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quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

CALENDÁRIO ECLESIÁSTICO: O QUE É?


É o calendário oficial da Igreja Católica Apostólica Romana, sendo adotado, via de regra, em todos os países católicos e também em alguns protestantes. Ele é misto, sendo regulado tanto pelo ano solar como pelo lunar, dando origem às festas MÓVEIS.

Este calendário estabelece todos os anos, as datas das festas Móveis da Igreja, como a a Páscoa, Pentecostes, Corpus Christi, etc.

POR QUE A IGREJA ESTABELECEU AS FESTAS MÓVEIS?

Todas as festas da Igreja que tem como ponto de referência a Páscoa, são denominadas festas móveis porque são baseadas no calendário lunar (judaico) e adaptadas ao nosso calendário (gregoriano). Comecemos relembrando, em resumo, o significado da Páscoa Judaica e da Páscoa Cristã: 

PASCOA JUDAICA: No Antigo Testamento, Moisés, sob a guia divina, tornou-se chefe do povo oprimido que se encontrava sob o jugo dos egípcios, adversários do povo eleito, sob o comando do Faraó que usava de seus poderes terrenos para contrariar os planos divinos. Deus manifesta seu poder através de Moisés, mediante diversos sinais e castigos, mas o coração endurecido do Faraó não acena com nenhum sinal de arrependimento. Durante a libertação do povo guiado por Moisés, Deus institui a celebração da Páscoa através de Moisés e Aarão, mandando dizer a toda a assembleia de Israel que tomasse um cordeiro que deveria ser imolado em data determinada, devendo seu sangue ser tomado, posto sobre as duas ombreiras e sobre a verga da porta da casa. Deus disse ainda que naquela noite passaria através do Egito para exercer sua justiça, ferindo de morte os filhos primogênitos dos Egípcios, mas que passaria adiante das casas marcadas com o sangue do cordeiro. E Deus mandou seu Anjo, e assim foi feito. 

“Conservareis a memória daquele dia, celebrando-o como uma festa em honra do Senhor: Fareis isto de geração em geração, pois é uma instituição perpétua”. (Ex 12, 14).

Desta forma ficou instituída a Festa da Páscoa, comemorada até os dias atuais pelo povo judeu. O extermínio dos filhos dos egípcios testemunha que o povo eleito, libertado, terá que viver daí em diante, no temor de Deus e reconhecido o seu grande benfeitor. (Veja a instituição da Páscoa no Livro do Êxodo, cap. 12).

PÁSCOA CRISTÃ - A instituição da Páscoa Cristã encontra-se na imolação de Cristo. Enquanto na primeira festa de Páscoa Deus liberta o povo da escravidão e proclama a sua Aliança com o povo de Israel, na segunda, o próprio Deus torna-se o Cordeiro Imolado para libertar o povo do jugo do pecado e do demônio. Desta vez, o Sangue de Jesus, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, liberta toda a humanidade com sua Paixão, Morte e Ressurreição. 

Purificai-vos do velho fermento, para que sejais massa nova, porque sois pães ázimos, porquanto Cristo, nossa Páscoa, foi imolado”. (I Cor 5, 7).

CALENDÁRIO DAS FESTAS MÓVEIS


Observações:
1) A Festa do Sagrado coração de Jesus Comemora-se sempre no 2º. Domingo após Pentecostes
2) * ”Paixão”, acima, refere-se à sexta feira que antecede a Páscoa. Não confundir com “Domingo da Paixão” (hoje o 5º. Domingo da Quaresma) que é o Domingo que antecede Ramos.

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Memorizados os aspectos centrais da Páscoa Judaica e da Páscoa Cristã, recordemos que Jesus veio ao mundo em cumprimento das Escrituras e por Seu desígnio foi crucificado justamente no dia da preparação da festa da Páscoa, para que, a partir de sua Paixão, Morte e Ressureição fosse instituída a Nova Aliança. Para que fosse instituída a grande e solene Páscoa, como num reflexo pleno da primeira festa de Páscoa.

CONCLUINDO: Como a festa da Páscoa Judaica, coincide exatamente com o dia da imolação de Cristo, estabeleceu-se já naquele momento, por desígnio de Deus, o dia 14 de Nisã (do calendário judaico ou hebraico), como data de referência à comemoração da Páscoa Cristã. (Encontro da Primeira com a Segunda Aliança).

Assim, a Páscoa judaica é sempre celebrada na 1ª lua cheia da primavera do hemisfério norte, na noite de 14 para 15 de Nisã. A Páscoa Cristã ficou fixada como o 1ª Domingo posterior à referida 1ª lua cheia, ou seja, no primeiro domingo após a comemoração da Páscoa dos Judeus. 

Como o calendário judaico é baseado nos ciclos da lua, explica-se os motivos da variação em nosso calendário, que é solar e por isso, para nós, o Domingo de Páscoa varia entre 22 de março e 25 de abril. 

O Carnaval apesar de ser uma festa pagã, também se move com o calendário eclesiástico e é sempre comemorado sete domingos antes do Domingo de Páscoa. As festas são permitidas até a quarta-feira de cinzas, quando se inicia a Quaresma, tempo de 40 dias de jejum e abstinência em preparação à festa da Páscoa, ou seja, data que celebramos a Ressurreição de Cristo. 

FESTAS MÓVEIS: Tem por referência a Páscoa e são as seguintes:

Obs.: A Festa do Sagrado coração de Jesus Comemora-se sempre no 2º. Domingo após Pentecostes.

PRINCIPAIS FESTAS FIXAS

Como o próprio nome sugere, “festas fixas” são aquelas cujas datas de comemoração não variam, permanecem sempre imutáveis conforme estabelece o Calendário Romano Geral. São tipificadas por Festa ou Solenidade. As demais comemorações que não pertençam à grade abaixo, por exemplo, de um santo padroeiro, são tipificadas em Memória.


JUBILEU DA MISERICÓRDIA – 08/12/2015 a 20/11/2016

"Decidi convocar um Jubileu Extraordinário que tenha o seu centro na Misericórdia de Deus. Será um Ano Santo da Misericórdia." (Papa Francisco, 13 de março, 2015).

Com estas palavras, o Papa Francisco anunciou o Jubileu da Misericórdia para o Ano de 2015/2016. Para compreenderes melhor este “ano santo”, vamos entender o que é um “Jubileu”.

Na verdade, jubileu é uma comemoração. A celebração do Jubileu católico tem origem no Jubileu hebraico, onde a cada 50 anos, durante um ano, chamado ano sabático, eram libertados escravos, as dívidas eram perdoadas e as terras deixavam de ser cultivadas, entre outras coisas. 

Estas comemorações são referenciadas na Bíblia, em Levítico (LV 25,8). Na tradição católica o jubileu tem também a duração de um ano, mas tem um sentido mais espiritual, consistindo no perdão dos pecados dos fiéis que cumprem certas disposições eclesiais estabelecidas pelo Vaticano (Indulgências).

A palavra Jubileu vem do hebraico "yobel" que faz alusão ao chifre do cordeiro que servia como instrumento. Jubileu provém também da palavra latina "iubilum" que significa "grito de alegria".

A celebração de um Jubileu ocorre durante um ano, daí que esse ano seja chamado "Ano Santo" ou "Ano Jubilar. A designação de "Ano Santo" começou a ser utilizada pelo Papa Sisto IV no Jubileu de 1475.

O Jubileu pode ser ordinário ou extraordinário. Se a celebração de um Ano Santo ordinário ocorre a cada 25 anos, o Ano Santo extraordinário é proclamado pelo Papa sempre que pretenda celebrar algum facto de forma especial. O Jubileu da Misericórdia, é um Jubileu extraordinário e o seu início foi oficialmente dia 8 de dezembro, dia da Imaculada Conceição, com a abertura da Porta Santa da Basílica de São Pedro. Neste dia celebrou-se também o 50º aniversário da conclusão do Concílio Vaticano II. O encerramento do Ano Santo será no dia 20 de novembro de 2016. Este é o primeiro jubileu desde o que foi convocado por João Paulo II, em 2000, para assinalar o início do terceiro milênio.

E por que temos a abertura de uma “porta santa”? A Porta Santa só se abre durante um Ano Santo e significa que se abre um caminho extraordinário para a salvação. Na cerimónia de abertura, o Papa toca a porta com um martelo 3 vezes enquanto diz: "Aperite mihi leva justitiae, ingressus in eas confitebor Domino" que significa "Abram-me as portas da justiça; entrando por elas confessarei ao Senhor". Depois de aberta, entoa-se o Te Deum e o Papa atravessa esta porta com os seus colaboradores.

O Papa Francisco justificou a convocação deste Ano Santo dizendo: “Pensei muitas vezes no modo como a Igreja pode tornar mais evidente a sua missão de ser testemunha da misericórdia. É um caminho que começa com uma conversão espiritual; e devemos fazer este caminho." 

E disse ainda: “ninguém pode ser excluído da misericórdia de Deus e a Igreja «é a casa que acolhe todos e não recusa ninguém. (...). As suas portas estão escancaradas para que todos os que são tocados pela graça possam encontrar a certeza do perdão. Quanto maior é o pecado, maior deve ser o amor que a Igreja manifesta aos que se convertem”.

Ângela Rocha
Catequistas em Formação

FONTES:
01 - Calendário Eclesiástico, OFS – Ordem Franciscana Secular do Brasil.
02 - Jubileu da Misericórdia, encontrado em
03 - Ano Santo da Misericórdia. Encontrado em:
http://pt.radiovaticana.va/news/2015/03/14/ano_santo_da_miseric%C3%B3rdia_%E2%80%93_do_papa_jubileu_extraordin%C3%A1rio/1129324

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