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sábado, 9 de março de 2019

HOMILIA DO DOMINGO: A TENTAÇÃO DO DESERTO! VENCIDA POR AMOR...



HOMILIA DO 1° DOMINGO DA QUARESMA – ANO C
Ir ao deserto. Na primeira leitura, vemos que o Povo de Israel fundamenta a sua fé em algo bem concreto: Deus conduziu Abraão, e depois o Povo todo para um êxodo, uma saída. O Povo viveu uma experiência pascal, indo ao deserto e também experimentando um Deus que liberta r que faz aliança; mas também um Deus que põe à prova. Jesus[A1]  também vai ao deserto, preparando-se para o seu ministério que será uma grande Páscoa – a passagem da morte para a vida.

O deserto é o lugar da tentação. O Povo de Israel foi tentado ao viver uma experiência de total despojamento, o que o trouxe a tentação de desconfiar de Javé. Jesus, conduzido pelo Espírito, viveu esta experiência antes de sua vida pública. Os padres eremitas da antiguidade viam o deserto como o lugar de luta contra o demônio: no silêncio e na solidão se revela os males do interior dos eremitas. Ao se deparar com o seu verdadeiro eu, aprendiam a vencer aquilo que se opunha ao projeto de Deus.

Jesus é tentado no deserto. Jesus é humano em todas as suas ações, pensamentos e sentimentos: Ele sente sede e fome, fica frustrado com seus amigos, enfurece-se com os vendilhões, chora no túmulo de Lázaro, muda de ideia com a insistência da Cananéia... E tal fato se evidencia na tentação. Ele, como qualquer um de nós, é tentado a sucumbir, a falhar, a se render ao prazer, ao ter, ao poder... São essas as três forças que se opõem ao projeto do Pai, que foi assumido pelo Senhor:

1.    “Se és filho de Deus, manda que estas pedras se mudem em pão” (Lc 4, 3). É a tentação de buscar ser saciado a todo custo. Nós queremos ser saciados, precisamos de alimento, de abrigo, de proteção... Torna-se perigoso quando nos esquecemos a sacies do pão da Palavra. Deus não está a serviço de nossos caprichos, mas deseja antes que nos orientamos para sua vontade. Por isso, Jesus responde: ”Não de pão vive o homem! (Lc 4,4).

2.     “Eu te darei todo este poder e toda a sua glória...” (Lc 4,6). O diabo é o doador dos bens deste mundo. É fácil perceber como nos curvamos diante dos bens deste mundo. É preciso os extremos do acúmulo egoísta como aquele homem que guardou tudo no celeiro e foi surpreendido pelo fim da vida, como o extremo do consumismo que realiza a busca da felicidade na obtenção dos bens anunciados pela mídia, proclamados como segurança.

3.    “Se és filho de Deus, atira-te daqui para baixo!” (Lc 4,9). É a tentação de se usar o poder para o exibicionismo, em benefício próprio. Também queremos o prestígio, o reconhecimento, a fama, o respeito. Somos tentados a fazer o mau uso do poder para obter tudo isso. Pais, mestres, chefes, religiosos... De alguma forma, todos nós temos algum poder. O que fazemos com ele?

O Diabo se afastou e voltará no tempo oportuno. Não apenas para tentar a Jesus, mas para tentar a cada um de nós. É tempo de tomarmos consciência de nossa fraqueza, certos de que eliminar todo o mal do coração é um processo para a vida toda.

Pe. Roberto Nentwig
Arquidiocese de Curitiba - PR


FONTE: NENTWIG, Roberto. O Vosso Reino que também é nosso. Reflexões Homiléticas - Ano B. Curitiba; Editora Arquidiocesana, 2015. pg. 79.

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