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sexta-feira, 16 de março de 2018

HOMILIA DO DOMINGO: A MISSÃO DO VERDADEIRO MESSIAS

                          
HOMILIA 5º DOMINGO DA QUARESMA – ANO B

Jeremias nos diz que Deus estabelecerá a casa de Israel e com a casa de Judá uma aliança nova. No Novo Testamento temos a eterna aliança, chamada de testamento. A herança que nos é trazida, o movo acordo é selado pela morte de Deus – Cristo, Deus encarnado dá a sua vida na cruz. A Nova Aliança é a solidariedade de Deus. Sua morte é o ponto mais alto desta solidariedade.

Cristo, mesmo sendo Filho de Deus, foi um homem que experimentou a fragilidade e debilidade dos homens. Sofreu, chorou, sentiu angustia e medo diante da morte, como qualquer ser humano o faria.  Por isso, Jesus é o sumo-sacerdote capaz de entender as fraquezas e fragilidades dos homens. A partir dessa compreensão, Ele será também capaz de dar-lhes remédio. O Senhor partilhou as nossas dores, medos e incertezas. Ninguém está sozinho diante da dor, do sofrimento. Cristo nos toma pela mão, sofre conosco, entende de dor. Antes de se revoltar diante do sofrimento, lembremo-nos que Cristo também sofreu.

Na Nova Aliança, a liberdade do homem –Deus assume a vontade do Pai. Jesus orou com intensidade. A Carta dos Hebreus alude, provavelmente, à oração de Jesus no Monte das Oliveiras, pouco antes de ser preso: “Pai, afasta-me deste cálice, mas que não seja feita a minha vontade” (Mc 14,36). Ele foi atendido em sua prece, pois sua oração não o eximiu da vontade do Pai, da sua missão. Não aceitou a dor pela dor, não queria morrer, mas aceitou a vontade de Deus. Pela oração conhecemos a vontade do Pai, não simplesmente pedimos que se faça a nossa vontade, que muitas e muitas vezes é egoísta.

A Nova Aliança é a cruz de Cristo, abraçada por amor. Só o amor como dom total é gerador de vida: “Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo caído na terra não morrer, permanece só; se morrer produz muito fruto” (Jo 12,24). Quem quiser gerar a vida, deve morrer. A vida é morte – eis o mistério da Páscoa! É a doação da mãe que sofre pelos filhos, é tempo gasto, é vida investida. Quantos são os exemplos de mortes que geram a vida para a comunidade e para a sociedade? Quantos doam de seu tempo, de seu dinheiro da renúncia de sua comodidade? Quantos foram mais longe, morrendo em nome de Cristo – os mártires, como Oscar Romero? Quantos gastam a vida em nome do amor aos pequenos como o fez Tereza de Calcutá?

Quem ama a si mesmo e se fecha num egoísmo estéril, quem se preocupa apenas em com defender os seus interesses e perspectivas, perde a oportunidade de chegar à vida verdadeira, à salvação. O apego egoísta à própria vida levará ao medo de agir, à dificuldade em comprometer-se, ao silêncio perante a injustiça.
Na Páscoa- nossa Páscoa, o nosso morrer deve se transformar em vida. É por isso que cada domingo temos uma nova Páscoa, ou seja, a memória da salvação oferecida por Deus: o  Senhor se oferece, dá a vida. Sua morte e ressurreição é o que celebramos. Este mistério deve configurar toda a nossa vida. Que a Eucaristia seja a força renovadora de nossa existência.

Pe. Roberto Nentwig
Arquidiocese de Curitiba-PR



FONTE: NENTWIG, Roberto. O Vosso Reino que também é nosso. Reflexões Homiléticas - Ano B. Curitiba; Editora Arquidiocesana, 2015. pg. 79.


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