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sábado, 14 de fevereiro de 2015

AS SETE PEDRAS FUNDAMENTAIS DA CATEQUESE

SUSTENTAÇÃO DA FÉ... 

Vamos lá... Vamos tentar destrinchar esse negócio das SETE PEDRAS FUNDAMENTAIS da catequese...

Certo dia eu escutei na missa que a paróquia precisava de catequistas. Eu já tinha ajudado a catequese várias vezes mas, como agente da pastoral da comunicação. Ajudando a arrumar ambientes, apresentações, slides, fazendo jornal, impressos, etc... Mas nunca me toquei, nem mesmo quando meus filhos a freqüentavam, O QUE AFINAL A CATEQUESE ENSINAVA ou deveria ensinar. Não me orgulho em confessar, mas, para mim, fazia-se catequese como uma “obrigação” para fazer a primeira comunhão. Foi assim comigo. Quanto a Crisma, fui crismada aos dois anos...

Então eu fui à paróquia ser catequista. “Mas o que é que eu faço?” Graças ao bom Deus naquela paróquia davam sempre uma turminha de primeira etapa aos catequistas... Senão, sei lá que estragos eu poderia ter feito... A resposta a minha pergunta foi um: “Siga estes roteiros.” E me deram um “manual”. E comecei a seguir o dito cujo...

Mas, no final do meu segundo ano como catequista, aquilo começou a me intrigar... De onde, afinal, a Igreja tirava a necessidade de ensinar aquelas coisas? E com isso fui me informando e assim, me formando...

Primeiro eu descobri que havia um DIRETORIO GERAL PARA A CATEQUESE: O DGC, criado em 1997 pelo Vaticano, mais especificamente pela Congregação para o Clero. Este DIRETÓRIO substituiu o DCG (Diretório Catequético Geral)de 1971, criado por orientação do CONCILIO VATICANO II.  Ambos fazendo parte daquilo que chamamos de MAGISTÉRIO DA IGREJA.

E com base neste último, no DGC de 1997,  a CNBB se reuniu em 2005 e criou o NOSSO. O diretório tupiniquim, brasileiro. Que chamamos carinhosamente de DNC, Diretório Nacional de Catequese. O próprio DGC orienta que cada Igreja particular construa o SEU diretório, orientado às suas realidades e especificidades. E em setembro de 2006, a Congregação para o Clero e a Congregação para a Doutrina da fé, instâncias maiores da nossa Igreja, aprovaram o texto do nosso diretório, publicado em 2006. Lembrando que no ano seguinte,  aconteceu no Brasil a V Conferência do CELAM, em Aparecida, cujo texto conclusivo também é de suma importância para a catequese do Brasil.

Mas vamos voltar as nossas pedras fundamentais... O texto do DGC as cita, por coincidência, no ITEM 130, também.

Agora vamos ao nosso DNC, no item 129 e 130...

129. Na mensagem cristã, há uma hierarquia de verdades e de normas, segundo a diversidade de seu nexo com o fundamento da fé cristã (cf. UR 11, 3). Algumas são mais fundamentais que outras. Seguindo as grandes linhas do Catecismo da Igreja Católica e seu Compêndio, podemos resumir assim o conjunto das verdades que professamos em nossa fé:

a)  crer em Deus, uno e trino, pai, filho e Espírito Santo, em seu mistério de Salvação; (O símbolo, Creio)
b)  celebrar o mistério pascal nos sacramentos, que têm o Batismo e a Eucaristia como centro; (sacramentos)
c)  viver o grande mandamento do amor a Deus e ao próximo, buscando a santidade; (Bem- aventuranças e os mandamentos).
d)  rezar para que o reino de Deus se realize. (Oração do Pai Nosso).

Ora, o que vemos aqui como fundamento da fé cristã? 

1 - Acreditar em Deus e no mistério da Salvação, PORTANTO, professar o CREDO: “Creio em Deus pai todo poderoso...”;
2 – Celebrar o mistério nos sacramentos, PORTANTO, batismo e eucaristia que se celebra na LITURGIA;
3 – Viver o mandamento do amor, PORTANTO, seguir os conselhos das bem-aventuranças e obedecer  aos 10 mandamentos;
4 – Rezar, PORTANTO, orar como Jesus nos ensinou, a oração do Pai-Nosso.

Estas são, portanto, as QUATRO primeiras colunas da fé, as quatro bases primeiras do que se deve ensinar na catequese: CREIO; SACRAMENTOS; MANDAMENTOS E BEM-AVENTURANÇAS; e a oração do PAI NOSSO.

Não é isso que “ensinamos” aos nossos catequizandos??

Agora vamos ao item 130:

130. Esses conteúdos se referem à fé crida, celebrada, vivida e rezada, e constituem um chamado à educação cristã integral (cf. DGC 122). A estas quatro colunas da exposição da fé que provêm da tradição dos catecismos (o símbolo, os sacramentos, as bem-aventuranças-decálogo e o Pai-nosso), deve-se acrescentar a dimensão narrativa da História da Salvação, com suas três etapas, que provêm da Tradição patrística (o Antigo Testamento, a vida de Jesus Cristo e a História da igreja). O Diretório Geral para a Catequese fala de “sete pedras fundamentais, base tanto do processo da catequese de iniciação como do itinerário contínuo do amadurecimento cristão” (n. 130; cf. 128).

Aqui nos é orientado a acrescentar à nossa catequese, a dimensão NARRATIVA da História da Salvação, ou seja,  as TRÊS ETAPAS que provem da tradição dos antigos santos padres:

1 – Antigo Testamento,
2 – Vida de Jesus (Novo testamento);
3 – História da Igreja (magistério, tradição).

E não é isso que fazemos em todos os nossos encontros?  

Lemos a Bíblia.Contamos a História da Salvação que começa na criação e segue com a primeira aliança de Deus com Noé, passa por Abraão, Moisés e chega, finalmente, na “nova e eterna aliança” celebrada por Jesus Cristo na última  ceia... E a esta dimensão acrescentamos os aspectos da Tradição: devoção aos santos, devoção Mariana, terços, costumes; e o que ensina e prescreve o magistério da Igreja em seus documentos, entre eles, os diretórios catequéticos.

SETE PEDRAS FUNDAMENTAIS:

1 - SÍMBOLO (CREIO)
2 –SACRAMENTROS
3- BEM AVENTURANÇAS
 E  MANDAMENTOS;
4 –  PAI NOSSO
4







+
1 – Antigo Testamento,
2 – Vida de Jesus (Novo testamento);
3 – História da Igreja (Tradição, Magistério)

3






=


PEDRAS FUNDAMENTAIS


7


Esta é, portanto, a BASE DO PROCESSO DA CATEQUESE DE INICIAÇÃO E DO ITINERARIO CONTÍNUO DO AMADURECIMENTO CRISTÃO!

Mas, vejam só:

É só a BASE... E não todo o processo! Em cima dela é que construímos o edifício CRISTÃO!

Aqui estamos falando, exclusivamente, do processo de ENSINO da fé. Não estamos excluindo a importância do QUERIGMA e nem da PALAVRA, ou seja, da Bíblia como mensagem de conversão. Ensina-se a doutrina e a tradição, somente depois que cada um fez a sua experiência pessoal de encontro com Jesus Cristo. E talvez seja essa a fonte dos nossos maiores problemas: estamos tentando colocar colunas, sustentáculos, em terreno que não está firme!

Ângela Rocha

angprr@gmail.com.br

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