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Amados e amadas em Cristo, vamos juntas refletir o texto do Evangelho de Mt 9,9-13,18-26. Estamos no Tempo Comum, que se estende do fim do ciclo pascal (terminado no domingo de Pentecostes) até o início do Advento, somando 28 a 30 semanas. Esse tempo após Pentecostes, os textos bíblicos lembram a continuação das obras salvíficas de Deus e chamam as pessoas a ser seguidoras de Jesus Cristo por meio de suas palavras e ações. Os textos chamam a atenção para a prática correta da vontade de Deus. O simples cumprimento da lei não implica “fazer” a vontade de Deus. A ortopraxias é uma chamada para que as pessoas se relacionem com Deus em fé e serviço, em que as ações sejam realizadas por amor a Deus e ao próximo que sofre.
A primeira parte, nos revela o amor do Pai através de Jesus, com suas atitudes de misericórdia e bondade, não somente perdoa os pecados, mas transforma o pecador em discípulo. Chamado de Mateus, que em Marcos é denominado Levi (Mc 2.14), o texto fala que ele é um homem que trabalhava na coleta de impostos. Havia naquela época tributos diretos e indiretos. A cobrança dos impostos na Palestina era feita pelo sistema de arrendamento. O Império Romano e os governos locais terceirizavam essa atividade, arrendando-a por um ou mais anos a pessoas que pagassem antecipadamente o valor mais alto pelo conjunto de tributos e taxas que seriam cobrados em determinada região ou cidade. São pessoas ricas, que firmavam contratos arriscados e que tentavam tirar, durante o período da coleta, além do capital investido, também o seu lucro, usando, muitas vezes, artimanhas e trapaças, não muito diferente de hoje. Onde os poderosos pisam nos mais fracos, impossibilitando-os muitas vezes de lutar por sua dignidade.
Se a primeira parte fala do chamado a conversão, da prepotência dos poderosos e nos revela a misericórdia de Deus, que todos somos seus filhos e filhas, que por mais que erramos Deus não nos abandona, a segunda parte revela a força da fé, a cura dos nossos males, que basta pedir e esperar com paciência o tempo do Pai. A ressurreição é o pano de fundo da segunda metade, quando um funcionário pede que Jesus toque sua filha, acredita que ela vai acordar. A fé e o toque de Jesus cura. E como estamos hoje? Temos essa fé madura, que nos fortalece ou continuamos sendo imediatistas?
Estamos nos preparando para sermos irmãos, irmãs que acolhem, que amam, que perdoam, que se reconhecem pecadoras. O Senhor está nos dizendo hoje: “Quero misericórdia e não sacrifício”. Não adianta caminharmos senão converter o nosso coração, que saibamos acolher aqueles que o mundo despreza, aqueles a quem não olhamos com um bom olhar, que consideramos como “pessoas que não servem”. Mas são elas que servem para Deus, a elas que devemos buscar.
Maristela Bonim
CEBI-RO
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