar rumos novos para a caminhada da Igreja.

É urgente a revisão de nosso processo de transmissão da fé. É preciso mover-nos a um processo de conversão pastoral e de aprendizagem; é necessário pensar e construir um novo paradigma pastoral; vivemos à procura de respostas sobre a vida, seu sentido e no fundo sobre nós mesmos. Faz-se necessário e urgente um NOVO CAMINHO PASTORAL que norteie e guie essa transmissão.

ITINERÁRIO CATEQUÉTIDO: INICIAÇÃO À VIDA CRISTÃ

CAPITULO 1 – ÍCONE BÍBLICO: trata da Iluminação Bíblica com o Evangelho do encontro de Jesus com a samaritana para destacar os passos pedagógicos para a conversão. O texto apresenta o itinerário a partir do “ícone bíblico” representado pelo encontro de Jesus com a Samaritana retratado no capítulo quatro do Evangelho de São João

“Tudo muda quando encontramos Jesus”

Era preciso que Jesus passasse pela Samaria, e diante do poço se encontrasse com a Samaritana para, assim, “travar” com ela um diálogo levando-a a reconhecer Nele a Água viva que mata toda sede. Fazendo então uma Catequese.

Jesus espera que tenhamos sede dEle.
Qual é a água que podemos dar para Jesus?
Encontro da necessidade humana com a graça de Deus. 
Conhecer é diferente de saber.
A salvação vem da fé em Jesus, Ele se abaixa para se mostrar à Samaritana, ensina-lhe gradativamente o que significa Adorar a Deus em Espírito e Verdade. 

CAPÍTULO 2 - VER: Narra a história do processo da iniciação cristã, que defende a necessidade da conversão pessoal, a partir do encontro pessoal com Jesus.

Faz-se necessário olhar para dentro de si com humildade.
Em primeiro lugar Deus fala para nós catequistas, ninguém sabe tudo. Procuremos deixar o Senhor falar através de nossa vivência e testemunho que falam até mais que o conteúdo exposto.
O encontro com Jesus provoca o Acolhimento. 
Fazer acontecer uma mística do encontro, sem rigorismo. 
Nunca se deve ter fé de gosto (do meu jeito), mas assumir o jeito de Jesus. Entregar se com amor e alegria a missão de testemunhar.

Será muito proveitoso ao catequista conhecer o Documento de Aparecida.
Deve conhecer também o documento Catequese Renovada (1983) e a proposta do Papa Francisco da Evangelii Gaudium. Há vários desafios atuais como intolerância, sectarismo, desestruturação da família, corrupção. Enfrenta-los sem desanimar.

CAPÍTULO 3 - ILUMINAR: Traz como a Igreja pretende implantar a Iniciação.

Temos que amar a Igreja como ela é e não como gostaríamos que ela fosse.
Um itinerário significa uma caminhada no qual é necessário um mergulho pessoal na fé. 

Nas urgências da Igreja com relação à evangelização hoje, devemos iniciar um diálogo com toda a sociedade sobre:
§  Igreja como Casa de Iniciação à vida cristã
§  Igreja em estado permanente de Missão
§  Animação Bíblica (nunca começar reunião de trabalho sem a luz da Palavra de Deus)
§  Formação de comunidades
§  Valorização da Vida

Utilização de temas que sejam atraentes, aprender com o catequizando, cada um deve se sentir pessoalmente envolvido, buscar o uso de símbolos, valorizar os ritos, mergulhar no mistério pascal de Jesus, participar de formação continuada, vivificar a relação filial com Deus que nos faz nova criatura. Testemunhar com vida de oração que Cristo é o Centro, anunciando-O com linguagem adequada. Promover a inserção tendo Maria como modelo de mãe.

Trazer as etapas no Quadro Geral e uma explicação quanto ao uso do RICA no que for pertinente (como inspiração).

É necessário um aprofundamento após a recepção do sacramento: Introdução aos Mistérios de Deus, aprender e viver os gestos; Não só falar da fé, mas viver a fé: Experimentar Deus além das aparências (Tempo da Mistagogia).

É preciso superar a divisão entre a Catequese e a Liturgia: Deus trabalhando na gente, salvando, purificando, libertando do mal (nós trabalhando para que Deus trabalhe em nós) colocando ao centro a Eucaristia.

Dentro de tudo procurar a coerência de vida (o catequista é exemplo de vida cristã).

CAPÍTULO 4 – AGIR E CONCLUSÃO: Mostra como colocar em prática a IVC a partir de um agir pastoral da Igreja.

Vislumbra-se um Projeto da Diocese para a Implantação da IVC, com centralidade na Palavra de Deus, Integração da catequese com a liturgia, Pastoral de Conjunto, atuação dos Conselhos Paroquiais, instrução, formação, recursos, etc.

A única e principal missão da Igreja é seguir o pedido de Jesus para “Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda criatura e batizai em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”. Em primeiro lugar faz-se um Anúncio; depois uma Catequese e por último a participação na Liturgia (sacramentos). Este caminho que visa formar discípulos (pessoas convictas da fé).

Hoje existe um abismo muito grande entre Liturgia e Catequese. 

Na catequese aprofundamos o conhecimento, as razões da fé católica, mergulhamos no mistério da pessoa de Jesus. O catequista é responsável pelos seus catequizandos. E sempre deve se perguntar: Eles estão preparados?

Os Sacramentos/Liturgia são como as núpcias em um casamento, momento áureo em que os catequizandos devem se aproximar com piedade e respeito. A caminhada cristã não se encerra na recepção do sacramento, ele faz parte de uma necessária inserção da vida da Igreja e da Comunidade.

A restauração do catecumenato tem que ser uma missão da Igreja, com a retomada do Querigma, anunciado de forma inteligente, atraente e convincente. Seguido por um aprofundamento bíblico, da Doutrina Social, Liturgia, Ecumenismo, etc.

Os sujeitos destinatários da IVC são as famílias, crianças, adultos, jovens, pessoas com deficiência e pessoas nas periferias existenciais, ou seja, todo àquele que quer, de maneira livre e pessoal, se aprofundar no mistério de Deus.

Os catequistas também devem fazer o itinerário, buscar o aprofundamento e formação continuada, além de buscar aprender com os seus catequizandos.

Deus nos abençoe nessa digna Missão de fazer ECOAR a PALAVRA DE DEUS.



Colaboração: Lilian V. F. Volpato

Fontes:
- Formação com D. Marcony- Arquidiocese de Brasília 30/09/2017
- Formação dos coordenadores de Catequese do Regional Centro Oeste sobre o Doc. 107 – Iniciação à Vida Cristã – Itinerário para formar discípulos missionários com Pe. Antônio Marcos Depizolli (set/2017).

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