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segunda-feira, 5 de abril de 2021

FORMAÇÃO/CURSO SOBRE O CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA: DÚVIDAS

Levantamos as perguntas/dúvidas colocadas nos comentários das 4 partes do nosso estudo (postadas até agora), e procuramos trazer uma resposta a todos. Não se trata de respostas "fim", mas, de respostas que devem levar a uma reflexão sobre os diversos temas e, é claro, de correção se assim for necessário.

 

Suzana Lossurdo – 15 de março 2021 

Se o CIgC é um documento tão importante e atual, por que continua tão desconhecido? Eu já o conhecia, mas nunca tive oportunidade de estudá-lo.


Resposta: Eu faria a mesma pergunta a respeito de muitos documentos da Igreja. O que se percebe é que muitos catequistas não procuram aprimorar seus conhecimentos e nem são incentivados a isso. No entanto, há uma coisa interessante: até mais ou menos os anos 1970/1980, a catequese era feita exclusivamente pelo CATECISMO, praticamente não se usava as Sagradas Escrituras, da mesma forma, quase não havia leigos na evangelização (catequese). Quanto a continuar "desconhecido", isso vem mudando. Há uma esforço muito grande da Igreja em fazê-lo conhecido. Apesar de que, algumas vertentes consideram o CIgC excessivamente doutrinário e conservador e criticam a catequese de "catecismo". É preciso entender que as duas coisas são necessárias: em primeiro lugar a Sagrada Escritura e depois a doutrina que, junto com o magistério, são o tripé da Igreja.

Lesley Adami – 15 de março


É verdade que a grande maioria dos catequistas de hoje não tem acesso a este livro tão abrangente. Então podemos dizer que em 1992 foi entregue o Catecismo seguindo o seu percursor porém em uma linguagem mais didática a qual possibilita a consulta à maioria dos temas sobre nossa Igreja Católica, certo?

 

Resposta: O Compêndio do CIgC veio atender aos anseios do povo de Deus, por um resumo das doutrinas católicas que pudesse ser compreendida de maneira mais simples e direta. No entanto, o compêndio não deve ser usado na catequese.

 

Sabrina Pedrotti de Oliveira – 22 de março 2021

"Homens e mulheres precisam conhecer e amar a Deus". De que forma podemos fazer com que isso aconteça? Quando nos deparamos com pessoas/pais que querem que seus filhos recebam os Sacramentos, porém não são capazes de escutar e acolher a palavra de Deus e muitas vezes colocam à prova a doutrina cristã em que estão inseridos. Sabemos que muito é pela falta de conhecimento sobre o que nossa igreja nos ensina e orienta, e quando se negam a ouvir?

 

Resposta: Esta é uma pergunta difícil de responder. Contudo, a evangelização dos adultos é uma resposta. Pais “ausentes” da catequese dos filhos procuram a paróquia por questões culturais ou sociais. É preciso reverter isso. Sobre quando “se negam a ouvir”, temos dois caminhos: bater o pó das sandálias e partir para outra missão ou insistir. Cabe aqui, o discernimento do evangelizador.

 

Rose Olipe – 23 de março 2021

Bom dia, gostaria de saber qual o significado da letra G. Visto que CIC (Catecismo da Igreja Católica), não entendi o G.

 

Resposta: A resposta a esta pergunta está em nosso texto Parte III.

 

Lesley Adami – 26 de março de 2021

Eu já ouvi falar do Compêndio em algumas formações aqui na minha cidade, porém, efetivamente nunca o usei, por não tê-lo. Pelo que li, ele é mais " facilitado" no sentido de serem perguntas e respostas, sendo mais direto na dúvida. Correto?

 

Resposta: Sim, o compêndio no formato de perguntas e respostas, é mais direto e cita a fonte original no CIgC. O Catequista precisa sempre buscar a fonte original. A respeito dos documentos da Igreja, particularmente os da Santa Sé, todos estão disponibilizados no site do Vaticano. Basta digitar o nome do documento num site de busca e vocês serão direcionados ao site. Os principais documentos se encontram aqui:

http://www.vatican.va/archive/index_po.htm

A BÍBLIA

CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

COMPÊNDIO DO CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA

CÓDIGOS DE DIREITO CANÔNICO

CONCÍLIOS ECUMÊNICOS

ATOS OFICIAIS DA SANTA SÉ

COMPÊNDIO DA DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA

Também podemos encontrar todos os documentos dos PAPAS de Leão XIII a Francisco.


Adriana Vieira – 28 de março 2021

Tenho uma preocupação enquanto catequista sobre o catecismo, sei a importância dele para uma um bom trabalho, mas, minha dúvida é: Por que muitos padres não citam o documento em formações e, às vezes, parece que nem tomam ele como base de seu próprio anúncio?

Resposta: A questão de os padres não citarem o CIgC em formações, é um tanto relativista. Nem todas as formações se trata da doutrina católica. E não devemos colocá-lo como base do anúncio. Porque não anunciamos doutrina, anunciamos a Jesus Cristo, sua paixão e ressurreição. O Catecismo é um documento que interpreta a fé da Igreja Católica, mas, não é um documento de anúncio. Digamos que ele é a sequência da conversão, onde, a pessoa então convertida, busca as razões da fé da nossa Igreja. Seria importante lermos com bastante atenção qual é o “anúncio” ou “querigma” com o qual iniciamos a evangelização. Está no discurso de Pedro em At. 2,14-39. Ali Pedro oferece ao pregador o conteúdo do querigma: o anúncio de Cristo e de sua obra salvadora. Pedro, partindo do bom senso e do Antigo Testamento, anuncia àquelas pessoas vindas dos mais diversos lugares os pontos essenciais da fé: acreditamos em Jesus Cristo porque Deus tem dado testemunho dele, ele foi morto, ressuscitou, encontra-se exaltado à direita de Deus, enviou o Espírito Santo para conduzir sua Igreja. Ele é o Senhor e Cristo e diante dele todo ser humano está chamado a sentir-se interpelado, culpado e necessitado de salvação. E conforme diz nosso Catecismo:

“Deus quer a salvação de todos pelo conhecimento da verdade. A salvação está na verdade. Os que obedecem à moção do Espírito de verdade já estão no caminho da salvação; mas a Igreja, a quem esta verdade foi confiada, deve ir ao encontro de seu anseio, levando-lhe a mesma verdade. Ela tem de ser missionária porque crê no projeto universal de salvação” (Catecismo da Igreja Católica, nº 851).

De maneira sistemática, geralmente são indicados os seguintes temas quando se trata de anunciar o querigma: o amor de Deus, o pecado como desvio do caminho, a salvação em Cristo, a fé e a conversão, o Espírito Santo, a comunidade.

Cileine Silva – 04 de abril 2021

De início, tenho uma dúvida: o Diretório Nacional da Catequese, que é um outro documento, o seu conteúdo está fundamentado no CIgC?

Resposta: Sim e não. Tanto no DNC, baseado no DGC, quanto no novo Diretório para a Catequese de julho/2020 (Doc. Da Igreja 61), temos referência a ele. No entanto, um “diretório”, como o nome já diz, é um documento que disciplina o “como fazer” na catequese. Ele dá as bases e a direção que a Catequese deve tomar em suas várias instâncias. Usa o Catecismo como base, mas, não só ele: Usa a Bíblia, os documentos da Santa Sé, documentos das Conferências (Magistério), documentos dos Papas, documentos do Concílio Vaticano II etc.

Outra coisa que confunde um pouco os catequistas é achar que, tanto no Catecismo quanto nos diretórios, se encontram “roteiros temáticos” para fazer os encontros com os catequizandos. Não, não é assim. A Bíblia nos dá a base do anúncio do Reino, é por ali que se começa a pensar a catequese, o anúncio/querigma. O Catecismo é a interpretação desta fé desde os primórdios da nossa Igreja, traz a herança dos Santos padres (primeiros bispos/padres da Igreja), o testemunho de Santos e Santas e todo o conhecimento que o Magistério da Igreja nos trouxe até hoje. E esse Magistério continua a interpretar a fé por meio dos documentos dos diversos papas, dos Sínodos, das Congregações vaticanas etc.


Ângela Rocha
Catequista de Formadora

OBS.: Temos muitos comentários sem identificação, como "Anônimo" ou 'Unknow", e não consigo identificar quem fez. Se esse for o caso, por Gentileza, coloquem seus nomes no final do comentário, senão não consigo marcar como participante no curso! Geralmente isso acontece quando o e-mail de vocês não é do Google.




11 comentários:

Carla Bassoto disse...

Não anunciamos doutrina, anunciamos Jesus Cristo!
A doutrina, magistério da Igreja, nos auxilia no conhecimento da nossa fé! Carla Bassoto - Paróquia São Judas e São Dimas, Bauru/SP

Glória Santos disse...

Muito bom! A partilha é enriquecedora.

Ângela Rocha disse...

Obrigada meninas!

Eliane Cristina disse...

Suas explicações são ótimas, claras e objetivas.

Unknown disse...

Acredito que está faltando um pouco ensinar a doutrina do Catecismo, porque é também mostrar um caminho a ser seguido ,sem isso que sentido faria uma catequese que não,mostra o compromisso com a fe?
A experiência com Jesus precisa, antes ensinar, a criança que a vida é pra ser vivida em partilha e comunhão,é dom pra se colocar a serviço de Deus e O exemplo está nos santos a começar com a transformação de Abraão.Nao nós conformemos com este mundo é preciso descrusar os braços e plantar as sementes cultivando a terra,ou seja falando do amor de Deus ao próximo se morremos um dia, quem estamos deixando pra assumir ,Se não for assim não faz sentido ensinar.Que a experiência nas medicações faça um sentir atraídos pelo sentido verdadeiro que a catequese mostra que é levar a conhecer o caminho salvífico que é a Eucaristia e o resultado que ela precisa provocar num coração humano que é a transformação para um trabalho seja qual for mas que seja de fato para Deus e não para si só.Que Deus abençoe nos e vós abençoe.

Unknown disse...

O que escrevi,foi o que vejo com necessidade.
As suas Explicações são de alto ajuda preciso ver mais vezes , vi muito pouco ainda e já gostei

Sabrina disse...

Catequese ao meu ver é descobrir aos poucos o amor e a misericórdia de Deus, que nos mostrou e mostra a cada dia através de Seu Filho Jesus. É também uma provação da nossa missão, se não estamos dispostos a ouvir, entender, aprender e buscar, acabamos nós perdendo pelo caminho. Obrigada Ângela Rocha e toda a equipe de formação.
Sabrina Pedrotti de Oliveira

roseliktqz disse...

As dúvidas e confusão quanto a finalidade, objetivo do ministério da catequese na Igreja e a sua relação com o CIgC, estão bem esclarecidas nos Ditetórios para Catequese da Santa Sé, como no Diretório Nacional de Catequese da CNBB. Neste último,tem um parágrafo citando uma fala de São João Paulo II. "Na catequese, quando se fala em conteúdo, pensa-se em geral na doutrina e na moral. Essa visão afeta o encaminhamento do processo catequético. Mensagem é comunicação de algo importante.João Paulo II afirmou enfaticamente:"Quem diz mensagem diz algo mais que doutrina. Quantas doutrinas de fato jamais chegam a ser mensagem. A mensagem não se limita a propor ideias: ela exige uma resposta, pois é interpelação entre pessoas, entre aquele que propõe e aquele que respinde. A mensagem é vida.(cf. DNC 97). A partir do parágrafo 123 ao 126 do DNC trata-se especificamente do CIgC.
É BOM CONFERIR!😉📚

Ângela Rocha disse...

POR FAVOR, coloquem SEUS NOMES nos comentários... Aqui pra mim aparece "Unknown disse..." nos 2 comentários feitos antes da Sabrina...
Seria interessante responder, mas, não sei a quem...

Ângela Rocha

Ângela Rocha disse...

Roseli, faremos mais tarde uma correlação entre os diretórios de catequese e o Catecismo. Vai elucidar esta questão de usar o Catecismo ou a Bíblia na catequese.

Mônica Konzen disse...

Ele é o Senhor e Cristo e diante dele todo ser humano está chamado a sentir-se interpelado, culpado e necessitado de salvação

Gostaria de saber se nesta citação, respondendo a pergunta da Adriana, do dia 28, a palavra a sentir-se culpado é adequada ? Me passa a sensação de uma teologia triste, penitencial. Eu entendo que devamos levar a alegria de já termos sido salvos. Salvos do quê? Aí sim, faria sentido o chamado a conversão constante, ao reconhecimento das nossas limitações. Qual é a mensagem principal neste sentido que o CIgC nos traz? P.S. eu ainda não conheço-o. Estou aprendendo.