Eu acredito que ser catequista é muito mais que ir à Igreja em encontros semanais, ir à missa toda semana, participar de reuniões, formações e retiros. A gente pode ser catequista em todos os lugares e não só na Igreja. É preciso estar comprometido com tudo que acarreta ser um discípulo missionário!
Numa das minhas viagens por aí, eu conheci o marido de uma catequista. Que era, sem saber, um grande "catequista"! Isso porque ele se diz ateu e não frequenta a Igreja, mas não se importa que sua esposa o faça e a apoia. Ele não o faz e tem ideias bem arraigadas sobre isso, deixa a esposa na porta da Igreja e volta buscar depois.
Mas, ele é uma das pessoas mais revestidas da "couraça" de Cristo que já conheci. Trabalha pela comunidade como nenhuma outra pessoa faz, e sem rezar um Pai Nosso! Ele se preocupa com o outro, ele trabalha pelo outro e FAZ pelo outro. Está sempre envolvido em projetos em prol do bem-estar da sua comunidade, trabalha pelo social, ajuda os necessitados, trabalha pela capacitação profissional daqueles que não tem condições. E gratuitamente! Sem retorno financeiro. Ele ama o outro sem precisar “ouvir” de Jesus que é isso mesmo que a gente tem que fazer.
Acredito mesmo que a Catequese é mesmo um "chamado"! Mas, mesmo aos chamados, respondemos se assim o queremos. E a caminhada, depende exclusivamente de nós. Ir ou ficar é da nossa vontade.
Ninguém
nasce catequista. Aqueles
que são chamados a esse serviço tornam-se bons catequistas por meio da prática,
da reflexão, da formação adequada, da conscientização de sua importância como
educadores da fé. E tudo isso não é voluntariado!
Deus te chama, Jesus te ensina o caminho, o Espírito Santo te dá forças, mexer as pernas é com você! E, evidente, ninguém enfrenta uma árdua caminhada sem estar preparado: sem levar água, alimento ou ter sapatos confortáveis. E é bom estudar o mapa da jornada (itinerário) também. Somente os desavisados e imprevidentes o fazem sem preparo. E, normalmente, desistem na primeira subida...
E digo mais, o que acaba comprometendo nossa missão na Igreja, é justamente o "voluntariado". Catequista não é só um mero voluntário. Catequista é um vocacionado!
O problema mesmo é quando o catequista age como um simples voluntário e se acha “voluntário”: não se acredita "chamado" para uma missão e sim executor de uma tarefa que pode deixar quando quiser; quando se aborrece com alguma coisa, quando não concorda com a coordenadora; não gosta da fulana, não vai com a cara da beltrana; não vai fazer cursos de formação... Aí é complicado!
Por isso eu prefiro ser "amadora"! rsrsrsrs...
O amador o é, enquanto está aprendendo e se aprimorando. Para um dia ser um “profissional” de verdade, comprometido verdadeiramente com a sua "profissão". Pois profissão, lembra especialização e comprometimento. A profissão também precisa gerar benefícios para a sociedade. Bom, aí vocês podem pensar que o profissional precisa ter como contraprestação dos seus serviços, o salário. E qual é o salário do Catequista? A realização!
OPA! Perái! Estou dizendo que catequista é profissão? Isso pode deixar os padres de cabelos em pé...
Não, não é uma profissão, mas, fica dentro daquilo que um profissional precisa fazer: formar-se, preparar-se para executar uma tarefa, fazê-la com competência e alegria. Quanto ao salário... vamos pensar que, com certeza, o salário dos justos é a vida eterna.
E o que me anima nesta vida é a expectativa de que no fim da minha jornada “de trabalho", me espera lá no final, naquela derradeira sexta-feira, um "happy hour" eterno, sentada com Aquele que me acompanhou pela vida afora: Jesus! E ali vamos conversar sobre os prós e os contras dessa missão tão importante...
Ângela Rocha - Catequista Amadora (ainda e sempre).
"Comunicar-se com os outros é dizer as palavras que o amor escolhe."
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