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quarta-feira, 5 de julho de 2017

DOS CULPADOS ÀS SOLUÇÕES...

Um texto que já publicamos aqui há algum tempo, mas, vale uma nova leitura!

Você se preocupa mais em procurar as soluções ou em procurar os culpados?
Vamos refletir um pouco sobre os tantos problemas que encontramos pelo caminho... ou pelo corredor!

Aqui está um dos segredos fundamentais do coração sábio, que implica uma nova maneira de olhar e agir: Preocupar-se em procurar de maneira mais comprometida as Soluções, do que os Culpados!

Vamos a um exemplo: estou passando e encontro uma bolacha caída no chão do corredor. Quando eu passo, o primeiro pensamento é a pergunta sobre o culpado:
Quem deixou aqui esta bolacha?!
Depois, é possível que, em vez de apanhar a bolacha, eu faça antes uma caminhada até à sala para perguntar:
“Quem deixou cair uma bolacha no corredor?”
Ao ouvir a confissão do culpado, talvez volte atrás e a apanhe, enquanto dou algum “sermão moralista” sobre a importância de não deixar cair bolachas no chão do corredor (como se a pessoa que deixou cair tivesse feito de propósito!...). Aí, ao voltar para apanhar a bolacha, já vou sereno porque já sei quem foi o culpado. Ou, melhor ainda: talvez não a apanhe mesmo, e diga ao “culpado” que ele mesmo vá apanhar. Claro, ele que se torne solução das suas próprias culpas!

Há ainda outras hipóteses. Por exemplo: vejo a bolacha caída, e imediatamente a apanho do chão (claro, acompanhado pelas frases do costume: “é sempre a mesma coisa… blá, blá, blá…”). No entanto, a mente não serena… as soluções para os problemas não nos costumam chegar… só sossegamos quando descobrimos os culpados. Por isso, apesar de me ter tornado solução para o “problema”, ao chegar à sala perguntarei:
Quem deixou cair uma bolacha no chão?”

Uma pergunta que já é totalmente desnecessária e inconsequente, porque a situação já está resolvida e, num grupo de adultos, ninguém deixa uma bolacha no chão de propósito para depois ter que ser “educado” por mim! E você pode pensar em muitos exemplos do seu dia-a-dia… As crianças são mestras neste tipo de imaturidade: “Não fui eu! Se não fui eu o culpado, porque vou ser a solução?”

Mas, se fossem só as crianças…

Tudo pode mudar – tudo vai mudar! – na medida em que você estiver disposto a encontrar sempre as soluções de maneira mais urgente que os culpados. A maior parte das vezes, essa lógica é apenas uma sutil maneira de estarmos sossegados…

Mas, ainda assim, atenção! Porque o sábio não é aquele que sabe as soluções para tudo e tem sempre na manga uma cartada milagrosa. Esses não são sábios mas, algo parecido com fanfarrões, sábio é aquele que se torna solução para as situações em que se sentir capaz de intervir validamente.

Rui Santiago cssr
Centro de Espiritualidade Redentorista - Porto Portugal

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