Mais um
ano se inicia... E o ano de 2016 traz uma novidade: mais um dia é acrescentado
ao ano! Afinal é...
ANO BISSEXTO...
Arte: Paulo Daniel Rocha |
MAS, COMO SURGIU O ANO BISSEXTO?
O homem,
sempre buscou na agricultura a sua sobrevivência. E a programação das épocas de semeaduras e
colheitas, eram baseadas no calendário das estações. Qualquer divergência neste
calendário afetava a agricultura, que era base da economia dos povos antigos. E
com o tempo o homem foi percebendo que nem sempre as estações coincidiam com a
mesma época do ano anterior, ou seja, não era possível colocar um número exato
de dias no ano.
Então, após
alguns cálculos dos astrônomos da época, no ano de 238 a .C., em Alexandria, no Egito, foi
decretada a adição de um dia a cada 4 anos para compensar a diferença que
existia entre o ano do calendário, com duração de 365 dias, e o ano solar com
duração aproximada de 365,25 dias, ou seja, de 365 dias + 6 horas. Com este
excesso anual de 6 horas, um dia extra deveria ser acrescentado ao calendário
oficial, a cada 4 anos, para evitar os deslocamentos das datas que marcavam o
início das estações.
Quase
200 anos depois, o ano bissexto foi introduzido no calendário pelo Imperador
Júlio César, que trouxe de Alexandria o astrônomo grego Sosígenes para
elaborá-lo (por isso o calendário era
chamado "Juliano", em homenagem ao imperador). As mudanças no
calendário eram necessárias porque o tamanho do ano não era um número inteiro
de dias. O calendário Juliano baseia-se no fato de que o ano se completa com
aproximadamente 365,25 dias. Para compensar essa fração, foi decidido
adicionar um dia extra a cada quatro anos.
Mas, onde acrescentar este
dia?
Foi
o "dia sexto antes das calendas de Março" (calendas era o dia representativo do início de cada mês no calendário
romano), que o imperador mandou repetir. Passou, assim, a haver, a cada
quatro anos, um dia, o "bis sextum
ante diem calendas martii", e lá está o tal "bis sextum" que acabou virando "bissexto". Nessa
época o ano começava em março e nada mais correto que acrescentar um dia no
último mês do ano, que era fevereiro. Esse calendário foi usado até o século
XVI, quando observou-se uma pequena discrepância entre o tamanho aproximado
(365,25 dias) e o real (365,24219 dias).
É interessante observar que
foram feitas tantas mudanças no ano 46 a .C., ano em que foi introduzido o
calendário Juliano, que ele acabou ficando com 445 dias e por isso foi
conhecido durante algum tempo como "ano da confusão"...
O ANO DURA NA VERDADE...
A duração exata do ano é 365,242199 dias. Esse não é um número inteiro de
dias, ou seja, o ano dura: 365 dias + 5 horas + 48 minutos + 47 segundos, que é
o tempo para que a Terra leva para dar uma volta completa ao redor do Sol. Por
causa da falta de precisão nas observações os antigos arredondavam para 365 dias
+ 6 horas. Porém se somarmos seis horas a cada ano em quatro anos as estações
ficam defasadas um dia. Por isso existe o ano bissexto, ou seja, a cada quatro
anos o ano tem 366 dias para que as estações não fiquem defasadas com o passar
do tempo. Se não houvesse o ano bissexto em 360 anos o inverno estaria
começando no outono, ou seja, o início de todas as estações, estariam atrasadas
90 dias. Em 720 anos o verão estaria começando no inverno!
Em 1582 o Papa Gregório XIII instituiu o
Calendário Gregoriano e as regras
para determinar o ano bissexto mudaram. Foi considerado que o ano com final
"00" de cada século (1600, 1700, 1800, 1900, 2000...) seriam
considerados bissextos somente se fossem divisíveis também por 400. De fato,
isto significou adotar uma média no tamanho do ano de 365,2425 dias, o que
causa um erro aproximado de 3 dias a cada 10.000 anos.
A pequena diferença que sobra só será detectada a cada 3.300 anos.
Desse modo, provavelmente no ano de 4.880 os astrônomos da época decidirão que
aquele ano não será bissexto para corrigir o pequeno erro do calendário (Só não
se sabe se existirão astrônomos ou calendários no ano de 4.880…).
Todos
os anos que sejam múltiplos de 4 mas que não sejam múltiplos de 100, com
exceção daqueles que são múltiplos de 400, são bissextos.
Que
confuso isso! Mas, resumindo:
1
- Todo ano divisível por 4 é
bissexto.
2
- Todo ano divisível por 100 não é bissexto.
3
- Mas se o ano for também divisível por 400 é bissexto.
Comparação entre Calendários
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Nome
|
Instituído em:
|
Ano Médio
|
Erro Anual Médio Aproximado
|
Fixo
de 365 dias
|
———
|
365 dias
|
6 horas (1 dia a cada 4 anos)
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Juliano
|
|
365,25 dias
|
11 minutos (1 dia a cada 128 anos)
|
Gregoriano
|
1582
|
365,2425 dias
|
27 segundos (1 dia a cada 3.236 anos)
|
A
adoção do calendário gregoriano foi feita nos países católicos em 1582, com a
eliminação de 10 dias, ou seja, 4 de outubro foi seguido por 15 de outubro. Nessa época foi também adotado o dia 25 de dezembro como
sendo o dia do Nascimento de Jesus, de modo a substituir uma festa pagã em
homenagem ao sol que acontecia nessa data, dois dias após o solistício de
inverno no hemisfério norte (o dia 23 de dezembro é o que tem a noite mais
longa do ano, no hemisfério norte, ou o dia mais longo, no hemisfério sul).
Este
calendário também estipulou que o ano começaria em primeiro de janeiro e não em março como era até então. Nos países não
católicos a mudança foi feita mais tarde; a Inglaterra e suas colônias fizeram
a mudança em 1752, onde o dia 2 de setembro precedeu o dia 14 de setembro e o
dia de ano novo foi mudado de 25 de março para primeiro de janeiro. Os países sob domínio da Igreja Ortodoxa demoram mais tempo
para fazer o ajuste e, no caso da Rússia, isso só foi feito após a revolução
comunista em 1918, com um erro que já se acumulava em 14 dias.
MAS, O QUE SÃO CALENDÁRIOS?
Arte: Paulo Daniel Rocha |
Os calendários surgiram da necessidade do homem de contar o tempo e controlar suas atividades. Inicialmente abrangiam pequenos períodos de tempo (dias e semanas) e posteriormente para programar os plantios e colheitas, determinados pelas estações. Mas a determinação precisa dos dias de início de uma estação e fim da outra só era feita por sacerdotes muito experientes, que tivessem financiamento para construir e manter os observatórios, que eram caros e precários, normalmente eram os reis que financiavam os sacerdotes, por isso, era difícil para os agricultores determinar o início e o fim das estações.
A
partir dessa necessidade os sacerdotes elaboraram os calendários que eram
registros escritos dos dias onde eram marcadas as datas de cheias, plantios e
colheitas. As estações ocorriam e ocorrem de forma regular a cada ano. Então,
bastava fazer a contagem correta dos dias e marcar os dias de início e fim das
estações como temos hoje (21 de junho início do inverno, 22/23 de setembro
início da primavera, 21/22 dezembro início do verão e 21 de março início do
outono). Os calendários atuais são formados por um
conjunto de regras baseadas nas Astronomia e em convenções culturais.
OUTROS CALENDÁRIOS...
Na antiguidade
a comunicação entre os povos e principalmente entre os sacerdotes de cada nação
era difícil devido a demora no transporte das informações, por isso trocar
informações era algo muito demorado para que os calendários fossem os mesmos.
Além disso cada rei queria impor sua autoridade e impunha o calendário que lhe
era conveniente. Por essas razões muitos calendários foram criados. Os
principais eram:
Calendário Babilônico: o ano não
tinha um número de dias fixo. Era dividido em 12 meses lunares de 29 ou 30 dias
cada o que somava 354 dias. Para acertar a data das estações do ano os
babilônios adicionavam um 13o mês a cada três anos, assim as
estações não ficavam muito defasadas com o passar do tempo, mas essa adição do
13o não era muito regular, por causa da dificuldade no
transito das informações. Também faziam a divisão do mês em semanas de sete
dias.
Calendário Egípcio: é um
calendário baseado no movimento solar. O ano tinha 365 dias, divididos em 12
meses de 30 dias que somam 360 dias e mais 5 dias de festas depois da colheita.
Eles tinham conhecimento de que o ano tinha 365,25 dias, mas até serem
invadidos pelos romanos no século I a.C. eles não faziam a correção de
adicionar um dia a mais a cada quatro anos.
Calendário Grego: baseado nos
movimentos solares e lunares, seguindo um padrão parecido com o calendário
babilônico, porém a intercalação do 13o mês era bem mais
bagunçada.
Os índios americanos: Maias,
Astecas e Incas, também tinham calendários baseados principalmente no mês
lunar.
Hoje em dia existem,
basicamente, três calendários em vigência no mundo. Um deles é o calendário que
nós usamos e que conta os anos a partir do nascimento de Cristo, ou seja, o ano
em que Cristo
nasceu foi o ano 1, outros são os calendários muçulmano e israelita que não
consideram o nascimento de Cristo e por isso apresentam anos diferentes do
nosso.
O calendário
israelita é baseado no babilônico. Uma curiosidade é que o dia desse calendário
como do muçulmano inicia-se com o por do Sol e não a 0:00h como o nosso calendário.
O primeiro dia de cada ano novo não pode cair na quarta, sexta ou domingo. Se
isso acontecer o início do ano é transferido para o dia seguinte.
As unidades básicas dos
calendários são os dias. Os dias normalmente são agrupados em porções maiores
que formam as semanas, que formam os meses, que se dividem em estações e por
fim, os anos. Esses agrupamentos ocorrem para facilitar a contagem como fazemos
naturalmente com os números. Os seres humanos tinham a necessidade de contar a
passagem do tempo e descobriram que a própria natureza se encarregou de
fornecer agrupamentos que ajudavam nessa contagem.
As semanas:
Existem dois
motivos que fizeram os antigos agrupar sete dias para formar uma semana, um
deles é baseado nas fases da lua. Se você observou as fases da lua irá perceber
que entre o quarto crescente e a lua cheia passam-se sete dias. Vimos que
muitos calendários são baseados na lua para formar os agrupamentos.
Outro motivo
que deu origem a esse agrupamento de sete dias para formar a semana eram os
astros visíveis no céu a olho nu. Na antiguidade podiam ser vistos sete astros
no céu e que não eram estrelas; o Sol, a Lua, e cinco planetas: Mercúrio,
Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. Por isso muitos povos deram a cada dia da
semana o nome de um desses astros. Em muitos idiomas esses nomes estão
presentes até hoje, veja a tabela abaixo.
Astros
|
Espanhol
|
Italiano
|
Inglês
|
Português
|
Sol
|
Domingo
|
Domenica
|
Sunday
|
Domingo
|
Lua
|
Lunes
|
Lunedi
|
Monday
|
Segunda-feira
|
Marte
|
Martes
|
Martedi
|
Tuesday
|
Terça-feira
|
Mercúrio
|
Miercoles
|
Mercoledi
|
Wednesday
|
Quarta-feira
|
Júpiter
|
Jueves
|
Giovedi
|
Thursday
|
Quinta-feira
|
Vênus
|
Viernes
|
Venerdi
|
Friday
|
Sexta-feira
|
Saturno
|
Sabado
|
Sabato
|
Saturday
|
Sábado
|
Os meses:
“Trinta dias tem novembro
Abril, junho e setembro
Fevereiro vinte e oito tem,
Abril, junho e setembro
Fevereiro vinte e oito tem,
se for bissexto mais um lhe deem.
E os outros que sete são
Trinta e um todos terão.”
E os outros que sete são
Trinta e um todos terão.”
Sua
origem em quase todos os calendários foram as fases lunares. Inicialmente os
meses tinham 28 ou 29 dias, mas isso fazia com que o ano tivesse 12,5 meses o
que dificultava um agrupamento coerente. Assim, os meses deixaram de ter
exatamente o número de dias das fases lunares para que o ano tivesse sempre 12
meses. A primeira idéia desses ajustes, no número de dias do mês, foi dos
egípcios que dividiram o ano em doze meses de trinta dias cada um e mais cinco
dias de festas para completar os 365 dias. O mês de fevereiro foi o único a ser
preservado para coincidir com o número de dias das quatro fases lunares.
O Calendário Romano primitivo possuía 10 meses de 30 ou 31 dias,
totalizando 304 dias, o que determinava uma falta de sincronia na relação
estações x calendário civil, ocasionando, por exemplo, a época correta para o
plantio e colheita. Mais tarde, sob o governo de Numa Pompilo, foi introduzido
o ano lunar, com 355 dias distribuídos em 12 meses, sendo acrescentados os
meses de januarius, (deus de duas caras) e februarius, (deus dos infernos e das
purificações), com o ano romano começando em março.
Quando resolveram sincronizar o ano com as estações, instituíram
que, entre os dias 24 e 25 haveria, a cada 2 anos, a intercalação de um décimo
terceiro mês, chamado Marcedônius. Contudo, a sistemática de intercalação foi
delegada aos sacerdotes que, nem sempre o faziam da forma correta, gerando uma
grande defasagem de dias.
Para sincronizar o calendário com as estações e evitar que novas
falhas viessem a ocorrer, o astrônomo alexandrino Sosígenes, no ano 45 a .C. assessorou o Imperador
Júlio César, introduzindo 90 dias ao ano de 45 a .C., que passou a ter 455
dias. Desta forma, Júlio César acertou o calendário e impôs que janeiro, e não
março, fosse o início do ano. Para eliminar a intercalação do décimo terceiro
mês, Júlio César redistribuiu pelos 12 meses os 11 dias que faltavam ao ano
lunar, para que ele se transformasse em solar, criando o Calendário Juliano.
Como o ano Juliano passava a ter 365,25 dias e o ano solar tem aproximadamente
365,2422 dias, seria adicionado a cada 4 anos um dia a mais no mês de
fevereiro, que passou a ter 30 dias, em lugar de 29.
Por ter corrigido o calendário, o senado homenageia o imperador,
determinando que o mês “Quintilis” (o quinto mês), fosse chamado de Julius. No
entanto, as intercalações não foram rigorosamente feitas até por volta de 8 d.C,
sendo no governo do imperador Otávio Augusto que elas passaram a ser feitas.
Por este motivo, recebeu reconhecimento do senado, que rebatizou o mês Sixtilis
(sexto mês) para Augustus, em sua homenagem.
Porém,
o imperador não aceitou que o mês de Julho tivesse 31 dias e o seu (Agosto)
apenas 30. Sendo assim, o mês de fevereiro cedeu 1 dia a Sixtilis, ficando esse
com 31 dias e fevereiro com 28 (ou 29 dias nos anos bissextos). Entretanto,
essa redistribuição de dias fez os meses de julho, agosto e setembro ficarem
com 31 dias. Para melhorar a redistribuição dos meses de 31 dias, subtraíram 1
dia de setembro e de novembro, passando-os para outubro e dezembro, resultando
na atual distribuição de dias pelos meses. O
calendário Juliano perdurou por aproximadamente 1.600 anos.
Arte: Paulo Daniel Rocha |
O Ano:
Sua
origem é comum em todos os calendários que é o período necessário para as
estações do ano voltarem a se repetir. Essa repetição coincide com uma volta
completa da Terra ao redor do Sol.
E COMO COMEMORAM SEU
ANIVERSÁRIO AS PESSOAS QUE NASCEM NO DIA 29 DE FEVEREIRO?
As pessoas que nascem no dia 29 de fevereiro
"só fazem aniversário a cada 4 anos"!
Se isso fosse verdade, só se obteria a licença
para dirigir automóveis quando se tivesse 72 anos de idade! Na verdade o
"primeiro aniversário" é calculado adicionando-se 365 dias à data de
nascimento. Ou seja, um bebê que nasceu no dia 29 de fevereiro de 2012
comemorou seu primeiro aniversário 365 dias depois que nasceu, ou seja, no dia
28 de fevereiro de 2013. O mesmo ocorreu em 2014 e em 2015 mas, a partir daí,
novamente faz-se como as outras pessoas, ou seja, adiciona-se 366 dias, pois o
ano seguinte será bissexto. O resultado será uma festa de aniversário de 4 anos
no dia 29 de fevereiro de 2016.
É comum, no entanto, que os nascidos no dia 29
de fevereiro comemorem de modo especial o seu dia de nascimento a cada 4 anos e
por isso são pessoas diferentes das demais.
É pena que muitos pais de crianças que nascem
no dia 29 de fevereiro fiquem com receio sobre a data de aniversário dos seus
filhos e acabem por fazer o registro civil como se os filhos tivessem nascidos
no dia 28 de fevereiro (ou 1 de março). Como resultado, não é fácil encontrar
pessoas que tenham nascido no dia 29 de fevereiro e possuam essa informação
corretamente registrada em seus documentos.
CONVERSÃO DE
DATAS
Você
sabia que dia 01 de janeiro de 2016 do
calendário gregoriano, corresponderia ao dia 19 de dezembro de 2015, no calendário Juliano? Ou seja, pelo
calendário do Imperador Júlio Cesar, estaríamos ainda há 12 dias do ano novo...
Quem foi nosso Papa do
calendário?
Ângela Rocha
Catequista
Fonte: Diversas fonte da internet.
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