HOMILIA DO 3º
DOMINGO DA QUARESMA – ANO B
“Senhor, Vós tendes palavras
de vida eterna! Os preceitos do Senhor são retos e alegram o coração; os mandamentos
do Senhor são claros e iluminam os olhos” (Sl 18).O Salmo nos ajuda a entender
o sentido da lei de Deus – ela existe como caminho de felicidade, como luz para
guiar nossos passos. Bem diferente é o legalismo, que propõe a religião como um
seguimento de ritos e de leis externas. Neste caso, a lei é como um peso que
deve ser carregado, algo mito duro, configurando-se mais um caminho para evitar
a condenação do que um caminho para encontrar a vida.
Deus deu uma lei no Sinai.
Os dez mandamentos são as leis que organizam as nossas inclinações naturais,
que podemos chamar de lei natural, escrita no coração de cada pessoa. Esta lei
deve ser acolhida como uma graça, um dom e não um fardo. Esse dom deve ser
vivido na alegria, na certeza que nos conduz à felicidade. A Lei vem para nos
alegrar o coração. Não seguimos uma religião de pode ou não pode. , mas uma
religião que liberta, que traz a vida, que orienta para eternidade. Nossa vida
pode ser um inferno ou um céu, a escolha cabe a nós. A vivência da lei não é apenas uma questão de futuro
escatológico, mas de busca da felicidade no presente e no cotidiano de nossas
vidas.
Qual é a opção da sua vida?
O critério está no decálogo – amar ao Deus e ao próximo. No que você gasta seu
tempo? Seu dinheiro? Sua vida? Quais são os sonhos da sua vida? O que mais
deseja? Pergunte a si mesmo e veja se está de acordo com o projeto de Deus. A Quaresma
é uma oportunidade para avaliar projeto de Deus. A Quaresma é uma oportunidade
para avaliar a vida e convertê-la a partir de dentro, a partir do espírito da
lei.
Para saber se estamos no
caminho certo, se nossa religião é interesseira ou se é libertadora, devemos
avaliar se nosso culto é autêntico. Jesus denuncia uma religião em função de si
mesma, uma religião em função do lucro: os sacerdotes ganhavam muito dinheiro
com a venda de animais para o culto. Nosso culto deve ser verdadeiro. Uma
religião em função do lucro não é verdadeira. Uma religião em função do meu
egoísmo ou de espera demasiada em curas e milagres, como denuncia São Paulo na
segunda leitura, não é verdadeira. Jesus desconfiou da fé daqueles que viram
seus prodígios. Uma religião de obrigações também deve ser revista. O que está
em jogo não é meu eu, mas as opções da minha vida, transformadas pela adesão em
Cristo – configuradas a partir do Cristo Crucificado e Ressuscitado, como prega
São Paulo.
Qual é a religião que Jesus
quer? Ele deseja que encontremos Nele a resposta. Ele é o Templo, ou seja, Ele
é o caminho que nos leva a Deus, não as pedras das instituições. O nosso
encontro pessoal com o Senhor se dá Nele, seguindo a Ele, vivendo o que Ele
viveu. Assim poderemos vivenciar as palavras pronunciadas para a Samaritana
diante do Poço de Jacó: “Os verdadeiros adoradores adorarão em Espírito e
Verdade e são esses os adoradores que o Pai deseja” (Jo 4, 23).
Pe Roberto Nentwig
Arquidiocese de
Curitiba - PR
FONTE:
NENTWIG, Roberto. O Vosso Reino que também é nosso. Reflexões Homiléticas - Ano B. Curitiba; Editora Arquidiocesana, 2015. pg. 79.
NENTWIG, Roberto. O Vosso Reino que também é nosso. Reflexões Homiléticas - Ano B. Curitiba; Editora Arquidiocesana, 2015. pg. 79.
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