VINDE A MIM,
TODOS OS CANSADOS E OPRIMIDOS...
Todos, alguns mais outros menos, experimentamos o cansaço nas nossas vidas, com as
suas diversas formas.
Onde está a fonte do nosso descanso e da nossa paz? Deus nos responde
hoje com as leituras. Caminho para o descanso interior da alma é recorrer a
Cristo com humildade (primeira leitura e evangelho). Caminho que nos destrói a
paz é a desordem egoísta (segunda leitura).
Em primeiro lugar, vejamos os
diferentes cansaços que
sofremos todos. Está o cansaço
físico, que é próprio do nosso desgaste por causa do trabalho manual,
profissional e ministerial: o operário se cansa, a dona de casa se cansa
fazendo a faxina doméstica, o professor se cansa dando as suas aulas, o médico
e o enfermeiro no hospital se cansam, o empresário e o sacerdote, o comunicador
e o esportista a mesma coisa. Existe também o cansaço psicológico e afetivo, provocado pelas pessoas que vivem
ao nosso redor, talvez na nossa própria casa, e que não estão de acordo
conosco, que não compartilham a mesma fé e amor, que são hostis e indiferentes
conosco; este cansaço nos enfraquece e gasta as nossas energias. Está também o cansaço espiritual, permitido por
Deus para provar a nossa fé, esperança e caridade; quantas vezes sentimos o
cansaço na fé e na esperança. Existe, finalmente, o cansaço moral de quem leva nas
costas a sua consciência pesada e não consegue esquecer as suas culpas e
pecados.
Em segundo lugar, o que fazemos com
os nossos cansaços? Deus
nos dirá que recorramos ao seu Filho Jesus que hoje lhe disse: “Vinde a mim todos os que estais cansados e
fatigados pela carga e eu lhes darei descanso”. Espera-o na Eucaristia
para fortalecer as suas forças espirituais. Espera na confissão para repor as
suas forças quebradas. Espera na leitura dos santos evangelhos para animá-lo e
consolá-lo. São Paulo lhe dirá hoje na segunda leitura: “Não vivais conforme a desordem egoísta, porém
conforme o Espirito”, isto é, vivamos uma vida honesta e honrada
seguindo os dez mandamentos. O profeta Zacarias também tem um conselho para a
nossa paz e descanso interior: “Vive
na humildade”, pois não existe vício que possa destruir mais a paz que a
soberba. Se fôssemos um pouco mais simples, não amantes de grandezas, se
tivéssemos “olhos de criança” e um coração mais humilde, então teríamos maior
harmonia interior, uma paz mais serena nas nossas relações com os demais, uma
sabedoria mais profunda e uma fé mais estimulante e ativa. Seriamos mais
felizes e encontraríamos paz e descanso em Jesus Cristo.
Finalmente, Deus hoje também
nos compromete a ajudar os nossos irmãos, a ser cireneus, porque muitos deles
sofrem cansaços mais
duros do que os nossos. Dê tempo e diálogo a esses que estão esquecidos e
desamparados no cansaço da
alma e do coração. Aproxime-se deles para ajudá-los a levar esse fardo pesado,
como faz Cristo conosco. E, sobretudo, não ponhas nas costas dos outros os seus
sacos de desgostos e reclamações, as suas rebeldias e raivas. Pelo contrario,
coloque as suas costas para que os outros coloquem sobre elas as suas penas e
as suas dores.
Para refletir: Quais são os meus cansaços? O que faço diante dos meus
cansaços? Ajudo os meus irmãos a aliviar aos seus cansaços ou os afundo mais
ainda? Medite esta frase de são Gregório Magno sobre o evangelho de hoje: “É um jugo áspero e uma dura escravidão estar
submetido às coisas temporais, ambicionar as coisas terrenais, reter as que
morrem; querer estar sempre naquilo que é instável, desejar o que é passageiro,
e não querer passar com o que passa. Porque uma vez que elas desaparecem,
apesar dos nossos desejos todas estas coisas que pela ansiedade de possui-las
afligiam a nossa alma, atormentam-nos depois pelo medo de perdê-las”.
ZENIT.ORG
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